Imagine ChaMel 5ª Temporada (Filhos) - Capítulo 30: Início de aniversário de Thiago é marcado por surpresa

Laís chega ao casarão em que Maísa mora com a mãe e segue direto para o quarto da prima.

— Estou muito animada para o aniversário do Thiago — comenta deixando duas mochilas com seus pertences sobre a cama de Maísa.

— Eu também! Amei que ele resolveu comemorar o aniversário no Dia de São João. Vai ter quadrilha e tudo! — vibra a loira.

— Pois é, a Grazi me contou que eles serão os noivos.

— Nada mais óbvio — ri Maísa. — Se bem que poderia ser você e o Alê — completa brincando. Laís sorri e olha para o anel em seu dedo.

— Ainda não estou acreditando que é real, sabe?

— Como eu sei — responde Maísa. — Eu ainda não acredito que vocês vão se casar logo após a formatura. 

— E por que adiar algo tão importante para gente?

— Para aproveitar a juventude, curtir a vida?

— Eu posso e quero curtir a juventude e o resto da minha vida com o Alexandre.

Maísa balança a cabeça e decide não argumentar mais. 

— O importante é a sua felicidade, priminha — é só o que diz.

Com uma grande mochila e sua bolsa de mão, Graziele desce do carro dirigido por Thiago até o município de Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Eles desembarcam no sítio em que será comemorado o vigésimo aniversário dele. 

— Como estão ficando lindas as coisas por aqui — comenta a ruiva atravessando com o namorado o campo em que várias barraquinhas de madeira são montadas.

— Imagina mais tarde com o gramado todo iluminado.

Graziele sorri e entra com Thiago no casarão. 

— Vamos conhecer a nossa suíte?

— Mas já? — ele ri.

— A gente pode começar as festividades desde cedo, por que não? — provoca Graziele e eles riem.

Com duas pequenas malas de rodinha, Yasmin desembarca no Rio de Janeiro e é recebida por Isabela e Maria Luiza. 

— Como é bom te ver, amiga — diz a menor das três dando um abraço nela.

— Estava com saudades de vocês também — diz Yasmin.

— Nada como um aniversário para reunir todo mundo — comenta Malu abraçando Yasmin.

— Quase todo mundo — a loirinha dá um sorriso ácido. 

— Todo mundo que está no Brasil, agora está ok?

— Agora sim.

— Vamos indo para o carro — chama Isabela. No caminho, ela pergunta: — E você e o Victor, alguma atualização?

— Estamos na mesma — responde Yasmin e Malu questiona:

— Na mesma é o quê? Só pra saber se é o mesmo que eu sei ou se já mudou alguma coisa — ri.

— Desde o Dia dos Namorados que a gente quase não se fala — conta Yasmin enquanto elas se aproximam do carro de Malu.

— Então é o que eu já sabia — responde a morena ajudando a amiga a acomodar as malas no bagageiro. 

— Vocês não sabem da mais nova.

— O que foi? — pergunta Isabela.

— A gente se falou ontem — conta Yasmin — e ele disse que se eu tentasse entrar em contato com ele e não conseguisse é porque ele iria acampar com alguns amigos.

Malu não consegue disfarçar a risada e Isabela franze a testa.

— O que é que tem?

— Ele mal tem tempo para falar comigo, mas está sobrando tempo suficiente para ir acampar? Ah, Isabela, não tem como defender.

— Eu nem iria tentar — diz a namorada de Felipe. 

As três entram no carro e Malu diz ao ligar o motor:

— Vamos aproveitar o aniversário do Thiago e nos acabar nos milhos.

Yasmin sorri.

— É tudo o que eu mais quero.

— Você trouxe a encomenda da Graziele, né? — certifica-se Isabela.

— Com certeza — responde a loirinha. — Uma das malas é só para ele. Deu um baita trabalho, mas eu sei que a Graziele vai amar.

— Ai, assim eu vou querer um para mim também.

— Quem sabe ano que vem? — ri Yasmin enquanto elas deixam o aeroporto. 

