Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 371: Marina e Victor comemoram dezessete anos

Isabela entra no quarto de Vinícius pouco antes do horário marcado para o almoço de aniversário de Marina e Victor.

— Está pronto?

Vinícius, parado em frente ao espelho, vira-se para a irmã.

— Você não acha que o meu cabelo está esquisito?

Sua irmã o encara por alguns segundos e pontua:

— Está a mesma coisa de sempre.

— Estou achando estranho — ele diz voltando a se observar no espelho. Isabela apoia-se na porta e sorrindo, fala:

— Tudo isso é por que você vai reencontrar a Marina? Não quer que ela te veja descabelado?

Vinícius lança um olhar de descrença para ela por cima do ombro.

— Já perdi as contas de quantas vezes a Marina acordou comigo. Se tem uma pessoa que está acostumada a me ver descabelado é ela.

— Como você vai agir? — indaga a morena tornando a conversa mais séria.

— Eu não sei.

— A Marina está ansiosa para te ver. Você tinha que ver a cara de decepção dela quando percebeu que você não estava lá no aeroporto pra receber ela.

Vinícius olha para o chão.

— Estou morrendo de saudade dela — desabafa. — Do cheiro, da risada, do sotaque. De tudo.

— Se você parar de enrolar vai poder matar essa saudade logo.

— Não é tão simples assim.

— Eu sei, mas só depende de você, Vini. A Marina, assim como eu e o pai, só fizemos o que fizemos pensando no seu bem.

— Não vamos falar sobre isso — ele diz apressadamente e Isabela enxerga irritação por trás de seus olhos.

A família Abrahão-Borges chega à mansão de Arthur e Lua. Assim que passam pela porta enxergam duas grandes caixas com as placas “Presentes Marina” e “Presentes Victor”.

— Eles estão fazendo quantos anos? — pergunta Felipe colocando seus presentes para os gêmeos dentro das caixas. — Dez?

— Infantil isso, né? — ri Yasmin.

— Vocês já chegam fazendo provocações — comenta Micael.

— Mas não é infantil, pai? — Felipe indaga.

— Pior que é — gargalha o músico. Eles caminham até a sala de visitas e se juntam a Arthur e seus pais, Kátia e Ricardo.

— Oi, gente! — sorri Sophia abraçando o pai dos aniversariantes.

— Obrigada — Yasmin agradece Ricardo por ter elogiado sua beleza após todos se cumprimentarem. Os quatro sentam ao lado de Arthur em um grande sofá.

— Cadê o resto do pessoal? — pergunta Micael para o amigo.

— Eles devem… aí estão eles — fala vendo Lua, Marina e Victor aparecerem na sala. Eles conversavam pelo telefone com os pais de Lua, que moram em São Paulo. Mãe e filho entram rindo e a adolescente vem logo atrás terminando de engolir uma esfirra.

Micael, Sophia, Yasmin e Felipe voltam a ficar em pé e parabenizam os gêmeos.

— Juízo, rapaz — fala Micael abraçando Victor.

— Pode deixar — sorri o loiro olhando para a namorada, que segura uma gargalhada. Marina agradece Sophia pelas felicitações e caminha até uma grande poltrona. Seu bumbum nem chega a encostar no assento, pois Chay entra sorridente na sala. Victor, que já estava sentado ao lado de Yasmin, ri e também fica de pé.

— Feliz aniversário! — exclama abraçando Marina. A jovem tem dificuldade para abraçá-lo, pois o cantor carrega duas grandes sacolas para presente. — Esse aqui é o seu — fala entregando uma das sacolas a ela. — Tem um cartãozinho dentro.

Marina abre a boca para responder, mas Lua a interrompe:

— Você não reparou em umas coisinhas lá na entrada, Chay?

— Coisinhas — Felipe sussurra para Yasmin e riem discretamente.

— Não — responde Chay olhando por cima do ombro como se fosse enxergar a porta.

— Tem caixas para os presentes — conta Marina. — Ideia do Victor.

— Tinha que ser — Yasmin fala para Felipe.

— Ah, desculpa — fala Chay. — Eu não vi.

— Tudo bem — responde sua nora. — Só que a gente só vai abrir mais tarde, é uma tradição minha e do Victor abrirmos os presentes juntos.

