Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 386: Adolescentes embarcam em cruzeiro

Com o fim da queima de fogos, as famílias deliciam-se com os pratos principais da ceia de ano novo. Com os pés descalços, Marina caminha até a mesa em que Vinícius, Chay e Sophia estão jantando.

— Deixa eu colocar aqui rapidinho. — Sophia abre espaço na mesinha para a jovem apoiar seu prato. Marina chega a esticar os braços para alcançar uma cadeira da mesa vizinha, onde Mel, Reinaldo e Isabela comem, mas Vinícius é mais ágil, puxa a cadeira e a coloca ao seu lado.

— Senta aqui — ele fala para Marina.

— Obrigada — agradece ela, sentando-se. Sophia entrega seu prato, dizendo:

— Adorei esse seu colar. — Tanto Chay quanto Vinícius olham para o pescoço de Marina, enxergando um colar com pingente de rosa dos ventos de ouro com diamantes e madrepérola. — Quem te deu deve ter um ótimo gosto.

Marina gargalha e mexe no pingente.

— Foi uma estilista super famosa.

— Sério? Qual é o nome dessa mulher maravilhosa?

— Ai, não lembro direito — diz a morena segurando uma risada. — Acho que é alguma coisa com So, Sônia, Solange… Sophia!

Pai e filho riem enquanto a loira responde:

— Sophia Abrahão. Já ouvi falar muito dela. — Ela passa a mão no cabelo e acrescenta sem o tom de brincadeira: — Fico feliz que você tenha gostado realmente do meu presente.

— Eu amei — responde Marina. — É a minha cara.

— Linda, né? — comenta Vinícius e olha para ele abrindo um sorriso apaixonado.

— Ai esses jovens ainda vão matar a gente com tanta fofura — brinca Chay rindo com Sophia.

Isabela levanta da mesa ao lado e vai até a mesa de sobremesas, onde Felipe se encontra.

— Já escolheu o que vai comer? — pergunta parando ao lado dele.

— Ainda não — ri o rapaz olhando para ela. — O que você me recomenda?

— Não sei, também não comi nada ainda — Isabela responde rindo. — Esse mousse parece estar gostoso — fala alcançando um potinho com o doce.

— A gente poderia pular a sobremesa e partir para outra sobremesa — fala Felipe envolvendo a cintura dela. Isabela ri, terminando de engolir uma colherada do creme.

— Nossos pais estão em volta.

— O que é que tem?

— Eu tenho vergonha.

— Vergonha de quê? O amor não deveria te causar vergonha.

Isabela gargalha.

— Está filósofo, hein?

— Eu estou apaixonado. Apaixonado por você — diz dando um selinho nela.

— Eu não estou apaixonada por você. Eu sou apaixonada por você.

— Ora, ora, quem é a filósofa aqui — rebate Felipe e eles riem.

Horas depois, a maioria dos adultos já foi dormir, exceto Chay, Micael e Reinaldo que conversam entre risos, largados em uma mesa. Yasmin, Vinícius, Marina e Malu brincam de mímica próximos a eles. Isabela, Felipe e Victor se divertem no mar sendo observados por Thiago, que está sentado sozinho na areia.

— Por que você não mergulha também? — Ele ergue a cabeça e visualiza o corpo esguio de Graziele.

— Estou com preguiça — responde. A ruiva senta ao lado dele segurando sua taça de champanhe.

— Quer conversar?

— Pensei que nós já estivéssemos conversando. — Eles riem e Graziele beberica um gole de champanhe.

— Como anda o seu tratamento?

— A mesma coisa de sempre.

— O que é a mesma coisa de sempre?

— Você não sabe?

— Faz um bom tempo que a gente não conversa realmente — analisa Graziele. — Como eu saberia?

— Eu conto tudo para a Malu.

— Mas ela não conta nada para mim.

Thiago se espanta.

— Sério? Pensei que você estivesse a par de tudo.

