Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 364: Marina vai a festa em Nova York

   — Eu não sei, Yasmin — responde Victor sem conseguir desviar os olhos da imagem da menina.
   — Para de olhar! — exclama Yasmin puxando o celular da mão dele. — Que merda é essa, Victor? Você fica trocando nudes com outras meninas?
   — Não, claro que não — ele fala rapidamente. — Eu não mando nudes pra ninguém. Só aquela vez que eu mandei para você, mas você pediu pra eu não mandar mais com medo que vazasse.
   — Será que você não encaminhou as mesmas fotos que mandou para mim para outras meninas?
   — Não, Yasmin, é óbvio que não.
   — Será mesmo?
   — Acredita na minha palavra, caramba.
   — Então me explica isso! — esbraveja Yasmin mostrando novamente a foto para ele, no entanto quando Victor olha para o celular ela volta a virar a tela para si.
   — Ás vezes algumas meninas me mandam isso aleatoriamente.
   — Ás vezes? Ás vezes, Victor? — questiona a loirinha cada vez mais indignada. — Então essa não é a primeira vez que você recebe foto de mulher pelada?
   — Yasmin, para com isso. Não precisa dessa cena toda!
   — Você fica trocando nudes com essas meninas, Victor. Não estou acreditando nisso!
   — Eu não troco nudes com ninguém! Vai dizer que você nunca recebeu foto de homem pelado?
   — Assim do nada, não.
   — Do nada não? Só depois de algumas conversas.
   — Não queira virar o jogo, Victor Aguiar — ameaça Yasmin. — Me explica essa foto — pede jogando o celular mais uma vez contra ele.
   — Não tem o que explicar, a culpa não é minha se a menina mandou. Quando é assim nem é ela também, é algum fake — fala analisando a foto.
   — Para de olhar essa p*rra! Ai, quer saber? — diz Yasmin jogando as pernas para fora da cama. — Fica aí com essa garota pelada, que eu estou indo embora.
Ela dá dois passos em direção à porta, porém é impedida de sair por Victor, que segura em seu braço.
   — Yasmin, para com isso. Eu não tenho nada a ver com essa garota. 
   — Se você estiver mentindo para mim, eu...
   — Eu não estou mentindo para você — interrompe o loiro olhando intensamente para ela. — Faz um ano que a está junto, você acha mesmo que eu te trairia por Instagram?
   — Ah, porque pessoalmente é super aceitável, né?
   — Para de colocar palavras na minha boca. Pode checar meu Instagram se você quiser, não vai encontrar nada demais.
   — Primeiro que eu não sou do tipo que checa as redes sociais do namorado e segundo, você pode muito bem apagar as coisas se quiser.
   — Então acredita na minha palavra. Eu te juro, Yasmin — ele fala ainda encarando os olhos dela —, eu nunca te trai. Confia em mim.
   — Apaga essa foto — exige a loirinha.
   — É só uma foto.
   — Então por que você quer isso no seu celular? Apaga a foto, Victor.
   — Eu não gosto de você falando nesse tom comigo.
   — Apaga a merda dessa foto! 
Victor suspira e pega o celular sobre a cama.
   — Está satisfeita? — questiona mostrando o celular para ela.
   — Eu vou confiar em você, Victor.
   — Você sabe que pode confiar em mim.
Yasmin respira fundo e caminha pelo quarto em silêncio, sendo observada por Victor. Ela para, massageia a nuca e olha para o namorado.
   — Você já está pronto?
   — Estou.
   — Então vamos.
   — Yasmin, você não quer...
   — Eu quero visitar minha avó — responde a loira parando diante da porta. — Você vem comigo ou não?
   — Eu falei que eu ia, né? — diz Victor pegando sua carteira na mesinha de centro.

