Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 356: Vinícius completa dezessete anos
— Encontraram o Elias vivo, mas ele foi em estado grave para o hospital. Não entendi o que a minha mãe estava falando direito, ela estava muito nervosa.
— Posso imaginar, né — responde Malu colocando o cinto de segurança.
O olhar de Luciana analisa detalhadamente alguns itens da mesa de estudo de Jonas. A maioria dos livros que lá se encontram trata de temas como economia e finanças. Com um exemplar de Por Que As Nações Fracassam nas mãos, ela indaga:
— Você não vai mesmo me contar por que está esquisito assim?
— Eu não estou esquisito — retorque Jonas sentado na beira de sua cama, observando o céu noturno pela janela aberta.
— Eu não perguntei se você está esquisito, eu estou afirmando que você está esquisito. — Ela deixa o livro de volta na mesa. — Eu quero saber o porquê.
— Tem a ver com umas coisas que estão acontecendo aí.
— Sabia que tinha alguma coisa pegando! — exclama Luciana pulando na cama atrás dele. — Vai, me conta — pede arrastando-se para perto dele.
— Lu, eu não quero falar sobre isso — diz Jonas com firmeza e ela entende o recado.
— Ok, vou respeitar a sua vontade. Agora — ela se ajoelha na cama — você não pode me impedir de tentar fazer você relaxar.
Jonas ri.
— Do que você está falando?
— De uma maravilhosa massagem — sorri Luciana começando a massagear os ombros dele por cima da camisa. — Ficaria melhor se você tirasse a blusa.
— Luciana.
— O quê? Eu só estou tentando te ajudar. Sem malícia, juro.
Ainda sorrindo, ele responde descrente:
— Aham, sei.
— É sério, vai. Deixa eu te ajudar — fala a jovem erguendo a camisa dele.
— Ai, Luciana — resmunga Jonas, porém atende ao pedido dela e retira por completo a peça de roupa.
— Agora sim! — ela ri e volta a massageá-lo. — Pode ficar tranquilo, eu não vou fazer nada que você não queira — provoca a morena e eles riem.
A porta do quarto, que estava entreaberta, é escancarada repentinamente e Maísa surge.
— O que está acontecendo aqui?
Jonas rapidamente ergue a cabeça e Luciana tira as mãos do corpo dele.
— Maísa? — ele não esconde o espanto por ver a namorada.
— Eu não vou fazer nada que você não queira? — repete Maísa. — Que merda é essa?
— Calma, Maísa — pede Luciana pulando da cama. — Não estava acontecendo nada.
— Eu não estou falando com você — rebate a loira ainda olhando para Jonas. O rapaz logo coloca a camisa de volta e diz:
— Ela só estava fazendo uma massagem nas minhas costas.
— Começou nas costas e ia acabar aonde?
— Em lugar nenhum — responde Luciana e Maísa grita:
— Eu não estou falando com você!
— Maísa, fica calma — pede Jonas se aproximando dela.
— Não chega perto de mim — exige Maísa dando um passo para trás enquanto Luciana alcança a própria bolsa na mesinha de cabeceira. — Você falou que se eu quisesse voltar pra gente fazer alguma coisa poderia voltar e eu venho e me deparo com isso? Que p*rra é essa, Jonas!
— Não estava acontecendo nada, Maísa. Eu juro! A Luciana veio apenas me fazer uma visita surpresa.
— Ai, que lindo, que fofo — ironiza a loira.
— Eu não vou ficar aqui observando vocês discutirem a relação — interrompe Luciana. — Desculpa aí qualquer coisa, gente. — Ela passa entre eles e sai rapidamente do quarto.
— Agora é com a gente — diz Maísa encarando Jonas.
Assim que chega em casa, Marina esquiva-se de seu pai e seu irmão, que conversam na sala de estar, e vai diretamente para seu quarto. Ao se trancar no cômodo, pega seu notebook e o pen drive de Vinícius.
— Vamos nos divertir um pouquinho — fala sentando na cama.
— Maísa, eu juro que não estava acontecendo nada e nem ia acontecer — fala Jonas.
— Agora você fala pelo futuro também?
— Sim, porque eu sei que não faria nada!
— Eu não tenho tanta certeza assim.