Horas depois, o trio chega ao sítio alugado por Thiago na companhia de Felipe e Samuel. Eles descarregam seus pertences e adentram no casarão. 

— Não tem ninguém aqui? — pergunta Felipe caminhando pela sala.

— A Grazi disse que eles já chegaram — Isabela responde.

— Gente? — chama Malu indo em direção ao corredor. — Ah, olha vocês aí! — exclama quando Thiago e Graziele saem de uma das portas.

— Estávamos tirando um cochilo — fala o rapaz.

— Sei. — Eles retornam para a sala e encontram o restante do grupo.

— Samuel? — surpreende-se o aniversariante. — Nem sabia que você estava no Rio, cara.

— Não estava. Cheguei hoje de manhã especialmente para o seu aniversário — conta o acadêmico da PUC-RS.

— Olha que chique que eu estou.

— Chique estou eu — fala Graziele —, que tive a honra de ganhar o primeiro vestido de noiva desenhado por Yasmin Borges.

— O primeiro vestido de noiva caipira desenhado por mim — corrige a futura designer de moda sorrindo.

— Estou louca para ver o meu bebê.

— Está na mala, daqui a pouco a gente faz a prova e ajusta o que precisar.

— Ótimo! — exclama Graziele com entusiasmo. Embora também sorria, os olhos de Yasmin não transparecem a mesma felicidade.

Quando fica sozinha no quarto que dividirá com Mel, a jovem disca o número do namorado. Para sua surpresa consegue completar a ligação, porém a chamada cai na caixa postal. Sentando na cama, desanimada, ela diz:

— Oi, Victor. Sou eu. A gente chegou agora há pouco aqui no sítio em que vai ser o aniversário do Thiago. Está todo mundo aqui, menos você, a Mari e o Vini. Vendo todo mundo reunido, a saudade que eu sinto de vocês parece que só aumentou. Eu queria que você tivesse me atendido para eu poder falar isso diretamente para você. Tchau. — Ela desliga e fica imóvel, pensativa, até Isabela escancarar a porta do quarto.

— Sabia que ia te encontrar aqui.

— É claro, eu vim guardar minhas coisas.

— E se esconder um pouco?

— Hã? — Yasmin estranha.

— Eu te conheço, Yas. Desde que você desembarcou que eu tenho percebido que você está meio murchinha e imagino o porquê.

Os olhos de Yasmin se enchem de lágrimas automaticamente.

— Eu não sei quando eu e o Victor nos perdemos assim.

— Não adianta agora tentar achar o começo disso tudo. Você tem que olhar para frente.

— Eu tenho medo do futuro. 

— Exato. Eu amo vocês dois, Yasmin, e amo vocês juntos, mas você precisa realmente pensar até que ponto esse relacionamento está te fazendo bem.

— Deve ser só uma fase — pondera Yasmin.

— Tomara. Mas você precisa se preparar para o caso de não ser.

Yasmin assente e enxuga as lágrimas. Ela respira fundo e seu rosto volta a se iluminar. De repente, pula da cama e diz para si mesma: 

— Chega de ficar para baixo por quem não está se importando comigo.

Por volta das 19h carros começam a fazer fila para entrar no sítio em Itaboraí. Já vestida e maquiada com trajes típicos, Mel invade o quarto em que as jovens se aprontam.

— Oi, mãe! — Isabela caminha até ela e a abraça. — A senhora está linda.

— Gostou? — Mel pergunta, passando as mãos pelas trancinhas em seu cabelo.

— Amei! A senhora chegou faz tempo?

— Não, acabei de chegar. Seu pai ainda está estacionando o carro.

— Vocês vieram juntos?

— E eu ia perder uma carona? — ri Mel. 

— Ele também está caracterizado? — questiona Graziele parada em frente a um espelho de corpo inteiro, rodeada por Yasmin e Malu.

— Está — Mel responde. — Como foi pedido por vocês. E você está linda, Grazi!