— Pensou errado — ri Graziele. — Mas eu entendo se você preferir não falar sobre isso.

— Eu não me importo — responde Thiago com sinceridade. — Eu venho melhorando muito, Grazi.

— Grazi — ela repete sorrindo.

— O que foi?

— Fazia tanto tempo que você não me chamava assim.

— Desculpa, Graziele. — Os dois riem.

— E então, você vem melhorando — ela diz retomando o assunto.

— Sim. Não só com relação ao meu vício, mas à pessoa que eu sou. Eu me sinto muito melhor comigo e com o universo, sabe?

— Sei, dá pra ver isso nos seus olhos.

— Observadora.

— Você sabe que eu sou. — Os dois sorriem. — E quais são seus planos para esse ano?

— Não ter planos — ri Thiago. — Brincadeira. Eu tenho duas ideias. O plano A e o plano B.

— Qual é o plano A? — questiona a garota.

— Passar na faculdade e começar a fazer medicina.

— Então você quer mesmo fazer medicina?

— Quero — responde Thiago. — Eu quero salvar vidas, assim como os médicos salvaram a minha.

Graziele engole em seco ao lembrar do que aconteceu com Thiago no ano anterior.

— E qual é o plano B? — indaga tentando afastar as memórias.

— O plano B é para o caso de eu não passar. Aí eu vou ter que começar a fazer cursinho.

— Entendi.

— É bem provável que o plano B vire realidade, mas tudo bem. Eu não estudei o necessário para passar em medicina.

— Mas pensamento positivo.

— Pensamento positivo — repete Thiago. — E você, quais são seus planos?

— Me mudar para Minas Gerais — Graziele conta e o queixo de Thiago cai.

— O quê?

— O meu objetivo é passar em veterinária na UFMG.

— Eu não sabia.

Graziele percebe que ele ficou mexido com a notícia, porém não faz nenhum comentário sobre isso.

— Lá é um dos melhores cursos do país.

— E como os seus pais têm lidado com isso?

— No começo o meu pai não gostou muito, não. Minha mãe me apoiou desde o primeiro momento. Agora os dois já estão super empolgados.

— Empolgados com a sua partida — ri Thiago.

— Larga de drama, Thiago — ela pede rindo. — Belo Horizonte é bem aqui do lado.

— Mas eu não quero que você vá. — A confissão dele sai de forma tão inesperada que pega os dois de surpresa. — Desculpa, eu falei sem pensar.

— É justamente isso que torna o que você disse tão verdadeiro.

— Desculpa, Graziele — ele volta a pedir. — Eu não tenho que achar nada, não tenho que querer nada.

— Eu sei — ela responde. — Eu sei disso.

— É que… eu vou sentir falta da sua companhia.

— Nos últimos meses a gente mal estava se falando, Thiago.

— Eu sei, mas de qualquer forma você ainda estava perto de mim, nos mesmos lugares, nas mesmas rodinhas. E agora nós voltamos a ser amigos, né?

— Será que realmente deixamos de ser?

Thiago ri.

— Boa.

— Eu também vou sentir falta de vocês, mas a gente precisa crescer, né? E eu sempre vou vir visitar todos. Vocês também podem ir me visitar.

— Imagina a gente comendo pão de queijo em alguma padaria mineira? — Eles gargalham.

Yasmin se aproxima da área em que Victor, Isabela e Felipe nadam e grita:

— Ei, otários, venham aqui!

— O que é? — grita Felipe de dentro do mar.

— Vem aqui!

Os três atendem ao pedido dela e nadam até a praia.

— Quero a abertura do De Férias com o Ex — brinca Marina da mesa em que está e todos caem na gargalhada.

— O que foi? — pergunta Isabela quando para em frente a Yasmin.

— Estamos indo para aquela praia aqui perto. Vamos?

— Agora? — Felipe franze a testa.

— Por que se já estamos em uma praia? — questiona Victor.

