Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 57: Yasmin conta a Marina o que fez



Isabela sai do banheiro e vê Yasmin e Victor abraçados ao lado do colchão.
   — Está tudo bem? — ela pergunta estranhando a aproximação dos dois. Yasmin e Victor se soltam rapidamente e ficam incomodados. 
   — Está — responde Victor indo até o armário. Isabela não tira os olhos da amiga, notando que ela está diferente. Victor pega uma samba canção preta e uma regata branca e vai para o banheiro. Isabela caminha até Yasmin quando elas ficam sozinhas com Felipe adormecido. 
   — Está mesmo tudo bem? 
Yasmin ergue o olhar e suspira.
   — Fui eu — ela assume. 
   — Foi você o quê? — pergunta Isabela sem entender.
   — Eu coloquei um amendoim no mousse que a Marina comeu — confessa Yasmin cheia de culpa. O queixo de Isabela cai.
   — Você fez isso, Yasmin? 
Yasmin desaba na cama, sentando de maneira relaxada. 
   — O Victor me contou que a Marina tem alergia a amendoim e como eu estava com raiva por ela ter partido pra cima de mim, resolvi me vingar. 
   — Não precisava ter mexido com a saúde da garota — diz Isabela em tom de censura. 
   — Eu tava com raiva — repete Yasmin. — Nem pensei muito. Agora eu não sei o que eu faço, se conto ou não para o Victor. 
   — Você tem que contar para a Marina, ela é a prejudicada, não o Victor. 
   — Mas o Victor vai ficar com raiva porque ele é meu... amigo. — Yasmin engole em seco a palavra namorado. 
   — Não só ele, o Vinícius também. Os dois são os seus amigos, né? 
   — É — diz Yasmin entristecida. 
A porta do banheiro se abre e Victor sai com as roupas que vestiu na festa nos braços. Ele abre o armário, sob os olhares de Yasmin e Isabela, e joga as roupas lá dentro de qualquer jeito. 
   — O que foi? — ele pergunta olhando para as duas. Isabela desvia o olhar rapidamente e caminha até a sua cama, onde Felipe dorme. Yasmin continua olhando fixamente para ele, a preocupação estampada em seu rosto. — O que foi, Yasmin? — ele repete se aproximando da cama dela. 
   — Nada — ela mente. 
   — Você já mentiu melhor — diz Victor sentando no colchão ao lado da cama dela. Ele pega em um de seus joelhos, perguntando: — Por que você tá assim?
Yasmin olha de relance para Isabela, sem saber o que fazer. A garota dá de ombros, cutucando Felipe. Victor segue o olhar de Yasmin e olha para Isabela, a garota novamente desvia o olhar com rapidez, encarando Felipe que começa a despertar.
   — Vai trocar de roupa e escovar os dentes — ela diz para ele. Ainda sonolento, Felipe levanta, pega algumas roupas no armário e vai para o banheiro. Victor volta a olhar para Yasmin.
   — Depois eu te conto — ela diz. Ele pensa que a namorada não quer falar nada por causa da presença de Isabela. Victor dá um leve sorriso e deita no colchão, puxando a grossa coberta para cobrir o seu corpo.

No quarto ao lado, Marina está deitada com a cabeça no colo de Vinícius. Ele acaricia o cabelo dela. 
   — A dor está passando?
   — Não — sussurra Marina. Vinícius suspira e diz:
   — Se eu pudesse passar essa dor que você está sentindo para mim, eu passaria. 
Marina dá um leve sorriso.

