Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 361 [Parte 1]: Jantar de aniversário de Felipe
A sala de estar da mansão dos Abrahão-Borges está mais cheia do que de costume em decorrência do jantar de comemoração dos dezessete anos do filho mais velho do casal. Além de seus amigos, Felipe também conta com a presença de seus avós paternos e sua avó materna. Felipe, Vinícius e Graziele conversam em um canto, um pouco atrás de Marina, que come um quiche de cogumelo sentada em uma poltrona.
Com um copo de suco de laranja nas mãos, Yasmin aproxima-se da cunhada e se apoia no braço da poltrona.
— E aí, Marina, tudo pronto para a viagem?
A morena sorri.
— Tudo pronto.
— Você vai quando?
— Está louca para se ver livre de mim, né? — brinca Marina e elas riem. Suas risadas chamam a atenção de Vinícius, que olha de relance para as duas.
— Você é mesmo esperta — responde Yasmin rindo. — Mas sério, quando você vai?
— Amanhã de manhã.
— Já?
— Sim, mas eu só vou ficar lá uma semana.
— Poxa, que pena!
— Idiota! — ri Marina e limpa os farelos de quiche da saia longa que veste. — Eu estou muito empolgada para voltar, sabe?
— Posso imaginar. De volta ao lar, né?
— Homecoming — Marina sorri consigo mesma.
Vinícius, que escutou o final da conversa, tentar depositar toda a sua atenção em Graziele novamente, porém não consegue.
Em um barzinho de uma rua movimentada de Porto Alegre, Malu e Samuel conversam regados à cerveja e batata-frita.
— Eu estou gostando bastante de Porto Alegre — comenta a garota. — Tem um ritmo diferente do Rio. As pessoas, os lugares, tudo.
— É, nem um lugar é igual ao outro, né?
— Eu sei disso, idiota. Você entendeu o que eu quis dizer.
Samuel ri e pega uma batata palito.
— Eu também estou gostando daqui. Vai ser legal me mudar para cá.
— Me traz com você.
— Olha que eu trago, hein?
Eles se olham e sorriem.
— Eu não deveria estar me preocupando com mudança ainda, né? — pergunta Samuel e Malu franze a testa enquanto toma um gole de cerveja.
— Claro que não — responde —, você nem passou ainda.
— Nossa, obrigado pelo choque de realidade.
Malu ri e pega na mão dele.
— Fica tranquilo, você vai passar. Daí, depois de passar você começa a pensar em mudança, ok?
— Ok.
— E qualquer coisa, você pode ficar hospedado um tempo no Hotel Hamid, aposto que você teria desconto lá — brinca a jovem e Samuel revira os olhos.
— Nem de graça.
— Já que a gente tocou nesse assunto...
— Você tocou.
— Já que eu toquei nesse assunto, como está o Elias?
— Internado.
— Nem uma melhora?
— Ele não morreu ainda, então é para se comemorar.
— Tão doce você — ironiza Malu e ele apenas dá de ombros. — Ok, vamos voltar a falar de coisas empolgantes. O seu apartamento aqui vai ter quantos quartos?
Samuel ri.
— Isso faz diferença? Basta ter um, né?
— Não vai ter quarto de hóspedes? E quando eu vier para cá te visitar, vou ter que dormir no sofá?
— Você vai dormir no meu quarto. Na minha cama, junto comigo.
— E se a sua cama estiver ocupada?
— O que você está insinuando? — indaga Samuel dando um leve sorriso.
— Vai que até lá você já tem outra pessoa ao seu lado?
— Isso não vai acontecer.
— E se acontecer?
— Mas não vai acontecer.
— Como você pode ter certeza?
— Porque a única pessoa que eu quero ao meu lado é você — ele responde olhando intensamente para Malu, que sorri.
— Você pode repetir isso mais tarde quando estivermos sozinhos no quarto?
— Por quê?
— Pra eu poder te agarrar todinho, tirar sua roupa e o resto você sabe.
Samuel ri e beija o ombro dela.
— Com certeza eu vou repetir.
— Felipe! Felipe! Felipe! — todos cantarolam após o Parabéns Para Você e o Com Quem Será.
— Para quem vai ser o primeiro pedaço? — pergunta Yasmin.
— Pra você que não vai ser — responde seu irmão e eles riem.
— Quanto mais velho, mais ignorante ele fica.
— Guardem o amor de vocês para mais tarde — Victor pede.
— Parte o bolo, filho — fala Sophia.
— Bom, o meu primeiro pedaço — diz Felipe com o pratinho na mão — é para uma das minhas mães. — Ele sorri e olha para sua avó materna. — Por sempre estar me ouvindo, me ensinando coisas e tendo paciência comigo quando eu erro piano. — Todos riem e Felipe entrega o pedaço de bolo à Branca.
Enquanto ele parte e entrega os outros pedaços, Graziele sai discretamente para atender ao celular.
— Oi, Douglas — fala baixinho na sala de estar, que agora está completamente vazia.
— Oi, minha ruiva mais linda!
— Está tudo bem? — questiona Graziele identificando a voz dele alterada.
— Está tudo ótimo! — exclama Douglas dando uma gargalhada alta. — Você está em casa? Eu quero passar aí para te ver.
— Douglas, tem certeza que está tudo bem?
— Tenho, ruivinha!
— Onde você está?
— Longe de você.
Graziele respira fundo.
— Eu não estou podendo conversar agora.
— Por quê? Eu quero tanto ouvir sua voz.
— Você já ouviu.
— Mas ainda foi pouco pra saudade que eu estou de você. Poxa, ruivinha, faz um tempão que a gente não se vê. Posso passar na sua casa?
— Eu não estou em casa.
