IMAGINE

A cozinha do casarão dos pais de Jaqueline é bem ampla e arejada. Há dois balcões de pedra paralelos e Aline está sentada em um deles com as pernas cruzadas e uma ameixa na mão. Em sua frente, Iago come um sanduíche com suco.     — Eu só vou comer eu vou embora  — ele avisa mastigando com rapidez.     — Por quê?  — indaga Aline.  — Pensei que a gente fosse lá pra casa, como a gente combinou.     — Eu sei, desculpa, Aline  — pede Iago sem olhar nos olhos dela.  — Só que eu quero ver como o Lorenzo está. Aline não consegue controlar a risada.     — Desculpa  — pede empurrando a vontade de rir garganta abaixo.  — Mas por que você quer ver como o Lorenzo está?  — questiona e uma risadinha escapa, a qual ela finge ser uma tosse.      — Ele foi embora dizendo que está tudo bem, mas eu não acredito que realmente esteja tudo bem.     — Novamente, por quê?     — Porque eu...

O Sol brilha incansavelmente em um céu livre de nuvens, seu calor irradiando fortemente. Na área externa do casarão, ao lado da piscina, foi montado um verdadeiro banquete de café da manhã. Banquinhos e cadeiras de praia foram dispostos pelo espaço.    Poucos alunos transitam de um lado para o outro, pegando algum alimento para o dejejum, a maioria encontra-se dentro do casarão recuperando-se da noite anterior.    Os olhos de Vinícius lacrimejam com a luz do dia e a exposição ao Sol parece acentuar os sintomas da ressaca. Ele está sentado à beira da piscina com os pés dentro da água. Em uma das mãos encontra-se uma garrafinha de água sem gás, que ele abre com uma frequência acima do habitual. Ao seu lado, Marina repousa sentada com uma das mãos cobrindo os olhos. Sua pele arde ao Sol e o suor começa a se formar em sua testa, mesmo assim ela permanece imóvel olhando para os jardins que se estendem além da piscina.     — Eu acho que eles agem muito no ...