Minutos depois...
Isabela e Felipe dormem abraçados e Victor no colchão. Yasmin continua acordada e pega o celular para ver as horas. 
   — Cinco e vinte e sete — sussurra sob o cobertor. Ela se estica e olha para baixo, vendo o corpo de Victor todo escondido pela coberta. — Não vou conseguir dormir sem contar a verdade. 
Yasmin desliza da cama e deita ao lado de Victor no colchão. Ela tira o cobertor do rosto dele com suavidade.
   — Victor — sussurra no ouvido dele. Victor, ainda com os olhos fechados, vira na direção de Yasmin e joga o cobertor por cima dela. Os dois ficam bem próximos sob a coberta e Yasmin sente um braço de Victor em sua cintura.
   — Acorda — sussurra para ele. — Preciso falar com você. 
Victor abre os olhos.
   — Vamos dormir, amor. — Ele encosta a cabeça no queixo dela, fechando os olhos novamente. 
   — Não, eu preciso te contar uma coisa — insiste Yasmin. 
   — Pode esperar até amanhã — diz Victor sonolento. 
   — Não, não pode — ela discorda. 
Victor abre os olhos de novo e afasta o rosto do de Yasmin para olhar para ela. 
   — O que foi?
   — Vamos lá para sala — ela pede. 
   — Conta aqui mesmo.
   — É sério, Victor.
Yasmin tira o cobertor de cima do seu corpo e levanta. Contragosto, Victor faz o mesmo e sussurra no ouvido dela.
   — Vou lavar o rosto, já to indo. 
Ele dá um selinho nela e vai para o banheiro. Com medo da reação dele, Yasmin sai do quarto e olha para os lados, checando se todos dormem. Em seguida, vai para a sala. 
   — Ai, meu Deus, faça que ele me entenda — torce sentando no sofá. Victor chega logo depois com o rosto inchado de sono. 
   — Fala o que é tão sério — diz ele sentando na poltrona de frente para ela. 
   — Antes de te dizer, quero que você saiba que eu gosto muito de você. 
Victor balança a cabeça positivamente, encostando ela na poltrona. Yasmin continua: 
   — E o que eu fiz foi no calor do momento — ela olha para as próprias mãos, não querendo encarar Victor. — Eu coloquei amendoim em um mousse e mandei um menino entregar para a Marina. — Yasmin fecha os olhos, não querendo estar ali quando Victor estourar. Para sua surpresa, a sala continua silenciosa. Aos poucos ela ergue a cabeça e vê que ele está dormindo na poltrona. — Victor?
Ele abre os olhos rapidamente.
   — Oi? O que você falou? — ele pergunta sonolento.
   — Que eu coloquei amendoim em um dos doces que a Marina comeu — confessa Yasmin olhando para ele. Victor arregala os olhos e levanta em um pulo.
   — Você fez o quê? 
Yasmin levanta e se aproxima dele.
   — Desculpa! Eu me arrependi na hora que vi a sua preocupação. 
   — Yasmin, como você pôde? — ele pergunta elevando a voz, esquecendo completamente do sono.
   — Eu tava com raiva porque ela partiu pra cima de mim. Quando você falou que ela tinha alergia a amendoim eu vi a oportunidade para me vingar. Peguei um mousse de chocolate e coloquei um pedaço do amendoim que tinha naquele pé-de-moleque que eu tava comendo, depois pedi para o Fernando, um garoto da minha sala, entregar para a Marina. Ele entregou e falou que tinha sido o Vinícius. Como tinha pedaços de chocolate, ela não percebeu que tinha amendoim no meio e comeu. 
   — P*ta que pariu, Yasmin! A Marina está morrendo de dor e a culpa é sua. Não acredito nisso!
   — Eu me arrependi! Não queria ver você e o Vini mal daquele jeito.
   — Foi só por isso que você se arrependeu? Você não fica com dó da Marina? 
Yasmin não fala nada e olha para o chão.
   — Você não sente arrependimento por ela, mas sim pela gente — conclui Victor com razão. — Você é louca. LOUCA!
   — Victor, me desculpa!
Victor encara Yasmin cheio de raiva.
   — Você quer minhas desculpas? Não sou eu quem tem que te desculpar, é a Marina. 
   — O que você quer dizer com isso?
   — Eu te perdoou se você contar tudo para a Marina e se desculpar com ela.
Yasmin arregala os olhos.
   — Ela vai querer me matar!
   — O problema é seu!
   — Victor, não fica com raiva de mim — pede Yasmin se aproximando mais dele. 
   — Como não vou ficar? — ele pergunta se afastando. — Você alterou o doce da minha irmã, sabendo que ela teria uma reação com isso. 
   — Eu não pensei na hora! — diz Yasmin se virando para ele. 
   — Mas você fez. 
   — Eu não vou me desculpar com a Marina — diz Yasmin com firmeza. Victor se aproxima dela e fala com a voz grave:
   — Se você não se desculpar com ela, acabou. Acabou namoro, acabou amizade, acabou tudo! 
Yasmin fica atônita. 
   — Já dei o meu recado — diz Victor e vai para o corredor. Yasmin desaba na poltrona e coloca as mãos no cabelo.
   — Como eu sou burra! 

