Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 398: Marina e Victor viajam para Boston


Na sexta-feira, na hora do almoço, Yasmin caminha por seu quarto usando um roupão após sair do banho. A loirinha franze a testa ao ouvir a campainha tocar.
— Ué, será que o Iago esqueceu a chave? — se pergunta e sai do quarto. O estranhamento dá lugar ao espanto quando ela olha no olho mágico. — Lorenzo? — indaga abrindo a porta.
O garoto parece tão surpreso quanto ela e demora para responder.
— Oi.
— Oi, quanto tempo! — Yasmin dá um abraço nele, que retribui de maneira desajeitada. — Não sabia que você viria nos visitar.
— O Iago não te contou?
— Não que eu me lembre — ri a loirinha arrumando seu roupão. — Vem, entra. — Ela abre espaço para ele e Lorenzo adentra no apartamento com sua mala de mão. — O Iago não está em casa.
— Não? — Lorenzo questiona. — Ele disse para mim que chegava meio dia.
Yasmin olha no relógio, que marca uma hora e quinze minutos, e dá de ombros.
— Pois é, mas até agora nada. Ele deve ter ficado na faculdade para fazer alguma atividade, esses dias ele fez isso.
— Ah. — O garoto enxuga as mãos disfarçadamente na calça, nervoso por estar sozinho com Yasmin no apartamento dela.
— Senta. — Ela indica o sofá. Quando os dois estão acomodados lá, a loirinha pergunta: — E então, como anda a vida?
— Legal — Lorenzo responde mirando a mesinha de centro. Yasmin continua olhando para ele aguardando uma continuação, que não acontece.
— E a faculdade? — indaga na tentativa de puxar assunto.
— Está legal também. Só que é bem diferente do colégio, né?
— Demais. Onde você está estudando mesmo?
— Na UFRJ.
— Ah sim, é no mesmo campus que o Felipe?
— Sim, a gente já se viu algumas vezes lá. Nossos blocos não ficam tão distante.
— Ah, que bacana.
Os dois ficam em silêncio e Yasmin começa a tamborilar no sofá.
— E a sua faculdade, como é? — pergunta Lorenzo sem estabelecer contato visual.
— Ai é uma loucura — conta a garota. — É um ritmo completamente diferente. Ainda mais com essa mudança de casa, cidade e tudo o mais.
— Está sendo muito difícil se adaptar?
— Bastante. O que eu mais sinto falta são dos meus pais e dos meus amigos, sabe? É muito difícil ficar sem eles. Isso que eu e o Iago temos nos dado bem, mas ainda assim não é a minha família.
— Eu entendo. — Lorenzo continua ouvindo pacientemente Yasmin contar sobre sua rotina.