Durante a tarde, Brian e Juliana vão para o colégio e Claire e James trabalhar fazendo com que Marina fique sozinha no casarão da família. Ela aproveita para conhecer todos os cômodos sociais da casa e depois de vários minutos na biblioteca resolve colocar em prática a ideia que está na sua mente desde que ficou sozinha. 
   Marina tira o celular do bolso e procura o contato de Vinícius.
   — Oi, Marina — ele atende e ela reconhece o tom de surpresa em sua voz.
   — Oi — ela responde com a voz trêmula e torce para o namorado pensar que é por conta do frio, embora no interior do casarão a temperatura esteja agradável o suficiente a ponto dela estar usando apenas calça moletom e uma segunda pele. — Estou aqui na casa do Brian — conta com a voz mais firme.
   — Que legal — fala Vinícius com a voz neutra. Eles ficam em silêncio até que ele pergunta: — A viagem começou bem?
   — Muito! — diz Marina com entusiasmo. A felicidade de estar conversando com ele e a vontade de compartilhar seus primeiros momentos de volta em Manhattan é maior do que o muro que parece existir entre eles. — Está muito frio aqui, você não tem noção. Estou tão feliz por estar de volta! Mesmo ontem, de noite, foi muito especial caminhar pelas ruas daqui.
   — Fico feliz por você — fala Vinícius e mesmo com sua voz não demonstrando o sentimento, Marina sabe que no fundo ele realmente está feliz por ela. Eles ficam em silêncio por mais alguns segundos, até que Marina diz:
   — A gente vai em uma festa hoje na casa do Peter. 
   — Eu conheço ele? — questiona Vinícius não estranhando o nome.
   — É aquele que eu te falei que estava no carro quando o Victor me encontrou fugindo de casa porque não queria ir pro Brasil.
   — Ah, sim! Estou lembrado.
   — Pois é, vou reencontrar a galera toda. Ontem eu já encontrei a Aria.
   — Eu vi no seu storie.
   — Pois é. Fiquei tão feliz por estar com ela de volta!
   — Posso imaginar. 
Mais uma onda de silêncio passa por eles.
   — Ok — fala Marina rompendo a calmaria. — Vou desligar, depois a gente se fala, tá bom?
   — Tá bom, aproveita a viagem.
   — Vou aproveitar.
   — Tchau.
   — Eu te amo. — As palavras saem rapidamente da boca de Marina antes que ela tome consciência. Ela arregala os olhos e em seguida soca a poltrona de James, arrependida. No entanto, seu arrependimento dissipa-se ao ouvir o sorriso melodioso do namorado.
   — Eu também. Você sabe que é a mulher da minha vida.
   — Espero que isso não mude.
   — Não vai mudar, mesmo com tudo o que aconteceu.
   — Ok, é melhor eu desligar — responde Marina apressadamente e eles gargalham. Pela primeira vez durante a ligação, Marina sente que está conversando com o Vinícius por quem é completamente apaixonada.
   — Tchau, Marina.
   — Tchau, Vinícius. — Ela continua com o celular grudado no rosto até Vinícius encerrar a ligação. — Oh, Jesus! — exclama em inglês. — Por favor, Deus, não deixe que nada atrapalhe o nosso relacionamento — pede no idioma de seu pais natal.

Malu e Nathália conversam no quarto da empresária e de Lucas. 
   — O Samuel vai no jantar mais tarde na casa da Grazi, tá? — informa a adolescente.
   — Você tem que falar isso para a Larissa e o Henrique e não para mim — Nathália responde mexendo em seu notebook.
   — Mas eles não vão se importar, né? 
   — Acho que não.
   — De qualquer forma eu vou mandar uma mensagem para o Henrique depois.
   — Pensei que depois da viagem vocês fossem querer passar um tempo longe um do outro — comenta Nathália.
   — A viagem foi muito boa, mãe.
   — Posso imaginar. — Ela lança um olhar malicioso para a filha, que ri.
   — Isso que a senhora está pensando foi muito bom também.
   — Quero detalhes.
   — Ai, mãe, foi maravilhoso.
   — Isso não é detalhes, Maria Luíza — ri Nathália.
   — A gente usou algemas pela primeira vez ontem.
Nathália fica de queixo caído e fecha o notebook.
   — Como assim? 
Malu sorri e conta tudo o que aconteceu na noite anterior para sua mãe.

