Imagine ChaMel - Capítulo 78: Chay sofre acidente de carro
— Vamos tomar um sorvete primeiro — fala Vinícius.
— Não, fala logo! — Mel diz irritada.— Mel, a gente não pode ficar aqui sem consumir nada.
— Ok — ela responde após respirar fundo.
Eles levantam, cada um pega um potinho de sorvete e sentam de novo na mesa.
— Não sei nem por onde começar — diz Vinícius.
— Pelo começo, que tal? — Os dois riem, Mel ficando mais relaxada.
— Tá, é o seguinte. Eu fiz uma coisa que não devia.
— Não é querendo ser grossa, mas o que eu tenho a ver com isso?
— É que envolve você e o seu namorado?
— Envolve eu e o Chay? Fala!
— Antes de te falar, eu quero pedir que você tente me entender.
— Você está me assustando — confessa Mel.
— Eu vou acabar logo com esse suspense.
— Acho bom!
— Eu sei que você recebeu uma ligação ontem de um número restrito, e que foi o Chay quem atendeu.
— Como você sabe? A gente não comentou com ninguém. — Ela paralisa. — Foi a Alana? Peraí, a voz era de um homem. Não acredito, era você? — Vinícius não responde e olha para baixo. — Me responde! — exige Mel.
— Foi! — ele responde ainda olhando para baixo.
Mel fica sem reação. Ela respira fundo e pergunta:
— Por que você fez isso? Eu ainda gostava de você, te achava um garoto massa. Que decepção!
— Eu fiz porque eu gosto da Alana, mas depois bateu uma culpa.
— A Alana quem te pediu isso? Vagabunda!
— Não fala assim dela.
— Falo sim, ela é uma vagabunda invejosa. E você, fez isso só por que a Alana pediu?
— Eu gosto dela, não queria magoa-lá.
— Você foi usado, mas pra que se deixar usar? Você é um dos garotos mais bonitos da escola, não precisa ficar se submetendo a isso.
— Eu sei, já tentei resistir a ela, mas o charme da Alana é irresistível.
Mel faz cara de nojo.
— Eu hein, tem gosto pra tudo.
— Disse alguma coisa?
— Não, não disse nada.
— Então Mel, me desculpa — pede Vinícius. — Eu não deveria ter feito isso, eu preciso que você me perdoe para começar uma nova fase na minha vida. Uma fase sem Alana!
Jhulie que está passando do outro lado da rua com Juliana vê Mel e Vinícius na sorveteria.
— Ju, olha aquilo. — Elas se escondem atrás de um carro e ficam observando.
— Ok, eu te desculpo — Mel responde. — E eu vou te ajudar nessa nova fase. — Mel pega na mão de Vinícius. — Pode contar comigo!
Atrás do carro, Jhulie sorri.
— O Chay vai adorar ver isso. — Ela pega o celular e tira um foto de Mel e Vinícius de mãos dadas. Na sorveteria, Mel fala:
— Agora eu preciso falar com o Chay. — Ela solta a mão de Vinícius e liga para o namorado.
— Oi, Mel — Chay atende. — Aconteceu alguma coisa? Onde você está?
— Eu estou aqui na sorveteria, vem pra cá.
— Amor, você está bem?
— Estou ótima, agora vem pra cá me encontrar.
— Ok, estou indo.
Eles desligam e Mel fala para Vinícius:
— Acho bom você ir embora.
— Eu também acho, não estou afim de levar um soco. — Ele ri.
— Nossa, falando assim até parece que o meu namorado é um idiota briguento — Mel ri.
— E não é? — ele zoa.
— Claro que não, né!
— Ok, eu estava só brincando com você. Já vou!
— Tá bom! Amanhã na escola, se precisar de alguém pra conversar... sabe onde me encontrar.
— Na biblioteca, pode deixar. Tchau, valeu por me entender.
— Imagina, tchau!
Vinícius sai. Do lado de fora, Juliana pergunta para a amiga:
— A gente vai ficar aqui, Jhulie?
— Eu vou, se você quiser ir, amiga.
— Mas o Vinícius já foi.
— A Mel continua lá, eu quero ver o que ela vai fazer.
— Desculpa, amiga, mas eu já vou.
— Tá, tá bom.
Juliana sai e Jhulie vê Chay andando na mesma calçada que ela. Quando Chay vai atravessar a rua para entrar na sorveria, Jhulie para ele.
— Chay, eu preciso falar com você.
— Agora não, Jhulie — responde Chay.
— É sério, eu preciso muito te mostrar uma coisa.
— Mas eu não quero ver.
Chay deixa Jhulie no vácuo e vai para a sorveteria.
— Oi! — fala sentando perto de Mel.
— Oi, eu preciso te contar um coisa.
— Fala!
— Eu vim me encontrar com o Vinícius.
— Como é que é?
— Ele me contou uma coisa.
— O quê?
