Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 373: Victor e Marina comentam presentes de aniversário

A comemoração não se prolonga por muito mais tempo e logo Samuel, Malu, Thiago, Graziele, Isabela e Felipe deixam a mansão de Lua e Arthur espremidos no fusca do primeiro. O rapaz passa nas casas de Graziele e Thiago antes de estacionar em frente a de Isabela.

— Estão entregues — fala e Malu desce para eles saírem.

— É um trampo dar carona com esse fusca, né Malu — comenta Felipe. — Toda hora você tem que sair para alguém descer.

— Pois é — responde a morena. — O Samuel só gosta porque não é ele que tem que fazer isso.

De dentro do carro Samuel ri e fala:

— Como ela reclama.

Isabela e Felipe sorriem, se despedem dos dois e entram.

— E aí, vamos para a sua casa ou para a minha? — pergunta Samuel ligando o carro.

— Eu vou para a minha e depois você vai para a sua — responde Malu.

— Pensei que a gente fosse dormir juntos. Eu viro para a esquerda ou para a direita? — indaga chegando em uma das esquinas do condomínio.

— Para a direita. Eu estou cansada, quero dormir.

— A gente pode só dormir juntos.

Malu olha para ele sorrindo.

— Você vai conseguir só dormir?

— Quando um não quer, dois não transam.

— Ok, sendo assim eu deixo você dormir lá em casa. Mas tem um porém.

— Dois advérbios em uma mesma frase não é errado? — ele observa.

— Sei lá. Nesse caso o “um porém” estaria mais para substantivo, não é? Uma questão, um empecilho. Vira à esquerda — sinaliza de repente.

— Sabe que eu não sei — responde Samuel girando o volante. — Enfim, gramática não é o meu forte. Qual é o porém, a questão, o empecilho?

Malu sorri e responde:

— Não sei se os meus pais vão deixar.

— Por quê?

— Ah sei lá, eles não estão acostumados comigo levando garotos para dormir lá em casa. Vou ter que pedir para eles.

— E se eu entrar e sair escondido?

— Eu não vou fazer isso. Meus pais confiam em mim, não quero quebrar essa confiança. E não tem porquê eles não deixarem, eu já viajei sozinha com você!

— É, você tem razão. Eles vão deixar sim — torce Samuel.

Marina e Victor estão sentados na sala de jogos. As garrafas vazias dos vinhos que seus pais tomaram com Chay, Sophia, Micael e Mel continuam sobre uma das mesas. Eles colocam as caixas de presentes em frente ao sofá e se sentam.

— Você começa? — pergunta Marina.

— Pode ser — Victor responde e pega um embrulho dentro da caixa. — Sogrões — sorri ao ver a etiqueta no embrulho. Ele abre a caixa quadrada e primeiramente fica surpreso com o que encontra. — São livros.

— Livros do quê? — indaga Marina esticando o pescoço. Victor vai retirando os livros da caixa e seu sorriso aumenta. — Guia Prático do Surf — lê o título do primeiro —, Blue Mind e For the Love. Nossa, esse For the Love é a biografia do Kelly Slater! Sabe quem é, né? — pergunta para a irmã.

— Óbvio! É o surfista mais famoso do mundo.

— Gostei demais — comenta Victor encantado com os livros. — E o seu o que é?

Marina procura a embalagem com os nomes de Sophia e Micael dentro de sua caixa de presentes.

— Achei — fala pegando uma caixa média retangular. — O que deve ser? Uau! — exclama ao ver o conteúdo. — É Dior. — O primeiro item que Marina pega é uma caixinha de um anel. Ao abrir, a jovem apaixona-se pelo modelo. — Ai que fofo! — A peça é de ouro com diamante e madrepérola. O medalhão no anel tem o formato de uma rosa dos ventos e ele é trançado no estilo grão de arroz. Em outra caixa há uma pulseira da coleção Rosa dos Ventos também. Ela é de ouro, diamante e malaquita. A última jóia é um colar que faz conjunto com a pulseira.

— Que luxo, hein! — comenta Victor analisando as jóias.

— Adoro Dior. E eles compraram de rosas dos ventos, a minha cara. Amei demais! — exclama sorridente.

Victor se estica e pega o próximo presente.

— Grande anã — fala após ler o nome de Isabela. — Acho que é um livro também — opina vendo o formato do embrulho. — Ah não, é uma agenda — constata segundos depois. — Gostei, de couro, preta.

