Imagine 5ª Temporada | Capítulo 53: Esquivas

 

Vinícius abre os braços e envolve Marina.

— Como é bom te ver.

— Estou tão feliz! — responde a jovem abraçando o namorado com força.

Victor sorri para os amigos e fixa o olhar em Yasmin, que permanece estática em sua frente.

— Não vai me abraçar? — questiona o jovem dando um sorriso de canto de boca.

Yasmin pisca rapidamente e dá um passo na direção do rapaz.

— Eu… eu… não estou acreditando que você está aqui. Eu acho — fala atrapalhadamente ao abraçá-lo. O corpo quente de Victor em contato com o seu, o coração dele batendo freneticamente contra o seu tronco, a força dos braços dele ao redor de sua cintura. Cada contato de Victor em sua pele deixa o corpo de Yasmin aquecido e emocionado de modo que ela mesma não consegue compreender.

— Como eu estava com saudade de você — diz o rapaz no ouvido dela.

— Eu também. Eu também! — Yasmin desliza as mãos pelas costas do namorado, unindo ainda mais seus corpos. O cheiro de Victor inebria seus pensamentos e suas pernas amolecem. — Como eu senti sua falta!

— Eu também, mas agora eu estou aqui. — Victor se afasta o suficiente para fitar o rosto de Yasmin. — A gente vai aproveitar muito esses dias.

A frase dele provoca um incômodo em Yasmin, que engole em seco e assente, olhando para o irmão e a melhor amiga.

— E vocês não vão falar com a gente, não? — indaga Felipe, separando Yasmin e Victor para abraçar o amigo. A loira suspira e se junta a Isabela, que discretamente afaga suas costas. 

Enquanto caminham rumo aos carros, Victor passa um braço pelos ombros de Yasmin e faz um convite exclusivo para ela:

— Vamos lá para casa com a gente?

Yasmin coça uma das sobrancelhas e continua olhando para o chão sob eles.

— Não dá.

— Por que não?

— Eu tenho que ajudar a Mel e a Isabela com os preparativos da ceia de Natal.

— Ah, fala sério!? Isso não é mais importante que a minha chegada, é? — ele ri e beija o cabelo dela, ainda sem acreditar que está na presença da namorada.

— Claro que não — responde Yasmin esticando os cantos da boca para sorrir. — É que eu prometi para a Mel que iria ajudar, ela está contando com isso.

— Então tá, né? — Victor sorri. — Estou tão feliz por estar aqui com todos vocês que nem o seu fora vai me abalar. 

Yasmin se esforça para sorrir novamente.

Sem a companhia de Yasmin, Victor chega na casa dos pais com Marina. Os dois são recebidos com muitos abraços e animação.

— Como você está diferente, meu filho! — exclama Lua passando a mão pelo rosto dele, que está com uma barba espessa. 

— Demorou, mas a barba cresceu, mãe — ri Victor.

— Está ficando velho, rapaz! — fala Arthur bagunçando o cabelo de Victor com uma das mãos enquanto a outra afaga o ombro de Marina.

— Não sou eu que vou fazer 60 anos ano que vem.

— 45 anos com corpinho de 30, querido.

Victor gargalha.

— O importante é acreditar em si.

Após serem paparicados pelos pais, Victor e Marina sobem com suas bagagens para o andar de cima. O rapaz para diante da porta de seu quarto e se vira para Marina.

— Você sentiu que a Yasmin estava diferente?

— Diferente? — Marina franze a testa. — Diferente como?

— Sei lá, estava estranha.

Marina sacode a cabeça.

— Claro que não, Victor. É que vocês passaram muito tempo sem se ver, só isso. Você deve estar achando estranho só porque está muito tempo sem vê-la pessoalmente.

— É, deve ser isso mesmo — cede o rapaz, abrindo a porta do quarto.

— Ai, mãe, foi horrível e excelente! — exclama Yasmin deitando a cabeça sobre a mesa na cozinha da mansão dos pais.

— Horrível e excelente é novo para mim — responde Sophia, cortando frutas para uma salada que prepara.

— Excelente por ver o Victor ali, na minha frente. Ele está tão lindo, mãe! Parece que quanto mais o tempo passa, mais encantador ele fica. — Ela fecha os olhos com força, tentando afastar o sorriso do namorado de sua mente e todas as reações provocadas em seu corpo. — Por outro lado, foi horrível estar diante dele. Parece que um muro está entre a gente. Um enorme muro chamado mentira.

Sophia ergue a cabeça para encarar a filha.

— Yasmin, calma. Vocês são muito jovens, mas também amadureceram muito morando sozinhos. Você só vai saber o que o Victor realmente pensa sobre o que aconteceu quando falar com ele. Não adianta ficar se martirizando antes da hora.

— E quando eu conto tudo para ele? Qual é o melhor momento para isso?

— Olha, sinceramente, melhor momento não vai ter nunca. Um assunto delicado como esse é sempre complicado. Mas, você vai sentir quando chegar o momento certo.

— Sentir? É esse o seu conselho, mãe?

— Ai, Yasmin, você sabe o que eu realmente penso.

— Que eu deveria ter contado logo que aconteceu, mesmo sendo por videochamada — diz Yasmin com a voz arrastada. — Eu sei. Mas eu não conseguiria falar sobre isso à distância. Eu preciso estar olhando no olho dele, sentir tudo o que ele sentir.