O relógio marca sete horas e a temperatura em Nova York é de 6 ºC e 42,8 ºF quando Marina termina de se arrumar no quarto em que está hospedada na casa de Brian. Duas batidinhas da porta antecipam a entrada do quarterback.
   — Já está pronta? 
Marina vira de frente para ele e Brian prende a respiração inconscientemente. Seu olhar desce pelo corpo dela, observando seu casaco preto, a calça de couro e as botas pesadas vermelhas. Embora ele não perceba a maneira com que olha para ela, isso não passa despercebido por Marina que fica constrangida. 
   — Estou — ela responde rapidamente soltando o cabelo que cai como cascata em suas costas. Ela olha para Brian, esperando que ele já esteja recomposto, porém percebe que o ar de encantamento parece ainda flutuar sobre ele.
Juliana invade o quarto passando pelo irmão.
   — E aí, gente vamos? Uau, Mari, você está linda!
Marina sorri, aliviada pela chegada da ex-cunhada.
   — Vamos. — Ela pega seu celular sobre a mesinha de cabeceira. — Vamos, Brian! 
Os três descem as escadas até a sala principal e Marina pega seu trench coat igualmente preto no armário de casacos.
   — Estamos indo, pai — diz Brian para James, que descansa em um sofá.
   — Ok, se cuidem e qualquer coisa me liguem.
   — Pode deixar.
   — Tchau — despedem-se os três e saem juntos.

Phil recebe carinhos de Graziele no sofá quando a campainha toca. Henrique vai atender a porta e Larissa desce as escadas.
   — Boa noite! — sorri o veterinário e Fernanda, Mateus e Thiago entram na mansão. Phil pula do sofá para cheirar as visitas enquanto todos se cumprimentam. O cachorro lambe o sapato de Thiago, que se inclina para acariciar as orelhas dele. Depois abraçar os seus ex-sogros, Graziele chega perto do filho deles no instante em que Thiago endireita-se. Eles ficam bem próximos e ela o abraça para que não fique uma situação incômoda. 
   — Bem vindo a mais um jantar dos meus pais — ri a ruiva.
   — Adoro o fato de vocês oferecerem jantares sem motivos especiais. Comida boa de graça! — Eles sorriem.
   — A amizade é um motivo especial — responde Larissa e Thiago e Graziele olham para ela, ambos não notaram que ela prestava atenção na conversa deles.
   — É verdade — concorda Thiago. 
   — Vem, vamos nos sentar — chama Henrique e todos se encaminham para a sala de estar.

Yasmin e Isabela conversam sobre o que se passou entre a loirinha e Victor reunidas no quarto da primeira.
   — Eu fiquei passada com essa situação — diz Yasmin ainda sem conseguir esquecer o sorriso da menina e principalmente seu corpo desnudo.
   — Posso imaginar.
   — Como que alguém manda uma coisa dessas assim para o outro sem mais nem menos?
   — Quando é assim nem era ela de verdade.
   — Foi o que o Victor disse, pode ser um fake.
   — Pois é, mas tem um monte de gente que é assim mesmo.
   — Eu fico pensando se foi só coincidência mesmo.
   — Como assim? — questiona Isabela esticada na cama.
   — Será que o Victor não fica de papinho com essas garotas? Porque ele mesmo disse que não foi a primeira vez que recebeu nudes desse jeito.
   — O Victor era o maior galinha e tudo o mais, mas não acho que ele seria capaz de algo assim. Você mesmo pegou bastante gente antes de ficar sério com ele e está na sua.
   — Eu sei, mas eu sou eu. O Victor é o Victor.
   — O que você quer dizer com isso, Yasmin?
   — Eu não sei — responde a loira passando a mão no cabelo. — Eu fico pensando, e se você já me traiu alguma vez, Isabela?

Usando shorts jeans e tênis, Malu aguarda Samuel chegar sentada em um balanço no jardim da mansão onde mora. Grilos e outros insetos noturnos fazem companhia a ela, que pensa em Elias.
   — Ele não morre, mas também não melhora — resmunga para si. O ruído de um carro invade seus ouvidos e ela olha para o portão, vendo Samuel descer do automóvel de sua mãe Ruth. — Boa noite — sorri quando eles se encontram.
   — Oi — responde Samuel dando um beijo nela. 
   — Ah, você trouxe os vinhos — observa a morena vendo o que ele carrega.
   — Claro, né, não poderia esquecer os presentes.
   — Vem — chama Malu pegando na mão livre dele. — Meus pais vão gostar da surpresa.
Assim que passam pela porta eles cruzam com Lucas e Nathália.
   — A gente viu o carro chegar pelas câmeras e já estávamos de saída — comenta Nathália e sorri em seguida olhando para Samuel. — Olá!
   — Oi — responde o jovem e cumprimenta Lucas na sequência.
   — O Samuel comprou uma lembrancinha para vocês em Porto Alegre — conta Malu apontando para os vinhos que estão cuidadosamente guardados em caixas em uma sacola de papel.
   — Espero que vocês gostem — diz Samuel entregando o embrulho para Nathália.
   — Nossa, obrigada! — agradece a empresária surpresa. — Não precisava.
   — A minha mãe adorou também o que eu trouxe para ela — ri Malu passando um braço pela cintura de Samuel e apoiando a cabeça no ombro dele.
   — O que você ganhou? — Lucas pergunta para a esposa.
   — Vários panos de prato — Nathália conta com a voz arrastada e seu esposo gargalha.
   — Com certeza vamos aproveitar muito mais o vinho.
   — Não tenho nem dúvida — ri Nathália.

