Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 397: Mel e Reinaldo terminam namoro


Em Paris, Marina desperta na manhã de um domingo nublado. Ela levanta da cama e vai para o banheiro do outro lado do corredor. A adolescente fica parada em frente ao espelho com o olhar distante. Lentamente seus olhos vão se enchendo de lágrimas e ela só volta ao presente quando uma delas escorre por sua bochecha. Com rapidez Marina abre a torneira e lava o rosto. Em seguida, escova os dentes e toma banho. Enrolada em uma toalha branca, sai do banheiro e retorna para o quarto.
— Bom dia — fala Vinícius sentado na cama.
— Bom dia — responde a garota pegando as peças de roupa que deixou sobre uma cadeira no dia anterior. Ela começa a se vestir e evita o olhar do namorado. Quando já está vestida com uma calça jeans de lavagem clara e uma segunda pele bege, ajoelha-se diante de sua mala e guarda alguns itens de maquiagem em sua necessáire enquanto ouve Vinícius sair do quarto e se trancar no banheiro.
Marina respira fundo e levanta, passando as mãos em sua calça jeans. Depois de calçar sapatilhas, caminha até a janela e fica observando a região. Como o prédio do apartamento de Vinícius fica na esquina de uma rua tranquila e uma avenida movimentada, Marina reconhece na diferença entre as vias a oscilação de seus sentimentos. Ela continua parada na janela quando Vinícius volta para o quarto e troca de roupa. O rapaz aproxima-se dela e desliza as mãos suavemente por sua cintura, chamando:
— Vamos tomar café?
Marina vira de frente para ele e apoia as mãos em seus ombros, olhando intensamente para o seu rosto. Vinícius dá um leve sorriso, admirando os olhos castanhos dela. A garota passa a ponta de seu nariz pelo rosto dele até suas bocas se encontrarem em um beijo lento. Vinícius aperta o corpo dela contra a janela e Marina segura em sua camisa com mais força. Os beijos vão ficando mais intensos e o rapaz escorrega as mãos para dentro da segunda pele que ela usa, deixando Marina arrepiada com o toque de suas mãos frias. Ela mordisca o pescoço e clavícula dele e apoia as mãos no cós de sua calça.
Entre o beijo, a garota vai guiando Vinícius até a cama, onde o joga contra os lençóis. O garoto sorri e passa a mão no cabelo, vendo Marina subir na cama e ficar sobre si com os joelhos apoiados ao lado de seu quadril. Com a boca, ela levanta a camisa dele até a altura de seus ombros. Vinícius retira a peça enquanto recebe beijos no abdômen. Ele deixa as mãos dentro da blusa dela novamente e aos poucos vai tirando a peça também.
O casal volta a se beijar e Vinícius segura com firmeza no quadril de Marina ao inverter as posições. A respiração da jovem fica mais irregular conforme a boca de Vinícius vai descendo por seu corpo em beijos lentos. O rapaz tira a calça jeans dela e ao jogar a peça no chão aproveita para pegar na mesinha de cabeceira um pacote de preservativo. Marina segura em seu braço e o traz para perto de si, beijando seu pescoço e arranhando suas costas.
Cada parte do corpo de Vinícius vibra de desejo pelo corpo de Marina. A jovem entrelaça suas pernas nas dele enquanto sua mão envolve os cachos de seu cabelo.
— Eu nunca vou deixar de te querer — sussurra entre suspiros. Vinícius responde com um beijo acalorado e segura em suas mãos.
— Você é a mulher da minha vida — declara contemplando os olhos de Marina. Os dois se encaram por longos segundos e se beijam com volúpia.
