Imagine ChaMel 5ª Temporada (Filhos) - Capítulo 38: Desalinho familiar


    — Você não deveria ter aceitado a bala — diz João passando a mão pelo cabelo de Yasmin. Os dois estão sentados na areia bem distantes das tendas, as ondas quebrando nas pontas de seus dedos. 

— Eu quis experimentar — justifica Yasmin após tomar duas garrafas de água mineral, uma atrás da outra. Seu rosto já não está mais tão pálido como quando saiu da tenda, nem suas pernas bambas. — Chapada na Itália. Não podia perder essa oportunidade. — Os dois se olham e caem na gargalhada. 

— E aí, gatinha, está melhor? — Luca se senta do outro lado de Yasmin.

— Estou — responde a jovem. — Foi só um mal estar. 

— Que bom! O dia nem amanheceu ainda, tem muito o que curtir.

Yasmin ri e deita na areia, encarando o céu.

— Para mim a festa já acabou.

— Mas tão cedo? — ri o rapaz.

— De onde eu venho já é bem tarde — responde Yasmin e eles gargalham.


Anelise chora deitada em um leito da ala de observação. Bernardo, que conversava com o médico que a atendeu, para ao lado da cama de sua esposa e pega em sua mão.

— Não precisa ficar assim, meu amor.

— Eu não quero ter pressão alta — fala Anelise aos prantos.

Bernardo enxuga as lágrimas que caem feito cascata dos olhos dela.

— Você ouviu o que o médico disse, não ouviu? Pode ter sido uma crise esporádica por causa da gravidez. 

— Eu sei o que é hipertensão gestacional, ok? Eu já li sobre.

Bernardo dá um leve sorriso e continua acariciando a mão dela.

— Não estou falando de hipertensão na gravidez, estou falando que pode ter sido só dessa vez. Segunda-feira a gente vai se consultar com a sua obstetra, apresentar os exames que você fez agora e aí vamos saber o que é exatamente. 

— Desculpa, bebê — diz Anelise passando a mão na barriga.

— Ei, não precisa se desculpar, Ane. Está tudo bem, nossa filha está bem também. — Ele se agacha para falar na altura da barriga dela. — Está vendo como a mamãe é nervosinha, filha? Avisa ela que não precisa se preocupar. 

Neste instante, o abdômen de Anelise se move. Ela e Bernardo se olham atônitos.

— Ela chutou — conclui a jornalista. Bernardo sorri e dá um beijo na barriga da sua esposa com os olhos marejados.

— Incrível. Incrível! 

Com os olhos cheios de lágrimas, Anelise sorri encarando a própria barriga.


Antes das 8h Isabela acorda sem a ajuda do despertador. Ela ainda tenta voltar a dormir, mas depois de virar na cama por diversas vezes, aceita o horário que seu corpo quer despertar em pleno domingo, levanta e vai até seu banheiro. Depois de lavar o rosto, alcança um robe na porta de seu closet e sai do quarto. Ela passa pelo quarto de Mel no caminho para escada e se depara com a porta fechada, deduzindo que a mãe ainda dorme. 

Isabela chega à cozinha da mansão sem cruzar com nenhuma pessoa, o único ser vivo com ela é Nina, que a acompanha desde que saiu do quarto. A jovem passa mais tempo do que o necessário escolhendo uma cápsula de café, antes de preparar torradas com queijo e geleia. Junto com o café, leva o alimento para a sala de jantar.

Assim que termina de tomar seu café da manhã, lava as louças na cozinha e se dirige para a sala de TV no térreo. Nina se acomoda ao seu lado no espaçoso sofá. Isabela mapeia todos os canais disponíveis e não encontra nada que desperte seu interesse. Ela lembra das vezes que acordou ali mesmo depois de assistir filmes durante a madrugada com Vinícius. No monitor da TV, confere o horário e conta nos dedos até cinco para saber o horário local de Paris. 

— Ele deve estar almoçando — conclui. — Depois eu falo com ele.

A jovem fica mais um tempo na sala até que decide subir para seu quarto. Ela se joga na cama e fica olhando para um porta-retrato em sua cabeceira em que ela, Mel, Chay, Vinícius, Yasmin e Felipe sorriem abraçados.


Assim que desperta, Yasmin não abre os olhos. Ela reconhece o lençol de seu quarto no hotel e conclui que não há motivos para se preocupar e tentar voltar a dormir. No entanto, quando o Sol começa a queimar sua pele vigorosamente, ela se mexe e abre os olhos.