As horas passam e o dia amanhece. Logo as sete hora da manhã, Yasmin acorda. Ela olha para o colchão onde Victor deveria estar dormindo, mas encontra o espaço vazio. Sem sono, vai para o banheiro e faz suas higienes matinais, depois para na frente do espelho.
   — Eu estou horrível! Olha essas olheiras. 
Yasmin não se importa em esconder as marcas da noite mal dormida e sai do banheiro e do quarto. Ela vai para a sala, onde encontra seu pai, Micael. 
   — Oi, pai — ela diz desanimada. Micael olha para ela e fala:
   — Oi! 
Yasmin começa a caminhar para a cozinha e Micael pergunta:
   — Você sabe onde o Victor foi? 
Ela para na hora e ollha para ele.
   — Oi?
   — Você sabe onde o Victor foi? — ele repete. 
Yasmin pisca confusa.
   — Ele saiu? 
Micael suspira e diz para si mesmo:
   — Pelo visto ele não comentou nada com você. — Yasmin continua encarando ele sem entender e Micael explica: — A gente acordou e encontrou um bilhete do Victor na geladeira. 
   — O que dizia o bilhete?
   — "Fui dar uma arejada" — descreve Micael. Yasmin dá de ombros.
   — Então ele foi dar uma volta, ué. 
   — Só que ele pegou a chave do Arthur de novo — conta seu pai. Ela sente um arrepio na nuca.
   — Ele saiu de carro? — pergunta surpresa.
   — Saiu.
Yasmin se apoia na parede mais próxima.
   — Ele dirigindo é um perigo. 
   — Pensei que ele soubesse dirigir — diz Micael ficando confuso. 
   — E sabe — concorda Yasmin. — Só que ele exagera na velocidade.
   — Mas você acha que ele corre algum perigo? — pergunta Micael preocupado.
   — O Victor sabe o que fez — diz Yasmin acreditando no que diz. — Vou tomar café! 
Ela vai para a cozinha e se depara com Mel, Chay, Lua, Arthur e Sophia na mesa do café da manhã. Sobre a toalha está disposta algumas frutas em recipientes de vidro, algumas jarras com sucos de vários sabores, pães, bolos, entre outras coisas. Yasmin olha para Arthur para saber se ele está nervoso ou chateado com Victor, mas o rosto dele não demonstra nenhuma emoção e ele come com tranquilidade.
   — Você tá bravo com o Victor, Arthur?
Arthur ergue o olhar e visualiza Yasmin.
   — Não muito, pelo menos ele deixou um bilhete dessa vez, né? — Ele dá um sorriso. Yasmin força uma risada e pega um croissant.

Em um dos cinco quartos do casarão, Felipe desperta. Ele vira a cabeça e Isabela entre em foco. Um sorriso se espalha pelo rosto dele e ele dá um beijo carinhoso no queixo dela. Isabela se mexe e afunda o rosto no pescoço de Felipe. Ele abraça ela e volta a dormir. 

Horas depois, Yasmin está na sala com Lua e Chay. Os outros adultos estão auxiliando as mudanças necessárias para a festa de mais a noite. 
   — Vai ter alguma coisa de diferente na festa do Victor? — ela pergunta.
   — Vai — responde Chay.
   — O quê? 
   — Surpresa dele — responde Lua. 
Yasmin ergue as sobrancelhas ficando curiosa e surpresa por Victor não ter contado nada para ela. Chay e Lua ficam assistindo televisão e Yasmin usa seu tablet. Marina e Vinícius saem do corredor. 
   — Bom dia — eles desejam.
   — Bom dia! — responde Chay.
   — Olá — diz Lua.
Yasmin nem levanta os olhos do tablet. 
   — A gente toma café ou espera o almoço? — pergunta Vinícius.
   — Espera o almoço — responde Lua. — Já vai sair. 
Vinícius e Marina sentam ao lado de Yasmin. A loira se espanta ao perceber que Marina não comenta com os adultos sobre a alergia. 