— Onde você está?
— Não estou em casa — ela se limita a dizer.
— Eu sei onde você está! — exclama Douglas e Graziele gela por dentro. Ela caminha até uma das janelas e espia o jardim por entre as cortinas.
— Como assim?
— Você está na casa da Yasmin.
A jovem arregala os olhos e estica o pescoço tentando enxergar a calçada, porém não encontra ninguém na rua.
— Como você sabe? — questiona assustada.
— Vi uma foto que a Yasmin postou com todos vocês. Hoje é aniversário do irmão dela, né? Vou passar aí para dar parabéns para ele.
— Douglas, para com isso!
— Qual é o problema? Eu já mato saudades suas e dou parabéns para o menino.
— Para com isso! — repete Graziele nervosa. — Você está bêbado. Eu espero que seja apenas álcool — acrescenta.
— Poxa, ruivinha. Eu só quero te ver. Sinto falta das nossas conversas, dos nossos momentos juntos.
O coração de Graziele fica amolecido.
— Ai, Douglas.
— Eu só quero te ver.
— Outro dia a gente se vê — ela promete.
— Não pode ser hoje?
— Não.
— É rapidinho.
— Douglas, não.
— Ok, vou tentar me controlar.
— Você vai se controlar. Não aparece aqui — ordena Graziele.
— Tchau, ruivinha.
— Tchau, Douglas. — Ela desliga, espia mais uma vez a rua do condomínio e solta um suspiro. — Eu também sinto a sua falta. — Depois de se recompor, ela retorna para a sala de jantar.
As mãos de Jonas ainda estão úmidas quando ele passa pela porta do chalé, vindo do banheiro que fica na área externa da propriedade. Sua namorada está imóvel no sofá como quando ele saiu minutos antes.
— Eu vou fazer alguma coisa para comer — diz o rapaz caminhando até a cozinha americana. — Você quer?
— Não — responde Maísa com a voz rouca.
— Você quase não comeu nada o dia inteiro — observa Jonas com sutileza.
— Eu comi um sanduíche.
— E nada mais.
Maísa continua em silêncio e Jonas enche uma panela com a água da torneira.
— Eu não estou com vontade de comer — fala Maísa quando ele está colocando a panela no fogão. Jonas ergue a cabeça e fita a nuca da namorada, que continua sentada no sofá abraçando os joelhos.
O jovem pega um pacote de macarrão linguine, deixa sobre a pia, ao lado da panela com água, e caminha até o sofá.
— Você precisa se alimentar, amor — diz sentando ao lado dela.
— Eu não tenho vontade — repete a loira. — Não dá, Jonas. Não desce.
Ele assente e entrelaça seus dedos nos dela.
— Tudo bem. — Eles ficam em silêncio por longos minutos. Jonas fica girando o anel que deu a Maísa no dia que a pediu em namoro até ouvir borbulhas na água, que ferve ao fogo. Ele levanta e vai para a cozinha, deixando Maísa sozinha no sofá. O silêncio permanece durante todo o preparo do jantar.
A ausência de palavras dominou boa parte do dia do casal no chalé da família dele. Maísa ficou presa em seus pensamentos e no luto pela morte de seu pai e Jonas deu espaço para que ela absorvesse seus sentimentos.
Com um prato branco nas mãos, Jonas senta na única poltrona do chalé e começa a comer silenciosamente o macarrão feito por ele.
— Pode ligar a televisão se você quiser — diz Maísa olhando para o aparelho televisor, que se manteve desligado desde a hora em que eles pisaram no chalé.
— Está bom assim — responde Jonas e ela volta a encarar a mesinha de centro a sua frente. Ele termina de comer em silêncio e é desse modo que lava o prato antes de sentar mais uma vez na poltrona.
Jonas pega seu celular e responde algumas mensagens de Samuel e tranquiliza Laís com relação ao estado de Maísa, perguntando também como está Lorena, sua sogra. Enquanto ele digita para a prima de sua namorada, ela levanta e se arrasta até a cama.
— Jonas — chama Maísa após alguns minutos, debaixo do cobertor.
— Hum? — ele ergue a cabeça.
— Fica aqui comigo.
— Claro — responde Jonas largando o celular e indo até a cama. Ele deita e abraça a namorada, que encosta a cabeça em seu peito.
— Não sei se eu vou conseguir sair daqui — sussurra Maísa.
— Como assim?
— Não sei se eu consigo sair daqui e enfrentar tudo o que está acontecendo. É tão bom ficar aqui, longe de tudo e de todos, com você.
Enquanto os amigos brincam de mímica no térreo, Felipe e Isabela trocam carinhos no corredor do primeiro andar.
— Você está muito linda hoje, sabia? — ele comenta passando a mão pelo tecido do vestido dela.
— Eu caprichei — responde Isabela. — Não poderia estar de qualquer jeito no aniversário do meu namorado, né?
Felipe sorri e dá um beijo na bochecha dela, seguido por uma mordida em seu queixo.
— Você vai dormir aqui, né?
— Claro que sim — ela sorri e acaricia o rosto dele com delicadeza. — Eu quero passar até o último minuto desse dia com você.
— Mas não vai embora depois da meia-noite. — Eles riem e Isabela estica os braços ao redor dos ombros dele.
— Eu não vou — promete com o rosto encostado na camisa dele.
— Eu te amo — sussurra Felipe e segura o rosto dela entre as mãos.
— Eu também te amo — sorri Isabela e eles fecham os olhos, unindo seus lábios de maneira intensa e apaixonada.
Como sempre,perfeito!
ResponderExcluirAnciosa pro próximo.
Perfeito como sempre!!!!
ResponderExcluirQuero o próximo!!! Cadê????