— Maísa? Você me conhece! A gente está junto, eu não ia ficar com a Luciana nem com qualquer outra estando com você.
— Ah não? E o que você fez com a Isabela?
— Meu Deus, isso é passado!
— Não faz nenhum ano.
— Mesmo assim é passado. Eu mudei, Maísa!
— Será mesmo? Será que menos de um ano é suficiente para uma pessoa mudar?
— Eu não estou acreditando que você está dizendo isso.
— Eu não estou acreditando no que eu vi.
— Você não viu nada demais! A Luciana estava fazendo massagem nas minhas costas. Isso não é traição, Maísa!
— Não é mesmo, mas se põe no meu lugar. Eu sei que nessa mesma cama vocês já transaram. Como você quer que eu lide com isso?
— Eu sei que é difícil, mas eu quero que você confie em mim. Por favor, acredita no que eu estou te dizendo.
— Eu quero acreditar, mas... — Maísa não termina a fala, apenas abaixa a cabeça.
— Mas o quê?
— Eu estou no meu limite, Jonas. No meu limite! É tanta coisa na minha cabeça, eu não quero mais uma preocupação nas minhas costas.
— Você não tem por que se preocupar com isso, Maísa. Não aconteceu nada. Não ia acontecer nada.
— Ai, Jonas, eu não quero mais ficar falando sobre isso.
— Tá. Você quer descer, comer alguma coisa?
— A única coisa que eu quero é ir embora.
— Ok, eu posso te levar e...
— Sozinha — corta Maísa. — Eu quero ficar sozinha.
— Maísa...
— Quando eu estiver me sentindo melhor, eu te procuro. Respeita o meu espaço — ela pede e sai do quarto.
Os dias passam e na véspera de seu aniversário, Vinícius comenta com os amigos sobre os preparativos para o dia.
— A Isabela está mais empolgada que eu — ele ri sentado em sua mesa antes da aula começar. — Vai ser só uma reuniãozinha lá em casa mesmo. Já avisei pra ela e pros meus pais que eu realmente não quero muita coisa.
— Eu ainda não esqueci do ano passado — ri Felipe.
— Nossa, o que falar daqueles dias na fazenda, né? — Victor comenta.
— Melhor não falar — diz Marina se juntando ao grupo com Isabela.
— Ué, pensei que você tivesse boas recordações de lá — provoca Victor. — Não foi lá que você e o Vinícius se apaixonaram ainda mais?
Marina dá um leve sorriso e olha de relance para o namorado. Os dois estão se comportando normalmente um com o outro, embora ambos sintam que suas energias não estão na mesma sintonia como de costume.
— É que não tem como lembrar da fazenda sem lembrar das brigas que eu e a Yasmin tivemos lá — ela responde ao irmão.
— Nossa, é verdade — concorda Isabela. — Eu lembro que eu tinha que ficar no meio das duas.
— Não vamos ficar falando da fazenda, gente — pede Yasmin séria. — Minhas recordações não são as melhores.
Os amigos se entreolham, todos lembrando do que ocorreu na última vez que eles se reuniram na fazenda de Chay. Até hoje a propriedade permanece na mesma forma que eles a deixaram.
— É, é melhor a gente deixar esse assunto pra lá — diz Vinícius e assim que ele termina de falar o sinal toca.
— Olha o destino concordando com a gente — brinca Felipe e eles sorriem, indo para seus respectivos lugares.
Antes que o professor entre na sala de aula, Malu atualiza Graziele sobre o estado de saúde do pai de Samuel.
— Ele continua bem mal no hospital — conta falando bem baixinho para que nenhum de seus colegas escutem.
— Mas ninguém sabe o que aconteceu com ele? — questiona a ruiva com curiosidade.
— Não! Isso é o que está me deixando mais intrigada — Malu confessa. — A polícia encontrou ele nas margens de um matagal lá onde Judas perdeu as botas. O lugar fica perto de uma favela, então a mãe do Samuel está desconfiada de que algum traficante ou algo do gênero sequestrou ele. O que não faz muito sentido.
— Não faz nenhum sentido — opina Graziele. — Além de ser uma ideia discriminatória com as pessoas que moram na favela, se fosse realmente um sequestro eles não largariam o Elias sem ao menos ter pedido resgate, né? Pelo amor de Deus!
