Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 359: Marina avisa que ficará hospedada na casa de Brian
— E aí, Jonas — fala abrindo um dos armários.
— E aí, Laís, como você está? — A garota faz um sinal de mais ou menos com a cabeça.
— Você está sendo muito bacana com a Maísa — comenta a jovem fechando a porta do armário depois de pegar um pacote de torrada.
— Não estou fazendo nada demais.
— Eu sei, mas está sendo importante para ela. Pra todos nós, na verdade. — Ela se apoia na pia e fica observando-o. — É bom ter alguém de fora dando um apoio. Não está sendo fácil — diz controlando a vontade de chorar.
— Posso imaginar.
— Eu queria te dizer outra coisa.
— O quê?
— Não deixa a Maísa ficar mexendo no celular — pede Laís e Jonas fica sem entender.
— Como assim?
— A Aline me mandou uns prints de coisas que algumas pessoas estão comentando no Insta da Maísa. Pessoas que nem conhecem ela estão dando palpite, sabe? A maioria está tentando consolar ela, mas mesmo assim não é legal ficar lendo esse tipo de mensagem.
— É claro. Ela ainda nem consegue acreditar no que aconteceu.
— Ninguém consegue.
— Pois é.
— Então, só tenta manter ela afastada, tá?
— Pode deixar. Enquanto eu estiver com ela, não vou deixá-la mexer no celular — garante Jonas.
Após almoçarem, Vinícius e Isabela espalham-se pela sala de jogos da mansão em que moram. A garota lê O cortiço, de Aluísio Azevedo, enquanto seu irmão dedilha distraidamente seu violão. Mesmo com nenhum dos dois assistindo, a televisão permanece ligada em um canal de notícias.
Nina entra correndo no cômodo e acaba esbarrando em uma pilha de livro próxima a estante. Os livros caem no chão provocando um grande barulho e os irmãos se assustam.
— Nina! — repreende Isabela levantando do sofá. — Olha o que você fez? — Ela se agacha e começa a recolher os livros e Nina se esconde atrás do sofá. Vinícius ri da reação da cadelinha e seu olhar cai na televisão.
— Isabela, olha ali! — exclama deixando de lado o violão.
— O que foi?
Vinícius aumenta o volume da televisão e os dois passam a prestar atenção ao que diz a jornalista.
— Edson Tanaka é o pai da Maísa — fala Isabela sentando novamente no sofá. A maioria dos livros que Nina derrubou permanece no chão, mas Isabela deixa de dar importância a eles.
— Eu estou em choque.
— Caramba, coitada da Maísa.
— De toda a família, né?
— Sim. Nossa, jamais imaginaria que isso poderia acontecer.
— Quem poderia imaginar? — reflete Vinícius.
Anelise resolve almoçar em casa já que a campanha que cobrirá é somente no fim da tarde. Ela e Bernardo não conversaram diretamente sobre a discussão do dia anterior, mas mesmo assim aos poucos vão voltando à normalidade.
— Está uma delícia essa salada — elogia a jornalista sentada à mesa com o marido.
— Obrigado, e olha que eu fiz rapidão — Bernardo responde. — É sempre assim, né? Quando a gente capricha muito não fica tão bom quanto o que a gente faz às pressas.
Anelise dá de ombros.
— Sei lá. O importante é ficar bom. — O casal ri e termina a refeição em silêncio.
— Você viu o que o Gabriel comentou ontem? — diz Bernardo colocando os pratos dentro da pia.
— Ele comentou tantas coisas.
— Sobre eu viver no bem e bom porque sou casado com você.
— Ah, isso — responde Anelise guardando as panelas de comida na geladeira.
— É, eu não gostei.
Ela fecha a geladeira e se apoia nela, cruzando os braços e indagando:
— Por que não?
— É como se eu vivesse às suas custas.
— Não foi isso o que ele quis dizer.
— Mas foi por esse caminho. E não é verdade, eu ainda estou recebendo o seguro.
— E se fosse verdade?
— Eu não ia deixar um negócio desses se tornar verdade — retorque Bernardo começando a lavar a louça.
— Qual é o problema?
— Eu viver às suas custas, Anelise? — exclama ele em tom de indignação.
— Ué, se fosse por um período curto ou algo acertado pela gente. Qual seria o problema?
— Não é uma coisa legal.
— E se fosse ao contrário?
— Como assim?
— Você bancar a casa, as coisas todas.
— Acho que você não iria querer isso.
— Mas e se eu quisesse? — Anelise troca o peso entre as pernas. — Você não acha que tem um pouco de machismo nessa sua inquietude?
