Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 387: Jovens conhecem Salvador


Após o treinamento de segurança, os jovens encaminham-se para seus quartos para colocarem os trajes de banho. Marina e Malu andam juntas no corredor do navio e a gêmea de Victor pergunta:
— Você está dividindo quarto com quem?
— Com a Mayara — Malu responde e Marina abre um sorriso.
— Com a Mayara?
— O que é que tem?
Marina dá de ombros.
— Sei lá, vocês já ficaram, né? Vai que rola um remember.
Malu gargalha.
— Uhum — ironiza. — Eu só estou dividindo quarto com ela por sua causa, tá?
— Por minha causa? — Marina franze a testa. Elas viram em outro corredor e Malu explica:
— A Yasmin resolveu dividir quarto com você, então a Isabela foi dividir com a Graziele, e eu tive que ficar com a Mayara.
— Alguém ia ter que sobrar — observa Marina. — Ainda bem que foi você, que tinha outra opção além da gente. Se fosse eu, não sei quem chamaria.
— Quem manda ficar fechada só no seu grupinho?
— Eu sou reservada, é diferente — ri Marina. — Oi — elas cumprimentam Maísa, que passa já vestida com um maiô preto e uma saída de praia da mesma cor.
A loira caminha por mais alguns corredores até chegar na cabine de Daniela e Aline.
— Sou eu — fala dando batidinhas na porta. Aline abre a porta e ela entra. — Já estão prontas? — indaga olhando para as duas, que usam biquínis e shorts.
— Já — responde Daniela sentada em uma das camas.
— Então vamos?
— Espera aí — pede Aline acomodando-se na outra cama. — A Dani estava contando um negócio.
Maísa olha para Daniela e pergunta:
— Posso ouvir?
— Claro — responde a garota. — Senta aqui — indica o espaço ao seu lado na cama e quando Maísa se senta, ela contextualiza: — Eu estava falando para a Aline que estou desconfiada do Pedro com a Amanda.
— O quê? — Maísa quase grita tamanha é a sua surpresa.
— Você não está sabendo de nada? — pergunta Aline. — O Jonas não comentou nada com você?
— Não, gente — responde a loira bastante confusa. — O Pedro e a Amanda, como assim?
— O Pedro foi passar o revéillon em Santa Catarina — conta Daniela — e adivinha quem estava no mesmo hotel que ele?
— A Amanda — adivinha Maísa.
— Exatamente. Aí foi storie pra cá, fotinha pra lá, tuite citando o outro e por aí vai.
— E aí?
— E aí que eles voltaram super íntimos, mais íntimos do que nunca.
— Você acha que aconteceu alguma coisa? — questiona Maísa.
— Sinceramente, não sei.
— Eu acho que você está viajando, amiga — opina Aline. — Vocês passaram o Natal juntos, na casa dele. Eu não acho que o Pedro estragaria tudo uma semana depois.
— Mas vocês sabem que ele é bem galinha, né? E a Amanda não fica atrás. Não me surpreenderia os dois terem ficado no revéillon e combinado de não contar nada pra ninguém.
— Se eles realmente ficaram o Jonas e o Samuel sabem — Aline analisa e volta a perguntar: — O Jonas não comentou nada com você lá na Itália, Maísa?
— Não — a loira repete e olha para Daniela. — Eu também acho que eles não ficaram, mas se você está na dúvida, amiga, por que não pergunta para ele?
Daniela ri sarcasticamente.
— Capaz que ele iria me falar a verdade.
— Se ele realmente gosta de você não iria conseguir mentir olhando nos seus olhos — argumenta a loira.
— Eu não confio no Pedro, gente. É horrível dizer isso, porque eu gosto dele, mas é verdade. Eu não confio nele.
— Então está na hora de você repensar esse relacionamento, não acha? — diz Aline. — Será que vale a pena estar com uma pessoa que você não confia?
A cabine fica silenciosa. Segundos depois, Maísa bate nas próprias coxas e levanta:
— Ok, nós viemos aqui para nos divertir, lembram? Vamos lá pra fora.
— Vamos — responde Aline indo até Daniela. — Não fica pensando besteira, tá bom?
— Tá bom. — Maísa abre a porta da cabine e as três saem no exato momento em que um grupo cruza o corredor. Assim que seus olhos identificam as pessoas, Daniela fecha a cara. Pedro, Samuel e Jonas carregam em suas costas Amanda, Jaqueline e Luciana, respectivamente.
— Oi, meninas! — sorri Samuel.
— Oi — respondem Maísa e Aline enquanto Daniela continua encarando Pedro e Amanda.
— A gente está indo lá para o deque — diz Jonas. — Vamos com a gente?
— Nós vamos buscar a Laís no meu quarto — mente Maísa, pois não consegue imaginar Daniela, Pedro e Amanda no mesmo recinto por mais tempo.
— Ok, a gente se encontra lá fora então.
— Ok, se cuida — alerta Maísa e seu olhar passa rapidamente por Luciana nas costas dele. Jonas, que sabe que Maísa aceita, mas não gosta da amizade dele com Luciana pois eles já ficaram, entende muito bem o que a loira quer dizer.
— Eu sempre me cuido — responde.
— Assim espero — devolve Maísa abrindo um sorriso em seguida. — Até mais, gente! — despede-se antes de se afastar com Aline e Daniela.