Em Paris já está anoitecendo e Vinícius descansa largado no sofá de seu apartamento. Chay prepara chá na cozinha ouvindo uma música nova de Micael.
— Até que está boa a nova música dele — fala sentando ao lado do filho minutos depois com uma xícara de chá.
— Dá para o gasto, né? — brinca Vinícius abrindo os olhos.
— É, dá para pagar a mensalidade da faculdade da Yasmin — ri Chay. Ele observa o filho pegar o celular e abrir o Whatsapp.
— Eu estou conversando com a Isabela — fala o jovem digitando. — Sabe o que ela me contou?
— O quê?
— A mãe e o Reinaldo terminaram.
— Como? — surpreende-se Chay.
— É, eles terminaram esses dias.
— Por que a sua mãe terminou com ele?
— Como o senhor tem certeza que foi ela quem terminou? — questiona Vinícius.
— Que homem terminaria com a Mel?
— O senhor não terminou? — ri Vinícius.
— Não! Foi um término simultâneo, nós dois terminamos. Enfim, você sabe como foi, né filho?
— Eu sei, estou só brincando com você. Mas então, foi a minha mãe que terminou mesmo.
— E você sabe o porquê?
— Parece que ela estava vendo ele mais como amigo, sei lá, a Isa não soube explicar direito. Nem ela sabe.
— Entendi.
Vinícius dá uma batidinha no joelho do pai.
— Já pode investir de novo, viu?
Chay começa a gargalhar.
— Ah, claro, farei isso assim que pisar no Brasil de novo — responde em tom de ironia.
— O senhor vai mesmo amanhã?
— Tenho que ir, filho.
— Será que eu vou dar conta de ficar aqui sozinho?
— Claro que vai, rapaz — incentiva Chay.
— Sei lá, estava incrível com o senhor e a Marina aqui, mas sozinho não sei se as coisas vão continuar tão boas.
— Vinícius. — O cantor se mexe no sofá de modo a ficar totalmente de frente para o filho. — Você está aqui para quê?
— Como assim?
— Qual é o seu propósito de estar em Paris?
— Estudar gastronomia — responde o jovem com obviedade.
— Exatamente. Você está aqui para estudar gastronomia, pensa somente nisso. Quando a saudade bater, quando você se sentir sozinho, foca nos seus estudos. Isso vai ajudar você a parar de pensar besteira e ainda vai te ajudar nos estudos.
— Vou tentar fazer isso.
— Além do que você vai fazer amigos na Ferrandi também, você não vai estar totalmente sozinho.
— Sim. Não sei se eu contei para vocês, mas tem um argentino na minha turma, sabia?
— Ah é?
— Sim, a gente conversou em um portunhol louco — ri Vinícius. — Ele é um pouco mais velho do que eu e está aqui sozinho só para estudar também.
— Pois é, tenta se aproximar mais dele. Um faz companhia para o outro.
— É. Ainda assim eu vou sentir muita falta de vocês.
— Eu também vou sentir muita falta sua, meu filho — diz Chay antes de abraçar Vinícius.


Yasmin ainda está falando sobre as mudanças de sua vida para Lorenzo quando Iago abre a porta do apartamento deles.
— Iago! — exclama a loirinha sorrindo.
— Oi, gente. — Iago larga a mochila ao lado da porta e caminha até o sofá. Yasmin lança um olhar torto na direção da mochila dele, mas volta a sorrir quando observa Iago e Lorenzo se abraçarem. — Que bom que você veio me visitar!
— Promessa é dívida — sorri Lorenzo.
Yasmin levanta e arruma seu robe.
— Vou me vestir e deixar vocês sozinhos. — Ela olha novamente para a mochila de Iago e diz: — Guarda as suas coisas no lugar depois, tá?
— Pode deixar — responde o garoto. A jovem sorri e sai caminhando para o corredor.
— Ela é substituta da sua mãe? — brinca Lorenzo.
— Nem me fale, às vezes eu acho que ela vai me deixar louco com essas manias de organização que ela tem. O mais bizarro é que ela só sabe me mandar arrumar as coisas, arrumar por ela mesma que é bom… — ele deixa a frase no ar e dá de ombros.
— Bizarro para mim é você estar morando com ela mesmo.
— Morra de inveja — ri Iago sentando no sofá. — Eu moro sozinho com a sua crush.
— Para com isso — pede Lorenzo olhando para o corredor. — Vai que ela ouve.
— Ela não vai ouvir, relaxa — responde Iago. — Mas que bom que você está aqui, cara.
— Dá próxima vez quem viaja é você.
— Pode deixar. Eu quero muito ver a Aline também.
— A gente está se vendo direto, os nossos blocos ficam pertos. Morra de inveja — Lorenzo imita o tom de voz do amigo e eles riem.


