Imagine ChaMel (Filhos) - Capítulo 363: Mel e Sophia conversam sobre ausência de Reinaldo

Assim que terminaram de jantar, Malu e Samuel saíram para darem uma volta pela região do hotel. Quando já estão retornando, o rapaz para em frente a uma enoteca que é vizinha ao hotel.
   — O que foi? — indaga Malu. — Você quer comprar um vinho para a gente comemorar a nossa última noite aqui?
   — Na verdade estava pensando em comprar algo para os seus pais. Uma lembrança daqui.
Malu sorri e dá um selinho nele.
   — Quer agradar os sogros?
   — Você não é minha namorada para eles serem os meus sogros.
   — Ah é, tinha esquecido desse detalhe. — Eles riem e Samuel rouba um beijo dela.
   — Vem, vamos entrar.
De mãos dados, eles passam pelos portões da enoteca e minutos depois saem com duas garrafas de vinho muito bem escolhidas com a ajuda de um sommelier.
   — Já terminou de arrumar suas malas? — indaga Malu ao entrar no quarto que eles dividiram nos últimos dias.
   — Já, falta só guardar algumas coisas — responde Samuel colocando cuidadosamente as garrafas sobre a mesa.
   — Então não terminou, né — retorque a morena tirando a blusa e se jogando na cama. — Diminui a temperatura do ar, estou morrendo de calor.
Samuel alcança o controle do ar-condicionado, dizendo:
   — Não vai resolver, você está com calor porque eu estou aqui.
Malu gargalha e joga um travesseiro na direção dele.
   — Larga de ser ridículo.
   — Ué, só falei verdades — diz Samuel rindo. Ele também retira a camiseta e pega seu celular no bolso da calça jeans. — Eu preparei uma coisa pra você.
   — Como assim?
   — Senta bonitinho na cama, por favor.
   — O que você está aprontando, Samuel?
   — Você não vai se arrepender, eu garanto.
Malu ri e se acomoda no centro da enorme cama, apoiando as costas na cabeira. 
   — Assim está bom?
   — Está ótimo. Liga os abajures, por favor. — Com um sorriso desconfiado no rosto, Malu atende ao pedido dele enquanto o rapaz desligar as luzes principais do quarto. — Não ri muito, tá? Senão eu vou ficar com vergonha.
   — Eu já estou querendo rir muito — responde Malu sorrindo.
   — Idiota. — Samuel mexe em seu celular e a música SexyBack do cantor Justin Timberlake começa a tocar. Malu não se controla e começa a rir, em seguida respira fundo e se concentra em Samuel, que sobe na beira da cama e dança no ritmo da canção. 
   O primeiro impulso de Malu é gargalhar, no entanto ela se lembra do pedido dele e se controla. Aos poucos sua vontade de rir diminui e um calor passa a se irradiar por seu corpo. Seu olhar fica preso no corpo de Samuel, principalmente em seus lábios e abdômen, voltando-se logo depois para a região pélvica dele quando o jovem retira a calça jeans. Malu sorri visualizando o corpo dele na penumbra e não consegue identificar o que ele pega sob o cobertor. 
   No instante seguinte, Samuel aproxima-se dela ainda de pé na cama e Malu sorri antes de esticar o braço para apalpar a coxa dele. No entanto, o rapaz segura os dedos dela antes que eles cheguem a encostar em sua pele.
   — Não pode? — questiona Malu rindo.
   — Shhh. — Samuel solta ela e mostra o que pegou embaixo das cobertas.
   — Algemas? — surpreende-se a morena.
   — Você se importa? — indaga Samuel pegando nas mãos dela.
   — Nem um pouco.
Ele sorri e prende as mãos dela cada uma de um lado da cabeceira.
   — Ainda não acabou — diz exibindo uma gravata preta.
   — Pra que isso?
Ainda sorrindo, Samuel se agacha lentamente e coloca a gravata entre os dedos de Malu antes de amarrar o acessório por trás do pescoço dele. Ela ri e tenta falar, porém não consegue e arregala os olhos.
   — Está tudo bem? — ele questiona. Malu tenta mais uma vez falar, mas sem sucesso e Samuel retira a gravata da boca dela. Nesse momento a música do Justin Timberlake acaba e o quarto fica em silêncio. 
Malu encara os olhos dele, que brilham sob a luz dos abajures, e diz:
   — Você pode fazer o que quiser comigo, essa noite eu sou sua.
   Samuel volta a sorrir e recoloca a gravata na boca dela. O quarto permanece mergulhado na escuridão e no silêncio quando ele senta sobre a cama diante dos pés dela. Ele retira a calça dela e começa a acariciar suas pernas em círculos firmes. A respiração de Maria Luíza torna-se cada vez mais instável conforme ele vai subindo por seu corpo e quase para quando as mãos de Samuel fixam-se em sua cintura. Eles não desviam o olhar um do outro um só instante, o que torna a tensão sexual entre eles ainda mais forte. Os dedos de Samuel escorregam pelas costas dela e abrem o fecho de seu sutiã, retirando-o em seguida. Malu fecha os olhos e solta um suspiro abafado pela gravata quando Samuel beija seu pescoço e vai descendo lentamente por seu colo. As mãos dele param em seu quadril e exercem uma pressão prazerosa. 
   A morena afunda as unhas nas palmas das mãos querendo retribuir o toque, porém aproveita cada carícia dele. Samuel lambe o corpo dela até o umbigo, causando delírios em Malu, que se retorce nas mãos dele. O rapaz retira a última peça que ela usava e dedica grande atenção para a região abaixo de sua cintura. Malu revira os olhos e sacode a cabeça, sentindo o seu corpo quente como brasa e coração acelerado como nunca. As sensações são tão fortes que ela tem espasmos e suas pernas se movem, porém Samuel aperta seus joelhos paralisando a ação. Ele ergue a cabeça, cravando um olhar intenso nela e a respiração de Malu fraqueja. 
   Minutos depois, Samuel se endireita e retira a gravata da boca dela.
   — Por favor, tira isso de mim — ela sussurra olhando para as algemas. Samuel suga o lábio inferior dela e Malu geme. Ele pergunta:
   — Você quer que eu tire?
   — Por favor — ela responde com a voz fraca e Samuel atende ao pedido. Segundos depois Malu o empurra contra a cama e senta em seu quadril. — Você sabe como me deixar louca como ninguém.
Samuel aperta os pulsos dela e volta a jogá-la contra a cama.
   — Calma, Maria Luíza, a noite só está começando. — Ela sorri e o puxa para o seu corpo com força.