— Sua cara — observa Marina e busca o presente da cunhada. — Ai que maravilhoso! — exclama ao ver o que tem dentro do saco de presentes.

— O que é?

— São várias blusinhas da 787.

— Isso é uma marca? — pergunta o loiro desconhecendo o nome.

— Sim, é uma marca que visa o consumo consciente e é super empoderada. Olha essa blusa — indica erguendo uma camiseta com a frase “Porque não sou obrigada”. — Amei!

— O próximo é da Mel — fala Victor pegando uma caixinha com o nome da empresária. — P*ta que pariu! — exclama ao abrir. — Car*lho, car*lho, car*lho.

— O que foi, Victor? — ri Marina tentando enxergar o que tem dentro.

— Olha isso! — O loiro não esconde a empolgação ao exibir um relógio para a irmã. Marina observa a pulseira de couro, mas o que chama mais atenção é a imagem presente no mostrador. — É uma galáxia? — confirma com Victor.

— É a Galáxia de Andrômeda. Olha que lindo! — fala colocando o relógio no pulso esquerdo.

— Que diferentão — sorri Marina. — A Mel arrasou.

— Demais — concorda o rapaz sorridente.

— Vamos ver o que ela deu para mim. Ai, que bonitinho! — sorri ao ver um box de livros de Harry Potter. — Eu não tenho essa coleção, tenho certeza que o Vinícius falou para ela.

— A Mel acertou em cheio.

— Todos têm acertado até agora.

— É verdade. Se bem que estou tentando entender porque a Isabela me deu uma agenda, mas tudo bem.

— Está bem claro que é para você ser mais organizado ano que vem, né querido — ri Marina.

— Thiago — lê Victor no próximo presente. — Ui, um óculos de Sol — fala experimentando o acessório.

— Ficou bom no seu rosto.

— Mais um para a coleção — sorri Victor e Marina alcança o presente dado pelo ex-namorado de Graziele.

— Nossa, o que é isso? — pergunta Marina pegando uma grande caixa. Ao abrir depara-se com uma cesta de produtos da Natura. — Como ele sabe que desde que eu cheguei a maioria dos meus produtos desse tipo é da Natura?

— Pelo jeito o pessoal deu uma pesquisada sobre os nossos gostos para comprar.

— Adorei — comenta cheirando um sabonete.

Victor estica-se e pega mais um presente na caixa.

— Já que falamos de Thiago, vamos de Graziele. — Marina ri e observa o irmão tirando uma sacola semelhante a que Isabela embrulhou o seu presente. — Não acredito — ele ri ao abrir. — São roupas de malhar.

Marina cai na gargalhada.

— Se a Isabela quis dizer que você precisa ser mais organizado, a Graziele está falando para você ser mais fitness.

— Na verdade, ela deve ter percebido que eu malho muito, porque sou muito gostoso.

A risada de Marina aumenta ainda mais.

— Gostoso eu não sei, mas humilde você é demais — ironiza, fazendo o irmão sorrir.

— E o que foi que ela te deu?

Marina tem dificuldades para encontrar o presente dado por Graziele dentre as diversas caixas e embrulhos, porque ele é apenas um cartão.

— Ela te deu um cartão presente? — estranha Victor. — Que impessoal.

Marina abre o cartão e lê:

— Vi uma vez que os americanos são loucos por cartões temáticos, mas relaxa que eu não vou te dar apenas um cartão de aniversário. Daqui a dois dias será entregue na sua casa uma bicicleta vintage de uma cor que não é azul, mas também não é verde. Aquela cor que você gosta. Feliz aniversário!

— Uau, que presentão.

— Eu amei! — exclama Marina abraçando o cartão. — Meu sonho era ter uma bike vintage, não sei como não tinha comprado uma antes. A Grazi leu meus pensamentos.

— Muito ativa ela, isso sim — ri Victor. — Roupa de malhar para mim, bicileta para você. Ela não quer mesmo ver a gente sedentário. — Os dois gargalham e Victor pega o presente de Vinícius.

— Your boyfriend — fala. — Não sei porquê, mas acho que é Armani — ri vendo o logo da marca da sacola.

— O Vinícius sempre tem bom gosto.

Victor tira da sacola camisetas, camisas e jaquetas da marca italiana.