Yasmin e Isabela tomam Sol deitadas em espreguiçadeiras. Victor surge com Alexandre e Danilo e é observado pelas duas.
— Ele é lindo, né? — comenta a loirinha.
— Quem? — pergunta Isabela.
— O Victor.
A morena ri.
— É, tem gosto para tudo.
— Vai dizer que você não acha?
— Eu acho, é óbvio que eu acho, mas não é o padrão de beleza que me atrai.
— Ainda bem — ri Yasmin. Minutos depois elas levantam e vão almoçar com o restante dos colegas.
Durante a tarde, Yasmin e Marina vão conhecer o spa do navio. Elas recebem massagens relaxantes e aproveitam para conversar.
— Você já parou para pensar se você volta com o Brian quando for fazer faculdade lá nos Estados Unidos? — indaga a loirinha de repente e Marina franze a testa.
— É óbvio que não, Yasmin, que pergunta — ela responde.
— Ia ser engraçado.
— Ia ser esquisito. Eu não consigo me imaginar voltando com o Brian, já passou essa fase.
— Você pode ter um namorado nos Estados Unidos e um no Brasil, olha que ideia boa.
Marina ri.
— Larga de ser idiota, Yasmin. Se você gosta tanto dessa ideia adere você. Arranja um namorado aqui no Brasil para quando o Victor for para os Estados Unidos.
— Não dá ideia, não — responde a loirinha e as duas gargalham.
Assim que a massagem termina, as duas vão até o banheiro trocar de roupa e pegar seus pertences. Enquanto Marina fecha seus shorts jeans, Yasmin coloca seus brincos em frente à pia. Jaqueline entra no banheiro e dá de cara com as duas.
— Oi — cumprimenta Marina educadamente.
— Oi — responde a loira indo até a pia. Yasmin analisa ela pelo espelho sem disfarçar e Jaqueline finge não ver.
— Fiquei sabendo que você voltou com o Gabriel — comenta a irmã de Felipe em seguida.
— Sim.
— Coragem, hein?
— Como assim? — Jaqueline fecha a torneira e encara a outra loira. Marina senta em um banco que separa as pias dos boxes e fica observando as duas.
— Precisa de muita coragem para investir novamente em um relacionamento que deu errado antes — Yasmin responde.
— Eu sei disso — Jaqueline rebate secamente. — Mas eu e o Gabriel resolvemos tentar mesmo assim.
— Coragem — repete Yasmin. Ela olha para baixo e começa a rir.
— Qual é o motivo da graça?
— É que o Gabriel parece ser uma pessoa tão legal.
— Ele não parece, ele é — retruca Jaqueline.
— Pois é, não combina com você.
Marina arregala os olhos para Yasmin enquanto Jaqueline estreita os seus, fuzilando a garota com o olhar.
— Ainda bem que a sua opinião não serve para nada, não é mesmo?
— Se é o que você acha — Yasmin dá de ombros.
— Eu não acho, eu tenho certeza.
Marina levanta rapidamente, falando:
— Vamos indo, Yasmin.
— Escuta a sua amiguinha — diz Jaqueline. — Vai indo.
A morena respira fundo, mantendo a calma, mas Yasmin rebate:
— A minha amiguinha tem nome e é Marina.
— Eu não me importo, apenas vaza daqui.
— E se eu não quiser? — Yasmin cruza os braços lançando um olhar debochado para Jaqueline, que gargalha.
— Nossa, que madura você, Yasmin — ela ironiza.
— Ok, já deu — interrompe Marina indo até as duas. Ela segura no braço de Yasmin, dizendo: — Não vamos perder nosso tempo aqui.
— Sábias palavras — sorri Jaqueline.
— Você é ridícula — diz Yasmin.
— Eu? Quem está dando showzinho aqui é você.
— Isso é para você ver o quanto é chato ter gente se metendo no seu relacionamento. Dá próxima vez eu dou em cima do Gabriel para você ver como é a sensação de estar do outro lado.
— Não ouse — ameaça Jaqueline.
Yasmin arqueia as sobrancelhas.
— Duvida? Fica atenta no seu namoradinho então. — Ela ri e sai caminhando com Marina.
— O que foi isso? — questiona a morena quando elas saem do spa.
— Eu só resolvi dar o troco por tudo o que ela já fez.
— Se rebaixando ao nível dela? Esquece isso, Yasmin.
— Você pode ser deboista, mas eu não sou — responde a loirinha. — O que é da Jaqueline está guardado.