Após almoçar no restaurante universitário com alguns novos colegas, Malu deita em um banco dentro de seu bloco e pega seu celular em sua mochila.
— Oi, ridículo! — sorri ao ver o rosto de Samuel.
— Oi, amor da minha vida.
Malu gargalha.
— Ué, está louco?
Samuel passa a mão no cabelo, deitado no sofá de seu apartamento em Porto Alegre, suspira e responde:
— Estou carente.
— Você está bem? — indaga Malu observando o olhar entristecido do namorado.
— Estou com saudade de casa.
— E como estão as coisas aí?
— Bem.
— Não senti muita firmeza nesse bem.
— Ai é muito difícil morar sozinho. Não tem ninguém para conversar.
— Adota um bichinho — Malu sugere.
— Mas eu não tenho tempo para cuidar de um animal de estimação. Quero voltar para o Rio, Malu.
— Ei, não fala assim. Você está aí realizando o sonho de estar na PUC cursando o que você quer.
— Mas eu estou me sentindo tão sozinho.
— A gente conversar assim não ajuda?
— Ajuda.
— Então vamos conversar mais vezes por vídeo.
— Não vai te atrapalhar? Você não está na faculdade?
— Estou, mas estou em horário de almoço. Eu não gosto de te ver assim, Samuel — fala com seriedade.
— Não precisa se preocupar comigo.
— Claro que eu me preocupo. Olha, quando você estiver se sentindo para baixo, me liga. Não importa a hora, ok?
— Ok. O Jonas e a Jaqueline também falaram para eu procurar eles.
— Pois é, você pode estar longe, mas todos os seus amigos ainda se importam muito com você. Aproveita que a Jaqueline não está fazendo nada da vida mesmo e enche o saco dela.
Samuel ri.
— Você quer que eu fique conversando com ela?
— Se isso te fizer bem — Malu dá de ombros. — Confio no meu taco.
— Quando eu estava no Rio a conversa não era bem essa.
— É porque agora não tem como ela ficar se esfregando em você.
— Ela pode esfregar na câmera e eu posso imaginar a sensação.
— Nossa, cala a boca, Samuel!
O rapaz começa a rir.
— Estou me sentindo melhor agora.
— Para alguma coisa essa conversa inútil tinha que servir, né?
— Besta. Mas e você, como está?
Malu conta sobre suas primeira impressões da universidade e eles continuam conversando até o horário da aula dela.


Na manhã de sábado, Vinícius despede-se de Chay em seu apartamento em Paris.
— O senhor tem mesmo que ir? — pergunta após eles terem chorado por longos minutos abraçados.
— Infelizmente eu tenho. Só que sempre que puder eu venho te visitar, entendeu?
— Será que eu vou dar conta de ficar aqui sozinho? — ele volta a perguntar.
— Claro que vai, filho. Você se tornou um homem forte, corajoso, inteligente, eu tenho certeza que você vai se sair muito bem aqui em Paris.
Vinícius assente e enxuga as lágrimas.
— Vou sentir falta da sua companhia.
— Eu também sentirei muita falta sua, mas mesmo à distância nós vamos continuar fazendo um som, entendeu?
— Sim — sorri o jovem. — Boa viagem, pai!
— Obrigado, meu amor. — Eles se abraçam mais uma vez e Chay pega sua mala. — Assim que eu chegar no Brasil te mando uma mensagem.
— Ok. Boa sorte com o fuso horário.
— Obrigado, vou precisar — ri Chay. Pai e filho dão mais um abraço e saem do apartamento. — Eu já estava até me acostumando com esse lugarzinho — comenta e olha para o café que fica no térreo do prédio.
— Quando eu me sentir sozinho vou descer para cá.
— Está certo. — O táxi que Chay pediu vira a esquina e para na frente deles. Os dois se olham e enquanto o motorista guarda a sua mala, o cantor abraça o filho pela última vez. — Fica bem, meu filho. Qualquer coisa pode ligar para a gente, ok?
— Pode deixar. Tchau, pai!
— Tchau, meu amor. — Chay entra no táxi e Vinícius acena para ele. O jovem fica acompanhando o veículo se distanciar com o coração apertado e lágrimas nos olhos. Em seguida retorna para o seu apartamento, senta no sofá e esconde o rosto entre as mãos, chorando compulsivamente. Ele fica nesta posição por um bom tempo até que levanta, caminha até a minúscula sacada e fala olhando para a o horizonte de Paris:
— A partir de agora sou apenas eu e você.