Após jantarem, Marina, Aria, Brian e sua família retornam para o carro. James sai da vaga e faz um breve trajeto pelas ruas do Upper East Side até a casa recém comprada pela família. Assim como todas as propriedades da região, ela possui uma fachada estreita e interior espaçoso distribuído em três andares. James para o carro na calçada e todos descem. O pai da família coloca o carro na garagem, que fica no térreo, um nível abaixo da casa, enquanto Claire e os adolescentes sobem os degraus da pequena escada até a porta.
   — Essa vai ser sua casa na próxima semana — brinca Juliana com Marina ao passar pela porta. A gêmea de Victor fica de queixo caído com a suntuosidade do interior do casarão. A sala bem ampla possui duas janelas compridas e estreitas para a rua, uma lareira na parede oposta à escada que fica diante da porta. As paredes brancas ficam ainda mais claras com o contraste feito pelo piso de madeira. Todos os móveis presentes na sala mesclam sofisticação e esportismo, características marcantes da família de Brian.
   — Uau, é tão lindo — comenta Marina tirando os casacos. A temperatura dentro da casa é tão agradável que nem parece que faz tanto frio do lado de fora.
   — Três lareiras, seis quartos e banheiros, garagem, jardim nos fundos, terraço e uma biblioteca — elenca Claire orgulhosa da mais nova aquisição da família.
   — Então eu vou poder escolher o quarto que vou dormir? — brinca Marina e eles gargalham.
   — O seu já foi escolhido pelo mocinho aí — diz James apontando para o filho.
   — Escolhi um dos melhores — fala Brian colocando seu casaco no armário ao lado de uma das janelas.
   — Que por coincidência ou não — frisa Juliana — fica ao lado do dele.
   — É claro — responde Brian. — Quero aproveitar ao máximo essa semana da Marina aqui. Eles sorriem um para o outro e James fala:
   — Só não vale voltarem a namorar.
   — Isso não vai acontecer — garante Marina. — Eu já estou comprometida.
   — Por que você não trouxe o seu namorado para a gente conhecer? — indaga Juliana. — Eu sigo ele no Instagram e o acho bem bonitinho.
   — Quem sabe da próxima vez eu não o trago, né? — sorri Marina desviando da pergunta.