Em sua cabine, Malu espalha creme hidratante em suas pernas. Samuel, que está largado na outra cama, questiona:
— Com quem você está dividindo quarto?
— Com a Mayara — responde a garota e Samuel torce o nariz.
— Sério?
— Sério — ela ri da reação dele.
— Nossa.
— Não gostou?
— Não — Samuel responde com sinceridade.
— Larga de ser bobo — diz Malu ainda sorrindo. — A Mayara era só uma amiga.
— Há vários tipos de amizades.
— Você sabe muito bem o tipo de amizade que eu tenho com ela.
— Sei, mas também sei o outro tipo que vocês já tiveram.
— Isso é passado — afirma Malu. — Eu estou com você, não estou? O nosso combinado é não ficar com outras pessoas, não é? Então não desconfie de mim, eu não gosto disso.
— Ok, desculpa.
Malu levanta de sua cama e senta no colo dele.
— Eu gosto de você — diz colocando as mãos na nuca dele. — Eu quero ficar só com você.
— Eu também — responde Samuel com as mãos na cintura dela.
— Sei, eu vi você e a Jaqueline antes do almoço.
— Como você mesma disse, isso é passado. Sem contar que ela está namorando o Gabriel, né?
— Ah, mas do jeito que a Jaqueline é, eu não me surpreenderia se da noite para o dia ela resolvesse te pegar de novo.
— Mas eu não quero pegar ela de novo. Hoje a Jaqueline é só minha amiga.
— Então você sabe exatamente como eu me sinto com a Mayara. Mas sabe de uma coisa? Eu acho que nós estamos perdendo tempo falando delas duas, você não acha? A gente poderia estar fazendo outras coisas — ela dá um sorriso malicioso.
— Você está certíssima. Mas eu acho melhor a gente trocar de cama, né? Na cama da Mayara não rola.
Malu gargalha e arrasta Samuel para a sua cama.


Durante a noite, os jovens preparam-se para uma festa no navio. Na cabine que dividem, Jaqueline e Luciana conversam enquanto se maquiam.
— Ai, estou com vontade de ficar com o Jonas — confessa Luciana.
— Sério, amiga? — surpreende-se Jaqueline.
— É, tem dias que bate essa vontade. Era tão bom quando a gente podia se pegar quando dava na telha.
— É, mas agora ele está apaixonadíssimo.
— Infelizmente — ri a morena. — Quero só ver até quando isso vai durar.
— Já está durando mais do que eu imaginei — Jaqueline opina. — Mas, sei lá, não consigo ver o Jonas com alguém por muito tempo, não.
— Não combina com ele, né?
— Não. Ele combina com solteirice.
— Exatamente, para eu poder pegar quando eu quero — brinca Luciana e elas riem.


Na festa, Vinícius, Marina, Felipe, Isabela, Aline, Iago e Lorenzo dividem uma mesa, comendo aperitivos e tomando drinks não alcoólicos.
— Estou ansiosíssima para amanhã — diz Aline.
— Não é todo dia que a gente acorda em Salvador — ri Vinícius.
— Eu nunca fui para a Bahia, estou curiosa.
— Eu também não — ele responde. — Estou louco para comer as comidas típicas.
— Dizem que é bem diferente do que a gente come lá no Rio — Iago comenta. — Tipo, o acarajé que tem lá no Rio não é igual ao acarajé de verdade, o baiano.
— É verdade — concorda Lorenzo.
— Amanhã vamos ter a confirmação — diz Isabela e eles riem.
— A única coisa que eu queria nesse momento era uns drinks melhores — Felipe fala.
— Mas está gostoso esse aqui — opina Marina.
— Está faltando uma vodkazinha, vocês não acham?
— Se tivesse vodka seria melhor — Aline diz —, mas assim não está ruim.
— É bom para variar um pouco — fala Vinícius e eles gargalham.