— Até que enfim os senhores resolveram dar o ar da graça — sorri Chay ao ver o filho e a nora chegarem na sala de mãos dadas minutos depois. — Pensei que teria que ir lá acordar vocês.
— Ainda bem que você não fez isso — fala Marina e olha para Vinícius, que ri.
— Estava querendo perder o voo, né? — comenta Chay.
— Até que não seria uma má ideia — diz a jovem indo até a cozinha.
— Aí os seus pais iam alocar você em qualquer outro de volta para o Brasil — Vinícius responde.
— Passou tão rápido essas duas semanas aqui — ela fala ao se sentar à mesa, observando o namorado lavar as mãos antes de começar a preparar o café da manhã.
— Passou mesmo — concorda Chay.
— Está convidada a voltar — fala Vinícius olhando para ela por sobre o ombro.
— Com certeza voltarei.
Os três tomam café e ao olhar no relógio, Chay exclama:
— Caramba, é melhor a gente se apressar. Leva um bom tempo até o aeroporto.
— Vou lá pegar minhas coisas — diz Marina levantando.
— Eu te ajudo — prontifica-se Vinícius. Os dois vão até o quarto dele e Vinícius pega a mala principal de Marina enquanto ela fica com a mala de mão.
— Passamos ótimos momentos aqui — diz a garota dando uma última olhada no quarto.
— Vou sentir falta de dormir com você do meu lado.
— Vê se não arruma uma substituta para ocupar o meu lugar, ok?
— Ah claro, essa vai ser a primeira coisa que eu vou fazer depois de te deixar no aeroporto — ironiza Vinícius e eles sorriem.
O casal retorna para a sala e se encontra com Chay novamente.
— O táxi já está lá embaixo nos esperando — informa o cantor.
— Então vamos — diz Marina. Os três saem e Vinícius tranca a porta de seu apartamento. Ele e Marina vão todo o trajeto até o aeroporto de mãos dadas e em silêncio, cada um refletindo sobre o que a partida dela representa para o relacionamento dos dois.
Ao chegarem, Chay os deixa sozinhos e eles ficam conversando até o voo de Marina ser anunciado pela última vez.
— Agora não tem mais como evitar — fala a jovem ficando de pé.
— Boa viagem, meu amor. — Eles se abraçam com força e Marina encaixa seu rosto no pescoço do namorado.
— Acredito que eu não vou conseguir te visitar antes de me mudar para Massachusetts.
— Então da próxima vez você vem direto dos Estados Unidos?
— Sim.
Vinícius assente e pega nas mãos dela.
— Vou sentir sua falta de verdade.
— Eu também vou. Mas a gente vai conseguir passar por isso.
— Vamos.
— Vinícius, eu sei que a nossa rotina vai ser corrida, mas a gente não pode deixar o nosso namoro de lado — fala Marina com seriedade.
— Jamais vou deixar o nosso namoro de lado.
— Ok. — Ela dá mais um abraço nele e beija seus lábios. — Eu te amo muito e nada vai mudar isso.
— Eu também te amo. Meu coração sempre será seu. — Eles se beijam novamente e Marina enxuga com os dedos as lágrimas de Vinícius.
— Posso me despedir também?
Os dois se viram e sorriem para Chay.
— Tchau, sogrinho!
— Tchau, minha querida — fala o cantor dando um abraço nela. — Eu te tenho como uma filha, Marina, e te desejo tudo de mais maravilhoso. A gente ainda vai se ver no Brasil, né?
— Acredito que sim — ela sorri.
— Então até logo.
— Até logo!
Chay dá um beijo no topo da cabeça dela e Marina volta a olhar para Vinícius. O rapaz abre os braços e ela o abraça mais uma vez.
— Tchau, meu amor — fala dando um selinho nele.
— Tchau. Boa viagem!
Eles se beijam e Marina caminha para a área de embarque. Vinícius começa a chorar compulsivamente e é amparado por seu pai.
— Ei, calma — fala Chay abraçando ele. — Isso não é o fim. Não mesmo.


