Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 395: Vinícius conhece seu apartamento em Paris

Por volta das dez horas no Rio de Janeiro o avião que Vinícius, Marina e Chay estão desembarca no aeroporto de Paris, Charles de Gaulle. Eles pegam suas bagagens, passam pela imigração e saem do aeroporto em um táxi. Depois de vários minutos eles adentram no perímetro da capital francesa.

— Caramba, estamos em Paris — comenta Vinícius olhando pela janela do carro. Seus olhos brilham de admiração e ele tenta absorver o máximo de informações que consegue.

— Estamos mesmo — concorda Marina tão encantada quanto ele.

Após mais de quarenta minutos no táxi, eles descem em frente ao prédio que Vinícius morará, que fica em cima de um café, em uma esquina.

— Chegamos! — fala Chay com animação. Vinícius é o último a descer do carro e olha com curiosidade para a rua, que é pequena e bastante estreita com diversos prédios típicos parisienses. Ele puxa o zíper de seu casaco até o pescoço e coloca as mãos nos bolsos, incomodado com as baixas temperaturas.

— Saímos do calor do Rio para o frio de Paris — diz seu pai colocando a última mala na calçada.

— Aqui o inverno é inverno mesmo — ri Vinícius.

— Nós estávamos no inverno lá no Rio? — estranha Marina.

— Sim.

— Nossa! — ela gargalha. — Nos Estados Unidos eu até ligava para as estações do ano, mas já que lá no Brasil é calor sempre eu nem me importo em saber.

Chay ri e entrega a chave da porta principal do prédio para Vinícius.

— Agora é com você.

Vinícius olha para Marina, que está sorrindo com a ponta do nariz vermelha. Ele respira fundo e coloca a chave na maçaneta da porta de madeira.

— Ai, que fofo! — exclama minutos depois ao entrar em seu apartamento.

— É a sua cara, amor — Marina opina observando o interior do imóvel.

A sala do apartamento é pequena e aconchegante com a cozinha integrada. A maioria dos móveis são de cores neutras, exceto a geladeira que é em um tom bem vivo de amarelo.

— Nossa, pai, o senhor escolheu muito bem tudo — Vinícius elogia sorridente. Ele caminha até a sacada e se apoia nas grades de ferro, fitando as plantinhas mortas nos vasos ali presentes. — Tenho que comprar plantas novas.

— A vista é linda — Marina comenta parando ao lado dele. Devido ao tamanho da sacada os dois ficam espremidos no espaço, rodeados pelos vasos de planta.

— Está vendo aquele ponto ali entre aqueles prédios? — Ele aponta à esquerda e os olhos de Marina brilham.

— Torre Eiffel.

— Nós estamos em Paris! — vibra Vinícius abraçando a namorada.

— Estamos! — Eles gargalham e dão um selinho. — Agora vamos voltar lá para dentro, está muito frio aqui.

— Acho que vou ficar aqui mais um pouco admirando a vizinhança.

— Tá bom. — Marina dá dois passos e está de volta à sala do apartamento, onde Chay está sentado no sofá. — Seu filho nem chegou e já está rendido a Paris.

— Até eu estou — ri Chay. — E olha que não é a primeira vez que eu estou aqui. — Ele alcança o controle na mesinha de centro e liga a televisão. — Vamos testar nosso francês?

— No caso meu francês não existe para ser testado — ri Marina sentando ao lado de Chay. — O relógio está certo? — questiona encarando um relógio de parede perto da televisão.

— Sim — responde Chay checando em seu celular.

— Caramba! Lá no Brasil são dez horas da manhã e aqui já são três da tarde.

— Vamos demorar um tempão para nos acostumar com o horário daqui.

— Sim, hoje vamos dormir de madrugada, tenho certeza.

— Ou não, foram mais de dez horas de viagem. Eu, pelo menos, estou morto.

— É que você já um senhor, né Chay? — brinca Marina.

— Um jovem senhor — ri Chay. Ele levanta e segue em direção ao corredor. — Vem aqui conhecer o resto do apê.

Marina levanta e segue o sogro. Ela franze levemente a testa ao encontrar apenas duas portas no corredor.

— Só tem um quarto?

— Sim — responde Chay. — O Vinícius é um só.

— E onde você vai dormir?

— O sofá é um sofá-cama.

— Você não vai dormir em um sofá-cama, Chay. Dorme no quarto que eu e o Vinícius dividimos o sofá-cama.

— Claro que não, Marina. Você realmente acha que eu sou um idoso, né? — se diverte o cantor. — Eu que escolhi o sofá-cama, acredite, ele é muito confortável.

— Tem certeza?

— Absoluta. E vocês se controlem, ok?

— Como?

— O apartamento é pequeno, não quero ouvir ruídos constrangedores.

— Ah. — Marina sente suas bochechas arderem de vergonha.

— Eu estou brincando com você — ri Chay dando um afago no ombro dela.

— É tudo tão bonitinho — diz Vinícius ao entrar no quarto.

— Qual foi o cômodo que você mais gostou? — Marina pergunta indo até a janela. Com um sorriso radiante, seu namorado responde:

— A cozinha.

— Nossa, que surpresa! — ironiza a garota e os três riem. Marina abre primeiramente as janelas de vidro e em seguida uma em estilo camarão branca de madeira. — Que frio!

— Desacostumou? — indaga Chay.