Já no final da festa, os jovens dançam funks no centro de um dos salões do navio. Jaqueline, Luciana, Amanda, Talita, Jonas, Samuel e Pedro curtem juntos. As garotas rebolam, reproduzindo coreografias conhecidas. Amanda e Talita rodeiam Samuel e Pedro e começam a dançar com eles. Samuel tenta manter uma distância considerável de Talita com medo dela tentar beijá-lo como já fez outras vezes. Ao contrário dele, Pedro faz questão de dançar coladinho em Amanda.
Do outro lado do salão, Daniela aproveita o restinho da festa com Maísa, Laís, Alexandre e Danilo. Ela gira rebolando e seus olhos caem em Pedro e Amanda. Ela revira os olhos e cutuca Maísa.
— Olha aquilo. — A loira segue a indicação dela e franze a testa, comentando:
— Não é possível que esteja rolando alguma coisa entre eles. O Pedro não é burro a ponto de ficar se esfregando com ela na frente de todo mundo.
— Se não rolou nada ainda está muito perto de rolar — opina Daniela com acidez. — Mas eu não vou me prestar a esse papel, não vou mesmo.
— Do que você está falando?
— Amanhã a gente conversa — esquiva-se a morena. — Não vou deixar o Pedro estragar ainda mais a minha noite.
Maísa abre um sorriso.
— É assim que se fala!