— Obra minha — ri Yasmin. De todas as meninas, ela é a única que ainda não está vestida com seus trajes. Seu cabelo está enrolado em cachos presos com grampos em seu coro cabeludo e apenas a base de sua maquiagem está feita. Ela caminha ao redor de Graziele fazendo os últimos ajustes no vestido que construiu especialmente para a amiga.

— Você está de parabéns, Yasmin — elogia Mel, observando o brilho discreto do vestido de noiva caipira. 

— Estudo para isso — ri a loirinha. 

— Mas você não vai terminar de se arrumar?

— Primeiro a minha cliente.

Mel sorri orgulhosa.

— Quem te viu, quem te vê, Yasmin. — A loirinha olha para ela e retribui o sorriso.

— Posso entrar? — Felipe dá batidinhas na porta.

— O que foi? — pergunta Isabela girando a maçaneta.

— Tem uma surpresa para vocês lá na sala.

— Que surpresa? — questiona Malu.

— Daqui a pouco a gente vai — diz Yasmin concentrada em seu serviço.

— Se eu fosse vocês iria agora ver o que é — fala o rapaz e Graziele questiona:

— Que surpresa é essa, Felipe?

— Surpresa é surpresa — ele diz saindo do quarto. Elas se olham com curiosidade.

Graziele se afasta de Yasmin, que quase espeta o próprio dedo com o alfinete. 

— Vamos lá ver o que é — chama a ruiva. As cinco saem do quarto e cruzam rapidamente o corredor para chegar na sala, onde já estão Felipe e Thiago.

— Não acredito! — Mel exclama.

Diante da porta principal, estão Vinícius e Marina.

— Vocês não acharam que a gente ia ficar de fora desse arraiá, né? — pergunta o rapaz.

— Meu Deus! — sorri Isabela dando um passo rumo a eles.

— Calma — pede Marina erguendo a mão. — Nós não viemos sozinhos. 

O casal abre espaço e Victor passa pela porta. 

— Chegou quem faltava. 

— P*ta que pariu! — solta Malu.

O olhar de Victor procura Yasmin pela sala e a encontra paralisada próxima ao corredor. Neste instante Graziele aproxima-se deles, perguntando:

— Como que vocês vieram parar aqui?

— Mais de dez horas de voo, mais algumas de estrada e aqui estamos — responde Vinícius abraçando a amiga.

Marina é acolhida por Isabela e Malu e Victor vai direto até Yasmin.

— Você não vai falar nada?

Yasmin analisa o rosto dele como se sua presença não fosse real.

— Não estou acreditando que você está aqui — sussurra.

— Eu quis preparar essa surpresa para você.

— Não tinha nada de acampamento, né?

— Precisava de uma desculpa para passar tanto tempo fora de área.

— Você me enganou direitinho. 

— Foi por uma boa causa. Esse foi o meu jeito de pedir desculpas por não estar aqui no Dia dos Namorados.

— Se você veio hoje, por que não veio para o Dia dos Namorados? — questiona Yasmin.

— Porque era uma segunda-feira, não tinha como eu deixar o país nem por um dia.

— Você vai ficar aqui por quanto tempo?

— Eu preciso embarcar amanhã de manhã para chegar e conseguir dormir pelo menos umas horinhas antes de ir para o serviço. 

— Então nós temos só essa madrugada?

— É melhor do que nada, você não acha? 

Yasmin dá de ombros.

— Eu já não sei mais o que eu acho.

— Você ainda acha que me ama? — A loirinha desvia o olhar. — Você acha, Yasmin? — ele insiste.

— Eu tenho certeza, infelizmente.

— Infelizmente?

— Seria mais fácil se eu não te amasse.

— Às vezes o fácil não vale a pena. 

— E o que vale a pena?

— Aproveitar o cara que vai passar um total de vinte e seis horas dentro de um avião só para estar com você por umas dez horas. — Ele sorri e dá um selinho nela. — Você está disposta a isso? — questiona sem afastar seu rosto do dela. 

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