— Ano passado não rolou, mas esse ano a tradição volta com tudo — ri Victor.

— Vocês vão gostar — Chay abre um enorme sorriso. — Tenho certeza!

— Convencido ele, né — provoca Micael e todos riem.

— Eu conheço muito bem esses dois aqui — fala Chay abraçando os gêmeos. — Principalmente, essa mocinha — completa beijando carinhosamente o cabelo de Marina, que sorri timidamente.

Os gêmeos caminham até a entrada e deixam os presentes de Chay juntamente com os demais nas caixas.

— Você é praticamente a segunda filha do Chay, hein — comenta Victor. — Me passa o manual para conquistar o sogrão, porque eu estou precisando.

— É só não ser infantil, irresponsável e imaturo — Marina responde sorrindo. — Ah, isso é muito difícil para você, né?

— Cala a boca — fala o rapaz e eles retornam para a sala. Marina continua sem conseguir se sentar em sua poltrona favorita, pois agora Chay acomodou-se lá. Ela se junta a sua mãe e Felipe em outro sofá.

— E como foi a viagem, Marina? — pergunta Sophia do outro lado da sala.

— Foi maravilhosa! — sorri Marina.

— Está frio pra caramba em Nova York, né? — comenta Micael.

— Demais. Estou até estranhando estar sem casaco — a morena aponta para sua jardineira jeans.

— É impressão minha ou você voltou com o sotaque mais forte? — observa Chay.

— Eu não disse! — exclama Victor. — Eu comentei a mesma coisa no café da manhã, Chay.

— Eu acho que sim — responde Marina sorrindo. — Sei lá.

Uma movimentação na entrada faz todos girarem a cabeça. Mel chega com os filhos e Marina prende o ar quando seus olhos cruzam com os de Vinícius. Todos na sala parecem ficar tensos com a chegada do rapaz e alguns observam a reação da garota.

— Boa tarde, gente! — Mel sorri caminhando até o centro da sala, sendo seguida por seus herdeiros. Sua presença preenche o espaço e seu sorriso é tão iluminado que deixa os presentes mais relaxados. — Marina! Victor! Feliz aniversário! — ela abraça os dois ao mesmo tempo. — Toda a luz do mundo para vocês.

— Obrigado, Mel — responde Victor e Marina assente. A presença de Vinícius a abalou mais do que ela esperava.

— Parabéns! — Isabela abre os braços na direção de Marina. — Saúde, amor e felicidade, Mari.

— Obrigada — sussurra a jovem.

— Feliz aniversário, Victor — fala a filha caçula de Chay sem a mesma empolgação.

— Eu sei que você me ama, grande anã — ri o loiro puxando Isabela para um abraço.

Vinícius para em frente a Marina.

— Mais um verão — ele fala olhando nos olhos dela.

— Eu costumava comemorar invernos — responde Marina e Vinícius dá um leve sorriso.

— Feliz dezessete verões brasileiros e invernos americanos.

— Obrigada. — O selinho que Vinícius dá em Marina é tão rápido que ela nem fecha os olhos. No entanto, seu coração dispara como se tivesse corrido uma maratona.

— Senta, gente! — Marina ouve seu pai dizer acima de seus batimentos cardíacos. Isabela abraça Chay e se acomoda ao lado de Felipe e Lua.

— Oi, pai — Vinícius abre um grande sorriso ao ver Chay e Marina nota sua voz mais relaxada do que quando falou com ela.

— E aí, filho — Chay sorri da poltrona. Marina volta a se sentar ao lado de sua mãe.

— Como vocês estão? — Mel rodeia a mesinha de centro para cumprimentar os pais de Arthur enquanto Vinícius procura um lugar vago para sentar. Marina fica incomodada, pois há um grande espaço ao seu lado e ele parece ignorar essa opção.

— Senta aqui, Vinícius — fala Lua apontando o lugar vazio perto de sua filha. Vinícius dá um sorriso constrangido e acata a sugestão.

— Estou ótima, minha filha — sorri Kátia abraçando Mel.

— E o senhor, seu Ricardo? — pergunta a empresária.

— Estou bem, pelo o que eu me lembro — ele ri.

— Adoro quando o meu avô faz piada com o Alzheimer — Victor ri com Yasmin.