Coçando os olhos, Felipe segue Isabela pelo corredor. 
   — A gente tinha que acordar tão cedo? — ele pergunta.
   — Cedo? — Isabela indaga. — São onze e vinte, Felipe. 
   — Então, cedo.
Isabela sorri e entra na sala. 
   — Acho que está faltando alguém — ela diz depois de cumprimentar a todos e sentar em um dos sofás ao lado de seu pai.
   — A Mel — responde Chay.
   — O Arthur — diz Lua.
   — Os meus pais — opina Felipe. 
   — O Victor — diz Yasmin monotonamente. 
   — É — concorda Isabela. — Era dele que eu estava falando. Cadê o Victor?
   — Saiu com o carro do Arthur antes de todo mundo acordar.
   — Vish! Sinto cheiro de bronca no ar — ri Felipe.
   — Dessa vez ele deixou um bilhete — diz Lua. — E nós vamos dar uma colher de chá por causa do dia de hoje.
   — Nossa! — exclama Marina. — Hoje é a festa do Victor, a última festa e o nosso último dia aqui. 
   — Amanhã voltamos para a cidade, para o condomínio — diz Felipe sem empolgação. 
   — Vocês ainda vão para o colégio? — pergunta Marina. 
   — Deus me livre! — ri Felipe. — Amanhã é 1º de dezembro, pra que continuar indo pro colégio? Já passei de ano mesmo. 
Eles riem. 

Quase uma hora depois todos vão para a cozinha e sentam ao redor da enorme mesa de madeira para almoçar. Yasmin lança alguns olhares na direção de Marina, decidindo em que momento irá contar o que fez para ela. Lua e Arthur conversam e agem normalmente, mas estão bastante preocupados com a demora de Victor. Eles se servem com a torta de frango cremosa e começam a comer. No meio do almoço, Victor entra pela porta da cozinha com as chaves do carro em uma das mãos. Todos viram a direção dele e ele troca um breve olhar com Yasmin. Ela não consegue enxergar nenhuma emoção nos poucos segundos em que se olharam.
   — Victor! — Lua se levanta. — Aonde você foi? 
   — Vocês leram o meu bilhete? — ele pergunta. 
   — Lemos.
   — Então, fui só dar uma volta para esfriar a cabeça. 
Yasmin abaixa o olhar e engole em seco. 
   — Pra que você precisou esfriar a cabeça? — pergunta Isabela com curiosidade. 
   — Coisa minha — responde Victor sem olhar para Isabela. 
   — Vamos lá para a sala — fala Arthur levantando. — A gente precisa conversar. 
Arthur vai para a sala e Victor segue ele sem olhar para mais ninguém. Yasmin observa o namorado sair da cozinha e constata que se ele está tranquilo com a situação. 

Pouco depois do almoço, Marina e Vinícius vão para o jardim da fazenda e sentam na grama. Como a temperatura não subiu muito, eles ainda usam casacos, agora mais leves. 
   — Está melhor? — pergunta Vinícius de frente para ela.
   — Aham — confirma Marina. — Valeu por ter ficado cuidando de mim a noite toda.
   — Não fiz nada demais — diz Vinícius. 
   — Essa alergia estragou a nossa noite, né?
   — A gente ainda vai ter muitas noites para fazer o que íamos fazer ontem. 
Marina gargalha, depois pergunta: 
   — Reparou nos meus braços e na minha barriga enquanto eu trocava de casaco? 
   — Você falou para eu ficar de costas — sorri Vinícius.
   — E pelo visto você atendeu o meu pedido. Enfim, estou com algumas bolinhas vermelhas na pele.
   — Sério? 
   — É, faz parte da alergia. Ainda bem que está fresquinho, assim posso usar casaco tranquilamente e os meus pais não percebem nada. 
Vinícius franze a testa.
   — Por que você não quer que eles saibam? 
   — Porque eles iriam ficar preocupados à toa. Eu tô bem agora e não quero preocupá-los. 
Vinícius sorri.
   — Você é uma ótima filha.
   — Agora — ri Marina. — Sabia que eu já fugi de casa uma vez? 
   — Sério? — ele ergue as sobrancelhas. 
   — É, pouco antes de vir para o Brasil. Não queria sair de New York. 
   — E como você voltou?
   — O Victor me encontrou por acaso.
Vinícius ri.
   — Que azar. 
Eles riem. 