— Foi o que eu disse para o Samuel. Enfim, é isso aí. Acho que só quando ele acordar é que nós vamos realmente saber o que aconteceu, porque se depender da investigação da polícia o negócio vai demorar.
— Isso se ele acordar, né — comenta Graziele. — Já que você disse que ele está tão mal.
— É.
Samuel entra na sala e senta em seu lugar, o que faz com que Malu mude rapidamente de assunto. No entanto, logo o professor de física entra na sala e elas param de conversar.
Na hora do intervalo, a maioria dos alunos saem para o pátio. Maísa, Laís, Daniela e Pedro são uns dos poucos que permanecem na sala de aula e estão conversando sobre as viagens que pretendem fazer nas férias quando Jonas passa pelo grupo para sair da sala. Sua namorada permanece olhando para a prima falar, fingindo não notar a presença dele. Seu comportamento é observado por Daniela, que espera Laís terminar de falar para perguntar:
— Maísa, você e o Jonas vão continuar brigados?
— Ai, eu estou sem paciência para lidar com o Jonas — responde a loira passando a mão pelo cabelo.
— Ele realmente mudou, Maísa — comenta Pedro. — Estou sabendo do que rolou e sei que o Jonas não faria nada.
— Eu estou sem paciência — repete Maísa pulando de sua carteira. — Inclusive para quem fica se intrometendo no relacionamento dos outros. — Ela passa pelos amigos e também se retira da sala.
Tanto Daniela quanto Pedro não escondem que ficaram surpresos com a atitude dela e Laís pondera:
— Ela está passando por um momento muito complicado, gente. É só isso.
— Todo mundo está sabendo da parada do pai dela — diz Pedro —, mas afastar os amigos, principalmente o namorado, numa hora dessas não é a melhor ideia, você não acha?
Laís dá de ombros.
— Cada um age da forma que acha melhor.
A manhã da quarta-feira em que Vinícius completa dezessete anos surge nublada e logo nas primeiras horas do dia o jovem levanta para ir à escola. Ele desce para tomar café após ter tomado banho e colocado seu uniforme. Um sorriso se abre automaticamente em seu rosto assim que entra na sala de jantar.
Mel, Chay e Isabela estão reunidos ao redor da mesa, onde um discreto bolo de chocolate está disposto. Ao verem o aniversariante chegar, eles ficam em pé e começam a cantar Parabéns Pra Você. O sorriso de Vinícius aumenta conforme ele olha para cada um de seus familiares e vê em seus rostos uma animação e uma alegria genuína.
— Feliz aniversário, meu amor! — exclama Mel dando um abraço dele. — Tudo de mais maravilhoso pra você e que você continue sendo esse filho que me enche de orgulho e que continue se tornando esse ser humano ciente de si e de seu papel na sociedade. Te amo muito, meu lindo!
— Obrigado, mãe — Vinícius sorri ainda preso no abraço apertado de Mel. — Também te amo muito. Obrigado por tudo.
— Você não tem que me agradecer por nada, filho, só continue sendo você mesmo.
— Posso? — pergunta Chay chegando perto dos dois. — Ou a senhora vai ficar agarrada nele o dia todo?
— Dá licença, querido — responde Mel rindo e soltando aos poucos Vinícius. — Eu carreguei esse individuozinho aqui por nove meses, tenho meus privilégios.
Eles riem e Mel senta novamente na mesa enquanto Chay parabeniza o filho.
— Feliz aniversário, meu filho — diz dando um abraço cheio de aperto no jovem. — Tenho muito orgulho do homem que você vem se tornando e espero estar presente para acompanhar cada passo seu.
— O senhor estará — diz Vinícius por cima do ombro de Chay.
— Eu te amo incondicionalmente e torço pela sua felicidade e bem estar. Saiba que não importa o que acontecer, sempre estarei ao seu lado para te ouvir, para te aconselhar ou somente para te reconfortar.
— Obrigado, pai. Também te amo.
Chay abraça por mais alguns segundos o filho e abre espaço para que Isabela diga o que tem a dizer ao irmão.