Quando a festa termina os jovens são guiados até suas cabines. Marina desaba em sua cama e fica olhando Yasmin revirar sua mala.
— O que você está fazendo? — pergunta com a voz abafada no travesseiro.
— Escolhendo o lokinho para chegar em Salvador.
Marina ri.
— Agora?
— É claro, tenho que chegar bem linda. — Ela puxa um vestido floral de tecido leve de sua mala. — O que você acha?
— Ai que lindo! — exclama Marina encantada com a estampa de flores cor de rosa.
— Ele é bem curtinho, mas tem essas mangas longas que dá uma super equilibrada.
— É bem bonito.
— Adivinha a marca? — pergunta Yasmin segurando uma risada.
— MelPhia?
— Óbvio! — As duas caem na gargalhada e Yasmin rola por cima de sua mala.
— Você só usa MelPhia?
— Ultimamente sim, você acredita? — A loirinha endireita e pendura seu vestido floral em um cabide. — A gente podia combinar de usar MelPhia amanhã. O que você acha?
Marina pensa por um instante.
— Por mim pode ser, eu trouxe um macaquinho amarelo da marca.
— Que ótimo! — Ela alcança seu celular sobre a cama. — Vou mandar uma mensagem para a Isabela.
Marina agacha ao lado de sua mala e pega o macaquinho amarelo que ganhou de Vinícius.
— Esse aqui que eu falei ontem — diz mostrando a peça para Yasmin que sai do banheiro usando o vestidinho de flores rosas. O Sol invade a cabine delas pela pequena janela na manhã seguinte.
— É lindo. Como tudo o que a minha mãe produz — ri pegando sua necessaire. — Me empresta aquela sua base levinha? Queria misturar com a minha.
— Pega — diz Marina de dentro do banheiro. — Está na minha malinha de mão.
— Valeu.
Minutos depois, Yasmin e Marina saem de seus aposentos e se encontram com os amigos para o café da manhã.
— Olha que princesa! — exclama Yasmin vendo Isabela. A morena ri e dá uma voltinha, exibindo um conjuntinho de short e blusa de seda estampado.
— As roupas de vocês são da MelPhia, né? — pergunta Vinícius abraçando Marina por trás.
— Sim — responde sua namorada.
— Reconheço as roupinhas da minha mãe — ele sorri e dá um beijo na nuca dela. — Você fica linda de rabo de cavalo — sussurra em seu ouvido e Marina sorri em seus braços.
Eles tomam café da manhã, ouvem as indicações dos guias e saem do navio para pegarem um ônibus que foi fretado para o dia de turismo.
— Estou tão feliz! — exclama Marina descendo as escadas do navio. — Olha essa cidade que diferente.
— Eu nunca vi nada parecido — comenta Victor logo atrás dela.
— Isso que a gente nem saiu do porto ainda — ri Yasmin. Eles entram no ônibus e seguem rumo à primeira parada, o Mercado Modelo.
Cerca de cinco minutos depois, o grande grupo formado pelos estudantes, professores e guias caminha até a entrada do mercado.
— Bom dia — diz uma senhora se aproximando repentinamente de Marina e Vinícius. — Posso ler sua mão?
A garota analisa a mulher através de seus óculos escuros, recorda-se da recomendação que o guia deu antes deles deixarem o navio e responde:
— Não, obrigada. — Ela segue caminhando e não ouve mais o que a mulher diz.
— Até queria ler a minha mão — fala Graziele chegando perto da amiga. — Só que como saber se elas são ciganas de verdade ou só querem o nosso dinheiro?
— Eu lembrei do que a moça disse lá no navio — Marina responde. — Aqui na região tem muita cigana falsa e qual foi a outra palavra mesmo?
— Trombadinha — fala Vinícius.
— Isso, nem sabia o que era — ri Marina. Eles entram no mercado e começam a explorar os artesanatos.
— Olha que gracinha — diz Maísa com uma baianinha de barro nas mãos.
— Vinícius, vem aqui! — chama Felipe com animação.
— Nossa! — exclama Vinícius se aproximando dele, de Victor, Marina e Alexandre que visitam uma banca de instrumentos musicais. Felipe fica encantado com um atabaque e faz alguns movimentos com as mãos sobre o couro.
— Uau, que percussionista — ri Alexandre antes de alcançar um berimbau. — Como é que toca, moço?
O vendedor tenta ensinar os cinco a tocar o instrumento, mas nenhum deles obtém muito sucesso.
— Vou ficar com esse mesmo — brinca Vinícius pegando um afoxé. Ele produz alguns sons com o instrumento. — Pior que eu gostei — ri e se vira para o vendedor. — Vou levar.
O grupo continua passeando pelo mercado e alguns estudantes aproveitam para comprar souvenirs. Em seguida, vão para o Elevador Lacerda.
— É muito lindo aqui! — exclama Isabela encantada com a vista que eles têm da cidade baiana.
A próxima parada é a Praça Tomé de Souza. Yasmin saltita até o letreiro de Salvador e tira diversas fotos ali. Isabela e Iago ficam encantados com a arquitetura ao redor e ela comenta:
— Parece que tudo transpira história aqui.
— Sim, mas é uma pena estar deteriorado.
— Tem umas construções que estão sendo revitalizadas, você reparou? Eu estava observando no ônibus.
— Eu vi também.
Eles vão caminhando até a Praça da Sé. Jaqueline aponta:
— Olha, tem trilhos na rua.
— Maneiro, né? — responde Gabriel. Quando chegam na praça enxergam um grupo de capoeiristas jogando. Maísa, Jonas e Samuel ficam observando eles enquanto Yasmin, Victor, Vinícius e Isabela vão até uma barraca de acarajé.
— Agora saberemos se tem diferença ou não com a do Rio — ri a morena. Eles compram a comida e assim que dá a primeira mordida, Victor exclama:
— É apimentado pra car*lho!
Vinícius ri.
— É gostoso.
Yasmin abana a boca e olha para o lado.
— Olhem aquilo!
Isabela endireita seus óculos escuros e estreita os olhos, visualizando Jonas jogando capoeira mais adiante.
— Meu Deus — sorri espantada. — Ele comentou comigo uma vez que fazia capoeira quando era criança, mas eu pensei que fosse mentira.
— Pelo visto não é — ri Yasmin.
Jaqueline e Luciana batem palmas chegando perto de Jonas quando ele se despede do grupo de capoeiristas.
— Agora que a gente veio para ver o seu show — ri a loira.
— Eles perguntaram se a gente queria jogar, não podia perder a oportunidade — explica o rapaz sorrindo.
— Por que vocês não foram? — Luciana pergunta para Maísa e Samuel.
— Pra passar vergonha? Eu não — responde Samuel.
— Eu estou de saia — diz Maísa.
— Só por isso que você não foi, né? — indaga Jonas com descrença.
— Mas é claro! — ironiza a loira e eles riem.
A próxima parada é o Pelourinho e todos ficam encantados com a arquitetura.
— É tudo tão coloridinho — sorri Yasmin.
— Lembra até New York — Victor fala e ela franze a testa.
— Como assim, Victor?
— Ué, vários casarões um do lado do outro.
Ela sacode a cabeça.
— Ai, Jesus!
Isabela faz um giro trezentos e sessenta, filmando a região.
— Onde estamos, Marina? — pergunta focando na cunhada.
— No Pelourinho! — exclama a jovem sorridente. Isabela ri e posta o videozinho no seu storie do Instagram. Logo atrás delas, Vinícius e Alexandre experimentam cocada preta.
— Gostosinho — opina Alexandre.
— É, mas eu prefiro a branca — diz Vinícius engolindo e o outro gargalha.
— É a mesma coisa, Vinícius!
— Claro que não, a branca parece ser mais sequinha, mais farinhenta.
— Farinhenta — repete Alexandre e eles riem.
Eles ficam um tempo explorando a região, tirando fotos e ouvindo informações dos guias. Próximo a uma da tarde, entram novamente no ônibus e vão para um restaurante.
— Hora do almoço, criançada! — exclama o professor de educação física e Yasmin, que está bem em sua frente, força um sorriso. Eles descem um atrás do outro e ocupam as mesas do restaurante.
Um grande falatório preenche o espaço. Os adolescentes conversam, contando suas impressões sobre a cidade, o que mais gostaram e o que desagradou. Eles fazem os pedidos e a maioria pede pratos locais como, moqueca de camarão, caldo de sururu, caruru, vatapá e acarajé.
— Você não passou protetor solar, amiga? — Yasmin pergunta a Malu.
— Passei, por quê?
— Você está bem vermelha.
— Sério? — Ela abre a câmera frontal de seu celular e se espanta. — Eita! Espero que não arda mais tarde.
— Elas cobraram! — exclama Felipe e as duas olham para ele, que conversa com Marina, Victor, Vinícius e Thiago.
— Não acredito — gargalha Vinícius.
— Do que vocês estão falando? — questiona Yasmin com curiosidade.
— Eu estou contando que pedi para tirar foto com umas baianas no Pelourinho — diz Felipe — e depois elas cobraram pela foto.
Malu ri.
— É sério?
— Sim!
— E você pagou?
— Paguei, fiquei com vergonha de dizer não — ele sorri. — Dez reais, mano.
— Caramba! — exclama Yasmin.
Após o almoço, o grupo visita mais alguns pontos turísticos como a Igreja Nosso Senhor do Bonfim, onde todos amarram fitinhas e fazem pedidos. No início da noite, o ônibus para no porto e eles retornam para o navio. Alguns vão direto para suas cabines enquanto outros se espalham no deque e aproveitam a piscina. Pedro e Amanda relaxam na sauna.
— Minhas pernas estão doendo — ela comenta.
— Sério? A gente nem andou tanto assim.
— Ah, no Pelourinho a gente andou bastante sim.
— Não é bizarro pensar que o Michael Jackson esteve lá?
— Nós estivemos no mesmo lugar que o Michael Jackson — ri Amanda.
— Sente o poder! — Os dois gargalham. Amanda deita e ajusta seu biquíni. O olhar de Pedro percorre o corpo dela e ele passa a mão na cabeça.
— O que foi? — pergunta a garota.
— Nada não.
Amanda ri.
— Pedro, Pedro.
— O quê?
— Nada não — ela o imita e eles sorriem. Pedro também deita e fica com a cabeça perto da dela. Amanda estica o braço e começa a acariciar o cabelo dele. — Vou sentir falta disso.
— Disso o quê? — indaga o rapaz fitando o teto.
— Da galera toda reunida.
— É por isso que a gente tem que aproveitar.
— Pois é. — Amanda vira a cabeça, encarando a lateral do rosto dele. — A gente precisa aproveitar.
Pedro sente o olhar de Amanda em seu rosto, respira fundo e olha para ela também. Seus narizes ficam a pouquíssimos centímetros um do outro e suas respirações se misturam. Eles ouvem a porta da sauna se abrir e sentam de imediato. Jonas e Maísa entram com trajes de banho e observam os dois.


