Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 348: Ânimos permanecem alterados em festa de Halloween

O olhar de Vinícius permanece frio mesmo com a chegada de Marina.
   — Por que eu sofreria por sua causa? — ela volta a perguntar diante do silêncio dele e de Victor.
   — Pergunta para o seu irmão — responde Vinícius e se afasta com agilidade. 
Marina fica estarrecida com o comportamento do namorado e olha com curiosidade e indignação para Victor.
   — Por que ele agiu assim?
   — Eu fiz merda — diz Victor soltando um leve suspiro.
   — Do que você está falando?
   — Eu vi o Vinícius conversando com uma menina e fui zoar ele, dizendo que ele estava querendo te trair. Ele não gostou e a gente acabou discutindo.
A garota permanece encarando ele.
   — Isso é sério?
   — É — Victor mente sem qualquer dificuldade.
   — O Vinícius não ficaria bravo por uma coisa besta dessa — observa Marina com astúcia. 
   — Acho que todos nós já bebemos drinks demais — ri o loiro e coloca novamente a máscara de sua fantasia de Jason Voorhees. — Vamos voltar lá pra perto do pessoal.
   — Eu vou pegar uma bebida — diz Marina, recusando o chamado dele.
   — Ok. — Victor passa por ela e rapidamente desaparece entre as pessoas na festa. Marina continua imóvel, porém um fluxo de pensamentos percorre com velocidade sua mente.

   — Oi, gente — Malu sorri ao se aproximar de Samuel e Alexandre.
   — Oi! — responde Alexandre sorridente enquanto Samuel apenas olha para ela.
   — Como está o seu olho? — pergunta Malu sabendo que Samuel não irá ignorá-la por causa da presença de Alexandre, que não sabe da desavença entre eles.
   — Na mesma — responde o rapaz bastante sério e Alexandre olha com estranheza para ele.
   — Alê — Malu olha para ele —, você pode dar uma licencinha pra gente rapidão?
   — Claro! — Alexandre afasta-se deles e Malu olha com mais intensidade para Samuel.
   — Eu quero falar com você.
   — Já está falando.
   — Samuel, para de agir assim! — ela pede.
   — Eu não consigo agir de outro modo com você defendendo o Ben.
   — Eu não estou defendendo ele! Pelo amor de Deus, entende isso.
   — Ah, não?
   — Não — responde Malu com firmeza. — Acontece que eu não vou tacar quinhentas pedras no Ben sendo que nem ouvi a versão dele.
   — Ah, claro. Ele com certeza deve ter uma excelente razão para vir até aqui no meio da madrugada só para me dar um soco — ironiza Samuel.
   — Não estou dizendo isso — retorque Malu. — Olha, vamos só deixar isso pra lá por enquanto. Quando eu conseguir conversar com ele, tudo vai se resolver.
   — Você continua achando que ele teve...
   — Samuel — interrompe Malu —, eu estou querendo acalmar as coisas entre a gente. Você poderia pelo menos aceitar.
Ele respira fundo.
   — Ok. 
   — Desfaz esse bico.
   — Eu não estou com bico.
Malu revira os olhos e pega na mão dele.
   — Olha, lembra do que eu te disse antes do Ben aparecer.
Samuel recorda-se da frase dela: "Eu sou apaionada por você" e pergunta:
   — O que é que tem?
   — É aquilo que importa.
   — Tá bom — ele responde e faz um carinho na mão dela. — Só não fica tocando no nome desse moleque.
   — Pode deixar.