— Foi ele que ligou ontem.
— Não, você está falando sério? — questiona Chay.
— Tô, a Alana pediu, e ele ligou.
— Ele é capacho dela por acaso?
— É que ele gosta dela e não queria contrariar.
— Essa Alana é uma vaca mesmo.
— Eu vou precisar muito de você pra não voar nela.
— Do jeito que eu estou morrendo de raiva dela é capaz de eu não te segurar — ele ri.
— Eu vou ter uma conversinha com ela, pode deixar.
— Olha lá o que você vai fazer.
— Relaxa, amor.
— Tá, mudando de assunto, a Jhulie veio falar comigo.
— Quando? — Mel pergunta.
— Agora, antes de chegar aqui.
— E o que ela queria?
— Me mostrar alguma coisa, falar, sei lá. Eu deixei ela falando sozinha.
— Quem sabe ela não queria te contar que eu estava com o Vinícius — ela sorri.
— Grande coisa, não rolou nada demais, né?
— Claro que não, eu só peguei na mão dele, nada demais.
— Você pegou na mão dele?
— Peguei, mas foi só pra dar uma apoio, pra ajudar ele esquecer a Alana.
— Tá, de boa.
— Sério mesmo?
— Sério, amor — garante Chay. — Eu estou em uma fase nova.
— Hum, e qual seria? — Mel ri.
— Desapego!
— Como assim? Você quer desapegar de mim? — ela brinca.
— Claro que não, Melzinha.
— Então eu não entendi essa "nova fase".
— Eu quero desapegar desse ciúmes que eu sinto.
— Ah, muito bom!
— É, chega de ciúmes!
— Isso! E vamos comemorar com uma rodada de sorvete?
— Só se for agora.
Chay e Mel passam o começo da noite na sorveteria.
— Eu tenho que ir — ele fala.
— Aonde você vai?
— Você confia em mim? — Chay repete o que ela disse.
— Falta de criatividade. — Mel ri. — Falando sério, aonde você vai?
— Eu vou jantar na casa do meu pai.
— Ah tá, me deixa em casa?
— Claro, né? — Eles pagam o sorvete e saem. Chay deixa Mel em casa e vai para casa do pai dele.
Mel liga pra Sophia.
— Oi, Melzinha. — Sophia atende.
— Oi, eu tenho uma coisa pra sugerir pra festa de LuAr.
— O quê?
— A festa podia ser a fantasia.
— Menina, que ideia boa.
— Eu sei — concorda Mel —, foi do Chay.
Mel e Sophia ficam conversando a noite inteira.
— A gente já conversou demais — diz a morena —, agora eu vou dormir.
— Ok, beijos! — Elas desligam.
Mel janta e vai para o quarto. Ela deita na cama, vira para um lado, para o outro, mas não consegue dormir.
— Que droga — fala sentando na cama —, esse sono não vem. E ainda tem esse aperto no coração, que saco. — Ela deita de novo.
Na casa de Chay, João Paulo pergunta:
— Está melhor, Hérica?
— Não — ela responde —, essa sensação estranha, o aperto no peito não passa. Já conseguiu falar com o Chay?
— Ele respondeu a minha mensagem, ele está bem. Já já está de volta!
— Então vamos deitar, não deve ser nada.
Mel recebe uma mensagem de Chay: "Tô voltando pra casa agora, dorme bem amor. Te amo!" Ela sorri depois de ler a mensagem e fala:
— Boa noite, meu príncipe!
Hérica está na sala, andando de um lado para o outro.
— O João Paulo não volta! Eu não consigo mais ficar aqui.
Ela pega um bloco de papel e escreve: "Já fui para o hospital, não consigo ficar aqui. A Dona Vilma ficou com a Anelise e com o Henrique! Passa na casa da Mel e conta o que aconteceu, se os pais dela deixarem leva ela pro hospital." Ela deixa a folha em cima da mesa de centro e sai.
Já são três horas da manhã e Mel ainda não conseguiu dormir.
— Vou beber uma água. — Ela vai para cozinha, serve um copo d´água, quando vai beber a campainha toca. — Quem será essa hora? Atendo ou não? — Ela olha no olho mágico e abre a porta. — João Paulo?
— Mel, fica calma — pede o padrasto de Chay.
— Eu estou calma, o que aconteceu pra você estar essa hora aqui em casa? — João Paulo toma coragem para dizer e ela diz: — Você está me assustando! Aconteceu alguma coisa com a Ane, Henrique ou com a Hérica?
— Não — ele responde.
Já apavorada, Mel indaga:
— Aconteceu alguma coisa com o Chay? — João Paulo afirma com a cabeça e ela tem que se controlar para não chorar. — Fala! O que aconteceu com o Chay?
— Tenta ficar calma! — pede João Paulo e conta: — O Chay sofreu um acidente de carro.
Mel deixa cair o copo d'água, que quebra no chão.
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