A semana começa bastante tumultuada para Luíza. Na segunda-feira, ela conversa com o esposo durante o café da manhã sobre seus últimos dias de atendimento em sua clínica.
— Na gravidez do Nícolas eu trabalhei até os últimos meses, lembra?
— Claro que lembro, ficava preocupadíssimo de você ir trabalhar com aquele barrigão — sorri Daniel.
— Pois é, mas dessa vez não vai ter como trabalhar até o final, não. Meu corpo não é mais o mesmo da gravidez do Nícolas, né?
— Continua tão lindo quanto naquela época.
— Obrigada — sorri Luíza. — Só que eu quero descansar, estou muito inchada, minhas pernas estão pesando muito.
— Vou passar a trabalhar mais aqui no escritório de casa também — fala Daniel — pra ficar mais do seu lado.
— Que bom, fico mais feliz quando você está por perto.
— Olha quem fala, a luz da minha vida — ri o arquiteto inclinando-se para beijá-la.


Em seu apartamento em Belo Horizonte, Graziele acorda para dar início a sua quarta semana na Universidade Federal de Minas Gerais. Após o banho, começa a procurar uma roupa para usar ao longo do dia. Um sorriso surge em seu rosto ao encontrar uma camisa que originalmente não pertencia ao seu guarda-roupa. Ela escolhe essa camisa para vestir junto com uma calça jeans e tênis. No caminho para a faculdade, faz uma ligação para o Rio de Janeiro.
— Que surpresa ver sua foto no identificador de chamadas — fala Thiago ao atender.
— Para, nem faz tanto tempo assim que eu não te ligo — responde a ruiva.
— Você só me ligou uma vez desde que se mudou para Minas.
— E você não me ligou nenhuma.
— Ah, é uma competição? — ri o rapaz.
— Se eu falar que é, você vai passar a me ligar?
— Talvez.
— Então é competição — Graziele sorri. Thiago gargalha e pergunta:
— E aí, como você está?
— Cansada — ri a ruiva. — Sério, está difícil eu me adaptar a rotina aqui, mas aos poucos eu estou indo. Eu te liguei, porque encontrei uma camisa sua quando fui me vestir hoje.
— Ah é? Qual?
— Uma preta, lisa.
— Nem lembro de ter perdido.
— É porque estava há muito tempo comigo — ri Graziele. — Mas se eu disser que ainda tem seu cheiro, você acredita?
— Não — gargalha o rapaz. — Depois de tanto tempo?
— Pois é, ou pode ser psicológico também, usar sua roupa me fez lembrar do seu cheiro.
— E isso é bom ou ruim?
— É bom ter um cheirinho de alguém tão familiar pertinho de mim.
— Você tem se sentido muito sozinha aí?
— Um pouco. Eu e o Danilo acabamos nos aproximando bastante — conta a ruiva — e eu estou fazendo novas amizades aqui também, mas às vezes bate uma carência sim.
— Vem nos visitar então.
— É o que eu mais quero, mas está tão corrido tudo por aqui. Por que você não dá uma passada aqui para me ver?
— Eu não posso, estou fazendo cursinho.
— Sério?
— Claro, eu quero passar na faculdade esse ano, né?
— Tenho certeza que você vai conseguir.
— Sem pressão.
— Foi mal. — Eles sorriem.
— Eu tenho que desligar, Grazi. Acabei de chegar no cursinho.
— Tá bom. Bons estudos.
— Para você também. Pode deixar que da próxima vez quem vai te ligar sou eu.
Graziele ri.
— Vou ficar esperando então. Tchau!
— Tchau. — Eles desligam e Graziele passa o caminho inteiro até a faculdade lembrando de momentos divertidos que passou ao lado do amigo e ex-namorado.