Na sala, Isabela e Felipe se beijam. As mãos dele apertam a cintura dela e ela acaricia a nuca dele. O celular de Felipe começa a tocar e eles se soltam. 
   — Uma mensagem do Thiago — ele diz desbloqueando a senha. Depois de ler, ele olha para Isabela e diz: — Ele tá me chamando para uma partida de videogame virtual. 
   — Ah, não, Felipe! Fica aqui comigo, está tão bom — ela pede. 
Felipe olha para a tela do celular, ficando dividido. Isabela percebe a dúvida dele e cruza os braços.
   — Se você quer ir, pode ir. 
   — Você não vai ficar chateada? — pergunta Felipe com os olhos brilhando. 
   — Não. 
Felipe percebe que ela está mentindo e coloca o celular no bolso novamente. Ele puxa Isabela para perto, dizendo:
   — Vou ficar com você. 
   — Não, eu sei que você quer ir jogar. 
Felipe cala a boca de Isabela dando um beijo em seus lábios. Os dois voltam a se beijar, mas a cabeça de Felipe permanece na partida de videogame. 

Victor está dormindo tranquilamente no quarto que divide com Marina e Felipe, recompensando o sono que não teve mais cedo. A porta do quarto se abre lentamente e Yasmin entra. Silenciosamente ela caminha até a cama e se ajoelha ao lado do rosto de Victor. Antes que ela possa fazer alguma coisa, Victor sente sua presença e acorda. 
   — O que você está fazendo aqui? — ele pergunta sentando na cama com rapidez. 
   — Eu vim falar com você — diz Yasmin ficando em pé. — Mas quando vi que você tava dormindo, resolvi ficar apenas te olhando. 
   — Quando a gente está brigado você é mais romântica do que quando a gente está bem — percebe Victor. 
   — Então a gente está brigado? 
   — Você pediu desculpas para a Marina? 
   — Não. 
   — Então estamos brigados. 
Yasmin muda o peso de uma perna para outra. 
   — Victor!
   — Não, amor, Yasmin — ele corrige com rapidez — enquanto você não pedir desculpas a Marina nós vamos ficar afastados. 
   — Você não entende, ela vai me matar!
   — Você praticamente envenenou a garota. 
   — Para de exagerar!
Victor levanta. 
   — Exagerar? Você sabia da alergia dela a amendoim e mesmo assim deu amendoim para a garota. 
   — Dei mesmo — diz Yasmin sem pensar.
Victor vai até a porta e abre. 
   — Sai — ele pede. 
Yasmin caminha até ele e bate a porta.
   — Eu não vou sair. 
Victor dá de ombros.
   — Se você não sai, saio eu. 
Yasmin fica na frente da maçanete, impedindo a saída dele.
   — Dá licença — ele pede. 
   — Não! 
   — Para de infantilidade e me deixa passar. 
   — Para de heroísmo e me perdoa — rebate Yasmin. 
   — Heroísmo? 
   — Você quer bancar uma de herói protegendo a Marina.
Victor ri sem nenhum humor.
   — Se ela tivesse feito alguma coisa contra a sua saúde eu faria o mesmo com ela. 
   — Duvido — diz Yasmin se aproximando dele. 
   — Problema é seu — Victor afasta o corpo dela.
   — Pedir desculpas a Marina é o único jeito de você ficar de bem comigo?
Victor se aproxima dela e coloca uma mão em seu pescoço. Yasmin fecha os olhos, pensando que ele vai beijá-la, mas abre ao ouvir ele dizer:
   — Você sabe que o que eu sinto por você é muito forte, mas não gostei nada do que você fez. Eu estou muito chateado com você, amor, mas o pedido de desculpas a Marina vai aliviar a minha chateação. 
   — Você está me odiando, né? — pergunta Yasmin baixinho.
   — Confesso que na hora que você me contou, eu fiquei p*to da cara, mas não consigo ficar muito tempo com ódio de você. Você é a minha maluca, lembra? 
   — Você é o meu boy american — ela sussurra aproximando o rosto do dele. Victor se afasta.
   — Nada de aproximação até você se desculpar.
A porta do quarto abre novamente, batendo nas costas de Yasmin. Ela vira e vê o irmão, Felipe, tentando entrar.
   — Foi mal — diz abrindo a porta. Felipe entra e ela sai. 
   — O que estava acontecendo aqui? — pergunta Felipe desconfiado. 
   — A Yasmin colocou amendoim no mousse que a Marina comeu — Victor conta. 
Felipe ergue as sobrancelhas. 
   — E daí?
Victor lembra que ele estava dormindo na hora em que Marina passou mal e conta toda a história para o amigo. Felipe está sentado na cama quando Victor termina e diz:
   — Caramba, a Yasmin se superou.
   — Ela brincou com uma coisa muito séria. 
   — Mas eu entendo ela. 
   — O quê? — Victor fica de queixo caído. 
   — Ela ficou com raiva da Marina ter batido nela lá no guerra de cotonete e resolveu se vingar. 
   — Foi o que ela disse — lembra Victor.
   — Viu, eu conheço a minha irmã. 
   — Mesmo assim, o que ela fez foi muito grave. 
   — É — concorda Felipe. — Mas a Marina não morreu, né?
Felipe levanta e sai do quarto, deixando Victor pensativo. 

