Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 349: Pen drive de Vinícius chega à Marina

Yasmin sacode os ombros enquanto dança e gira sem sair do lugar. Ela sente algo puxando o rabinho de sua fantasia de coelhinha e olha por sobre o ombro, encontrando um Victor sorridente.
   — Para — pede empurrando a mão dele. — Desse jeito você vai estragar a minha fantasia.
   — Sorry. É que você está incrivelmente sexy, não consegui resistir.
Yasmin ri e segura no pulso dele.
   — Vem comigo. — Ela se afasta dos amigos, indo em direção à entrada do galpão com Victor. Eles cruzam a porta e sentem a brisa gelada da noite.
   — Que delícia! — exclama Victor sentindo seu rosto refrescar-se sob a máscara.
   — Delícia mesmo — responde Yasmin virando-se para ele. Pelo olhar que ela lança em sua direção, Victor deduz que ela não se referia ao vento como ele.
   — Você me trouxe aqui para fora com quais intenções?
   — Ficar sozinha com você — responde Yasmin tirando a máscara do rosto dele.
Victor envolve a cintura dela e indaga sorrindo:
   — E por que você quer ficar sozinha comigo?
   — Por causa disso. — Yasmin dá um beijo nele. Instantes depois, ela o guia até a lateral do galpão, dando-lhes ainda mais privacidade. Victor segura com firmeza na cintura dela e a traz para si, beijando seus lábios pintados de rosa. Com a mão livre, a jovem acaricia o pescoço e ombro dele. Eles permanecem por longos minutos trocando intensas carícias no local e quando se recompõem retornam para o interior do galpão.