A semana passa rapidamente e a primeira sexta-feira de abril surge ensolarada no Rio de Janeiro. A mansão da família Blanco-Aguiar fica agitada logo nas primeiras horas do dia. Marina arrasta suas malas pelo corredor até a escada e Victor liga para Yasmin, sentado em sua cama.
— Chegou o grande dia — sorri após cumprimentar a namorada.
— Que horas vocês embarcam? — pergunta a loirinha enquanto se arruma em São Paulo para ir para faculdade.
— Nove horas — responde o rapaz. — Estou ansioso.
— Controla a sua ansiedade aí, tem muitas horas de viagem pela frente ainda — ri Yasmin.
— É verdade.
— Vocês vão ficar em que lugar?
— Em um hotel perto do MIT mesmo.
— Acho que você já me contou, mas eu não lembro. Vão só vocês dois?
— Não, minha mãe vai com a gente. Ela também quer conhecer a cidade, ninguém nunca foi para Boston.
— Vocês já decidiram o lugar que vão morar?
— Não, amor, no primeiro ano a gente é obrigado a morar no campus, lembra?
— Ah, é verdade! — exclama Yasmin. — Mas e depois?
— Isso é uma coisa para a gente pensar mais para frente. Talvez a gente more na fraternidade que a gente entrar mesmo ou procure um canto para nós dois.
— Entendi. Olha lá a fraternidade que você vai escolher, hein? Eu vejo nos filmes e parece que é tudo uma p*taria vinte e quatro horas por dia.
— Mas é isso — responde Victor antes de cair na gargalhada. — Brincadeira. Tem esse lado, mas não é só isso, é claro. Pode ficar tranquila que eu vou escolher uma bem parecida comigo.
— É disso que eu tenho medo — ri Yasmin.
— Mas sabia que até os dormitórios que a gente escolhe dentro do campus já fala um pouco sobre a nossa personalidade?
— Sério?
— Sim, por isso que tem um Campus Preview Weekend, para a gente conhecer a instituição como um todo e também já ir pensando qual dormitório vamos escolher.
— Você e a Marina vão escolher o mesmo?
— Não sei, eu quero escolher de acordo com as minhas preferências e ela também, mas a mãe disse que nós temos que ficar juntos de qualquer maneira.
— Já prevejo vocês brigando por isso.
— Eu também — ri Victor. — Mas não vou me preocupar com isso agora. Vou focar em conhecer a cidade, o campus, as coisas.
— Está certo.
— E você, como está?
— Estou bem — responde Yasmin saindo de seu quarto já vestida com a roupa que vai para a faculdade. — Vou tomar café agora.
— O Lorenzo já foi embora?
Yasmin ri.
— Já, Victor.
— E ele ficou dormindo onde mesmo?
— Ué, onde ele iria dormir? No meu quarto, é óbvio. Grudadinho em mim — ela responde para provocá-lo.
— Idiota.
— Assim como essa sua pergunta, ora. Mudando de assunto, você vai passar a Páscoa lá nos Estados Unidos então, né?
— Sim, já é neste final de semana. Mas eu não ligo para isso.
— É, eu sei. Nem comer chocolate você vai?
— Aí já é outra história — ri Victor. — Como vai ser a Páscoa aí?
— Ah, eu e o Iago compramos uns ovos e vamos comer só nós dois mesmo.
— Se eu tivesse no Brasil ia passar uns dias aí com você de novo.
— Quando você voltar pode fazer isso — propõe a garota.
— Farei.
— E quando você volta? — Yasmin pergunta de imediato e os dois riem.
— Está com tanta saudade de mim assim?
— Estou — ela admite.
— Eu também. Quero te beijar.
— Quero fazer mais do que beijar — ela sussurra, pois Iago também está preparando seu café na cozinha.
— Olha a hora, Yasmin! — exclama Victor e eles riem. — Mas saiba que eu estou tão sedento quanto você.
— Nossa, está expandindo seu vocabulário, hein?
— Você viu? — sorri Victor. — Agora que eu já estou muito bom no português vou voltar a falar inglês.
— Pois é, que bosta. — Ela ouve a voz de Marina ao fundo e pergunta: — O que foi?
— A gente tem que ir para o aeroporto — Victor responde.
— Ah tá, a gente se fala mais tarde?
— Sim, quando eu desembarcar em Boston te mando mensagem.
— Ok.
— Tchau. Te amo.
— Eu também. Beijos! — Eles desligam e Yasmin vira para Iago. — Como você está aguentando ficar tanto tempo longe da Aline? — pergunta e o garoto ri.
— Não tem outro jeito, né?