— Meu Deus! — exclama ao ver a cena ao seu redor. Os móveis de seu quarto estão todos fora do lugar, sua mala largada na sacada e ao pé de sua cama, Matteo dorme. Ela estica o pescoço e enxerga Luca deitado no tapete.

— Que noite, não? — comenta o italiano. A memória de Yasmin é ativada e surgem atrás de seus olhos imagens dela subindo a aldeia com Matteo, Luca e João nos primeiros raios de Sol da manhã. Ela se joga novamente em sua cama.

— Que noite.


Após o almoço, no Rio de Janeiro, Gabriel repousa na cama de Jaqueline jogando no próprio celular enquanto sua namorada digita sentada à mesa de estudos, rodeada de livros e um caderno. 

— Sabe o que eu estava pensando? — questiona Jaqueline girando a cadeira até ficar de frente para Gabriel quase 1h depois.

— Que Direito é chato — arrisca o rapaz sem tirar os olhos do celular.

— Mais ou menos. Eu vou comprar um terreno.

Gabriel ri, sem entender a ligação entre uma coisa e outra.

— Já quer construir nossa casa?

Jaqueline lança um olhar de irritação para ele.

 — Óbvio que não. Vou construir um espaço para eventos.

— Sério?

— Sim, pensa o quanto dinheiro eu vou ganhar com isso. Alugar para as atléticas fazerem festas da universidade, eu mesma organizar minhas festas. Sei lá, não acho que Direito é o melhor caminho para mim.

— Mas você vai largar a faculdade?

— Não, já comecei, agora vou terminar. Só que não me vejo atuando em nada na área. Agora, organizar festas é o que eu mais gosto de fazer. Você sabe que eu sou boa nisso!

— Realmente. As melhores festas do ensino médio eram suas.

— Pois é. Por que não investir nisso?

— Mas agora? E assim, do nada?

— Não é do nada — defende-se Jaqueline. — Eu sempre pensei nisso, só não achava que era viável, mas quanto mais tempo passa, mais eu vejo que dá para fazer.

— E por que comprar um terreno e construir o espaço? Não seria mais cômodo comprar um espaço já montado?

— Não. Eu quero definir tudo. A localização, as áreas que vão compor o espaço. Quero de fato construir o meu negócio.

Gabriel assente, ainda estranhando muito a decisão, ao ser ver, repentina de Jaqueline. A loira permanece com o olhar vago, criando em sua mente o espaço de festas ideal.


Isabela almoça na sala de jantar da mansão e diferentemente do café da manhã, desta vez conta com uma companhia.

— Mãe — chama pousando os talheres no prato. Mel, que cortava um pedaço de bife, olha para a filha.

— O que foi?

— Quais são seus planos para hoje a noite?

Mel franze levemente a testa diante da pergunta de Isabela, refletindo.

— Nada — diz por fim. — Não tenho nada programado.

— Então vamos ver um filme?

— Claro — a empresária responde de prontidão, mastigando a comida. — Em qual cinema você quer ir?

— Em nenhum, eu quero ficar aqui em casa mesmo — sorri Isabela.

Mel não consegue entender por que a filha está tão satisfeita em programar algo que para ela é tão comum.

— É algum filme especial? — tenta adivinhar. — Por que me chamar com antecedência se é aqui em casa? — ela dá um leve sorriso.

— A senhora poderia ter outros planos. Sem contar que eu não me lembro a última vez que assistimos algo juntas, só nós duas.

Mel tenta buscar na memória quando foi a ocasião, porém para o próprio espanto, também não se recorda. Só então percebe a razão da felicidade da filha. 

— Não é mais tão comum — pensa em voz alta. Ela encara Isabela e sorri. — Vai ser ótimo termos esse tempinho só nós duas.

— É. Podemos fazer pipoca e brigadeiro! — Isabela anima-se ainda mais com a ideia.

— Sim! O seu irmão costumava cuidar disso, mas tenho certeza que a gente vai deixar tão gostoso quanto.

A felicidade se esvai do rosto de Isabela.

— É, o Vinícius que costumava cuidar de muita coisa — diz em um tom de voz que mescla tristeza e amargura. — Talvez seja por isso que esta casa ficou tão vazia sem ele.

— Como assim, filha?

— Verdade seja dita, sem o Vinícius parece que a família acabou. Meu pai não mora mais aqui, meu irmão não mora mais aqui, eu me sinto cada vez mais sozinha.

— Ei! Eu continuo aqui — Mel diz com rapidez.

— A gente quase nem fica junto. Eu vejo mais o Felipe do que a senhora.

— Você está querendo me acusar de alguma coisa? — questiona Mel com a palavra “ausente” ecoando em sua cabeça.