— Porque aqui só tem a gente — Yasmin responde. — Vamos ver outras pessoas.

— Estou bem vendo as pessoas daqui — ri Felipe.

— A gente teria que tomar uma ducha antes — Isabela comenta.

— Mas vocês não vão mergulhar de novo lá? — pergunta Yasmin. — Vamos de uma vez, gente.

— Eu acho que eu vou ficar — responde Victor —, estou com sono.

— Sono?

— Sim, vontade de dormir, sabe?

Yasmin revira os olhos.

— Idiota. — Ela olha para o irmão e a amiga. — E vocês?

— Você que sabe — diz Felipe olhando para Isabela.

— Vamos ficar também — diz a morena.

— Vocês são ridículos — fala Yasmin indo na direção de Thiago e Graziele. — Pessoal, vamos pra praia que tem aqui perto?

Thiago e Graziele se olham e ficam de pé juntos.

— Só vamos — responde a ruiva e Yasmin olha para Isabela, Felipe e Victor.

— Viram? Era disso que eu estava falando.

Felipe e Isabela riem e caminham para o interior do casarão seguidos por Nina enquanto Victor se aproxima de sua namorada.

— Vocês vão demorar lá? — pergunta e tenta abraçá-la, porém Yasmin segura seus braços.

— Você vai me molhar.

— Depois seca.

— Não, vai estragar minha roupa.

Victor respira fundo e recolhe os braços.

— Enfim, vocês vão demorar?

— Acho que sim — Yasmin responde. — O Vini e a Marina querem ver o amanhecer.

— Nossa!

— Por quê?

— Pensei que a gente fosse dormir juntos.

— Deixa a porta aberta que eu passo lá na casa de vocês quando voltar.

— Mas aí já vai ser de dia — ri Victor.

— E por acaso você vai acordar antes do meio dia?

— Eu acordo a hora que eu quiser.

— Nossa, grosso! — Victor sorri e dá um selinho nela. — Vamos com a gente — chama a loirinha.

— Não, amor, estou com preguiça, com sono.

— Ok, não quer ir, não vai. — Yasmin passa a mão no cabelo molhado dele e dá um beijo curto em seus lábios. — Até mais tarde!

— Até!

Ao longo de um dos corredores do hotel italiano que a família de Maísa e Laís está hospedada há diversas poltronas e mesinhas encostadas à parede de janelas cobertas por pesadas cortinas. Tales e Viviana, pais de Laís, conversam com Jonas sobre a arquitetura do hotel quando Maísa se junta a eles.

— Apareceu a margarida — sorri Tales observando Maísa se acomodar na poltrona com Jonas.

— Eu estava com a Laís em uma degustação de queijos que estava tendo no saguão — conta a loira arrumando seu vestido.

— Nem pra chamar a gente — brinca Jonas.

— Vocês desapareceram.

— E cadê a Laís? — indaga Viviana que divide a outra poltrona com seu esposo.

— Foi para o quarto.

— A sua mãe também já subiu.

— Vamos também? — Tales pergunta para Viviana.

— Vamos — ela responde levantando. — Nós podemos pedir um vinho para encerrar a noite.

— Não sei se aguento beber mais não — ri Tales. — Boa noite, jovens!

Jonas e Maísa sorriem.

— Boa noite.

Viviana acena para eles e se afasta abraçada com Tales. Maísa olha para Jonas.

— E o que nós vamos fazer? — indaga passando uma mão pela gravata dele.

— Não sei, você já está com sono?

— Nenhum pouco.

— Quais são seus planos então? — Jonas pergunta olhando as botas dela. — Quer dar uma volta lá fora?

— Ai, não — Maísa responde de imediato. — Está frio, né? Pensei em fazer algo mais quente — completa colocando uma das mãos por dentro do terno dele. Jonas olha ao redor se certificando de que nenhum outro hóspede ali presente presta atenção neles. Ele então sussurra algo no ouvido de Maísa, que ri e fala: — Exatamente.