Evaldo para em frente ao prédio do campus da UFRJ que Isabela estuda. A garota chega a abrir a porta do veículo, mas ao ver que Jonas está caminhando em direção à entrada do prédio, bate a porta e cruza os braços.
— Não vai descer? — estranha o motorista.
— Deixa o Jonas passar, não quero encontrar com ele.
Evaldo olha para a frente e visualiza o rapaz caminhando tranquilamente. Ele sorri e balança a cabeça.
— Você vai ficar evitando esse menino durante os quatro anos de curso?
— A ideia é essa. — Isabela observa Jonas passar pelo veículo e se assusta quando ele dá meia volta e abre com rapidez a porta do carro. — Você está maluco? — questiona.
Jonas inclina-se para ver o rosto dela e estica o braço, oferecendo sua mão.
— Vem?
Isabela bate no braço dele e olha para Evaldo.
— Tchau.
Segurando uma risada, o motorista responde:
— Até mais tarde.
Isabela salta do carro, parando ao lado de Jonas na calçada.
— Por que você fez isso?
— Eu vi que o carro era o do seu motorista e imaginei que você estava aí dentro me evitando.
— E por que não respeitou a minha decisão de te evitar?
— Porque eu quero conversar com você.
— Mas eu não quero conversar com você — rebate Isabela. Ela bate a porta do veículo e sai caminhando pela calçada com sua mochila nas costas.
— Ei, eu te ofereci minha mão — diz Jonas correndo para alcançá-la.
— Problema é seu, eu não te pedi nada.
— Você anda muito mal educada ultimamente, hein?
— Eu sou educada com quem merece.
— E eu não mereço?
— Jonas — Isabela para diante da escadaria do prédio. — Para de encher meu saco. Eu não quero ser sua amiga, eu quero distância de você. É difícil entender isso?
— Sim — ele responde com simplicidade e Isabela revira os olhos.
— Bom dia, gente linda. — Os dois olham para o lado e veem Pedro se juntar a eles.
— Ah não, isso já é demais para mim — diz Isabela antes de correr para o interior do prédio.
— Irritando a menina logo cedo? — pergunta Pedro rindo.
— Nunca é cedo demais para provocar a Isabela — se diverte Jonas. Os dois gargalham e sobem as escadas juntos.


Durante a tarde, Mel participa de uma reunião com a equipe de assessoria de imprensa da MelPhia. Quando o encontro termina, todos começam a sair da sala de reunião.
— Anelise — chama a empresária. — Espera um pouco.
Anelise olha para os seus colegas e assente.
— Ok. — Ela fica pensando se fez algo que justifique o fato de Mel querer conversar a sós com ela. — O que foi? — pergunta quando somente elas ficam na sala.
— O Reinaldo volta amanhã de viagem — conta Mel e Anelise fica olhando fixamente para ela.
— É isso?
— Isso o quê?
— É isso que você quer conversar comigo?
— É. Por quê?
— Nossa senhora! — exclama Anelise suspirando de alívio. — Eu pensei que você quisesse me dar um puxão de orelha.
— Não — ri Mel. — Por quê? Você fez alguma coisa que tenha que te dar um puxão de orelha?
— Claro que não, sou uma ótima profissional — Anelise pisca para ela. — Mas enfim, será que a gente não pode ir para outro lugar? Não consigo ter uma conversa Anelise e Mel aqui, parece que eu estou tendo uma conversa com a dona da empresa que eu trabalho.
Mel sorri e levanta.
— Ok, vamos para a minha sala. Pode ser?
— É menor pior. — As duas sorriem. — Então, o Reinaldo volta amanhã de viagem? — pergunta Anelise quando entra na sala de Mel.
— Sim. Estou pensando em marcar um jantar com ele para a gente conversar.
— Então você está convicta do que quer?
— Eu estou convicta do que eu não quero — responde Mel. — É melhor conversar com ele logo.
— Se é o que você acha que é o melhor para você, vai em frente — incentiva Anelise.