— Nossa, gostei de tudo — comenta espantado. — Ele acertou direitinho o meu estilo.

Marina sorri e pega uma caixa com o nome de Vinícius.

— Que formato estranho. — Ela rasga o papel que envolve a caixa e abre um enorme sorriso. — Um ukulele. E em formato de abacaxi! Ai, que amor — fala abraçando o presente assim como fez com o de Graziele.

— Agora é só aprender a tocar, né?

— Isso com certeza o Vinícius vai me ensinar. Olha, tem um cartão também. — Ela lê em voz alta: — Esse presente é para você nunca esquecer seu talento para a música. Que esse uke possa acompanhar a sua linda voz. Te amo.

— Ai que bonitinho — provoca Victor rindo. Marina continua encarando o cartão sorrindo enquanto o irmão continua: — Já que abrimos o do seu namorado, vamos para a minha namorada. — Ele praticamente coloca todo o tronco dentro da caixa de presentes para encontrar o de Yasmin. — É um bilhete — fala segundos depois. — Ela falou que o presente dela já “deveria estar aqui dentro”. Eu não entendi, mas tudo isso para um bilhete? Já está me decepcionando — brinca e Marina fala:

— Lê logo o que ela escreveu.

Victor abre o cartão escrito a mão pela namorada.

— O meu presente é muito grande para caber nessa caixa. Então, eu combinei com o Ulisses que na hora que todo mundo fosse almoçar para ele entrar sorrateiramente e levar o presente para o seu quarto. Como não estou afim de fazer suspense, gastei muita grana e quero que você já saiba logo o que é... — Ele ri e comenta Marina: — Só eu estou lendo com a voz dela?

— Lê o que é.

Ele volta a se concentrar no papel.

— Quando você for para o seu quarto, encontrará nada mais, nada menos do que… Caramba! — ele se interrompe.

— O que é? — pergunta Marina ansiosa.

— Uma prancha de surf Quiksilver! Mano, essa marca é muito boa. Car*lho, Yasmin! Ela não poderia ter me dado um presente melhor. Só o corpo dela, né — acrescenta maliciosamente.

— Nossa, cala a boca, Victor — ri Marina. — Deixa eu ver o que ela me deu. Ah, não! — exclama rindo ainda mais. — Se ela gastou uma fortuna com você, o meu presente foi de graça.

— Como assim? — Marina exibe diversas caixas com o nome MelPhia e Victor cai na gargalhada. — Ela é garota propaganda da marca, queria o quê? — brinca e Marina ri.

— Mas não é que ela acertou em cheio nas escolhas — comenta a morena vendo os macacões, macaquinhos e jardineiras dados pela cunhada.

No quarto de Victor, a loirinha conversa com Vinícius.

— Nem acredito que estamos indo para a última semana de aulas — comenta o rapaz.

— Graças a Deus! — Yasmin comemora. — Esse ano foi insano. ENEM, vestibulares, comissão de formatura, garota propaganda da MelPhia… Não sei como eu aguentei.

— Também não sei como você aguentou — ele ri.

— Mas o mais importante é que essa semana acaba tudo. Vai ter a colação de grau, o baile de formatura. Tudo!

— Menos a viagem, né — lembra Vinícius.

— Sim, viagem só mês que vem. — A loirinha vira na cama, ficando de barriga para cima. Olhando para o teto, ela pergunta: — Você consegue imaginar os terceiros anos em um cruzeiro?

— Sinceramente? Não — gargalha o jovem. — Se o navio não afundar já será um ponto positivo.

— Ai credo — ri Yasmin.

Victor está prestes a pegar o presente de Chay, quando Marina interrompe rindo:

— Não, espera aí! — Ela, que observava o restante dos presentes no interior de sua caixa, encontra uma saquinho plástico de mercado com um post-it pregado com os nomes de Malu e Samuel. — Olha isso — fala pegando a sacolinha.

— Esse é o presente deles? — indaga Victor sorrindo.