Os dois se olham intensamente e Jonas fala:

— Eu te amo.

Maísa sorri e dá um beijo apaixonado nele.

— Vamos subir — diz levantando. Os dois dão as mãos e caminham na direção do elevador mais próximo.

Assim que as portas se fecham, Maísa empurra Jonas contra uma das paredes e o beija intensamente. O rapaz é pego de surpresa pela atitude dela e demora para corresponder. Segundos depois ele coloca os braços por dentro do trench coat e aperta seu corpo com força. Quando o elevador para no andar em que eles estão os dois descem abraçados. Jonas abre a porta e eles nem chegam a acender as luzes.

Entre gargalhadas, Marina, Vinícius, Malu e Graziele conversam sentados na areia da praia enquanto Yasmin bóia no mar, encarando as estrelas e refletindo sobre o futuro. Por de trás do quarteto caminham outras pessoas também vestidas ainda com as roupas brancas da virada do ano.

— Eu não faço a mínima ideia de onde a gente vai almoçar — diz Graziele, respondendo a um comentário de Malu.

— Não vai todo mundo comer na casa do Reinaldo? — questiona Malu. — Eu ouvi falar que ele encomendou o almoço naquele restaurante super bem recomendado que fica lá perto.

— É? — pergunta a ruiva. — Não fiquei sabendo não.

— Eu te disse isso de madrugada — ri Marina.

— Sério? Não lembro.

— Quantas taças de champanhe você tomou? — Vinícius brinca e eles riem.

— Pior que eu nem bebi tanto — Graziele comenta. — Tava com muita adrenalina no corpo mesmo.

— Você e o Thiago fizeram as pazes? — indaga Marina, que esteve observando os dois durante a madrugada.

— Fizemos — responde a ruiva sorrindo. — A amizade do Thiago é muito importante para mim. Eu sei que não vai ser fácil depois de tudo o que a gente passou esse ano, quer dizer, ano passado — corrige rindo —, mas eu quero tentar.

— Fico feliz por vocês — diz Vinícius fazendo um carinho no joelho dela. — Querendo ou não, o clima estranho entre vocês afetava todos nós.

— Sim, somos um grupo de amigos de infância, né?

— Por isso que é f*da namorar amigo — comenta Malu. — Quando dá errado não afeta só o casal, mas todos os amigos deles.

Marina responde:

— Pra garantir que isso não ia acontecer que você foi se envolver logo com o Samuel?

— Exatamente! — gargalha Malu.

— Onde ele passou o réveillon? — indaga Vinícius.

— No Rio mesmo, com a família da mãe dele.

— O pai dele ainda está naquele estado? — Marina pergunta e Malu assente.

— A mãe do Samuel está bem abalada com essa situação. Ele não piora, mas também não melhora. — Ela observa as ondas quebrando na areia por algum tempo. — Enfim, o Samuel até brincou que ia vir para cá hoje. Idiota. — Eles riem.

— Vocês estão com sono? — questiona Graziele.

— Um pouco — responde Vinícius coçando os olhos. — Não estou acostumado a virar a noite.

— Por isso que você tem essa pele de neném — brinca Malu.

— Não é só a pele, o Vinícius todo é um neném — ri Graziele.

— Grazi, você não está conseguindo disfarçar sua paixão por mim — responde Vinícius e eles gargalham.

— Hello? — cantarola Marina. — Eu estou aqui.

— Ciúmes? — Vinícius pergunta para ela.

— Você sabe que eu sou ciumenta — ironiza Marina. Graziele passa uma perna por cima das de Marina, falando:

— A gente pode te incluir no nosso romance. Ménage à trois — propõe arqueando as sobrancelhas.

— Oh my! — exclama Marina gargalhando. — Dispenso.

— Falando sério, vocês fariam um ménage? — pergunta Graziele. — Não comigo, é óbvio — ri na sequência.