— Acho que sim — ri a morena.

Em sua faculdade, Yasmin conversa com Victor pelo telefone durante o intervalo. Quando ela desliga, aproxima-se dos amigos que conversam em uma rodinha.

— Do que vocês estão falando?

— Da festa de aniversário de uma amiga minha — conta João.

— É? Como foi?

— Não foi — ri o rapaz. — Vai ser nesse final de semana.

— E nós vamos! — vibra Camila com uma latinha de refrigerante nas mãos.

— Nós? — Yasmin repete surpresa.

— Nós! O João nos convidou.

— Então seremos convidadas do convidado? O nome disso para mim é penetra.

— Relaxa, minha amiga está sabendo que eu vou levar gente comigo — tranquiliza João.

— E o que eu devo levar de presente para ela?

— Sei lá, alguma coisa da marca da sua mãe já deve estar ótimo.

Yasmin ri.

— Então, fechou. Você passa para me buscar? — indaga a loirinha para Camila.

— É claro, eu sou a motorista oficial desse grupo, né?

— Você não dirige? — Yasmin pergunta para João.

— Meus pais confiscaram o meu carro.

— Sério? Por quê?

João dá de ombros.

— Não sei.

Camila começa a rir e bebe um gole de refrigerante.

— Não sei? — repete. — Fala a verdade para a gente, João. O que você aprontou?

— Eu bati o carro depois de sair de uma festa — admite o jovem.

— E por causa disso confiscaram o seu carro? — Yasmin franze a testa.

— Eu bati em outro carro.

— E foi sério?

— Ah, acho que não. O motorista do outro carro só ficou três meses internado.

Camila solta um palavrão e Yasmin arregala os olhos.

— Caramba, João — diz a loirinha perplexa. — Mas agora ele está bem?

— Está ótimo e me processando, é claro.

— Bem feito — retruca Camila.

— É, eu sei, pisei feio na bola.

— Três meses internado é pisar muito na bola — comenta Yasmin.

— Não querendo comparar, mas eu fiquei um mês internado também.

— Foi sério o negócio, hein?

— Foi. Até hoje isso é tema na minha análise — conta João. — Mas eu aprendi a minha lição. Logo, acho melhor a gente ir de Uber.

Camila ri.

— Relaxa, eu não sou você não. Vamos voltar vivos e sem deixar ninguém três meses no hospital.

— Acho bom, meus queridos — responde Yasmin. — Ninguém quer ser responsável pela morte de Yasmin Borges, né?

— Hum! — exclama João. — Segura essa estrela.

— Seu brilho está me ofuscando, Yasmin — diz Camila e os três riem.

Por volta de meio dia, a aula da turma do primeiro ano de direito da UFRJ termina e Maísa sai da sala na companhia de uma colega.

— Você vem para a aula da tarde? — pergunta a garota.

— Venho. — Elas passam pela porta principal da faculdade e Maísa pega seu celular no bolso.

— Você vai ficar voltando de Uber todo dia?

— Até eu tirar minha carteira, sim — ri a loira. — Já dei entrada no processo de habilitação.

— Menos mal. Tchau, até mais tarde!

— Tchau! — Maísa olha ao redor e abre um sorriso ao identificar um rapaz que sai da casa lotérica do outro lado da rua. — O que você está fazendo aqui?

— Vim almoçar com a minha namorada — sorri Jonas parando em sua frente. Eles se abraçam e se beijam.

— Você estava fazendo uma aposta na casa lotérica? — Maísa questiona.

— Sim, vai que eu ganho na loteria — brinca Jonas e eles sorriem.

— Você fica lindo de óculos escuros — ela elogia.

— Eu fico lindo de qualquer jeito, né amor?

— A sua humildade é uma das coisas que eu mais admiro em você — satiriza Maísa. — Onde a gente vai almoçar?

— Tem um restaurante aqui perto, a gente pode ir andando até lá.

— Então vamos. — O casal caminha pela região, que é repleta de prédios históricos extremamente deteriorados. — E aí, como foram as suas aulas?

— Por enquanto está tranquilo. Estamos na semana de recepção dos calouros, então está de boa. E as suas?

— Aqui não está tendo semana de recepção, não. Tirando o primeiro dia, os outros foram aula normal.

— Vocês fazem direito mesmo — brinca Jonas e eles riem.

Em Paris já passa das cinco horas da tarde. Vinícius e Marina descem e vão até o café que fica no térreo. Eles se acomodam em uma cabine e pedem chás e doces típicos da França.

— Você está falando francês, Vini! — vibra Marina quando o garçom afasta-se.

— Eu só fiz um pedido em um café.

— E falou na imigração, conversou com o taxista. Para quem achava que ia chegar aqui só no inglês você está arrasando.

Vinícius balança levemente a cabeça e olha pela janela do café para a avenida.

— Eu ainda não estou acreditando que estamos em Paris. Segunda-feira começam as minhas aulas, uma nova fase da minha vida, tudo.

— Bizarro, né?

— Demais. Insano! Estou ansioso.

— Ansioso para o bem ou para o mal?

— Para o ótimo — ri Vinícius. — A partir da semana que vem eu vou começar a construir a minha própria trajetória. Ninguém vai se importar com quem são meus pais.

— Será apenas você.

Ele sorri e concorda:

— Apenas eu, Vinícius.

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