Logo nas primeiras horas da manhã de segunda-feira, Mel e Sophia reúnem-se na sala da morena na sede da MelPhia para tomar um café.
   — E o Reinaldo que nunca mais eu vi? — questiona Sophia em um determinado momento.
   — Ele está viajando — Mel responde correndo os olhos pela mesa cheia de papelada.
   — Mas parece que ele sempre está viajando.
A mãe de Isabela e Vinícius dá de ombros, deixando a xícara sobre o píres.
   — O que eu posso fazer?
Sophia cruza as pernas e se inclina mais na direção da amiga.
   — Você não sente falta da presença dele?
   — Claro que sinto.
   — É porque... ai não sei — a loira desiste de continuar e come uma torrada.
Mel ri.
   — Fala, Sophia.
   — É que eu pensei em uma coisa, mas acho que é da minha cabeça.
   — Fala de uma vez — pede Mel sorrindo e também pegando uma torrada.
Sophia umedece os lábios e começa:
   — É que parece que vocês não têm aquele fogo assim, sabe? Não que isso seja algo ruim, há tipos e tipos de casais. Só que eu te conheço, amiga, você sempre foi mais fervorosa. 
   — Ah, o tempo passa, né Sophia?
   — Mas com o Chay você não era assim.
Mel revira os olhos e Sophia arrepende-se do que disse.
   — O Reinaldo não é o Chay, os relacionamentos são diferentes.
   — Você tem razão. 
   — A saudade é recompensada toda vez que ele volta.
   — Ui! — exclama Sophia e elas gargalham.

Depois de tomarem café da manhã com a família dele, Brian e Marina saem para correr pelas ruas do Upper East Side rumo ao Central Park, que fica a cerca de três quadras do novo endereço dele.
   — Qual é a programação do dia? — pergunta Marina correndo ao lado do ex-namorado.
   — Eu vou para o colégio à tarde — diz Brian — e a noite tem uma festa na casa do Peter.
A garota sorri ao ouvir o nome de um dos amigos de seu irmão.
   — Oba, e nós vamos?
   — Se você quiser, sim.
   — É claro que eu eu quero! — responde Marina de prontidão e eles atravessam uma avenida movimentada caminhando. — Vai ser uma ótima oportunidade para eu reencontrar todo o pessoal.
   — Sim, e tem bastante gente nova para você conhecer também.
   — Você acha que eu vou gostar deles?
Brian dá de ombros e volta a correr com Marina.
   — Uns sim, outros não. Sei lá. — Eles riem.

A professora de inglês organiza seus materiais para deixar a sala após o toque que sinaliza a troca de professores. Nesse meio tempo, Victor vira para trás e indaga para Yasmin:
   — A Isabela vai ficar muito p*ta se eu esquecer alguma parte do trabalho?
   — Vai — ri a loirinha. — Leva uma colinha.
   — Ela disse que não quer ninguém segurando papel.
   — Você não é obrigado a obedecer às ordens da Isabela.
   — Nossa, que menina revoltada — ele brinca.
Yasmin ri e acrescenta:
   — Você não é obrigado, mas seria prudente que obedecesse, senão ela vai ficar enchendo o seu saco para todo o sempre.
Eles riem e olham para Jaqueline, que se aproxima de costas da mesa de Victor ao desviar de uma cadernada de Luciana. As duas amigas riem e continuam conversando com Jonas no lugar dele. Ao olhar novamente para o namorado, Yasmin percebe que ele se tornou mais sério.
   — Essa semana vai ser turbulenta — fala o loiro.
   — Por causa do vestibular do ITA?
   — Exatamente. 
   — Não precisa ficar nervoso.
   — Não mesmo, não vou passar de qualquer forma — resmunga Victor.
   — Ei! — exclama Yasmin pegando na mão dele. — Pensamento positivo, amor.
O rapaz dá um leve sorriso.
   — Amor?
   — Amor — repete a garota e eles riem. — Mas então, fica tranquilo, dá o seu melhor e se for pra ser será.