Já são oito horas da noite em Paris quando Vinícius sai do banho e se junta a Chay na sala.
— Hoje o dia foi puxado, hein? — comenta o cantor.
— Demais — concorda Vinícius deitando a cabeça no encosto no sofá. — Estou destruído.
— O que foi isso? — pergunta Chay apontando para o braço de Vinícius, que está com uma parte enfaixada.
— Eu queimei na cozinha durante uma das aulas.
— Nossa, filho!
— Não foi nada demais. Não precisa se preocupar.
— Tem certeza?
— Tenho — garante Vinícius. — Eu me distraí e são nos momentos de distração que os acidentes acontecem.
— Está com a cabeça longe?
— No Brasil. Eu estava pensando na Marina.
— Já está sentindo falta dela? Ela embarcou ontem.
— Eu sei, mas essas duas semanas morando junto foram tão boas. E agora a gente foi da convivência intensa para nenhuma convivência.
— É, mas é o jeito, né? E agora você está passando tanto tempo na Ferrandi que uma hora ou outra essa convivência ia se desgastar se ela continuasse aqui.
— O senhor acha?
— Eu tenho certeza, foi o que aconteceu com o meu casamento com a sua mãe.
Vinícius pensa por um tempo até que dá de ombros.
— Sei lá. Só estou sentindo falta da Mari mesmo. Só que eu vou ter que aprender a lidar com isso.
— Eu tenho certeza que você vai dar conta.


No Rio de Janeiro, Marina também conversa sobre Vinícius. A morena e Victor estão deitados à beira da piscina tomando Sol e ela conta a respeito dos dias que passou em Paris com o namorado.
— Foi muito bom. Sério, foi muito bom passar todos aqueles dias levando tipo uma vida de casada com o Vinícius.
— Posso imaginar, pensei que você fosse ficar por lá mesmo — brinca Victor.
— E largar minha vaguinha no MIT? Jamais.
— Como é o lugar que o Vinícius está morando?
— É uma gracinha, é bem a cara dele. Fica em cima de um café, então muitas vezes a gente desceu para comer lá. Só que a Ferrandi é muito puxada também, então já na segunda semana ele passava mais tempo na escola do que em casa. Por isso a gente não estava mais saindo.
— Nossa.
— Sim. Foi um pouco decepcionante isso, mas já era de se esperar que acontecesse. Eu só espero que ele não se esqueça de mim nessa rotina insana.
— Tenho certeza que ele não vai esquecer — responde Victor dando um leve sorriso.


Na manhã de terça-feira, Isabela está chegando no campus Praia Vermelha para mais um dia de aula. Ela caminha por um dos corredores até a área do prédio em que fica a Escola de Comunicação e se assusta ao sentir uma mão segurar em seu pulso.
— Você de novo não! — exclama encarando Jonas. O rapaz está mais sorridente do que qualquer outro dia.
— Bom dia, Isabela! Preciso falar com você.
— Mas eu não quero falar com você. — Isabela empurra a mão dele de seu braço e tenta continuar andando, porém Jonas se coloca em seu caminho.
— É sério, você vai querer saber o que eu tenho para te contar.
— Não, eu não vou. Sai da frente.
Jonas coloca as mãos nos ombros de Isabela, imobilizando-a.
— Isa, minha mãe está oficialmente curada do câncer.
Isabela franze a testa.
— O quê?
— Minha mãe está curada! — conta Jonas risonho. Isabela abre um sorriso tão grande quanto o dele.
— Meu Deus, que notícia maravilhosa! — Ela não se dá conta do que faz na sequência, mas quando percebe já está com os braços ao redor dos ombros de Jonas em um abraço apertado. O rapaz retribui o afeto e eles ficam assim até Isabela empurrá-lo. Ela o encara com confusão e sai andando rapidamente. Jonas ficam sem entender a reação de Isabela, mas feliz por ter dividido essa novidade com ela.