— Meu maninho, parabéns! — ela sorri e pega nas mãos dele. — Desde que eu nasci você está ao meu lado, me apoiando e me dando puxões de orelha. — Os dois riem. — Eu sou grata por ter um irmão tão maravilhoso quanto você. Primeiramente, grata a Deus por ter me colocado nessa família e depois grata aos nossos país pela educação que nos deram. Que você continue sendo esse irmão, esse amigo, essa pessoa incrível, iluminada, leve e amorosa.
— Ai, Isa, obrigado — sorri Vinícius passando os braços pela cintura da irmã. — Sou muito feliz por ter você como minha irmãzinha.
Eles sorriem e Isabela diz no ouvido dele:
— Te amo.
— Também te amo — responde Vinícius antes de dar um beijo no cabelo dela.
Sentado à mesa, Chay acompanha o diálogo dos filhos e não deixa de se perguntar se no ano seguinte estará de corpo presente no aniversário de Vinícius ou se o rapaz comemorará seus dezoito anos do outro lado do Oceano Atlântico.
Já com a lua no céu, os familiares e amigos mais próximos de Vinícius chegam para o jantar de comemoração ao seu décimo sétimo aniversário. Sophia, Micael, Lua, Arthur, Henrique e Larissa já se encontram na mansão de Mel com seus filhos assim como os avós paternos e maternos do aniversariante, que está sentado entre Hérica e Berenice.
— Dezessete aninhos — diz Hérica sorrindo —, um rapaizinho já.
— Sim — concorda Vinícius. — Daqui a pouco vou até tirar carteira para ser seu motorista. Imagina eu te levando aos lugares, vó?
— Ah, também quero! — exclama Berenice. — Desse jeito eu vou ficar com ciúmes.
Os três riem e Vinícius garante:
— Prometo que vou atender as duas. É só marcar um horário, que estarei lá — sorri.
— Marcar horário, já está se achando demais, não acha Berê? — brinca Hérica e eles riem novamente. — Olha quem está chegando aí — diz olhando para Anelise e Bernardo, que caminham na direção deles.
— Boa noite, gente bonita! — cumprimenta Anelise sorridente. Tanto ela quanto seu esposo distribuem abraços e beijos nas senhoras, deixando por último o aniversariante. — Levanta para abraçar sua tia, menino. Cadê o respeito? — brinca e Vinícius fica em pé rindo. — Feliz aniversário, meu principezinho — diz Anelise com a voz mais suave. — Muita saúde, amor e felicidade nesse seu coração que eu sei que é grande e muito generoso com todos. Tenho muito orgulho de ser sua tia. Sua tia mais linda, diga-se de passagem — ri.
— Deixa a Tia Luíza te ouvir falando isso — ri Vinícius. Anelise abraça e beija o sobrinho e deixa espaço para Bernardo falar com ele.
— Mais um aniversário, hein rapaz! — Bernardo abraça Vinícius. — Te desejo tudo de mais maravilhoso que a vida pode dar, porque você é um homem muito iluminado. Que você nunca perca esse seu brilho e a sua individualidade.
— Obrigado, tio. Desejo o mesmo para você e tenho certeza que nunca vai faltar luz no seu caminho, mesmo nos momentos mais difíceis. — Eles trocam um olhar cheio de significados e Bernardo assente.
— Obrigado.
— Não vai faltar luz mesmo — diz Anelise se intrometendo na conversa. — Afinal de contas eu estou na vida dele, né?
Todos riem e Bernardo dá um beijo na bochecha da esposa, que exclama em seguida:
— Ah, já íamos esquecendo! Entrega pra ele, Bernardo.
— Verdade — diz o médico pegando algo no bolso traseiro da calça jeans. — Seu presente.
Vinícius sorri.
— Não precisava, gente.
— Você merece.
— Eu andei sondando com o seu pai — fala Anelise — o que você poderia estar querendo.
Vinícius pega o pequeno embrulhe e pelo formato e tamanho deduz o que pode ser.
— É uma gaita de boca? — palpita dando um leve sorriso.
— Como é inteligente esse menino! — responde Anelise rindo. Vinícius abre um enorme sorriso e seus olhos brilham.
