Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 368: Marina recobra trauma

A cama de Isabela está cheia de caixas e embalagens de diversas marcas que enviaram produtos para ela. Desde que subiu para o seu quarto após o almoço, ela analisa cada item com minuciosidade, tanto que não repara quando Vinícius passa pela porta entreaberta.
   — Preciso desabafar com alguém — ele fala parando ao pé da cama. Isabela olha espantada para ele e tira mechas do longo cabelo castanho de seu rosto.
   — Nem vi você entrando. O que foi?
   — Tem algum espaço para eu sentar? — indaga o jovem observando a cama dela.
   — Empurra umas coisas aí.
Vinícius empilha três caixas enormes de sapato e se senta no espaço anteriormente ocupado por elas.
   — Eu tive um sonho horrível com a Marina.
   — Horrível tipo como? — questiona Isabela olhando intensamente para o irmão.
   — Eu sonhei que via ela e o Brian se beijando.
   — Ah tá! — responde a garota em tom de alívio.
   — Por quê? — indaga Vinícius estranhando a reação dela.
   — É que eu pensei que tivesse sido um sonho tipo aqueles.
Vinícius desvia o olhar.
   — Não.
   — Tem certeza, né? — insiste Isabela e seu irmão a encara.
   — Como assim, Isa?
   — Foi só um sonho?
Vinícius reflete sobre a pergunta da irmã.
   — Eu acho que foi, mas agora com você falando assim eu fiquei em dúvida.
   — Ah, não! — exclama a jovem. — Eu só fiz uma pergunta mesmo, não era para você ficar em dúvida sobre isso.
   — Mas e se não tiver sido só um sonho, Isabela?
   — Vinícius — ela fala em tom de alerta. — Não fica pensando em caraminholas. Você sente a diferença de quando não é um sonho normal, não fica encanado só porque eu te fiz um questionamento.
O rapaz assente.
   — Ok.
   — Vinícius, eu estou falando sério.
   — Ok, Isabela — repete ele.

Com uma sacola de farmácia, Anelise passa pela porta de seu apartamento e encontra Bernardo deitado no sofá com uma coberta.
   — A febre voltou? — indaga, pois enquanto Bernardo está coberto ela está suando dentro de sua roupa.
   — Sim — ele responde com a voz rouca.
   — Eu comprei o remédio que você pediu. Você vai tomar um comprimido agora? — Bernardo confirma com a cabeça e indica que vai levantar, porém Anelise diz: — Fica aí, eu vou pegar um copo de água para você. — Ela deixa a sacola sobre a mesa de centro e vai para a cozinha. — Você fez o almoço, Bernardo? — comenta retornando com a água.
   — Fiz — ele responde sentando no sofá.
   — Nesse estado? — Anelise senta ao lado dele e passa a mão por seu cabelo.
   — Estava tentando não me entregar a dor, mas não consegui. 
A jornalista dá um leve sorriso e beija o canto da boca dele. 
   — Você é um amorzinho, sabia?
   — Sabia — responde Bernardo baixinho e eles sorriem. 