— Viu, você entende de sentimentos então! — provoca Sophia e Yasmin acaba sorrindo.

— Ai, mãe.

Na noite seguinte, diversas famílias se reúnem para celebrar a ceia de Natal. Lorena e Maísa recebem no casarão em que moram, pela primeira vez desde a morte de Edson há três anos, os familiares para o jantar.

— Acho que primeiramente precisamos brindar aos noivos do ano — diz Maísa erguendo sua taça.

Laís e Alexandre sorriem, se olham e erguem suas taças.

— Será que ano que vem sai esse casório? — pergunta Lorena.

— Sem pressão, por favor — pede Laís sorrindo. 

— O primeiro passo a gente já deu — completa Alexandre sorridente. 

Os pais de Laís se juntam ao brinde e eles comemoram a união do casal.

A mansão de Mel está bem mais cheia do que o habitual. Além dos casais de amigos, Sophia e Micael, Lua e Arthur, Fernanda e Mateus, Nathália e Lucas, Larissa e Henrique a empresária recebe seus pais, os pais de Chay, os filhos dos amigos, Luiza, Daniel e os filhos, Anelise, Bernardo e a mais nova integrante da família.

— Lisa! — exclama João Paulo surgindo na frente da filha, que segura a bebê no colo. O grupo está reunido no quintal da mansão, onde Chay e Micael preparam um churrasco de última hora, indo de encontro ao cardápio que Mel organizou para a noite.

— Elisa, pai — corrige a jornalista. — O nome dela é Elisa, não começa com apelidinhos.

— Só você pode ter apelido, Ane? — grita Chay diante da churrasqueira.

— Eu escolhi um nome tão bonito, quero que as pessoas chamem ela pelo o nome que eu escolhi.

— Toda mãe quer isso — fala Berenice. — Mas apelidos é algo estrutural. O jeito é aceitar.

— E quanto mais você se recusar, mas eu vou chamar essa coisinha de Lisa — atiça João Paulo e Anelise revira os olhos, provocando risadas em Bernardo.

Dividindo uma cadeira de piscina, Victor tenta beijar Yasmin, mas após alguns minutos ela se esquiva e vai brincar com Nicolas e Vinícius. O loiro fica observando a namorada de longe por um tempo, até levantar e ir axiliar Isabela a montar um aparelho de karaokê em um canto da varanda.

— Ótimo, estava precisando de alguém para me ajudar com isso — agradece a jovem, que se confundia com os cabos de conexão.

— Quer ver uma coisa engraçada?

— O quê?

— Marina! — chama o rapaz e a jovem, que conversava com Thiago e Graziele, vai até eles.

— O que foi?

— A Isabela não está conseguindo ligar o karaokê.

— E daí? — Marina franze a testa, sem compreender a ligação que ela tem com o fato.

— E daí que você pode ajudar ela, você não faz engenharia de software? — devolve Victor segurando uma risada.

Marina estreita os olhos.

— Claro — responde pegando o aparelho com irritação. — É para isso que eu curso engenharia no MIT, não é mesmo? Que engraçado você. 

— Falando nas altas habilidades de vocês — fala Isabela —, um dos brinquedos do Nicolas quebrou agora há pouco. Acho que você pode ajudá-lo, Victor. É um aviãozinho. 

Marina gargalha e Victor joga o cumprimento do cabelo de Isabela no rosto dela.

— Não vale usar minhas ideias contra mim, ok?

Minutos depois, os adultos se divertem no karaokê. Elisa já dorme no quarto de hóspedes, sendo observada pelos pais por meio de uma babá eletrônica. 

Henrique e Fernanda fazem um dueto cantando pagode até serem substituídos por Chay e Vinícius.

— Cantores profissionais não deveriam participar — fala Nathália jogando um copo de plástico vazio em Chay.

— Preparamos um momento especial para vocês — diz Chay ao microfone. Ele olha para Vinícius, que aperta o play no karaokê. Os acordes iniciais de Onde Estiver começam a ecoar pelo quintal e Mel sorri.

— Vou tentar não esquecer  — começa o cantor. — As palavras que você disse antes de partir, vou levar você…

— Comigo onde for — Vinícius entra fazendo a segunda voz.

— Mesmo quando não.

— Mesmo quando for.

Os casais se procuram e passam a dançar juntos, embalados pela música que Chay escreveu para Mel. Marina dança com Nicolas e ao seu lado Victor e Yasmin se aconchegam um no outro.

— Nunca pensei que fosse curtir fazer uma coisa cafona como essa com você — admite Victor sorrindo.

— É o que a distância faz — responde Yasmin, usando todo o seu controle mental para afastar a traição de sua mente pelo menos por este momento.

— Prometo que vou fazer de tudo para não ficar tanto tempo sem te ver daqui para frente.

Yasmin fecha os olhos, esforçando-se ao máximo para permanecer exclusivamente conectada ao presente.

— Eu não quero falar de futuro — diz baixinho —, só quero curtir o agora com você. 

— Como dizem por aí, que seja eterno enquanto dure — responde Victor e Yasmin aperta com ainda mais força seus ombros, querendo nunca mais sair dos braços do namorado.

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