Na segunda-feira da semana seguinte, os alunos dos terceiros anos do colégio Otávio Mendes reúnem-se no final da tarde para um aulão que ocorrerá no auditório. Como o espaço fica no segundo andar, a maioria deles sobe as escadas diretamente para lá. 
   No caminho para o colégio, Isabela não tira os olhos do celular e digita com agilidade. Vinícius termina de tomar o café que comprou em uma lanchonete ainda no condomínio e joga o recipiente vazio na primeira lixeira que encontra no pátio do colégio. Ele e Isabela sobem as escadas, porém a garota encaminha-se para o primeiro andar.
   — Vai ser lá no auditório, Isa — lembra Vinícius apontando para cima.
   — Eu só vou ao banheiro — justifica-se Isabela já entrando no corredor. Vinícius se pergunta por que ela não foi ao banheiro do andar de cima e sobe o próximo lance de degraus sozinho.
   — Finalmente você chegou! — exclama Victor sentado em uma cadeira na lanchonete. — Viu minha mensagem?
   — Vi — responde Isabela sentando diante dele. Por causa do horário, a lanchonete encontra-se vazia por exceto os dois e Laís e Maísa que conversam no balcão. — O que você quer falar comigo de tão importante e por que não me disse hoje de manhã?
   — Não consegui ficar sozinho com você mais cedo — responde o loiro.
   — E o que é?
   — O Vinícius sabe que a gente está com o pen drive dele.
Isabela arregala os olhos.
   — Como assim? Você contou?
   — Claro que não! Ele ouviu o final da conversa que a gente teve por telefone lá na festa de Halloween. Depois a gente teve uma conversa meio tensa e pelo o que ele falou deu a entender que ele sabe.
   — Então ele não disse com todas as letras?
   — Não precisou.
   — Droga! — exclama Isabela. — Como ele desconfiou?
   — Ah, não é muito difícil, né grande anã. Ele sabe que eu estou desconfiado com a parada dele e a França, depois ele e a Marina ouviram a gente conversando sobre invadir um pen drive e sexta ele pegou a gente conversando.
   — O que ele disse exatamente, na sexta?
   — Ele perguntou por que a gente precisa da ajuda da Marina e você é contra e depois disse que sabe o que nós estamos tentando fazer.
Isabela reflete sobre isso e conclui:
   — Ele sabe.
   — Foi o que eu te disse.
   — Acho melhor a gente devolver esse pen drive, Victor.
   — Ficou maluca?
   — Não, mas a gente não está conseguindo desbloquear ele sozinho. É só uma questão de tempo para o Vinícius perceber que o pen drive não está mais onde ele deixou.
Victor ri sem humor algum.
   — E você acha que ele já não percebeu? Se ele tem tanta certeza é porque sabe que o pen drive sumiu.
   — Você está com o pen drive aí?
   — Estou.
   — Então me dá.
   — Eu não, pra você ir lá e devolver pra ele?
   — Isso é o melhor a ser feito, Victor.
   — Não, não é. O melhor é a gente pedir ajuda para a Marina.
   — Eu não vou envolver a Marina nisso!
   — Então eu envolvo.
   — Para, Victor! Pensa no que você quer fazer.
   — Eu já pensei. É o único jeito.
   — O jeito é a gente devolver o pen drive e fingir que nada disso aconteceu.
   — E todo esse estresse vai ter sido por nada? Não! A gente já começou, agora vamos terminar, poxa. 
Isabela sacode a cabeça.
   — Eu não quero mais fazer isso.
   — Você só está dizendo isso porque a gente não conseguiu a senha do pen drive.
   — Sim! Porque eu sei reconhecer quando fracassei, já você...
Victor passa a mão no rosto e levanta da cadeira em seguida.
   — Chega desse papo. Vamos logo lá pro auditório.
   — A gente não pode chegar junto, eu disse que ia ao banheiro.
   — É só falar que a gente se encontrou quando eu tava saindo da lanchonete. Vamos logo.
Isabela também levanta e eles saem da lanchonete.
   Momentos depois, Laís e Maísa também deixam o local e caminham despreocupadamente para o andar de cima. Logo na escada, elas se encontram com Jonas.
   — Oi — cumprimenta o rapaz sorrindo para a namorada.
   — Oi! — Maísa sorri de volta e Laís fala apenas por educação:
   — Oi, Jonas.
   — Você chegou agora? — pergunta Maísa olhando para a mochila presa no ombro dele.
   — Sim — responde Jonas. — Você já está indo para o auditório?
   — Aham, por quê?
   — Quero conversar com você rapidinho antes do aulão começar.
   — Tá bom. — Maísa olha para sua prima e diz: — A gente se encontra lá dentro.
   — Ok. — Laís continua subindo as escadas e a loira indaga para Jonas:
   — O que foi?
Jonas se apoia no corrimão, perguntando:
   — Como está a sua mãe?
   — Bem, graças a Deus. Ela está se recuperando bem em casa.
   — E você e o seu pai já se falaram sobre a conversa que vocês tiveram no hospital?
   — Não. Como eu te disse, ele me contou que a minha mãe passou mal porque soube que ele vai entrar nessa investigação da polícia federal. Agora ela já sabe que a coisa é ainda mais pesada.
   — Não é à toa que ela passou mal — comenta Jonas.
   — Sim. — Ela esconde o rosto entre as mãos, exclamando: — Ai, estou com tanto medo!
   — Calma — pede Jonas segurando nos braços dela.
   — Já estou com vergonha e olha que meu pai nem foi anunciado oficialmente nessa investigação. Imagina como as pessoas vão reagir quando sair no jornal?
   — Para de ficar pensando nisso. E não importa a reação das pessoas, você não tem que se preocupar com isso. Sem contar que você não deve nada a ninguém, você não deve pagar pelo erro do seu pai.
   — Ele me garantiu que é inocente — conta Maísa. Ela nota a descrença dele e conclui: — Você não acredita, né?
   — Não é que eu não acredite — esquiva-se Jonas. — É que até agora todos os políticos que têm sido investigados são culpados, né Maísa.
   — Eu sei, mas com o meu pai vai ser diferente. Eu acredito na palavra dele, ele não mentiria pra mim.
   — Tudo bem. 
Maísa abraça Jonas com força e sussurra no ouvido dele com a voz mais grave.
   — Eu não quero estar enganada, Jonas. Eu não quero descobrir que o meu pai não é quem eu pensava que ele era.
O rapaz fica sem saber o que dizer, por isso só assente e a abraça com ainda mais força.