— Por que teria?
— A ideia de ser sustentado por uma mulher é difícil pra você.
— A questão não é ser sustado por uma mulher, é por qualquer pessoa.
— Sei — responde Anelise com descrença caminhando até o fogão. — Acho bom você começar a aceitar essa ideia.
— Como assim? — ele volta a perguntar.
— Você acha que consegue um emprego até o seguro acabar? Eu acho que não. Então é melhor você já ir se preparando, porque eu vou bancar os custos da casa sozinha. Eu não vejo problema nisso, já que o que eu ganho é suficiente, mas se você se incomoda, é melhor mudar de ideia. — Anelise se retira da cozinha e Bernardo continua lavando louça em silêncio.
Jonas está lavando as mãos após usar o banheiro do quarto de Maísa. Ele escuta o ruído de uma televisão e rapidamente abre a porta do cômodo, enxergando sua namorada em pé diante do aparelho. Os olhos de Maísa estão fixos na tela, acompanhando atentamente o que diz a jornalista a respeito da morte de Edson.
— Não assiste isso — fala Jonas desligando imediatamente a televisão. Ele corre até a namorada e envolve seus braços. No mesmo instante, Maísa empurra suas mãos e se afasta dele, dizendo energeticamente:
— Meu pai não faria isso! Meu pai não faria isso!
— Eu sei, amor.
— Ele não faria, Jonas! Ele não faria!
— Eu sei, eu sei, concordo com você.
— Não, você não está entendendo! Ele não faria uma coisa dessas com ele mesmo, com a gente. Não faria!
— Maísa, eu também acho isso — diz Jonas ficando sério. Ele volta a se aproximar dela e pega em suas mãos. — Eu não acho que foi suicídio.
Os olhos de Maísa estreitam-se levemente e o desespero em seu olhar dá lugar para o espanto.
— Como assim?
— Não acredito que tenha sido suicídio e tenho razões para acreditar nisso.
— Do que você está falando?
— Vem aqui, senta aqui — guia Jonas levando ela até a cama.
— Jonas, o que você está querendo dizer?
O rapaz passa a mão pelo cabelo.
— Eu não queria falar nada sobre isso com você agora, mas... eu não consigo não dizer.
— Por favor, fala.
— Eu não sei se você lembra daquele dia que você foi almoçar lá em casa e a gente estava na casinha da árvore, eu saí de repente depois que você recebeu uma ligação.
— Sim, eu lembro — responde Maísa recordando-se do momento:
— Alô? — atende Maísa. — Alô? Alô? Tem alguém aí? Alô? Ué, estranho — fala encerrando a chamada.
— Ninguém falou nada?
— Não, mas dava para ouvir a respiração da pessoa e um barulho de carros no fundo. Esquisito, né?
— Você reconhece o número? — questiona Jonas ficando levemente mais sério.
— Não, não tem número. Apareceu desconhecido.
— Hum.
— Estranho, né?
— Sim, mas deixa isso pra lá — o jovem pede, porém seu olhar continua sério.
— Vou mesmo. — Maísa sorri e caminha até a janela da casinha da árvore. — Não vou ficar preocupada por causa de uma ligação, né? Era só o que faltava — ela ri e passa a mão no cabelo loiro. — Então, o que nós...
— Espera só um instantinho — pede Jonas ficando em pé. — Vou ali falar com o meu pai.
— Hã? — Maísa surpreende-se com a atitude repentina dele.
— Já volto.
Maísa volta a prestar atenção em Jonas sentado diante de si em sua cama.
— Eu fui falar com o meu pai — ele conta —, porque o que aconteceu me fez lembrar de uma coisa que tinha acontecido com um tio meu um tempo atrás. Esse meu tio é juiz e ele estava sendo ameaçado de morte e uma das formas de ameaça era telefonemas de números privados em que ninguém falava nada.
— Exatamente o que aconteceu aquele dia.
— Pois é. Eu poderia ter deixado passar, mas lembrei que você tinha me dito também que o telefone da sua casa estava fora do gancho.
— Sim, mas minha mãe falou que era porque estava com problema.
— Ou ela não queria te preocupar. Eu tenho certeza que o seu pai estava sendo ameaçado, Maísa.
— Faz total sentido. Ele sabia de coisas que poderiam comprometer muita gente.
— É.
Maísa começa a chorar e abaixa a cabeça.
— Assassinaram o meu pai. — Jonas também se emociona e fica sem palavras. Para reconfortar a namorada de alguma forma, ele segura nas mãos dela com mais força. — Você tem noção de que esses corruptos mataram o meu pai? — indaga a loira erguendo a cabeça com o olhar indignado.