Um pouco depois do jantar, Yasmin segue as indicações de Felipe e acha a cabine que ele divide com Victor. O loiro está sozinho deitado em sua cama, assistindo televisão.
— Olha quem chegou! — sorri a loirinha. Ela passa a mão no cabelo ainda molhado do banho e vai até a cama dele. — O pessoal está jogando lá embaixo, vamos lá?
— Agora? — indaga o loiro coçando os olhos.
— É. Você está muito ocupado? — ela ri.
— É que eu já estava me preparando para dormir.
— Mas ainda é cedo, Victor.
— Eu sei, mas é que eu cansei. A gente caminhou muito no Sol hoje.
— Vou começar a anotar os foras que você tem me dado — ela comenta em um falso tom de brincadeira e Victor estreita os olhos.
— Como assim? — pergunta sem rir com ela.
— Desde o ano passado que você quase nunca faz o que eu te chamo.
— A gente ainda está na metade de janeiro, Yasmin. Para de drama.
— Não é drama, é verdade.
— Eu não sou obrigado a fazer as coisas só porque você quer — ele rebate.
— Não é sobre você fazer o que eu quero — devolve Yasmin ofendida. — Eu te chamo para fazer as coisas comigo e você nunca quer. Esse é problema.
— Porque eu estou cansado, porque eu estou ocupado, eu não vivo à sua disposição.
— Eu não quero que você viva à minha disposição! É que você era muito mais parceiro antes.
— Eu devo ter recusado os seus convites umas três vezes. Você está exagerando.
— Não é exagero, mas tudo bem, se você acha que é... — ela dá de ombros. — Bom descanso.
Yasmin levanta e caminha até a porta, mas não chega a sair pois Victor também fica em pé e segura em seu braço.
— Não vai embora desse jeito.
— Você não estava indo dormir? Então dorme.
— Fica aqui comigo — ele pede. — A gente pode assistir algum filme, fazer o que você quiser.
— Você não pode descer para jogar com a gente, mas eu tenho que ficar aqui com você?
— Eu dei uma ideia para a gente ficar junto.
— Mas eu queria que a gente ficasse junto lá embaixo, jogando com a galera.
— Eu estou cansado para descer.
— Você, não eu. — Yasmin puxa o braço e abre a porta da cabine. — Boa noite, Victor.
O loiro se joga na cama e afunda a cabeça no travesseiro, bufando.