Vinícius e Marina se olham sorrindo e ele responde:

— Hoje em dia, pelo menos, eu não sinto vontade nenhuma. Sexo é uma troca de energia. Eu prefiro trocar energia com uma pessoa só, quando eu penso em três pessoas ao mesmo tempo parece uma dispersão de energia.

— É, eu não conseguiria me concentrar nas duas pessoas ao mesmo tempo — diz Marina refletindo sobre a situação. — Se for para dar atenção para cada pessoa em um tempo, é melhor transar separado de uma vez — ri.

— Eu faria um ménage — admite Malu. — Não hoje, nem amanhã, mas no futuro.

— Seria com o Samuel? — pergunta Marina.

— Se ele quiser — Malu dá de ombros.

— E a terceira pessoa? Um homem ou uma mulher?

— Uma mulher.

— Nossa — surpreende-se Vinícius. — Pensei que você fosse falar um homem.

— Eu faria tanto com um homem quanto com uma mulher, mas eu acho que seria mais fácil o Samuel topar fazer se fosse uma mulher. — Malu ri. — Não, o Samuel não toparia nem se fosse uma mulher.

— Você acha? — questiona Graziele.

— Sim, ele é todo romanticozinho, canceriano. Sexo só com amor.

— Essa não é a visão que eu tenho do Samuel — ri Marina.

— Ele não demonstra, mas ele é assim.

— Então você ficaria com uma menina — conclui Vinícius.

— Ficaria — concorda Malu. — Não seria a primeira vez.

Marina ergue as sobrancelhas.

— Eu não sei dessa história.

— Quase ninguém sabe — ri Malu.

— Quando foi isso?

— Ano retrasado e um pouquinho do ano passado.

— Então eu já te conhecia. Eu conheço a pessoa? — Malu olha para Graziele e o queixo de Marina despenca. — Vocês duas?

— Não! — exclama Malu e todos caem na gargalhada. — Claro que não.

— É que eu sei quem é — explica Graziele.

— Conta para gente — pede Vinícius sorrindo.

— Pode? — A ruiva olha para sua melhor amiga, que confirma com a cabeça.

— É a Mayara.

— Eita! — exclama Marina. — Nunca ia imaginar.

— Ah, vocês são próximas, né? — observa Vinícius. — Mas eu nunca desconfiei.

— É que eu sou muito discreta — ri Malu.

— Olha quem chegou! — Os quatro olham para trás e Malu levanta em um salto.

— Não acredito! — grita correndo até Samuel. Ela pula no colo dele e o abraça com força.

— Não disse que eu vinha? — pergunta o rapaz quando Malu coloca os pés na areia novamente.

— Eu pensei que você tivesse brincando.

— Você deveria me levar mais a sério.

— Eu te levo a sério.

— Estou vendo — ironiza Samuel dando um selinho nela. — Feliz ano novo.

— Feliz ano novo. Ai! — exclama Malu agarrando Samuel. — Não acredito que você está aqui. Estou tão feliz!

— Fico feliz por você ficar feliz por me ver — ri o rapaz.

— Eu amo te ver.

— Nem sempre foi assim.

— Agora é. — Ela dá um beijo nele. — Vem cá!

Malu leva Samuel até seus amigos. Yasmin está ao lado de Vinícius com a roupa e o cabelo molhados.

— Ele veio de verdade, gente — sorri a morena abraçada em Samuel.

— Oi, pessoal! — Ele cumprimenta e após todos responderem, Marina indaga:

— O que deu na sua cabeça para pegar a estrada em plena madrugada do dia primeiro?

— Vontade de ver a Maria Luíza — Samuel responde com sinceridade e Malu sorri de leve.

— Bem que ela comentou que ele é canceriano — diz Vinícius e todos gargalham.

Dias depois, os formandos dos terceiros anos do Colégio Otávio Mendes chegam ao navio em que farão um cruzeiro pelo litoral do país. Jaqueline e Gabriel se juntam aos colegas e a maioria se surpreende pelo fato deles estarem de mãos dadas.