Já no interior do auditório, Marina apoia a cabeça no encosto da poltrona e fecha os olhos. Ela começa a sentir suaves carícias em seu braço e não precisa abrir os olhos para saber que é Vinícius. Não são os calos do violão nas pontas dos dedos dele ou o fato dela saber que é ele que está sentado ao seu lado que a faz ter certeza que os carinhos pertencem a ele, e sim a calma e também o calor que sente toda vez que ele a toca.
   O casal é observado por Victor, que está na poltrona logo atrás deles. O loiro se aproxima de Isabela, sentada ao seu lado e pergunta baixinho para ela:
   — Você acha que a Marina desconfia de alguma coisa?
   — Acho que não — responde a morena após pensar sobre isso. 
   — Hum. — Ele se endireita e olha para o seu lado direito, vendo Yasmin mexer no celular. De repente sente um cutucão no braço esquerdo e volta a encarar a namorada de Felipe.
   — Isso é uma das razões para a gente deixar ela fora disso — sussurra Isabela no ouvido dele.
Victor olha com dureza para ela, mas não chega a responder nada, pois Yasmin estica o pescoço para eles e indaga:
   — O que vocês tanto cochicham? 
   — É esse seu namorado que não para de pegar no meu pé — improvisa Isabela e por dentro Victor fica surpreso por ela mentir bem dessa vez.
   — Se ele te incomodar muito eu posso trocar de lugar com ele — fala Yasmin.
   — Seria uma ótima ideia — responde a morena e eles riem.
   — Fala assim, mas está amando sentar do meu lado que eu sei — provoca Victor.
Na fileira atrás deles, Malu desbloqueia a tela de seu celular que vibrou em seu colo ao receber uma notificação do Whatsapp. Ela lê a resposta de Ben ao seu convite para eles se encontrarem:
   — Hoje a noite no posto seis de Copacabana. 
A jovem confirma o encontro, volta a repousar o celular em sua perna e olha para Samuel, que está sentado do outro lado do auditório com Jonas e Pedro.
   O aulão tem início e todos os estudantes se calam.

Duas horas depois, o professor de geografia encerra sua participação no aulão e os alunos saem para um intervalo. Quase todos vão para a lanchonete e Isabela fica para trás de propósito. Assim que todos os seus amigos deixam o auditório, ela se agacha na fileira que está sentada com Felipe, Yasmin e Victor e começa a remexer na mochila do loiro. Após procurar em todos os compartimentos, encontra no menor bolso de todos o pen drive prateado que pertence ao seu irmão. Ela levanta e se volta para a saída, surpreendendo-se ao ver Jonas parado de braços cruzados e um sorriso no rosto.

Sentados em um banco no térreo, Malu e Samuel conversam.
   — Eu combinei de encontrar com o Ben quando sair daqui — conta a jovem.
   — É? — indaga Samuel mordendo uma esfirra.
   — É — confirma Malu. Eles ficam em silêncio e ela vê quando Jaqueline passa abraçada com Gabriel. — E então — fala —, o que você acha?
   — Eu tenho que achar alguma coisa?
   — Acho que sim. Isso vai determinar se você vai aceitar ir comigo ou não.
Samuel dá um leve sorriso.
   — Você quer que eu vá com você encontrar o Ben?

Ainda com um sorriso no rosto, Jonas provoca:
   — Não sabia que você roubava seus amigos.
   — Cala a boca, Jonas! — pede Isabela saindo de sua fileira, de modo a ficar mais perto dele.
   — O que você estava procurando com tanto interesse na mochila do Victor?
   — Não é da sua conta. — A garota passa por ele e sai do auditório com pressa.

   — Quero — responde Malu. — Seria a forma mais simples da gente esclarecer o que houve na festa de Halloween. Isso é um assunto entre vocês, não faz sentido somente eu ir falar com ele.
Samuel demora para falar outra vez.
   — Você tem razão.
   — Isso quer dizer que você vai?
Ele olha para ela e diz:
   — Eu quero mesmo entender porque ele fez isso e acertar as coisas.
Malu fica com receio do que ele quer dizer com acertar as coisas, porém prefere não perguntar.