Por volta de seis e meia da noite no horário local, Lua, Victor e Marina chegam ao hotel que ficarão hospedados durante o final de semana em Boston. Assim que deixa suas malas no closet, Marina se joga na cama e pega o celular no bolso de seu casaco.
— Cheguei! — exclama bem alto na gravação de áudio para Vinícius. — Nossa, Vini, está um friozinho tão gostoso aqui. Quantos graus está agora, Victor?
— Quarenta e oito — responde o loiro abrindo o frigobar do quarto.
— Em celsius, por favor.
— Nove — ele ri.
— Nove graus, amor. A gente saiu do Rio e lá estava uns vinte e oito. Mas estou tão feliz por estar aqui! A cidade é bem linda, pelo o que a gente viu do caminho do aeroporto até o hotel. Enfim, essa hora você deve estar dormindo. A gente se fala melhor amanhã. Aliás, eu sei que é só no domingo, mas como eu já estou no clima, feliz páscoa! — Ela envia o áudio e senta na cama.
— Que horas são lá em Paris? — pergunta Lua saindo do banheiro.
— Meia noite e meia.
— Caramba, vocês vão ter que lidar com uma baita diferença de horário, hein?
— Sim — responde Marina em tom de lamentação.
Lua olha para Victor e percebe que tocou em um ponto delicado.
— Mas isso é o de menos — completa na tentativa de contornar a situação.
— É — Marina concorda. — O que é uma diferença de horário perto da distância, né?
— Não fica assim, filha.
— Olha, estamos em Boston! — exclama Victor. — A algumas quadras daqui está o MIT. Nós vamos estudar lá nos próximos anos!
Marina dá um leve sorriso.
— Vamos — concorda.


Quando são três da manhã em Boston o relógio em Paris marca nove horas e Vinícius desperta em seu apartamento. Ele coça os olhos e passa a mão nos cachos que estão amassados ao redor de seu rosto após a noite de sono. Ainda na cama, estica o braço e alcança o celular na mesinha de cabeceira. A primeira conversa que abre é a com Marina e escuta o áudio dela.
— Estava realmente dormindo — responde em áudio também. — Aqui a Páscoa não é comemorada no domingo, mas na segunda. Então eu não vou ter aula — ele sorri. — A gente combinou de fazer um piquenique em um parque aqui perto para comemorar e depois vamos cozinhar um cordeiro aqui em casa. Quando eu falo a gente me refiro a uns colegas estrangeiros lá do curso — explica. — Estou tão feliz por você, amor. Quero saber todos os detalhes desse final de semana, vai me contando. Espero que dê tudo certo. Agora é você que deve estar dormindo, né? — ele ri. — Bons sonhos. — O rapaz deixa o celular no quarto e vai para o banheiro tomar banho.
Um pouco depois das duas horas da tarde recebe a resposta de Marina, que conta que acabou de acordar e está se aprontando para o primeiro dia do final de semana de apresentação do campus. Ele digita uma mensagem de boa sorte para ela e sai para comprar frutas na mercearia que tem na rua de seu prédio.