Mel está dirigindo seu carro até a sede da MelPhia quando recebe uma ligação de Reinaldo. Ela atende e eles começam a conversa através do alto-falante do veículo.
— Oi, linda — diz Reinaldo.
— Oi! Como você está?
— Bem, volto hoje para o Rio de Janeiro.
— Eu estava lembrando disso ontem. Será que a gente pode jantar?
— Claro, qual restaurante você prefere?
Mel aperta o volante com as mãos na tentativa de controlar o nervosismo.
— Eu estava pensando no seu apartamento mesmo, o que você acha?
— Acho ótimo.
— Ok, é melhor um lugar mais reservado. Eu preciso conversar com você.
— Sobre o quê?
A empresária passa a mão no cabelo.
— É melhor pessoalmente. A gente se vê às oito?
— Pode ser. Até mais tarde! Beijo.
— Beijo, até mais tarde. — Eles desligam e Mel respira fundo.


Depois do almoço Marina vai acompanhar um ensaio da banda Som de Garagem.
— O Ben atrasado como sempre, né? — comenta Fred com os colegas de banda. Ele senta ao lado de Marina em um sofá velho e dá um tapinha no joelho dela. — E aí, como estão os preparativos para a viagem?
— Estão todos prontos já. A gente viaja daqui a dez dias.
— Mas já? — espanta-se Fred. — Suas aulas não começam só em agosto?
— Sim, mas no começo de abril tem o Campus Preview Weekend.
— O que é isso?
— É um final de semana de apresentação do campus. Tem um monte de eventos para a gente ir conhecendo os laboratórios, os dormitórios e vendo onde a gente se encaixa melhor.
— Nossa, que bacana.
— Sim, estou bastante animada.
— E você já vai ficar direto lá até começarem as aulas?
— Não! Eu vou para o CPW, mas depois volto. Aí só viajo mais perto do início do semestre.
— Entendi, então não será uma despedida hoje.
Marina ri.
— Ainda não. Teremos mais uns meses até nos despedirmos.
— Então vamos ter que nos ver bastante para compensar os anos que você vai ficar fora.
— Mas a gente vai se ver durante a minha faculdade também — ela responde. — Afinal de contas, você vai me visitar, não vai?
— É mais fácil a gente se ver quando você vir visitar o Brasil, isso sim — ri Fred.
— De qualquer forma nós não vamos nos afastar. Vou ficar acompanhando sempre vocês pelas redes sociais.
— Assim espero — torce Fred e eles riem.