— Pelo visto é. — Marina desata o nó da sacola plástica e cai na gargalhada. — Olha isso — fala puxando diversos colares, anéis e pulseiras feitos de cordas e metais com pingentes de miçanga e pedras semi preciosas polidas. — Tem um bilhete também. Marina — ela lê —, sabemos que lá nos Estados Unidos você levava um vida bem padrãozinha, mas sabemos também que quando você chegou no Brasil e começou a andar com o Vinícius… — A adolescente cai na gargalhada ao ler a frase seguinte — abre parênteses, a Malu queria que eu escrevesse “transar com o Vinícius”, mas eu acho uma expressão muito vulgar, fecha parênteses. Prosseguindo, quando você chegou no Brasil e começou a andar com o Vinícius passou a adotar hábitos mais naturais, começou a apreciar o Sol, a meditar e essas coisas. Por isso, não vemos melhor presente para você do que… coisas de hippies! A gente encontrou com um na praia que fez essas peças exclusivamente para você. Aposto que nenhum outro presente será exclusivo, só o nosso. Feliz aniversário, Samuel e Malu!

Tanto Marina quanto Victor ficam vários minutos rindo e analisando os acessórios.

— O pior é que eu realmente gostei das coisas — comenta Marina. — Vê o que eles te deram.

Victor busca o presente de Malu e Samuel e ri mais um pouco.

— Pelo visto me deram a mesma coisa — diz tirando uma sacola plástica idêntica a de Marina. De fato, dentro dela há também acessórios hippies e um bilhete. Ele lê: — Victor, como nós já estávamos encaminhando o presente da Marina com o hippie, resolvemos encaminhar logo o seu também. Sabemos que não faz o seu estilo, mas é melhor do que nada, né? Finge que gostou e aceita. Feliz aniversário, Malu e Samuel!

Eles riem.

— Só esses dois mesmo — fala Marina pegando o presente de seus avós paternos.

— Vou pendurar em algum lugar pra decorar — comenta Victor analisando os colares.

Marina se apaixona pelo vestido com linhas horizontais nas cores marrom, terracota e bege da marca Chanel dado por seus avós.

— Ai que lindo! — exclama passando os dedos pelo tecido de algodão e linho.

Victor também gosta do blazer de veludo vinho que ganha dos pais de Arthur.

— Não sei onde vou usar isso — comenta com sinceridade —, mas achei maneiro.

— Sogrinho — sorri Marina ao pegar a sacola de presente. — Oh, é Gioconda! — exclama sorridente. — É outra marca de roupas sustentável e empoderada, que tem umas lingeries super confortáveis — explica ao irmão. Dentro da sacola Marina encontra vários tops estilo cropped, vestidos e bermudas estampadas e também um cartão. — Como americanos de coração que vocês são — lê —, devem adorar um cartão comemorativo, né? Por isso não poderia deixar de te dar um. Feliz aniversário, Marina! Muita luz, amor e paz para o seu caminho. — A morena sorri ainda mais. — Não é a toa que o Vinícius e a Isabela são do jeito que são, o Chay é muito fofo.

— A Mel também, ela me deu um relógio da Andrômeda — lembra Victor e eles riem. O loiro alcança o presente do sogro de sua irmã. — Ah não! — exclama abrindo a caixa. — Caramba, eles arrasam demais! Olha isso! — exclama mostrando para a irmã cinco gravatas. Marina observa as estampas: Galáxia do Redemoinho, lua, eclipse solar, nuvens de Júpiter e nebulosa.

— Caramba, que f*da!

— Estou apaixonado! Já tenho gravatas para usar em todas as ocasiões agora.

— Duvido a Yasmin deixar você usar uma dessas no casamento de vocês — Marina brinca.

— Se ela não deixar é simples, eu não caso com ela — ri Victor babando nas gravatas.

A caixa de Felipe é uma das últimas de Marina.

— Oh, que fofo — ela sorri ao ver uma câmera instantânea Polaroid. — Desde que aquela que eu tinha lá em NY estragou, eu não comprei outra.

— Agora você ganhou uma — responde Victor pegando o presente de seu cunhado.

— Sim, muito amor.

Victor cai na gargalhada ao abrir o presente de Felipe.

— Que filho da p*ta.

— O que é? — indaga Marina com curiosidade.

— Ele me deu uma cortina de banheiro.

— Você está falando sério?

— Mas não é qualquer cortina — sorri Victor. — É uma cortina da Galáxia do Sombrero! — exclama esticando a peça para Marina ver.

— Meu Deus! — ela ri. — Achei criativo.

— E tem mais. Olha isso — fala exibindo um tapete do ônibus espacial da NASA Atlantis.