Peter mora na rua de trás do casarão da família de Brian, por isso o loiro, sua irmã e Marina vão a pé até o local da festa, enfrentando as baixas temperaturas. Ao virar a esquina da rua de Brian, Marina observa seu reflexo na vitrine da joalheria ali presente e fica espantada que mesmo sob a iluminação da rua suas bochechas vermelhas são visíveis. Eles caminham mais alguns metros e viram novamente, entrando na rua de Peter.
   — Eu quero te apresentar uma pessoa hoje na festa — comenta Juliana passando por um hotel suntuoso. 
   — Que pessoa? — pergunta Marina.
   — Quando a gente chegar eu te mostro — ela faz mistério e ri. Um minuto depois os três param em frente a uma casa de cinco andares, que ao contrário da de Brian não possui escadarias na entrada. Mesmo do lado de fora é possível ouvir vozes animadas e o som de uma música rap. A irmã de Brian gira a maçaneta sem cerimônia e os três passam rapidamente pela porta para se livrarem do frio congelante. Juliana é a primeira a se despir do casado e o pendura junto com os demais ao lado da porta. Marina faz o mesmo, analisando com o olhar o interior da casa de Peter. As luzes estão baixas e o espaço está bem cheio, o que não oculta a luxuosidade do local.
   — Vem — chama Brian pegando na mão dela. — O pessoal quer te ver.
Marina busca por Juliana, mas a jovem já desapareceu por entre as pessoas da festa, e é guiada por Brian até um grupo mais próximo, onde Marina consegue avistar Aria e alguns de seus outros amigos.
   — Olha quem está de volta! — exclama Brian exibindo Marina, que abre um sorriso de orelha a orelha.
   — Oh, meu Deus! — sorri uma garota e rodeia Marina com seus braços. A gêmea de Victor é paparicada por seus amigos e tenta distribuir sua atenção entre eles.

Isabela começa a rir e senta na cama.
   — O Victor jamais te trairia, amiga.
   — Como você pode ter tanta certeza?
   — Ele é esperto, ponto final. Ele sabe que se te traísse você iria descobrir, quem é jovem e tem Instagram no Brasil te conhece, alguém ia ver e te mandar. Sem contar que ele é esperto o suficiente também para saber que você não iria perdoá-lo e que seria burrice trocar tudo o que vocês têm por qualquer outra coisa. E acima de tudo isso ele te ama.
   — Você acha? — resmunga Yasmin.
   — Eu tenho certeza. Qualquer pessoa que conviva uma semana com vocês dois vai ter claro na cabeça que vocês se amam demais. Yasmin, lembra de todas aquelas conversas que vocês já tiveram sobre ele voltar para os Estados Unidos, de tudo aquilo que ele já te falou. Você acha mesmo que ele te trairia? 
Yasmin reflete sobre o que a amiga disse.
   — Você tem razão. O Victor me ama. E aí dele se me trair! Eu arranjo outro em dois tempos.
   — Arranjar outro arranja mesmo, mas aposto que não vai conseguir se entregar como está se entregando nesse relacionamento.
   — Não mesmo — assume a loirinha. — Eu nunca pensei que fosse me jogar tanto de cabeça numa relação como tenho feito. 
   — Pois é, esquece isso, amiga — pede Isabela. — Não fica encanada com essas coisas.
   — É, vou tentar.
   — E como Victor reagiu?
   — Ah, ele ficou falando que não tinha culpa, que não era nada demais, que jamais iria me trair, essas coisas — relembra Yasmin.
   — Mas ele não ficou com a aquela cara de sempre, né?
   — Inexpressivo?
   — Sim.
   — Não! — exclama a loirinha. — Ele ficou bem surpreso até com a minha reação e com tudo o que aconteceu.
   — Então, viu como não é nada importante — diz Isabela e Yasmin franze a testa.
   — Como assim?
   — Sempre quando é algo sério mesmo, o Victor fica inexpressivo. Se ele não ficou, é porque não era.
Yasmin começa a rir.
   — Ai, Isabela, você e suas lógicas.
   — Ué, não faz sentido?
   — Faz, mas... ai, não quero mais ficar falando sobre isso.
Isabela ri.
   — Ok, sobre o que você quer falar?
Yasmin pula da cama e caminha até o seu closet.
   — Quero te mostrar umas bolsas que eu recebi, uma mais linda que a outra!