Por volta do meio dia, Malu e Samuel desembarcam no Rio de Janeiro e são recebidos por Lucas no aeroporto. 
   — Oi, pai! — sorri a morena dando um abraço nele.
   — Oi, Maria Luíza! — Lucas abraça a filha cheio de saudade. Ele olha para Samuel e acena. — Oi, Samuel.
   — Oi, Lucas — responde o rapaz sorridente. 
   — Como foi a viagem? — pergunta Lucas levando as bagagens da filha rumo ao carro.
   — Foi incrível, pai — conta Malu. — Porto Alegre é linda! Eu amei conhecer a cidade, embora a gente não tenha ido a muitos lugares.
   — Por que vocês não foram?
   — Porque a gente não foi pra POA de férias, né?
   — Como foi o vestibular, Samuel? — questiona Lucas abrindo o porta malas de seu veículo.
   — Apenas foi — ri o jovem colocando suas malas no bagageiro. — Fiquei mais nervoso do que eu esperava, mas acredito que tenha me saído bem. 
Malu sinaliza para Samuel e ele se acomoda no banco de trás enquanto ela rodeia o carro e senta no banco do passageiro. 
   — Se você passar vai se mudar para Porto Alegre? — pergunta Lucas também entrando no carro.
   — Vou — responde Samuel. 
   — Daí a sua família vai te bancar durante a faculdade?
   — É, minha mãe — diz o jovem tentando deixar claro que não quer nada que venha de Elias. — Até eu conseguir algum estágio ou alguma coisa que possa me sustentar sozinho.
   — Mas vocês têm sorte que têm pais que podem bancar — comenta Lucas ligando o carro. — Tem que aproveitar mesmo isso e agarrar todas as oportunidades.
   — Sim, mas eu não quero depender muito da minha mãe, sabe? Sempre quis a minha independência, inclusive a financeira. 
   — Ele é muito independente, pai — ri Malu afivelando o cinto. — Até irrita. Ao invés de gastar a herança, quer ficar trabalhando — brinca.
   — Ele que está certo — responde Lucas sorrindo. — Não é igual você que quer ficar mamando nas nossas tetas pra sempre.
   — Mamando na teta? Que expressão da década passada, pai!? — Eles gargalham.

O espanto de Anelise fica evidente quando ela passa pela porta e encontra uma garrafa de vinho, duas taças e um queijo fatiado sobre a mesinha de centro. Bernardo surge vindo da cozinha com um pano de louça pendurado no ombro.
   — Ane? — ele passa a mão pelo cabelo suado. — Pensei que você fosse chegar mais tarde.
   — Eu sempre venho almoçar nesse horário — responde Anelise ao sentar em uma poltrona e tirar seu sapato de salto. O olhar de Bernardo corre para o relógio na estante e ele exclama:
   — Nossa, já é essa hora! O relógio da cozinha está atrasado então.
   — Hum. — Ela tira um elástico preto do pulso e prende o cabelo em um rabo de cavalo alto. Diante da animosidade da esposa, Bernardo murcha um pouco e se apoia na mesinha de bebidas. 
   — Eu estava preparando um almoço especial para a gente — fala encarando o vinho e o queijo.
   — Não está mais? — Ele ergue o olhar para Anelise e vê um leve sorriso no rosto dela. A jornalista levanta da poltrona e caminha até ele. — Obrigada pela tentativa de reconciliação — fala passando os braços pelos ombros dele.
   — Tentativa?
   — Sim, só será certeza depois que eu provar a comida que você está fazendo.
Bernardo ri e dá um beijo no queixo dela.
   — Então pode ter certeza de que haverá conciliação. 
   — Sempre tem, né? — sorri Anelise desvencilhando-se do abraço dele e indo para a cozinha.
   — É porque você me ama — Bernardo provoca seguindo ela.
   — E você também me ama. — Anelise serve um copo com água e senta em uma cadeira. — E aí, o que você está preparando?
   — Um espaguete à carbonara delicioso.
Anelise começa a gargalhar.
   — Sério que a sua maior aposta é um macarrão?
   — Ué, o simples bem feito é muito melhor do que o sofisticado mal feito.
   — Quero só ver se vai ser tão bem feito assim — ri Anelise.
   — Se estiver ruim, finge pelo menos, tá bom?
   — Sou sincera, você sabe disso. 
   — Faz um esforço — ri Bernardo caminhando até ela.
   — Só se valer a pena.
   — Você sabe que eu faço valer a pena.
Eles gargalham e Anelise levanta da cadeira, passando por ele. 
   — Você está muito confiante para o meu gosto. Menos! — ri a jornalista saindo do cômodo.