— Pronto, já redecorou o seu banheiro.

— Vou colocar já amanhã essas coisas lá — fala o loiro rindo.

— Senhor Frederico — sorri Marina pegando o presente dele.

— Quem é esse? — indaga Victor com um embrulho com a mesma etiqueta.

— O Fred, meu amigo — lembra a adolescente com obviedade. — O que tem uma banda e trabalha lá na gravadora com o pai.

— Ah, sei! — exclama Victor. — Por que tem presente dele se ele não estava no almoço?

— Ele veio mais cedo, falou comigo e deixou os presentes. Eu pedi para ele ficar para o almoço, mas ele disse que tinha um ensaio da banda, mas eu acho que ele ficou com vergonha de ficar mesmo.

— Queria só ver a cara do Vinícius se ele estivesse no almoço — provoca Victor.

— Eu e o Fred somos só amigos e Vinícius não tem porquê ter ciúmes e de fato não tem. — Ela abre o presente do músico e sorri. — É um livro sobre meditação. Que amorzinho!

— O meu também é um livro — comenta Victor ao rasgar a embalagem. — Deus, um delírio — lê o título —, do Richard Dawkins. — Olha que interessante — fala lendo a orelha do livro.

— O quê? — pergunta Marina entretida no livro que ganhou.

— É sobre ateísmo — sorri Victor. — Que massa, Fred!

— Ué, pensei que agora você fosse agnóstico.

— Sou, mas continuo achando interessante o assunto.

— Sei — sorri Marina deixando o livro de lado para pegar o presente de seus pais.

— Uau, mais jóias! — exclama ao ver a caixa da Bvlgari. — Nossa senhora, que lindo! — exclama ao analisar a pulseira, o anel e o colar longo que combinam malaquita, madrepérola e diamantes cravejados. — Gente, estou apaixonada.

— São bonitos mesmo — opina Victor. — Vamos ver o meu — fala segundos depois. — Nossa, que trambolho — diz pegando a maior caixa de presente. Marina fica se perguntando o que significa a palavra trambolho, mas não tem tempo de externalizar o questionamento, pois o irmão praticamente grita: — P*ta que pariu!

De olhos arregalados, ela indaga:

— O que foi?

— É apenas um telescópio! — conta Victor com os olhos brilhando de entusiasmo. — Caramba, eu finalmente tenho um telescópio, Marina! Nossa, nossa, nossa!

Marina aguarda Victor recuperar-se da emoção para alcançar o último presente da caixa.

— Como parte da tradição, o último é o seu.

— Você vai gostar — sorri o loiro.

O primeiro item que Victor presenteia a irmã é uma camisa preta. Ela sorri com a estampa da peça. “I’m an engeneer, engenere, enginere, I’m good with math”.

— Maravilhoso! — ela ri. — Porque engineer é muito difícil, né, sou apenas boa em matemática. Amei. — O próximo item é um boné bege escrito “Give the mouse… Now”. — Adorei! — sorri Marina colocando o acessório em sua cabeça. — Ah, não! — diz a jovem ao abrir uma caneca com códigos de PHP, uma linguagem de programação de computadores, que se relaciona com o consumo de café. A outra caneca é com o código binário. — Amei, Victor! — ela fala sorrindo. — Amei mesmo. Muito obrigada!

— Vamos ver se o seu está a altura.

— Tenho certeza de que está.

Marina dá de presente para o irmão diversas camisetas, entre elas uma com as Equações de Maxwell, outra com as fases inversas da lua e uma terceira com a Identidade de Euler.

— Car*lho — ele sorri. — Marina do céu, que f*da! Valeu demais.

Os gêmeos ficam mais alguns minutos xeretando os presentes até reuní-los de volta para a enorme caixa.

— Amanhã a gente leva para o quarto — fala Marina.

— É. — Eles caminham até a porta e quando Marina está prestes a sair, Victor segura no braço dela e fala: — Você parou para pensar no dia de hoje?

— Como assim?

— Foi o nosso segundo aniversário aqui no Brasil. O primeiro realmente só nosso. E talvez seja o último também.

Marina demora para responder.

— Foi um dia muito especial — diz tentando controlar suas emoções. — Tenho certeza de que esse não foi o nosso último momento com a nossa família e todo mundo. Não importa as circunstâncias, Victor, nós todos sempre estaremos juntos.

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