— Eu hein — fala a loirinha.

Lua observa que todos os assentos estão ocupados.

— Arthur — chama o marido —, pega uma poltrona daquelas do corredor.

— Eu falei para a gente fazer uma sala igual a da Ana Hickmann — brinca Victor e todos riem enquanto Mel olha ao redor e constata que é a única em pé. Arthur levanta e caminha até o corredor. Seu pai sugere:

— Por que não senta com o Chay, Mel? Aquela poltrona é tão grande que cabe muito bem os dois.

Se o ar ficou denso diante do reencontro de Marina e Vinícius, agora parece que as partículas congelaram.

— O Arthur já foi pegar uma poltrona para a Mel, Seu Ricardo — diz Lua rompendo o silêncio.

— Eu não sento longe da minha esposa desde o dia em que nos casamos — comenta o senhor fazendo um carinho na mão de Kátia. Mel dá um sorriso amarelo e Chay gentilmente recorda Ricardo:

— Eu e a Mel não somos mais casados.

Ricardo fica imóvel por alguns segundos.

— Meu Deus! — exclama. — Como eu pude esquecer disso? Desculpas, minha filha — diz pegando nas mãos de Mel, que continua paralisada em sua frente.

— Tudo… tudo bem — ela responde recuperando-se da situação embaraçosa.

— Aqui está — fala Arthur chegando na sala com uma poltrona. Mel senta e olha para Sophia e Micael. O casal parece estar prestes a romper em gargalhadas.

Arthur começa a falar dos preparativos para o Natal e aos poucos eles se esquecem do ocorrido. Embora estejam sentados um do lado do outro, Vinícius e Marina não trocam sequer olhares. Lua levanta e chama:

— Vamos almoçar! — Eles ficam de pé e começam a caminhar para o exterior da mansão, onde uma grande mesa foi preparada para a refeição.

Tomada por um impulso Marina segura no pulso de Vinícius.

— O que foi? — ele pergunta. Isabela e Felipe passam pelos dois e seguem Chay até o corredor.

— Eu quero te dizer uma coisa.

— Agora não é o melhor mo…

— Hoje é meu aniversário — argumenta Marina e Vinícius não a contradiz. Seus familiares e amigos saem da sala e eles ficam sozinhos. — O mil folhas estava uma delícia. Obrigada por ter feito aquilo.

— Não foi nada.

— Foi sim e você sabe disso — rebate a jovem. Vinícius não fala nada e olha para baixo. Marina se lança contra seu peito e o abraça com força. — Que saudade de te abraçar!

Vinícius demora, mas retribui o abraço dela com a mesma intensidade. Eles ficam longos minutos assim, em um abraço silencioso. Victor aparece na sala, interrompendo o afeto.

— Foi mal, gente — pede. — É que estão esperando a gente para cantar Parabéns.

Marina e Victor ficam na cabeceira da mesa e seus convidados nas laterais, todos com os olhos pregados neles.

— Parabéns pra você — eles começam a cantar e bater palmas — nessa data querida. — Os raios solares refletem na piscina, iluminando ainda mais os rostos dos gêmeos. — Muitas felicidades, muitos anos de vida!

— Viva o Victor e a Marina! — exclama Arthur e os outros respondem: — Viva!

— Com quem será? — puxa Felipe. — Com quem será? — todos cantam juntos. — Com quem será que o Victor vai casar? — O loiro sorri e olha para a namorada. — Vai depender, vai depender, vai depender se a Yasmin vai querer!

— E a Marina? — cantarola Lua e eles recomeçam. — Com quem será? Com quem será? Com quem será que a Marina vai casar? Vai depender, vai depender, vai depender se o Vinícius vai querer! — A aniversariante olha de esguelha para o namorado. Vinícius está encarando a mesa e o sorriso dela fraqueja por uma fração de segundo.

Victor entrelaça os dedos nos de Marina.

— One — fala olhando para ela.

— Two — sorri Marina. — Three! — exclamam os dois. Eles fecham os olhos e assopram as velas do bolo, cada um fazendo seu pedido. Os gêmeos abrem os olhos e se endireitam, enxergando seus amigos reunidos sob a luz do luar.

— Feliz aniversário! — exclama Malu e os jovens batem palmas.

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