Evaldo para em frente a um hotel e Isabela e Vinícius descem, encaminhando-se para o restaurante do estabelecimento. 
   — Olá! — sorri Chay vendo-os se aproximar da mesa que ele ocupa.
   — Oi, pai — eles falam dando beijos e abraços no cantor.
   — Que bom que vocês conseguiram encontrar um tempo para almoçar com o velho aqui — brinca o cantor e seus filhos riem acomodando-se na mesa.
   — Pelo o jeito o senhor está bem dramático hoje — ri Isabela.
   — É a saudade de vocês falando mais alto.
   — A gente também estava com saudades do senhor — responde Vinícius fazendo um carinho na mão do pai, que sorri meigamente para ele.
   — E aí, como anda a vida de vocês?
   — Uma pilha de nervos — diz Isabela.
   — Por quê?
   — Por causa do final do ano, vestibular, formatura. É muita coisa para a gente se preocupar, às vezes acho que não vou dar conta.
   — É só você não se sobrecarregar, meu amor.
   — Eu sei, pai, mas em certos momentos é impossível. 
   — Tenta concentrar a sua energia em uma coisa de cada vez — aconselha Chay. — É assim que eu faço.
   — É a mesma coisa que o Vinícius diz — Isabela olha para o irmão —, mas na prática não é tão fácil assim.
   — É uma questão de treino — Chay fala e também encara Vinícius. — E você, como vai?
   — Eu estou na mais paz de Deus se comparado a Isabela — responde o jovem e os três gargalham. — O que eu tinha que fazer eu já fiz — fala ficando sério. — Agora é esperar.
   — Você já se decidiu? — Chay crava um olhar intenso em Vinícius.
   — Eu nunca estive em dúvida.
Isabela engole em seco, ficando incomodada com o rumo que a conversa está tomando.
   — Ok, vou respeitar a sua decisão — diz Chay não querendo que o almoço vá para um caminho mais denso.
   — Obrigado — responde o jovem. — E o senhor, como vai?
   — Vou indo. Os preparativos para a turnê nacional estão a todo vapor.
   — Quando o senhor sai? — pergunta Isabela.
   — No começo do ano que vem. Quero ver vocês em alguns shows.
   — Com certeza nós vamos! A gente vai estar de férias mesmo, né Vini?
   — Sim — ele responde. — Já tem as primeiras datas?
   — Sim, depois eu passo para vocês. Nós vamos começar pelo Sudeste mesmo, depois subir para o Norte e Nordeste e descer novamente pelo Centro-Oeste e Sul.
   — Que legal! — exclama Isabela. — Então será realmente uma turnê nacional.
   — Será. Fazia tempo que eu não saia assim por todo o Brasil, já estava na hora.
   — Seus fãs vão ficar felizes — ri Vinícius.
   — Já estão. — Eles sorriem e chamam um garçom para realizarem os pedidos. — Outra coisa que eu queria falar com vocês — diz Chay em seguida — é sobre a fazenda.
Isabela sente-se mal ao recordar do que aconteceu na última vez em que eles estiveram na fazenda da família e Vinícius esforça-se para não lembrar dos sonhos que antecederam o incidente. 
   — O que é que tem? — ele pergunta.
   — Não é nada demais — tranquiliza-os Chay. — Eu só queria contar pra vocês que também ano que vem eu vou começar a reforma lá.
   — A construção o senhor quer dizer, né — Isabela fala —, porque não sobrou nada da casa principal.
   — Pois é. Já conversei com a arquiteta da obra e nós vamos demolir tudo o que ainda restou e construir uma nova estrutura. 
   — Isso vai facilitar a nossa volta para lá — comenta Vinícius.
   — É, uma das razões para que eu tomasse essa decisão foi exatamente isso. Então, mais para frente, vou querer saber de vocês o que querem para a nova casa.
   — Pode deixar, assim que o tempo folgar eu vou pesquisar algumas referências de coisas interessantes — Isabela garante. As bebidas chegam e eles continuam conversando e planejando o novo ano que se aproxima.