A noite cai e nos Estados Unidos, Brian, Marina e a irmã dele vão a um jogo de futebol entre duas escolas de Nova York. 
   — A gente tem um amistoso contra um dos times semana que vem — comenta Brian subindo os degraus da arquibancada.
    — Queria estar aqui no campeonato entre os colégios — diz Marina recebendo olhares surpresos de alguns conhecidos que não sabiam da visita dela.
   — É só você comprar uma passagem e vir — responde Juliana.
   — Não dá ideia que eu venho mesmo. — Os três sentam em cadeiras junto com o restante do time de futebol americano do colégio de Brian e Juliana, algumas líderes de torcida e amigos. 
   — E traz o Victor, tá? 
   — Como assim? — gargalha Marina pegando batatas fritas de Aria. — Pensei que você estivesse com uma menina.
   — Não é nesse sentido que você pensou — ri Juliana. — Eu estava falando da parceria que o Victor tem mesmo.
   — Ah, entendi!
   — Marina!
A própria adolescente, Brian, Juliana, Aria e mais alguns amigos do grupo giram a cabeça para o corredor da arquibancada, vendo uma loira voluptuosa sorrindo para a gêmea de Victor.
   — Oi, Jane — sorri a morena levantando e indo até ela.
   — Eu não sabia que você estava aqui em NY! — exclama a loira chamada Jane antes de abraçá-la.
   — Não está vendo os meus stories no Instagram? — brinca Marina.
   — Confesso que eu estou por fora. — As duas riem. — Onde você está morando?
   — Ah, eu não voltei a morar aqui, não — responde Marina em tom de lamentação. — Eu só vim passar uma semana com o Brian mesmo.
Jane olha para o quarterback por cima do ombro de Marina.
   — Vocês voltaram a namorar? A última vez que eu acompanhei sua vida no Instagram você estava namorando um menino de cabelo cacheado — ri Jane.
Quando sua colega faz referência a Vinícius, Marina sorri inconscientemente.
   — Eu ainda estou namorando esse menino. 
   — Ah, que pena! Adorava você com o Brian.
Marina ri.
   — Isso é passado. 
   — Adorei te encontrar, Mari. Espero te ver mais vezes aqui por Manhattan.
   — Também gostei de te ver, Jane. — Elas se abraçam novamente e Marina retorna para perto dos amigos.
   — As pessoas sentem a sua falta aqui, Marina — comenta Brian passando um braço pelas costas dela. — Eu sinto a sua falta aqui.
   — Para de falar isso, senão eu não vou embarcar no sábado.
   — Seria meu sonho? — Eles gargalham.

   — Se cuidem vocês dois, entenderam? — diz Mel parando o carro no estacionamento do aeroporto Santos Dumont. 
   — A gente vai hoje e volta amanhã, mãe — responde Vinícius. — Não vamos ficar nem vinte e quatro horas lá em São Paulo.
   — Uma hora já é tempo o suficiente para fazer besteira.
   — Eu vou fazer a prova da Cásper Líbero e o Vinícius só vai me acompanhar, mãe — fala Isabela. — A gente não vai fazer besteira.
   — Assim espero. Agora vão logo senão vocês vão perder o voo.
   — A senhora não vai descer com a gente? — pergunta Vinícius abrindo a porta do carro.
   — Não, meu amor, mesmo sendo a noite pode ser que tenha algum fotógrafo ou mesmo algum fã para fotografar nós três. Não quero tumultuar o embarque de vocês.
   — Tá bom.
   — Mas vocês querem um mapinha para chegar até lá? — provoca Mel e Isabela força uma risada.
   — Nossa, que engraçada a senhora está hoje — ironiza saindo do carro. 
   — Se cuidem, meus amores. Qualquer coisa me liguem, eu alugo um jatinho e vou para São Paulo a hora que vocês precisarem.
   — Mãe, para de drama — ri Vinícius pegando sua mala de mão e a de Isabela no bagageiro. Eles se despedem da mãe e caminham para o interior do aeroporto. 