— Nossa, eu estava querendo muito uma. Meu pai até me ofereceu uma dele, mas você sabem né, já tem muita baba lá dentro. — Eles riem e Bernardo diz:
— Agora você tem a sua novinha para babar à vontade.
Anelise sente um peso em seu ombro esquerdo e ao olhar enxerga a mão de seu irmão.
— Olá — diz Chay dando um beijo na bochecha dela.
— Segui seu conselho e comprei uma gaita pra ele.
— Ah, que bom, né filho. Agora você vai poder parar de babar na minha — brinca e Vinícius ri.
— Nossa, obrigado, pai!
Chay ri e dá um beijo no ombro do filho antes de se afastar, dizendo:
— Vou pegar um copo de suco de melancia. — Ele passa por Mateus, Nathália e Lucas que conversam em um canto e chega à mesa com bebidas.
— Oi, pai — sorri Isabela parando ao lado dele.
— Oi, pequenina. Quer alguma coisa? Menos álcool, né? — sorri servindo um copo com suco.
— Não, pai. Na verdade eu quero uma informação — fala ainda com um sorriso meigo no rosto.
— Te conheço, Isabela — Chay ri. — Pode falar.
— O senhor e a Marina conseguiram matricular o Vinícius na Ferrandi?
Chay arregala os olhos e olha ao redor em estado de alerta. Com a garantia de que ninguém ouviu, responde:
— Sim.
— Sério? É porque eu pensei que como de certa forma eu ajudei, fosse ficar sabendo, mas a Marina anda muito na dela e eu...
— Filha, aqui não é o melhor lugar para a gente ter esse tipo de conversa.
— Eu sei, mas...
— Não queira participar disso — diz Chay pegando o copo com suco. — Quanto menos você estiver envolvida, menos brava com você o Vinícius vai ficar. — Ele olha intensamente para a filha enquanto toma um gole de suco.
— O senhor acha que ele vai ficar muito bravo? — Chay confirma com a cabeça e quando Isabela vai fazer outra pergunta Mel surge com Nícolas no colo.
— Esse mocinho quer um pouco de suco também — diz a empresária. Isabela sorri enquanto Chay questiona:
— Do que o mocinho quer?
— Cerola — responde Nícolas.
— É acerola — Isabela corrige educativamente.
— É esse aí — ri Nícolas e Chay serve ele, perguntando em seguida para Mel:
— O Reinaldo virá?
— Não, ele está participando de uma conferência de designers.
— Ah sim. Cuidado para não derrubar na roupa da tia Mel, Nícolas — fala olhando para a criança.
— Não vou dar nem oportunidade pra isso — diz Mel colocando Nícolas no chão e eles riem.
Perto da porta principal, Yasmin, Thiago, Felipe e Graziele conversam. Já faz alguns minutos que Thiago tem coçado insistentemente suas costas e seus amigos notaram. Em certo instante, Graziele pergunta:
— Está com pulga, Thiago?
— Engraçadinha — ele ironiza. — É que eu acho que o meu adesivo está mal colado, por isso que está coçando. Você pode dar uma olhada pra mim? — pede erguendo a camisa de botões alguns centímetros.
— A Yasmin faz isso — esquiva-se Graziele. — Vou lá pegar mais refrigerante. — Ela se afasta elegantemente e Thiago volta-se para a loirinha.
— Você pode olhar para mim?
— Posso — responde Yasmin levantando ainda mais a camisa dele. — Como funciona esse negócio, Thiago? — indaga colocando as pontas do adesivo na pele dele novamente.
— Ele inibe minha vontade fumar — responde o jovem com naturalidade.
— Sério? Mas que massa! É só esse método que você usa? Porque existem remédios também, né? Eu lembro que vi uma vez...
Yasmin continua fazendo alguns comentários por vezes indiscretos sobre o tratamento de Thiago enquanto Felipe apenas observa com um sorriso divertido no rosto.
Ao deixar o sofá que estava anteriormente com suas avós e seus tios, Vinícius é abordado por Malu, que pula ao seu redor fazendo dancinhas engraçadas.
— Dezessete anos, Vini — diz parando em sua frente e bagunçando ainda mais seus cachos. — Daqui a pouco dezoito, hein? Imagina, maior de idade, dirigindo, podendo entrar nas casas noturnas com o RG sem precisar falar de quem é filho — brinca, causando risos em Vinícius. Ela avista Marina passando com um docinho na mão e chama por ela. — Vem cá!