— O Gabriel e a Jaqueline estão juntos? — Malu questiona para Samuel, que está com ela e Graziele em uma espreguiçadeira.

— Eles voltaram a namorar no revéillon — conta o rapaz.

— Não acredito! — exclama a ruiva. — Por essa eu não esperava.

— Nem eu — lamenta-se Samuel e Malu ri.

— Está triste porque a sua amiguinha não ouviu seus conselhos?

— Estou — admite o rapaz e os três riem.

Próximos a eles no deque, Marina e Vinícius conversam observando o mar.

— Finalmente vou conhecer outras cidades brasileiras — diz Marina com animação.

— Estou muito empolgado também! — Vinícius responde. — Imagina o tanto de coisa que a gente vai comer.

Marina gargalha.

— Você pareceu o Chay falando agora.

— É que eu gosto de experimentar novos temperos.

— Desculpa para ser comilão — brinca Marina e eles riem.

— Última vez que todo mundo vai estar reunido — analisa Yasmin deitada em uma espreguiçadeira. Victor, que acaricia o cabelo dela, fala:

— A gente tem que aproveitar muito. Ninguém sabe o que vai estar nos esperando quando a gente voltar.

— Hum, está profundo — ri Yasmin. — Eu confesso que estou animada. Estou tentando focar nos planos que eu tenho para a minha faculdade pra não pensar em besteira.

— Besteira seria eu?

Yasmin dá um cheiro no pescoço dele.

— Você não é besteira, o seu futuro é que é — ela ri dando um beijinho nele.

— Obrigado — ironiza Victor.

— Mas enfim, você vai visitar meu apartamento lá em São Paulo?

— O seu e o do Iago?

— Você falando assim parece que eu vou me casar com o Iago. — Os dois começam a rir.

— Essa ideia é hilária — responde Victor.

— Até agora você não respondeu a minha pergunta.

— É óbvio que eu vou — diz o loiro. — Acho que dá tempo de eu te visitar antes de… antes de você sabe o quê.

— Não precisar evitar dizer que você vai para os Estados Unidos. Eu já aceitei isso. Aceitei e estou ciente dos perrengues que a gente vai passar, mas também tenho certeza que a gente vai passar por tudo juntos.

— Eu queria ter a sua certeza.

— Como assim, Victor? — questiona Yasmin encarando os olhos dele. O rapaz respira fundo, olhando para Isabela e Felipe ao lado. Ele volta a observar a namorada e sussurra:

— Tenho medo de te perder.

A sinceridade da resposta dele causa um profundo impacto em Yasmin, que fica incapaz de responder qualquer coisa.

— Nada como uns dias de tranquilidade, né? — fala Isabela para Felipe.

— Eu sou o único que estou sentindo uma tensão no ar? — diz o moreno.

— Eu acho que a galera está um pouco pilhada por causa dos resultados dos vestibulares que vão sair no final do mês.

— Você tem reparado no Vinícius? — pergunta Felipe e Isabela arregala os olhos.

— Você também reparou?

Felipe sorri.

— Ele acha que engana a gente, né?

— Sim! Coitadinho, ele está muito apreensivo e o fato dele estar tentando disfarçar isso só me faz ficar mais preocupada com ele.

— É por causa da Marina, né?

— Sim. Ele está ansioso para saber se ela vai passar ou não.

— E você, está ansiosa com o seu resultado?

Isabela sorri.

— Posso ser sincera? Não. — Eles riem. — Eu estou confiante e você?

— Eu também. Ninguém vai tirar minha vaga.

— Ui, que poderoso. — Os dois gargalham. Isabela observa os colegas conversando no deque e diz: — Estou contando os dias para ver todos nós na faculdade. Sinto que tem muita coisa vindo por aí.

— Coisas boas ou coisas ruins? — Felipe pergunta.

— Coisas — responde Isabela.

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