Durante todo o jantar Pedro tentou contato com Daniela, mas ela preferiu sentar em uma mesa com os amigos e evitou todos os olhares dele. Ele aproveita quando ela se distancia de Lorenzo e Iago para buscar um drink e vai até ela.
— Oi, minha linda — fala colocando uma mão em sua cintura.
— Oi, Pedro — Daniela responde sem olhar no rosto dele.
— A gente nem se falou hoje — ele analisa dando um cheiro no pescoço dela. Daniela desvia do carinho, dizendo apenas:
— Pois é.
Pedro encara Daniela por longos segundos enquanto ela aguarda seu drink ficar pronto.
— O que aconteceu? — ele pergunta quando ela pega a bebida.
— Você quer mesmo conversar?
— Quero esclarecer as coisas entre a gente.
Daniela assente e olha ao redor.
— Vamos lá para fora. — Eles caminham até a área externa do navio e se acomodam em poltronas.
— O que aconteceu para você me evitar o dia todo? — Pedro pergunta sem rodeios.
— Eu não te evitei o dia todo — responde Daniela.
— Ah, não?
— Não, eu quis aproveitar Salvador com os meus amigos. Mas como você está me perguntando, tem uma coisa realmente me incomodando.
— Que coisa?
— Você e a Amanda. — Pedro bufa e passa a mão na cabeça. A reação dele deixa Daniela ainda mais intrigada e ela pergunta de uma vez: — Vocês ficaram?
— É claro que não! — o rapaz responde com obviedade.
— Eu tenho observado vocês desde que você voltou de Santa Catarina, Pedro. Vocês eram próximos, mas desde que vocês voltaram de lá não se desgrudam. Eu até conversei com as meninas, porque…
— O que a Maísa te falou? — questiona Pedro e ela franze a testa.
— O quê? Do que você está falando?
— A Maísa te falou do que ela viu na sauna, né?
Daniela fica paralisada por alguns segundos, os olhos cravados em Pedro.
— O que a Maísa viu na sauna? — questiona com a voz baixa.
— Ela não te falou nada?
— Eu não falo com a Maísa a sós desde que a gente voltou para o cruzeiro. — Ela umedece os lábios e volta a perguntar: — O que a Maísa viu na sauna, Pedro?
— Ela e o Jonas chegaram e me viram com a Amanda, mas…
— Meu Deus! — Daniela levanta com as mãos na boca. — Você me disse que vocês não ficaram! — Ela perde o controle.
— Eu não fiquei com a Amanda — garante o rapaz. — Ouve o que eu estou te dizendo.
Daniela senta na poltrona novamente e cruza os braços.
— Hum, estou ouvindo.
— Eu e a Amanda estávamos na sauna…
— Sozinhos? — interrompe a garota.
— Sozinhos — ele responde e ela morde o lábio com raiva. Ignorando a reação dela, Pedro continua: — A gente estava lá de boas. Teve uma hora que a gente deitou com a cabeça perto uma da outra e a gente se olhou. O Jonas e a Maísa chegaram nessa hora, a gente se assustou e levantou. Foi só isso.
— Você ia beijar a Amanda, Pedro? — questiona Daniela.
— O quê?
— Você ouviu o que eu disse.
— Não, eu não ia. Eu estou com você.
— Nós não estamos namorando. Teoricamente, você não me deve nada.
— Eu sei — responde Pedro —, mas eu não faria um negócio desses. Ainda mais com a Amanda, que convive com a gente.
— Ah, então com uma desconhecida você faria?
— Não coloca palavras na minha boca.
Daniela olha para baixo e respira fundo.
— Não interessa o que você fez ou deixou de fazer.
— Como assim?
Ela ergue a cabeça e encara os olhos dele.
— Eu quero dar um tempo no que a gente tem.
— Quê?
— Eu não quero mais continuar isso.
— Dani — Pedro tenta pegar nas mãos dela, mas a garota recua os braços.
— Eu pensei muito sobre isso e tenho certeza da minha decisão. Eu não confio em você, Pedro, não dá para continuar assim.
— Mas eu não fiz nada! — ele se defende.
— Não interessa! Na primeira dúvida eu desconfiei de você. Não tem como continuar desse jeito, entende?
— O que você quer que eu faça para você confiar em mim? — Pedro pergunta. — Eu faço qualquer coisa, mas não vamos terminar.
— Não é terminar, é dar um tempo. Não há nada que você possa fazer. Eu preciso desse tempo, preciso pensar no que eu quero para a gente.
— Daniela, não faz isso.
— Eu já tomei a minha decisão. Respeita isso, por favor.
Pedro sacode a cabeça e suspira.
— Se você quer assim. — Ele dá de ombros. — Saiba que eu vou continuar gostando de você.
— Gostar não é o suficiente — devolve Daniela ficando em pé. — Vamos aproveitar a volta do cruzeiro, tá? Sem clima estranho.
— Pode deixar — responde Pedro olhando para o mar. Daniela assente e sai caminhando em passos apressados.