Antes de irem para o colégio, Brian e Juliana almoçam com seus pais e Marina no terraço da casa da família. Com os olhos protegidos da claridade por um óculos de Sol, Marina ri com Brian lado a lado na grande mesa de madeira rústica. 
   — Hoje a noite nós vamos em uma festa na casa do Peter, tá pai? — avisa Juliana.
   — Ok, só não voltem muito tarde — responde James e Claire complementa:
   — Amanhã você tem treino de manhã, Brian.
   — Eu sei — responde o adolescente —, não vou extrapolar em nada.
   — Acho bom.
Marina passa a mão pelo cabelo de Brian, que brilha sob o Sol e diz:
   — Pode deixar que eu vou ficar de olho nele, Claire.
   — Cuida dele por mim — ri a mãe de Brian.
   — Eu sei muito bem me cuidar sozinho, tá? — diz Brian.
   — Aham — ironiza Juliana. — Você conta para a Marina as coisas que você apronta?
   — Eu não escondo nada da Marina — responde Brian olhando para a ex-namorada, que sorri e encara sua própria comida.
   — E você não pega no pé dele, Mari? — indaga Juliana rindo. — Você continua tão irresponsável quanto saiu daqui então, né?
Marina gargalha.
   — Falou a que estava sempre me acompanhando. Saiba que eu amadureci muito no Brasil, tá?
   — Você está gostando de morar lá, Marina? — Claire pergunta servindo-se de mais uma taça de vinho.
   — Por incrível que pareça, estou. Eu aprendi a gostar do Brasil e as pessoas que eu conheci tornaram menos difícil esse processo todo.
   — As pessoas ou um menino chamado Vinícius? — brinca James.
   — Como você já decorou o nome do Vinícius? — ri Marina. — E ele não foi o único, eu fiz amigos muito especiais lá.
   — Eu tive que ouvir o Brian falando dele muitas vezes já — responde James sorrindo e Marina vira-se imediatamente para Brian.
   — Você andou falando muitas vezes do Vinícius?
   — Isso não é algo para a gente conversar em um almoço de família — ri Brian olhando para o seu copo de suco.
   — Ok, mas você não vai escapar dessa pergunta.
   — Ui, vocês não namoram mais, gente, pra que DRs? — brinca Juliana e todos riem.

Após almoçar com o namorado e os pais dele, Yasmin repousa na cama de Victor enquanto o loiro toma banho para eles irem visitar Branca. Como seu celular descarregou, a loirinha pediu para o namorado para mexer no dele. Ela navega distraidamente pelo Instagram de Victor, chegando a curtir algumas fotos.
   — Tem umas minas bem gatas no seu Insta, hein — comenta após curtir a foto de uma surfista.
   — Eu sei — responde Victor saindo do banheiro apenas de cueca. — Está com ciúmes?
   — Inveja mesmo — ri Yasmin virando de barriga para baixo na cama. Victor ri com ela e percorre o corpo dela com o olhar.
   — Entra no perfil de uma aí, muito gostosa.
Yasmin não gosta da maneira com que ele se refere à menina, mas ainda assim pergunta:
   — Qual é o user?
   — Não sei direito, só digita na barra "Y" que já vai aparecer ela.
   — A primeira que aparece sou eu, depois é uma Yasmin Maga...
   — É essa primeira que aparece mesmo — interrompe Victor caminhando até a cama já vestido com uma bermuda e uma camiseta. — Acho essa loira muito gostosa.
Yasmin ri e vira de barriga para cima novamente.
   — Mas ela não é loira, o cabelo dela é castanho claro.
   — Isso é o que ela acha.
   — Como você sabe?
Victor dá de ombros.
   — Apenas sei. — Eles começam a rir e Yasmin volta a olhar para a tela do celular no exato momento que chega uma mensagem direta no aplicativo. 
   — Quem é Luana Aragão? — indaga abrindo a mensagem.
   — Luana o quê? — questiona Victor.
Yasmin senta na cama de sobressalto e joga o celular contra o peito dele.
   — Que p*rra é essa, Victor?
O loiro fica surpreso com a reação dela e alcança o celular. Seus olhos se estreitam ao ver a imagem de uma menina sorridente que usa apenas uma calcinha preta.


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