Depois da derrota do time que Brian enfrentará, ele, Marina e seus amigos vão até uma conveniência próximo ao colégio em que ocorreu o jogo no carro de alguns amigos.
   — Quem vai lá descer para pegar bebidas pra gente? — pergunta Brian.
   — Quem tem idade para comprar, né — responde Juliana no banco da frente. — Desce lá, Steven.
   — Me dá dinheiro, né — responde Steven, irmão de um dos integrantes da equipe de Brian.
   — Vai, vamos passar o boné aí — ri Marina tirando o acessório da cabeça de Brian e colocando alguns dólares dentro dele.
   — Desde aí, gente — pede Steven para Brian e Marina.
   — Por quê? — indaga o loiro.
   — Como eu vou descer aqui do lado da rua, cara?
Brian ri e abre a porta do carro de Aria. Na calçada, ele estica a mão para Marina e ajuda ela a sair do veículo.
   — Vamos descer todo mundo — fala Aria de dentro do automóvel. Ela fica aguardando o fluxo de veículos na rua diminuir para descer, tempo suficiente de Steven entrar na conveniência e dois carros de amigos deles pararem atrás do dela. Durante todo o período, Brian e Marina permaneceram abraçados na calçada.
   — Eu estou com muito frio — ela comenta sentindo seus pelos arrepiados sob os vários casacos.
   — Você colocou a blusa térmica? — pergunta Brian.
   — Óbvio, mas não parece o suficiente. 
Juliana, que foi conversar com algumas pessoas dos outros carros, chega perto deles ao mesmo tempo que Aria. Brian solta Marina, que se aproxima de sua melhor amiga.
   — Será que me desacostumei do frio? — indaga sorrindo.
   — Não sei, mas eu que não saí daqui estou congelando — ri Aria. — Estou louca para ir para a casa do Peter.
Marina arregala os olhos.
   — Você vai dormir na casa dele?
   — Claro que não — ri Aria. — Nós todos vamos para a casa dele depois que o Steven comprar as bebidas. 
   — É? Pensei que a gente fosse para a sua casa.
   — Não, meus pais anteciparam a volta da viagem, uma hora dessas eles já devem estar em casa.
   — Ah, entendi. Vamos esperar lá dentro do carro? Estou com muito frio de verdade.
   — Vamos — responde Aria e as duas retornam para dentro do veículo. Elas ficam conversando sobre alguns aspectos do tempo do namoro de Marina e Vinícius e não se dão conta da aproximação de dois caras. Eles, visivelmente bêbados, batem nas janelas tanto do motorista quanto do banco de trás, pronunciando algumas palavras emboladas e sorrindo de maneira maliciosa. Aria estica o dedo do meio para eles e fala:
   — Que vocês sejam atropelados, seus animais! 
O que está na janela de Marina tenta abrir a porta e ela solta um grito de pavor, se arrastando para o banco do meio. 
   — Vão embora! — grita Aria embora eles não possam ouvir por causa do vidro espesso. Ela liga o carro e começa a buzinar. O barulho chama a atenção dos amigos delas na calçada, que percebem os caras incomodando as duas e passam a insultá-los. Os dois homens continuam rindo e um puxa o outro para longe do carro. Nesse instante, um motoqueiro quase atropela os dois e também buzina. Aos tropeços eles se afastam do veículo de Aria, que para de buzinar. Ela olha para trás por entre os bancos e encontra Marina encolhida no banco de trás.
   — Você está bem?
Marina sacode a cabeça e começa a chorar.
   — Ei, Mari, passou — fala Aria passando entre os bancos para se juntar à amiga. — Foi assustador, mas não precisa ficar assim.
   — Eu pensei que ele fosse entrar no carro — diz Marina escondendo o rosto no casaco da amiga. 
   — Na hora que eles bateram no vidro eu já travei as portas.
   — Eu fiquei com tanto medo!
   — Eles são uns babacas. Não precisa ficar assim, já passou.
   — Lembrei do que aconteceu no banheiro do meu colégio no Rio.
Aria recorda-se do relato de Marina sobre a vez em que ela foi assediada sexualmente no banheiro do Otávio Mendes. Nesse instante ela toma consciência do por que a amiga ficou tão abalada com o ocorrido.
   — Você está rodeada de amigos, não ia acontecer aquilo de novo.
   — Eu sei, mas é difícil controlar. 
   — Tudo bem. Você quer que eu chame o Brian?
   — Não precisa — responde Marina enxugando as lágrimas. — Eu já estou bem. 
   — Tem certeza?
   — Absoluta.
Aria segura nas mãos da amiga com força.
   — Você está segura, Marina.
   — Eu sei — responde a morena respirando fundo. — Passou, foi só a adrenalina da hora mesmo.
   — Posso voltar para o meu banco?
   — Pode — sorri Marina.
Instantes depois, Steven retorna com as bebidas e os três carros seguem para a casa de Peter. Aos poucos e com a ajuda dos amigos, Marina vai ficando tranquila novamente e aproveita o final da noite com todos eles.

Na manhã seguinte, Isabela acorda logo cedo e se arruma para o vestibular da faculdade Cásper Líbero. Vinícius continua dormindo na cama que eles dividiram, despertando apenas por alguns segundos para desejar sorte à irmã. Minutos depois, após tomar o café da manhã, Isabela chama um carro por um aplicativo e vai para o local da prova. 
   Cerca de cinco horas depois, ela retorna com um sorriso no rosto.
   — Como foi? — pergunta Vinícius já acordado.
   — Foi mais fácil do que eu esperava — sorri Isabela se jogando na cama. — Eu acho que eu me preparei tanto, mas tanto que não senti o choque da prova, sabe?
   — Ai, que bom, Isa! Então, partiu São Paulo ano que vem?
   — Vamos com calma — ela ri. — Ainda estou pesando as outras opções.
   — Ok, vamos com calma então — sorri Vinícius.