Decidida a colocar um fim nessa história Yasmin caminha até o jardim e se aproxima de Marina e Vinícius. 
   — Marina! — ela chama.
   — O que é? — Marina encara Yasmin. 
   — Preciso falar com você — ela diz. — A sós. 
Marina e Vinícius se olham. 
   — Ok, vamos para a floresta — Marina levanta. Vinícius olha para as duas.
   — Vocês não vão brigar de novo, né?
   — Não — diz Yasmin com firmeza. 
As duas caminham silenciosamente para a floresta. Ao ficarem totalmente sozinhas entre as árvores, Yasmin olha para Marina.
   — Então, o que foi? — pergunta Marina com rispidez. 
   — Eu tenho que te contar uma coisa. 
   — Que coisa? — a morena franze a testa. 
   — Foi ser direta para acabar logo com tudo isso — diz Yasmin já de saco jeito de toda essa situação. — Aquele mousse que você recebeu ontem não foi dado pelo Vinícius, e sim por mim.
   — Por que você me daria um doce? — indaga Marina. 
   — O Victor me contou que você tinha alergia a amendoim e como eu tava com raiva de você ter partido para cima de mim, resolvi me vingar. Coloquei um amendoim no mousse e pedi para um garoto entregar pra você. 
Marina fica de queixo caído, totalmente surpresa.
   — Foi você?
   — Foi — admite Yasmin friamente. Marina grita:
   — Por sua causa eu vomitei as tripas ontem? Por sua causa eu fui dormir com dor? Por sua causa eu estou cheia de manchas vermelhas? VOCÊ ESTRAGOU A MINHA NOITE COM O VINÍCIUS!
   — O Victor não me contou que ficava manchas na pele — diz Yasmin surpresa. 
Marina arranca o casaco e mostra os braços repletos de bolinhas vermelhas.
   — Ai meu Deus! — exclama a loira.
   — Está satisfeita? — pergunta Marina furiosa. — Você me paga, Yasmin. Escuta bem isso, você me paga. ME PAGA!
Marina começa a caminhar de volta para a fazenda e recoloca o casaco no caminho. Yasmin fica alguns minutos sozinha na mata, pensando nas suas atitudes.


Comentários

  1. Nossa posta mais caraca

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  2. Tardinha da Yasmin! / a Isa nao pode virar aquelas namoradas ciumentas, nem aquelas que prendem o namorado, BeLipe tem que ser perfeitooo

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  3. Posta mais Rê,não me deixa na curiosidade,tenha dó!!!!!

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  4. Posta maissss,por favor
    Estou quase morrendo sem seu imagine!!!!!

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  5. cade o imagine ?? To com saudades do seu imagine
    pq parou de postar ??

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  6. Posta ++++ sds do seu imagine
    No dia que naun puder postar avisa a gente :-)

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  7. ++++++++++++++++++++++++++++
    Por favorrr

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  8. O que aconteceu vc não ta postando mais nós amamos o seu imagine e vc não posta mais nós vamos morrer senm saber a vingança da mariana

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