— Você não pode falar com ninguém sobre isso agora, Maísa.
— Eles mataram o meu pai!
— Mas esse não é o momento certo para falar sobre isso. Você tem noção do que eles fizeram? Quem quer que tenha matado o seu pai é capaz de qualquer coisa.
— Mas eles não podem ficar impune! Eles... eles... meu Deus! Eu sabia que eu não estava ficando louca.
— Vamos manter isso entre a gente. Por favor, Maísa, isso é muito grave.
— Grave é o que eles fizeram com a minha família. — Ela enxuga as lágrimas. — Mas você tem razão. Minha mãe já está desolada, eu não vou deixá-la ainda pior.
Jonas acaricia o rosto dela.
— É muito bonito da sua parte pensar nela agora, tentar ser forte por ela.
— É o que o meu pai esperaria de mim. Mas eu te juro, Jonas, eu vou até o fim para descobrir o que aconteceu com ele. Se fizeram alguma coisa com o meu pai, eles vão pagar!
Durante o café da manhã do dia seguinte, Sophia, Micael, Yasmin e Felipe conversam sobre o aniversário do rapaz.
— Eu quero só uma reunião da família — volta a dizer Felipe. — Só a gente mesmo!
— Tudo bem, filho, já entendi que não vai ter festão — ri Sophia.
— Até por que não tem clima para isso, né? — comenta Yasmin. — Fazer uma festa agora e convidar o pessoal lá da sala? Não tem clima.
— Por causa do político que morreu e era pai da amiga de vocês? — Micael pergunta.
— Exatamente, todo mundo está em choque por causa disso.
— Mas o Felipe não tem nada a ver com isso, né? — Sophia comenta mastigando um croissant.
— Não tenho — concorda o jovem —, mas não seria legal, né?
— Enfim, vamos respeitar a sua escolha — diz Micael. — Se você quer uma coisa pequena, então vai ser uma coisa pequena.
Com o cabelo preso em um coque bagunçado, Nathália caminha pelo corredor até seu escritório. Ela interrompe seu trajeto ao passar pelo quarto da filha e ver Malu fechando uma grande mala preta.
— Você viaja hoje, né filha?
Malu ergue a cabeça e olha para a mãe.
— Sim — responde tirando uma mecha de cabelo do rosto. — Depois do colégio a gente vai.
— Direto?
— Não, vamos passar aqui e na casa dele para pegar as coisas.
— Ah sim, mas eu provavelmente vou estar trabalhando. Então já vou me despedir logo de você.
— Tchau, mãe — diz Malu recebendo um abraço de Nathália.
— Se cuida, meu bebê — sorri a empresária. Ela olha nos olhos da filha e fala: — Você sabe que eu só estou te deixando ir porque confio em você, né?
— Sei, mãe.
— Então não faça nada que me faça me arrepender de ter te deixado ir.
— Não vou fazer — promete Malu. — E ainda vou dar sorte para o Samuel.
— Para ele passar lá e você se livrar dele? — brinca Nathália.
— Sabia que a senhora iria adivinhar meus planos! — As duas gargalham e Malu volta a fechar sua mala, dizendo: — Quero muito que ele passe, porque é o que ele quer, mas vou sentir falta dele.
— Você é muito nova ainda, filha, novas pessoas vão aparecer na sua vida.
— Quem eu disse que eu quero outras? — ri Malu.
No caminho para o colégio, Marina conta para Arthur o que conversou com Brian no dia anterior enquanto mexe em seu celular.
— Ele confirmou que eu posso ficar na casa dele.
— Você tem certeza de que não quer ficar em um hotel? — indaga Arthur virando em uma rua.
— Não, pai! Por que ficar em um hotel se eu posso ficar lá na casa deles mesmo?
— Sei lá, não sei se quero você lá.
— Por que não?
— Foi naquela casa que você se afogou quando era pequena, lembra?
— Nossa, pai, mas faz tanto tempo. Sem contar que até eu já superei mais ou menos aquele trauma.
— Mais ou menos? — observa Victor sentado no banco de trás.
— Ah, às vezes eu ainda fico um pouco receosa, né? Mas estamos evoluindo — sorri Marina.
— Pois é — diz Arthur — e você quer ficar hospedada na casa dele.
— Quero, pai, quero.
— No quarto de hóspedes, né?
Marina abaixa o celular e encara o pai com dureza.
— Eu tenho namorado, pai. Estamos passando por um momento difícil, mas eu ainda tenho namorado.