Após tomarem café da manhã, Marina e Victor entram no carro alugado por Lua e vão com ela até o campus do MIT. No caminho vão observando a cidade de Boston.
— Tem uma vibe diferente de New York, vocês não acham? — comenta Lua entrando em um ponte que liga Boston a Cambridge.
— Acho. Estou amando — ri Marina olhando o Rio Charles através de seus óculos escuros arredondados.
— Ainda não acredito que nós estamos de volta — comenta Victor do banco de trás. — Acho que a gente já pode começar a falar em inglês, né? — ri.
— Não quero — responde sua irmã gêmea. — Vou sentir falta do português.
— Quem te viu, quem te vê, Marina — ri Lua.
— Como o jogo vira, né mãe?
— Demais, mas você vai poder exercitar seu português quando ligar para a gente lá no Brasil.
— E com o Vinícius — acrescenta Victor.
— Sim — concorda a garota.
— Ok, então de volta ao nosso idioma nativo — diz Victor em inglês.
— Você está com sotaque carioca, filho.
— Sério?
Lua gargalha.
— Estou brincando. Vocês não ficaram tempo suficiente lá para pegar sotaque.
— Ah tá, já ia ficar louco aqui. No Brasil com sotaque americano e na América com sotaque brasileiro?
— Aqui já está liberado falar América sem ser julgado, né? — brinca Marina e eles riem.


No Rio de Janeiro, Isabela conversa com sua colega Beatriz no intervalo entre as aulas.
— Sabe quem eu vi hoje quando cheguei? — indaga Beatriz.
— Quem? — pergunta Isabela enquanto olha algumas fotos em seu Instagram.
— O seu ex-namorado.
— Ai, credo.
Beatriz ri.
— Acho tão divertida essa relação de vocês.
— Só você — rebate a garota curtindo uma foto de Jaqueline nas Ilhas Maldivas. — Olha que lugar lindo — diz virando a tela do celular para Beatriz.
— Lindo mesmo. Quem é essa?
— Uma garota que estudava na mesma sala que eu no ensino médio. Não gosto muito dela não.
— Mas vocês se seguem no Instagram — observa Beatriz e Isabela dá de ombros.
— Por educação.
— E você curte a foto dela por educação também?
— A vista é bonita, o que eu posso fazer? — ri a morena.
— Sabe que vista é bonita também?
— Qual?
— A do seu ex-namorado — brinca Beatriz caindo na gargalhada em seguida.
— Ah pronto, está com crush nele? Já vou avisando que ele é babaca e namora.
— Capaz que eu vou me interessar por um garoto do tipo dele. Eu falo para te provocar mesmo. Vocês combinam, Isabela.
— Ai credo!
— Mas é verdade. Não é você que estava falando esses dias que queria fazer amizades com gente de outros cursos? Está aí uma opção.
— Deus me livre! Quero amizade com gente nova, gente que não me machucou nem que fica me irritando por prazer. O Jonas não se encaixa nessa categoria.
— Já prevejo ele seu amigo no futuro — ri Beatriz.
— Não mesmo. O Jonas nunca estará na minha lista de amigos — responde Isabela. — Ele não. Ele nunca.


Comentários

  1. Aaaaaah finalmente capítulo novo! Deu uma pequena do Vinícius chorando, Mari e Victor indo pro MIT!
    PS: Chay falou que ia investir no deboche, mas aposto uma bala, que eles vão se encontrar

    ResponderExcluir
  2. Aaaaaaaaaaaaaaah finalmente capítulo novo! Meu coração partiu com o Vini chorando por ficar finalmente sozinho em Paris! Victor e Marina no MIT!
    Eu preciso de ChaMel de bolvo

    ResponderExcluir
  3. Mulher não demora tanto pra postar nao🙆
    Ja tô vendo o encontro de ChaMel novamente 🙊 quero eles de volta ❤️

    ResponderExcluir
  4. Pensei q não iria postar mais. Mais mesmo assim adoreiiiiii. Vc escreve muito bem. Já estou animada pro próximo capitulo❤❤❤❤

    ResponderExcluir
  5. Curiosíssima para a saber como será a volta do Chay e da Mel. Que dó do Vinícius e do Samuel longe da família e dos amigos. Eu quero muito uma amizade sincera entre a Isabela e o Jonas. A última frase do imagine foi épica!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Veja mais

Mostrar mais

Postagens mais visitadas deste blog

Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - 1º Capítulo: Os rebeldes se reencontram

Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 85: Isabela reencontra Jonas no primeiro dia de aula