Por volta das nove horas da noite, Mel e Reinaldo sentam no sofá da sala de estar do apartamento dele.
— O jantar estava maravilhoso — ela elogia segurando uma taça de vinho.
— Obrigado, fazia tempo que eu não cozinhava.
— Continua levando o maior jeito.
— Que bom — ele sorri. — E então, o que você tem para conversar comigo?
Mel engole em seco e deixa sua taça sobre a mesinha de centro.
— Sinceramente, não sei nem por onde começar.
— É alguma coisa séria? — preocupa-se Reinaldo.
— Um pouco. — Ela se remexe inquieta no sofá. — Eu ensaiei várias formas de te falar, mas não achei nenhuma boa.
— Você está me assustando — diz o empresário dando um sorriso nervoso. — O que foi?
— Faz um tempo que eu venho pensando sobre o nosso relacionamento — fala Mel. — Pensando sobre tudo, sabe? E eu fui percebendo o quanto eu gosto de você, o quanto a sua companhia me faz bem. Só que com todas essas viagens, a gente tem ficado cada vez mais longe. — Reinaldo continua olha com bastante atenção para ela. — Mas a gente sempre está se falando por telefone, por mensagens e eu fui reparando que isso era o suficiente para mim, sabe? Assim, o que eu estou querendo dizer é que… Ai, eu não sei fazer isso. — Mel passa a mão pelo rosto e mira Reinaldo, que diz:
— Eu estou entendendo o que você está falando, mas ainda não percebi aonde você quer chegar.
— O que eu quero dizer é que a nossa amizade e cumplicidade é muito forte e que isso me preenche, entende? Ai, eu vou ser direta. Eu estou te vendo mais como um amigo do que um namorado. É isso.
Reinaldo fica observando Mel em silêncio, absorvendo as palavras dela lentamente. Ele assente e diz:
— Ok, a gente pode tentar resolver isso.
— É aí que está, eu não vejo isso como um problema a ser resolvido. É apenas um fato. Eu não quero mudar isso.
— Mas então você… — Ele franze a testa. — Se você está me vendo mais como um amigo do que qualquer coisa… Não faz sentido a gente namorar se você não me vê como um namorado, Mel. — Ele fica aguardando a resposta dela, porém como isso não vem, questiona: — Você quer terminar, é isso?
— Eu não sei como fazer isso — diz Mel nervosa. — Fiquei casada por muitos anos e quando o meu casamento chegou ao fim estava bem claro isso para a gente. Desculpa, mas eu não vejo mais sentido na nossa relação continuar da forma que está. Eu prefiro ser só sua amiga.
— Você já me vê somente como um amigo — constata Reinaldo. Ele balança a cabeça, buscando clarear seus pensamentos. — Nossa, por essa eu não esperava. Eu gosto muito de você, Mel, de verdade. E continuo tão atraído como na primeira vez que a gente ficou. Mas tudo bem, vou respeitar sua decisão. É isso mesmo que você quer?
Mel confirma com a cabeça.
— É — sussurra.
— Ok. Seremos só amigos a partir de agora. Eu só te peço um tempo para digerir tudo isso, porque para mim não vai ser tão fácil assim te ter só como amiga.
— Claro, te dou o tempo que for preciso. Eu sempre vou estar aqui para você, não importa o que aconteça. Eu só acho que como casal a gente não funciona mais.
— Ok.
Mel olha para as próprias mãos e o silêncio do apartamento se torna tão significativo que ela fica incomodada.
— É melhor eu ir embora — diz ficando de pé.
— Também acho — concorda Reinaldo. — Eu preciso pensar um pouco em tudo isso.
Mel pega sua bolsa e caminha até a porta com o empresário.
— Desculpa por qualquer sentimento negativo que você esteja sentindo agora, eu nunca quis causar nada disso — fala parando diante dele.
— Você não precisa se desculpar por nada. Eu fui muito feliz durante esse tempo que a gente ficou junto.
— Eu também. Você me faz muito feliz.
— Mas como amigo — acrescenta Reinaldo em tom de pesar.
Mel o abraça com força e sussurra em seu ouvido.
— Obrigada por tudo. Tchau!
— Tchau — Reinaldo responde baixinho. Ela caminha até o elevador e ele fecha a porta do apartamento.
Assim que entra em seu carro, Mel joga a bolsa no banco do passageiro, deita a cabeça no volante e começa a chorar.


Comentários

  1. eu to tão emocionada que não sei o que comentar! to com pena de marinicius, não queria ver meus bichos separados! agora vamos ao que importa : eu to impactada meu sonho de princesa se realizou , pq o Reinaldo foi tão compreensivo ? Por 3 segundos, eu pensei que ele ia chorar kkkkk! tadinha da Mel só se envolve com os boys ocupados.

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  2. " por essa eu não esperava " você não, mas todos nós sim!
    Status: Esperando Chay voltar de Paris apenas

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  3. É errado Eu rir da misera dos outros? Kkkkkkkkk
    Obrigada meu Deus 😍
    Agora siim Mel e Chay pode reatar o casamento novamente ❤️ e quem sabe com uma possipos chegada de um baby kkkkkkkkk até que não seria uma má ideia hein ok😍

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  4. Eu sempre espero que os ex casais tenham uma amizade sincera, tomara que aconteça com a Isabela e o Jonas e a Mel e o Reinaldo. Curiosíssima para essa volta de Chamel, será que eles vão casar de novo? Hahah

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  5. Vai sair hoje o imagine?

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