— Não estou querendo julgar ninguém — Isabela responde honestamente. — Só estou dizendo que a nossa família se perdeu. 

— Eu não esperava por isso. — Mel limpa a boca com um guardanapo de pano e enxuga uma lágrima que escorre discretamente por sua bochecha. — Me desculpa.

Isabela permanece encarando fixamente a comida em seu prato, a garganta apertada e dolorida com o choro que não chega aos seus olhos.


O Sol já se pôs na aldeia de Positano quando Yasmin, Camila e João retornam ao hotel após uma tarde em um centro de beleza e estética. 

— Nossa, como eu estava precisando de um tempinho para me cuidar — diz Yasmin passando pelo hall do hotel. — Mais da metade da minha extensão de cílios já tinha caído — ri.

— A gente tinha percebido — provoca João.

— Vamos tomar um drink? — Camila propõe e os dois topam. O trio segue rumo ao bar do hotel pela área externa, descendo uma escadaria de pedra que proporciona uma visão única do restante da ilha e do mar Tirreno. Palmas, exclamações e um som alto vindos da área da piscina chamam a atenção deles.

— O que está acontecendo ali? — Camila estreita os olhos com curiosidade.

Yasmin consegue distinguir no jardim ao lado da piscina um pequeno grupo que dança no meio de uma roda de hóspedes.

— São dançarinos — conclui.

— Vamos lá ver! — chama João descendo as escadas mais rapidamente. Eles passam reto pela entrada do bar e seguem para a piscina. Conforme vão se aproximando, identificam uma música italiana contemporânea que ouviram tanto no trajeto até a aldeia quanto no centro de estética.

— Deve ser o hit do momento — comenta Camila e Yasmin assente, juntando-se aos hóspedes que rodeiam os dançarinos. Dois rapazes e duas moças fazem passos clássicos de balé, mesclando com elementos de dança de rua no ritmo do atual sucesso italiano. Assim que seus olhos recaem sobre uma das dançarinas, uma loira de cabelos acima dos ombros, o reconhecimento invade Yasmin.

— Ingrid! — exclama sorridente.

João pega em seu braço:

— Você conhece ela?

— Sim! — Yasmin responde acima da música. — Ela é bailarina do balé de Marselha. A gente se segue no Instagram. Há uns anos eu fui em uma apresentação deles no Teatro Municipal lá do Rio.

Camila filma a performance deles e comenta:

— Surpresas que a gente só encontra em Positano! — Ela foca em João e Yasmin, que também dançam no ritmo da música, porém sem toda a habilidade do grupo.

Ao término da batida, os bailarinos param de dançar e agradecem ao pequeno público. Os olhares de Ingrid e Yasmin se encontram e um sorriso ainda maior surge no rosto da bailarina, que caminha até a estudante de moda.

— Não acredito que você está aqui! — exclama Ingrid em português. Mesmo sendo brasileira, o sotaque francês é bem evidente em sua fala.

— Eu que não acredito! — sorri Yasmin. — Positano é bem distante de Marselha.

— A gente veio se apresentar em Nápoles — conta a bailarina. — Um dos bailarinos é daqui de Positano e a gente resolveu vir conhecer a cidade dele. Eu vi no Instagram que você estava na Itália, mas não pensei que fosse aqui.

— Não é — responde Yasmin. — Eu estou fazendo intercâmbio em Milão, vim passar apenas o final de semana aqui em Positano.

— Quer dizer que você vai embora hoje?

— Sim, logo depois do jantar.

— Ah, que pena! Quem diria que um dia nós iríamos nos reencontrar, não é?

— Ainda mais fora de Marselha ou do Rio.

— Verdade — ri Ingrid.

Yasmin sinaliza para João e Camila chegarem mais perto.

— Estes são meus amigos. João e Camila — apresenta para Ingrid, que sorri.

— Prazer. 

— Prazer! — respondem os outros dois futuros designers de moda. Assim como Yasmin, Ingrid chama seus amigos.

— Esta é a Nonoka, do Japão — fala apontando para a outra bailarina de traços orientais e cabelos pretos até o meio das costas. — Este é o Isaia, da França — indica um rapaz de bigode com os cabelos em tranças africanas. — E este aqui talvez você se lembre. Vincent, da França também. Ele estava naquela apresentação no Rio.

— Sim, nós fomos apresentados naquele dia — diz Yasmin após forçar a memória, ainda afetada após a última noite. — É um prazer revê-lo — acrescenta em inglês.