Os olhos de Vinícius estão fixos na folhinha de hortelã em seu chá. Ele está em um bistrô parisiense de decoração clássica em tons pastéis. O cheiro de biscoitos de canela recém saídos do forno passa por ele, que ergue a cabeça e acompanha com o olhar o garçom levar o pedido até a mesa à sua direita. No caminho encontra Chay e um sorriso se abre em seu rosto.
— Ai que saudade! — fala quando abraça seu pai.
— A última vez que nós nos vimos foi o quê? Ontem à tarde? — ri o cantor sentando na cadeira diante de Vinícius.
— Mas eu estou com uma saudade acumulada de anos. — O garçom para ao lado da mesa deles e Vinícius faz o pedido em francês. — Eu tenho uma novidade para contar para o senhor — diz voltando a falar em português.
— Que novidade? — indaga Chay com curiosidade.
— Eu vou me casar.
O queixo de Chay despenca.
— É sério?
— Sim — responde Vinícius sorrindo. — Ontem eu fiz um jantar especial e pedi a mão dela.
— Nossa, filho, que incrível! — sorri Chay. — O meu bebê vai se casar.
Vinícius ri e dobra o guardanapo em seu colo.
— Eu estou tão feliz! Quero contar para todo mundo logo.
— Ninguém sabe?
— O senhor é o primeiro para quem eu conto. Mais tarde vou ligar para o Brasil e contar para a mãe e a Isabela.
— Todo mundo vai ficar enlouquecido! Vocês já pensaram em onde vão fazer a cerimônia? Aqui ou lá no Rio?
— Estamos pensando em fazer uma aqui e uma lá. Assim todo mundo fica feliz — ele ri. — Quero só ver a cara do Felipe quando eu contar, vou ter que fazer uma chamada de vídeo — brinca.
— E a do Victor, então? — Eles gargalham tão alto que chamam a atenção do casal que come os biscoitos de canela na mesa ao lado. Ao citar o loiro, outro nome bastante querido passa na cabeça de Chay. Ele se recompõe e pergunta: — Você vai contar para a Marina ou vai deixar alguém fazer isso por você?
O ar brincalhão desaparece lentamente do rosto de Vinícius. Com um sorrisinho nostálgico e olhar sério, responde:
— Eu vou contar para ela, é claro. A Marina é muito especial para mim, eu quero ela presente na cerimônia. Não sei qual fica melhor para ela ir, aqui ou lá no Brasil. Faz um tempo que a gente não conversa, então não sei como anda a vida dela.
— Ela vai ficar feliz, com certeza — opina Chay e Vinícius sorri.
— Sim. Eu estou muito feliz! Sério, parece que eu vou explodir de tanta felicidade. — Chay sorri e faz um carinho na mão do filho. — Eu vou me casar, pai. Eu vou me casar!
Vinícius abre os olhos e analisa ao redor. Duas grandes malas estão espalhadas no chão cobertas por roupas e Thiago ronca suavemente na cama ao lado. Vinícius joga as pernas para fora da cama e faz questão de pisar no chão gelado para ter certeza de onde está e de que, por mais real que tenha sido, seu diálogo com Chay em Paris não passou de um sonho.
Ele apoia os cotovelos no joelho e abaixa a cabeça. As lembranças do sonho passam inúmeras vezes por sua cabeça e seus olhos enchem-se de lágrimas a cada vez. Vinícius esconde o rosto entre as mãos e chora silenciosamente.



Comentários

  1. MEU DEUS! QUE CAPITULO FOI ESSE?? MUITO BOOOOOOM

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  2. A Yasmin em relação a Jaqueline foi bem infantil, coisas de Yasmin haha. Eu gosto da Daniele e do Pedro juntos, mas ele não facilita também, hein. Eu por um momento queria que o sonho do Vinicius fosse realidade, por mais que eu goste dele com a Marina, tadinho dele. Renata a novela das 9 te inpirou de alguma forma ou não? Hahah

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  3. Aaaaaaaaaaaaah isso é um sonho ou uma visao do futuro! Meu Marinicius vai casar
    Eu vou chorar

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  4. Perae o casamento não é com a Mariana, vou chorar! Eu entendi agora, Jesus!

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