Horas mais tarde, Larissa e Henrique guiam os amigos até a sala de jantar. Malu vai junto com seus pais, carregando Phil no colo.
   — Larga o Phil, filha — pede Nathália —, vai ficar cheia de pelo de cachorro.
   — Mas não é qualquer cachorro, é o Phil — responde Malu e Samuel ri atrás dela.
   — Mesmo assim — intervém Lucas. — Você vai jantar, Malu.
A morena revira os olhos e coloca o animal de estimação da família de Graziele no chão. Ela segura no pulso de Samuel e o arrasta para um corredor, dizendo:
   — Vem lavar a mão também. — O casal para em um lavabo no caminho para a sala de cinema da mansão e Malu tranca a porta ao passar com Samuel.
   — Precisa trancar a porta só para lavar a mão? — pergunta Samuel sorrindo.
   — Se a gente fosse só lavar as mãos — responde Malu segundos antes de beijá-lo.
Já sentada diante da mesa, Larissa vira-se para Thiago e pede:
   — Chama a Grazi, por favor. Ela foi no quarto para colocar o celular para carregar, mas deve estar presa nas redes sociais.
Thiago ri e se levanta.
   — Tá bom. — Ele sai da sala de jantar e caminha até o andar de cima.
   Graziele está apoiada em sua mesinha de estudo, com o celular conectado a uma tomada sob a mesa. Ela digita algumas mensagens e aumenta o volume do aparelho para ouvir um áudio de Douglas. "Se você quiser a gente pode repetir aquilo que aconteceu no meu carro ontem" fala o rapaz entre risos e Graziele acaba sorrindo também.
   — O que aconteceu ontem no carro do Douglas?
A ruiva ergue a cabeça rapidamente e encara Thiago com olhos de espanto.
   — O que você está fazendo aqui? — questiona endireitando-se imediatamente.
   — Sua mãe pediu para eu vir te chamar pro jantar.
   — Estou descendo — responde Graziele bloqueando a tela de seu celular.
   — O que aconteceu entre você e o Douglas ontem? — Thiago volta a indagar.
Graziele respira fundo e passa a mão no cabelo, caminhando até a porta.
   — Por que você está usando esse tom de voz acusador? — ela devolve com outra pergunta.
   — Responde a minha pergunta.
   — Para de falar assim comigo, Thiago — retruca Graziele se inflamando.
   — Por que você está tão na defensiva? — ele pergunta franzindo a testa.
   — Porque eu não estou gostando do jeito com que você está falando comigo.
   — Eu só quero saber o que aconteceu ontem no carro do Douglas.
   — Isso não é da sua conta!
   — Vocês voltaram a ficar?
   — Isso não é da sua conta, Thiago! — Graziele volta a repetir com a voz ainda mais alta.
   — Eu só não quero ficar fazendo papel de trouxa.
   — Você não está fazendo papel de trouxa, o que eu faço com o Douglas ou deixo de fazer só diz respeito a nós dois.
   — Mas ele é meu amigo e você é minha ex-namorada, caramba!
   — Você mesmo disse que não queria impedir a gente de nada.
   — Eu só não quero...
   — Para de se intrometer na minha vida — interrompe Graziele com o rosto da cor de seus cabelos.
   — Vocês ficaram, né? — deduz Thiago diante do comportamento dela. — Não precisa nem responder, já está na cara.
   — A gente transou, Thiago! — Graziele confessa aos berros. — Está satisfeito?  — Ela passa por ele, esbarrando em seu ombro e sai do quarto. 
   Thiago permanece imóvel no centro do cômodo.


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