O rapaz não demonstra nenhum traço de reconhecimento, mas sorri gentilmente.

— O prazer é meu — responde.

— É uma pena vocês estarem indo embora hoje, poderíamos curtir a praia amanhã de manhã — fala Ingrid adotando o inglês como idioma.

— Pois é — responde Yasmin —, mas nós temos aula amanhã à tarde, precisamos voltar.

— Por que não jantamos juntos? — sugere Nonoka e Yasmin demora um pouco mais para entender o que ela diz, então assente.

— É uma ótima ideia. O que acham? — pergunta para os amigos.

— Ótimo — responde João.

— Por mim tudo bem — diz Camila.


Confortavelmente acomodada em uma poltrona da sala, Anelise toma um chá após o almoço assistindo televisão. A campainha toca e ela olha para Bernardo, que está deitado no sofá.

— O porteiro nem interfonou — comenta estranhando a visita.

— Eu deixei avisado — responde seu esposo ficando em pé. Ele caminha até a porta e Chay entra no apartamento segundos depois.

— Para quem mais você contou sobre o meu mal estar? — questiona Anelise para Bernardo enquanto é abraçada pelo irmão.

— Só para aqueles que te amam — diz Bernardo trancando a porta.

— Mas o Bernardo também me falou que não devemos nos preocupar — diz Chay sentando no assento do sofá mais próximo de Anelise.

— E o que te traz aqui então? — rebate a jornalista.

— Eu fiquei preocupado com a minha irmã — admite Chay e eles acabam rindo.

Ela passa a mão na barriga.

— Ao que tudo indica foi só um pico de pressão alta, já está tudo bem.

— Vamos ter certeza amanhã na consulta — diz Bernardo com cautela.

Chay estica o braço para acariciar a barriga da irmã.

— Você que não me dê mais sustos, mocinha. Aliás — ele ergue o olhar até o rosto de Anelise —, quando vocês vão definir o nome dela?

— Ainda estamos em processo de análise.

— Quanta enrolação, hein? — ri Chay. — E os padrinhos? Quem vai me acompanhar?

Anelise e Bernardo trocam um breve olhar.

— Quem te disse que você vai ser o padrinho? — Anelise sorri.

— Eu sou seu irmão favorito.

— Deixa o Henrique te ouvir falando isso.

— Eu não tenho culpa se ele mora fora do país e eu na mesma cidade que você — brinca Chay.

— Você teve dois filhos e eu não sou madrinha de nenhum deles — comenta Anelise.

— Ah, então vai ser assim?

— Ué, não é verdade?

— Vamos mudar de assunto — pede Chay e Anelise gargalha.

— Agora você quer mudar de assunto, né?


Às 20h no horário local, Yasmin, Camila e João descem até o restaurante do hotel em que estão hospedados na aldeia italiana. Eles se reúnem com os bailarinos da companhia nacional de balé de Marselha em um mesa com vista para o Tirreno.

— Contem melhor para a gente como vocês se conheceram — pede João saboreando um vinho tinto. As duas loiras se olham e Yasmin começa:

— O Chay tem um conhecido que é coreógrafo da companhia e quando eles foram se apresentar no Rio o Chay ganhou ingressos e eu fui com ele, a Isabela e o Vinícius.

Tanto Camila e João quanto Isaia, Vincent e Nonoka acompanham o relato atentamente. Ingrid completa:

— Depois que acabou a apresentação, a gente estava reunido e o William, um dos nossos coreógrafos, chegou com o amigo dele. Fomos todos apresentados e foi assim que a gente se conheceu. Depois eu vi que a companhia foi marcada em uma foto da Yasmin e resolvi seguir ela. Desde então a gente conversa às vezes por direct, né Yasmin?

— Sim — sorri a loirinha —, mas desde aquele dia a gente não tinha se encontrado pessoalmente ainda. 

— Nada como se reencontrar com essa vista — diz Vincent indicando com o queixo o mar abaixo. Yasmin percebe pela maneira com que ele sorri que após o seu relato com Ingrid, Vincent lembrou da ocasião em que se encontram pela primeira vez.

— Esta cidade é fantástica! — exclama Isaia. — Tem um pôr do Sol como poucas.

— Com certeza — concorda Camila ainda observando o Tirreno reluzente. 

— Então vocês estão morando em Milão — comenta Ingrid bebericando seu vinho.

— Até dezembro, sim — responde Yasmin. — E vocês, estão viajando muito?

— As viagens maiores vão começar agora — conta Ingrid.

— Final de ano é sempre mais agitado — comenta Vincent.

— E como é morar em companhia de balé? — pergunta Camila.