É noite de sexta-feira quando Victor faz uma chamada de vídeo com Marina pelo Skype.
   — E aí, maninho, como vão as coisas por aí? — pergunta a jovem deitada na cama de Juliana.
   — Você pode falar em português, se quiser — ri Victor e só então Marina se dá conta de que continuou falando em inglês.
   — Ou você pode matar a saudade do nosso idioma — fala sorrindo.
   — E aí, Victor! — exclama Juliana. Ela saiu do banheiro e está usando apenas um roupão e uma toalha amarrada no cabelo.
   — Juliana, como você me aparece assim na minha frente? — indaga o loiro passando a falar em inglês.
   — Gostou do meu visual? — provoca a ex-cunhada de Marina.
   — Mais do que deveria — brinca Victor.
   — Deixa a sua namorada ouvir isso. Qual é o nome dela? — Juliana pergunta para Marina.
   — Yasmin.
   — Deixa a Yasmin ouvir isso — corrige Juliana.
   — Ela sabe que eu brinco, mas só tenho olhos para ela — responde Victor do outro lado da tela.
   — Olha! Quem te viu, quem te vê, senhor Aguiar.
   — Algumas mudanças são boas, né? Aliás, fiquei sabendo que a senhorita mudou um pouco suas preferências.
   — Não mudei nada, só expandi o cardápio.
   — Opa! — Eles gargalham.
   — Deixa eu me vestir. Tchau, Victor!
   — Tchau, Ju!
   — Estamos te esperando aqui também, hein?
   — Pode deixar.
Juliana sorri e se tranca em seu closet. 
   — E aí — diz Marina em português —, a prova do ITA acabou hoje, né?
   — Sim — responde Victor ficando sério.
   — E como foi?
   — Punk, né?
   — Como você acha que se saiu?
   — Não fui tão ruim quanto imaginei, mas também não fui tão bom quanto gostaria.
   — Entendo perfeitamente — responde Marina pensando em seu desempenho no ENEM. 
   — O jeito é esperar, né?
   — Sim. E o que a Isa foi fazer em São Paulo? Eu vi no Instagram dela e não entendi nada.
   — Ah, ela só foi fazer uma prova de uma faculdade. Voltou ontem a tarde. O Vinícius foi com ela, inclusive.
   — Entendi.
   — É depois de amanhã, hein? — sorri Victor adotando uma postura mais leve e Marina sorri.
   — Sim, dezessete — ela responde pensando no aniversário dos dois.
   — Com cabeça de vinte e cinco.
   — Essa é a vontade, né? — ri Marina. — Minhas malas já está prontas.
   — Estão prontas — Victor corrige. — Bastou uns dias sem treinar o português que já desaprendeu, maninha? — Eles riem.
   — Acho que sim. Deve ser o frio nova iorquino que congelou meu cérebro, quando eu pousar no calor do Rio e o gelo derreter volto a falar certo.
   — Entendi — ri Victor. — Estamos todos ansiosos pela sua volta.
   — Sentiram minha falta?
   — Sim, bastante.
   — Todos vocês?
   — Pergunta logo do Vinícius — ri Victor.
   — Você que está falando dele.
   — Ah tá — ele responde com descrença. — Tenho certeza que quando você voltar, vocês vão se acertar.
   — É tudo o que eu mais quero.
   — Isso se você não aprontar nada aí, né?
   — Eu não aprontei nada.
   — Mas você só embarca amanhã de manhã — observa Victor , ainda dá tempo de fazer algumas merdas.


Comentários

  1. Faz o Chay, voltar e chamar a mel, pra um jantar antes de ele sair pra turnê

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  2. Cap maravilhoso ,mas estou com saudades dos adultos...:/

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  3. Amoo Samuel e Malu...queria Tiago e grazi juntos😍😍

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  4. No próximo Cap podia Rolar um encontro dos 6 denovo

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  5. Perfeitoooo, Isa super confiante arrasou kkkk. Continua por favor eu amo sua fic ❤️❤️✌️

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