Por volta das dez horas da noite, Isabela sai de seu closet após tomar banho. Sua cadelinha Nina fareja pelo quarto enquanto a dona fica encostada no batente do closet com os pensamentos distantes. Depois de muito refletir e ponderar, Isabela alcança o pen drive de Vinícius em sua cama e sai do quarto decidida a devolvê-lo para a gaveta do irmão.
   Para a sua surpresa ao abrir a porta do quarto de Vinícius encontra Marina deitada na cama dele. 
   — Oi, Isa! — sorri a jovem, pausando um documentário que assistia na televisão.
   — Oi, Marina. — Isabela ainda pensa em esconder o pen drive atrás do corpo, mas acha que isso chamaria a atenção de sua cunhada. — Não sabia que você estava aqui em casa.
   — É, eu vim ver o Vini.
   — Ele foi treinar piano com o Felipe lá na casa da Branca.
   — Estou sabendo — responde Marina sentando na cama. — Pra desestressar, né?
   — Sim — sorri Isabela. 
   — Ele está precisando mesmo, você não acha?
Isabela dá de ombros, indo até a mesinha de estudos do irmão.
   — Sei lá.
   — Ah, eu tenho achado o Vinícius meio tenso nesses últimos dias, você não?
É a vez de Isabela fica tensa.
   — Não — mente e sua voz sai mais fina que o normal.
   — Deve ser coisa da minha cabeça então — ri Marina voltando a deitar. — Afinal, você conhece ele há muito mais tempo que eu.
   — Mas você conhece o Vinícius muito bem — diz Isabela se apoiando no móvel.
   — Eu conheço ele há um ano, você conhece ele há vida toda! — As duas riem, Isabela ainda bastante nervosa.
   — É verdade.
   — Mas então, se você sabia que o Vinícius não está em casa, o que veio fazer aqui? — indaga Marina. — Não vai me dizer que a televisão está muito alta?
   — Não — sorri Isabela. — Eu só vim... vim devolver isso — conta mostrando o pen drive para Marina.
   — Ah!
   — Eu peguei emprestado pra salvar o trabalho de artes e esqueci de devolver. Ainda bem que achei antes da Nina — ela força uma risada, deixando o pen drive sobre alguns livros escolares.
   — Ah é, fiquei sabendo que ela comeu o outro pen drive do Vinícius.
   — Comer é uma palavra forte, ela só mordeu.
   — Até o pen drive não funcionar mais — ri Marina.
   — Sim — concorda Isabela também rindo. Ela levanta e fala indo até a porta: — Quando o Vinícius chegar, diz que eu achei o pen drive dele perdido lá nas minhas coisas.
   — Pode deixar.
Isabela sai do quarto e Marina aperta o play no documentário. No entanto, o olhar dela permanece fixo no pen drive. Em sua mente, recorda-se da conversa que ouviu entre Isabela e Victor:
   — Nós precisamos dar um jeito de invadir esse pen drive — diz Victor.
   — Vocês querem invadir um pen drive? — Victor olha para trás e Isabela arregala os olhos ao ver Marina e Vinícius parados na porta. — Então, gente, por que você querem invadir um pen drive? — questiona Marina sorrindo com espanto para os dois. 
   — Não é bem invadir — diz Victor —, é desbloquear. A Isabela comprou um pen drive, mas ele veio com uma espécie de senha — mente o loiro.
   — É — concorda Isabela.
   — Se você quiser eu posso dar um jeito nisso — diz Marina a ela.
   — Ok — responde Isabela.
   Ainda com o olhar pregado no objeto prateado, Marina se dá conta de que Isabela não voltou a falar de seu pen drive e muito menos pediu a ajuda dela para desbloqueá-lo. A dúvida se Isabela comprou ou não um pen drive surge em sua cabeça já que para ela a filha de Mel estava usando o do irmão.
   Marina também fica pensativa sobre a energia que paira entre Victor e Vinícius desde a conversa que ela flagrou deles na sala de estar de sua casa. No dia ela não acreditou quando eles lhe disseram que não estava acontecendo nada e o comportamento dos dois no decorrer dos dias só confirmam suas suspeitas de que ela está certa em não acreditar. As palavras de Victor vêm em sua mente: Eu não quero ver a minha irmã sofrendo por sua causa. A resposta do loiro quando ela perguntou por que ele disse isso soou convincente na hora, porém no momento ela fica em dúvida se era verdade ou não. O fato de Victor mentir tão bem deixa ela ainda mais intrigada.
   Em menos de três segundos, Marina levanta da cama e pega o pen drive sobre os livros. Ela abre o notebook de Vinícius, que está logo ao lado e digita os números da data de aniversário dele para desbloquear o aparelho. Ela conecta o pen drive e aguarda alguns segundos até o dispositivo ser reconhecido. Quando clica para acessar as pastas aparece na tela uma caixa de diálogo solicitando uma senha. 
   Imediatamente a conversa de Isabela e Victor na varanda na noite de Halloween retorna à sua memória e ela fala:
   — Então é isso.


Comentários

  1. Poxa tbm quero eles dw volta.Chamel por favor gente

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  2. Não entendi muita coisa, esse capitulo já aconteceu e fui público hoje novamente ?

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  3. Porq esse cap foi postado de novo?

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