— Um caos — responde Nonoka e os quatro bailarinos gargalham.

— Ninguém tenta matar ninguém, só para deixar claro — diz Ingrid ainda sorrindo.

— Mas são muitas culturas reunidas em um só espaço — acrescenta Isaia.

— Só aqui temos dois franceses, uma brasileira e uma japonesa, sem contar o nosso amigo italiano que está com a família — Vincent pontua. — Mas apesar das diferenças e das disputas naturais da nossa profissão, nós nos damos muito bem.

— Desculpa a curiosidade — pede Camila —, mas vocês são tão novos, são estudantes ou já são profissionais?

— Todos nós já somos formados em balé clássico — responde Ingrid.

— Eu e a Ingrid nos formamos em Marselha mesmo — diz Isaia.

— Eu já vim formada de Tóquio — explica Nonoka.

— E você? — João pergunta para Vincent.

— Eu me formei ainda em Paris.

— Vocês dois são parisienses? — Yasmin pergunta alternando o olhar entre Vincent e Isaia.

— Eu sou — responde o primeiro.

— Eu sou de Marselha — responde Isaia.

— E eu sou do Espírito Santo! — exclama Ingrid e eles caem na gargalhada.

— Foi um prazer jantar com vocês — diz Camila na porta do restaurante após a refeição.

— Que a gente possa se encontrar mais vezes — torce Yasmin dando um abraço em Ingrid.

— Esperamos vocês em uma apresentação nossa — fala Vincent.

— Se vocês passarem por Milão podem ter certeza que a gente vai — responde a loirinha. — É lindo ver o que vocês fazem.

— E o que foi aquilo hoje na piscina!? — ri Camila e Nonoka logo responde:

— O mais engraçado é que tudo começou com um momento de descontração nosso, só que as pessoas começaram a olhar e a gente se empolgou. — Todos riem.

Eles se despedem e Yasmin, Camila e João seguem para seus quartos para fazerem check-out após o agradável jantar.


A pipoqueira elétrica da mansão Fronckowiak faz um grande ruído ao ser ligada e enquanto a pipoca é preparada, Mel coloca um xícara com manteiga para derreter no microondas. Os grilos cantam no jardim do lado de fora, na noite quente carioca. Isabela mexe o brigadeiro ao fogo segurando o celular com a mão livre. 

— Já decidiu que filme vamos ver? — pergunta Mel olhando para a filha, que não responde concentrada no celular. — Isa? — ela chama e só então sua filha abaixa o aparelho.

— Desculpa, eu estava lendo uma mensagem da Yasmin — conta a jovem. — Ela já está de volta em Milão. Disse que tem um monte de coisa para me contar amanhã.

Mel sorri.

— Imagino. Um final de semana de festa em outro continente.

— Sim. Mas o que a senhora disse antes?

— Perguntei se você já decidiu o filme — repete Mel.

— Não, pensei em escolhermos juntas.

— É uma ótima ideia. — A empresária para ao lado da filha e adotando um tom de voz mais sério, diz: — Foi muito importante você ter falado tudo aquilo no almoço. Eu não tinha percebido o quanto nós nos afastamos. Eu sempre estou envolvida com coisas da empresa, vejo você ocupada com a faculdade e o estágio, não percebi o rumo que as coisas estavam tomando. Me desculpa — pede mais uma vez.

— Não precisa se desculpar, mãe — agora Isabela encontra voz para responder. — Não é culpa sua. Simplesmente aconteceu.

Mel coloca delicadamente uma mecha do cabelo da filha atrás da orelha.

— Prometo que daqui para frente nós vamos passar mais tempo juntas. — Isabela sorri e é abraçada por Mel. — Eu te amo demais, filha.

— Também te amo, mãe.



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Comentários

  1. Se a Isabela tá com saudade da família dela reunida quem sou eu pra não sentir o mesmo.
    Isabela, sabe quem mora na mesma cidade q vcs, seu pai! Chama ele pra ver um filminho com vcs, chama.
    Aliás,cancela q seus pais ainda estão de Fricote.

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  2. Te entendo, Mel! Com uma filha chata dessas, eu ia preferir trabalhar tbm.

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  3. Yasmin doida doida...kkkkkk;
    Isa tá passando pelo mesmo que Grazi passou,coitada;
    Cadê LuNiel?? Quero saber o desfecho!! Kkkkk

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  4. Ohhh se a Isa está com saudades imagina eu ! De ter o meu Chamel de volta.
    Estamos quase lá, bora dá continuidade nisso .kkkkk mas com meu casal favorito juntos.

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