— Ok, não quis te ofender.
— Mas ofendeu — rebate Marina chateada.
— Desculpa, filha. Só queria deixar as coisas claras.
— Pensei que já tivesse claro desde o começo — diz Marina voltando a mexer no celular.
Arthur olha para Victor pelo retrovisor e o loiro apenas dá de ombros.
No meio da manhã, Jonas chega ao casarão da família de Laís, de onde Maísa não saiu nenhum momento desde a morte de seu pai.
— Não estou preparada para o que vai acontecer amanhã, Jonas — diz a loira sozinha com o namorado na sala.
— Eu também não estaria — confessa Jonas fazendo carinho no ombro dela. — Mas eu vou estar lá para te dar todo o apoio que precisar.
— Eu sei — ela esconde o rosto em seu pescoço —, mas nada vai tornar menos doloroso me despedir do meu pai.
Horas mais tarde, Samuel e Malu almoçam em um restaurante do aeroporto de onde sairão para Porto Alegre.
— Você acha que eu fiz certo em trazer alguns livros? — indaga Samuel comendo um ceviche.
— Não, eu sempre leio no avião. É uma ótima distração — Malu responde observando uma família estrangeira que entra no restaurante.
— Eu estou falando de livros pré-vestibulares.
— Ah. — Ela olha para ele. — Aí a figura já muda um pouco de lado, né? Você não acha que já estudou o suficiente?
— Acho, mas pensei em dar uma revisada em algumas coisas.
Malu mastiga e engole o nhoque que pediu e diz em seguida:
— Acho que o que você tinha que aprender já aprendeu, mas se você se sente melhor em revisar, você que sabe.
— O Pedro disse que eu vou ficar ainda mais nervoso se for querer ficar revisando.
— Também acho, mas quem tem que saber acima da gente é você, né?
— É, mas nem eu sei — ri Samuel.
— O importante é que nós estamos indo e você vai fazer a prova.
— E espero passar.
— Você vai passar — responde Malu com convicção.
Aproveitando que tem a tarde livre, Mel decide chamar Isabela até seu escritório após o almoço. Mãe e filha sentam no sofá e Isabela pergunta:
— O que a senhora quer conversar comigo?
— Sobre tudo o que tem acontecido com o Vinícius.
— Ah. — Isabela engole em seco.
— Eu fiquei sabendo das coisas que vocês fizeram e primeiramente fiquei muito decepcionada com você e o com o seu pai.
— A gente imaginou que vocês não aprovariam o que a gente estava fazendo, mas decidimos tentar mesmo assim.
— Eu sei e isso que me impressiona ainda mais. Vocês sabiam que a gente não iria aprovar, que o Vinícius não iria aprovar. Por que fizeram?
— Porque é o melhor para ele, mãe. A senhora sabe disso.
— Sei mais do que ninguém, porém nós temos que respeitar a decisão dele. Eu pensei que você tivesse aprendido a respeitar as pessoas, Isabela.
— Eu respeito!
— Mas não foi o que você fez. Passou por cima da vontade do seu irmão, porque achava que estava fazendo o certo. E o pior é que o Chay esteve envolvido nisso tudo. O seu pai, a pessoa que deveria estar te ensinando valores junto comigo, faz um negócio desses. Eu fiquei muito decepcionada mesmo, para não dizer outra coisa.
— Desculpa, mãe — pede Isabela com sinceridade.
— Não é para mim que você deve desculpas, é ao seu irmão. Se bem que agora nem adianta se desculpar, o que foi feito está feito.
— Mas é só ele não ir!
— Não é disso que eu estou falando — Mel rebate. — Estou falando da quebra de confiança que o Vinícius teve. Enfim, Isabela, não adianta eu ficar falando um monte de coisa aqui, porque não vai mudar o que aconteceu. Eu só espero que isso não volte a se repetir.
— Não vai — garante a jovem.
— Não vai mesmo, porque se acontecer você vai sofrer as consequências do seu ato.
perfeito <3 continuaaaa
ResponderExcluirPerfeito,posta logo o próximo!
ResponderExcluirPerfeito,posta logo o próximo!!
ResponderExcluirSOCORRO, ISSO TA MUITO BOM
ResponderExcluirque pena que a demora pra postar tá sendo grande e os capítulos mínimo, mesmo assim é muito digno.to amando real oficial
SOCORRO, ISSO TA MUITO BOM
ResponderExcluirque pena que a demora pra postar tá sendo grande e os capítulos mínimo, mesmo assim é muito digno.to amando real oficial