— O que foi, Malu? — indaga Marina chegando perto deles. — O que você já está aprontando?
— Nada ué, só estou parabenizando seu namorado.
— E fazendo umas danças — Vinícius conta à namorada.
— Umas danças para animar a galera — ri Malu. — Está faltando uma música mais animada aqui, vocês não acham? Essa ambiente está meio podre.
— Eu e a Isabela que montamos a playlist — informa Marina e Malu rapidamente fala:
— Podre, mas muito legal. — Os três gargalham e Malu ergue os braços, dizendo: — Vamos dar um abraço coletivo! — Ela rodeia os ombros de Vinícius e puxa Marina. Eles dão um abraço coletivo e se soltam sorrindo.
— A pessoa ainda vem ofender a nossa playlist — diz Marina sorrindo.
— Não fique magoada, Mari. O importante é o Vinícius gostar. — Ela olha para o aniversariante. — Você está gostando?
— Bastante — responde Vinícius.
— Viu! Isso é o que importa. Embora eu ache que mesmo que você tivesse colocado um axé aí o Vinícius ia falar que está gostando.
— Ué, por quê? — questiona o aniversariante.
— Porque é a Marina, né? — ri Malu e o casal troca um olhar divertido.
— Vai sonhando — diz Marina. — Esse aqui me critica também.
— Críticas construtivas — Vinícius fala enquanto passa um braço pelas costas dela.
— Sem DRs no dia do aniversário, né gente? — Malu brinca. — Guardem para outra oportunidade.
Eles riem e Marina encosta suavemente sua testa na bochecha do namorado antes de olhar para Malu novamente.
— Ah, não! — exclama Vinícius abrindo um sorriso apaixonante. Marina e Malu seguem a direção do olhar dele e também sorriem.
Nícolas está caminhando rumo à Vinícius segurando um bolo com confetes. A atenção dos demais convidados também está no garotinho e Victor comenta no ouvido de Yasmin:
— Seria hilário se ele caísse com o bolo.
— Cala a boca — Yasmin dá um cotovelada nele e os dois seguram uma risada.
Vinícius solta Marina para se agachar e receber o bolo de Nícolas.
— Obrigado, Ni — diz dando um beijo na bochecha do primo. Enquanto todas as luzes se apagam, Isabela se aproxima disfarçadamente, acende as velas dos números um e sete e se afasta com rapidez.
Os pais do aniversariante puxam o Parabéns e todos começam a cantar batendo palmas. Várias velas estrelas de prata são acesas e iluminam o ambiente de forma graciosa. Vinícius sorri o tempo todo segurando seu bolo e olhando para as pessoas ao seu redor. Quando vê Nícolas encantado com a vela estrela que Yasmin segura, indica com o queixo para Marina e eles riem juntos. Ao final do parabéns, Felipe começa:
— Com quem será? Com quem será? Com será que o Vinícius vai casar? — Pelo segundo ano consecutivo, o nome de Marina é citado e ela sorri envergonhada. No fim, Malu grita:
— Assopra e faz um pedido!
Vinícius encara o próprio bolo, os confetes iluminados pelas velas, e fecha os olhos. Que eu e a Marina sempre estejamos conectados pede com toda a sua força interior e apaga as velas com um único sopro.
— Feliz aniversário! — gritam todos os seus amigos e apagam as velas estrelas que têm nas mãos.
O sorriso de Vinícius é tão brilhante quanto as lágrimas que se formam em seus olhos fruto da emoção e da felicidade de poder compartilhar esse momento ao lado daqueles que mais ama.
Aaaahh, que capítulo mais lindo! <3 Apaixonada pelo Vinicius
ResponderExcluirCapítulo perfeito!
ResponderExcluirEstou com pena daquele que se tornou um dos mais casais favoritos (Maísa e Jonas)... Tadinha, ela já tavaa louca com tudo o que tá acontecendo na vida dela, foi só ter uma coisinha que ela surtou com o Jonas. Espero que eles se reconciliem logo!
ResponderExcluir*meus
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