Largado em uma cadeira no corredor do hospital, Jonas toma água em um copo descartável. Seu celular no bolso da fantasia de Coringa começa a vibrar e ele pega o aparelho.
   — Oi, Lu. 
   — Fiquei sabendo do que aconteceu! — diz Luciana falando alto por causa da música no galpão. — Como está a mãe da Maísa?
   — Está bem — responde Jonas com o tom de voz bem mais baixo do que o dela. — Ela está em observação.
   — Ah, tá! Que bom, né?
   — Sim.
   — E a Maísa, como está?
Jonas dá um leve sorriso.
   — Preocupada com a minha namorada?
   — Nossa, não suporto ouvir você falando assim.
   — O quê? Não vai me dizer que está com ciúmes — ele provoca.
   — Óbvio que não, né? Enfim, eu só estou querendo ser solidária.
   — A Maísa está bem — diz Jonas. — No momento ela está conversando com o pai dela. — Ele olha para a porta fechada em sua frente. No interior da saleta, Edson e Maísa têm uma conversa importante e tensa.
   — Ah sim. Qualquer coisa me liga — fala Luciana.
   — Ok. — Eles se despedem e desligam. Jonas guarda o celular no bolso, termina de beber água e levanta para jogar o copinho na lixeira mais próxima. Quando está retornando para a cadeira em que esteve sentado, uma enfermeira passa por ele olhando com estranheza por causa de seu visual. 
   Ele dá um leve sorriso e senta novamente.

Yasmin dança sozinha ao som de uma música pop quando Vinícius chega bufando.
   — Ei, que bicho te mordeu? — ela pergunta parando de dançar.
   — O bicho da raiva — responde Vinícius.
   — O que foi?
   — Umas coisas aí — ele se esquiva.
   — Coisa séria? — indaga Yasmin e Vinícius hesita com a cabeça. — Não importa! Daqui a pouco o dia está amanhecendo, vamos aproveitar o resto da festa.
   — Ai, Yas, não sei se eu ainda estou no clima.
   — Eu te coloco no clima rapidinho — sorri a loirinha. Ela enxerga Graziele e Thiago logo ao lado e fala: — Vamos ali dançar com o ex-futuro casalzinho.
Vinícius sorri e é arrastada por Yasmin até Thiago e Graziele.
   — E aí, gente bonita — sorri Graziele.
   — Oi, moça bonita — ri Yasmin.
   — Vieram se juntar a nós? — indaga Thiago.
   — Mas é claro! — Eles riem e começam a dançar. Yasmin faz questão de dançar com Vinícius para que ele se distraia. Enquanto isso, Thiago e Graziele continuam dançando juntos e trocando provocações durante as músicas.
   Em determinado momento, Thiago passa o braço pelas costas de Graziele fazendo questão de tocar com seus dedos gélidos as costas nuas dela. A ruiva arrepia-se e ele percebe. Eles trocam um sorriso e um olhar cheio de significados. Graziele ri, joga o cabelo para um lado e continua dançando. Instantes depois, ela chega ainda mais perto de seu ex-namorado e bagunça ainda mais o cabelo dele enquanto seus olhos continuam fixos nos dele. Thiago fala algo no ouvido dela e eles riem. Ele beija o pescoço dela e Graziele inclina a cabeça de modo que suas bochechas fiquem coladas. Eles fazem carinho um no outro e Graziele dá um passo para trás, sem parar de dançar. Thiago fica olhando para ela uma fração de segundos a mais que o necessário e volta a dançar.

Quando a mais recente compressa de gelo que Samuel usa no olho derrete, Malu diz:
   — Bem que a gente poderia ir embora, né? Essa festa já deu o que tinha que dar.
   — Você tem razão — concorda Samuel.
   — Você consegue dirigir só com um olho? — indaga a morena.
   — Não será necessário.
   — Como assim?
   — Eu emprestei meu carro para o Jonas — conta Samuel e Malu arregala os olhos.
   — Que história é essa?
   — A mãe da Maísa passou mal e foi internada, daí o Jonas precisava ir para o hospital o mais rápido possível. Como demora para chegar o táxi aqui, eu emprestei meu fusca.
   — Espero que ele não bata seu carro.
   — Está apegada? — ele brinca.
   — Cala a boca. Vem, vamos lá para fora pra eu tentar chamar um táxi pra gente.
Eles dão as mãos e caminham para a porta do galpão. A morena para entre duas falsas lápides e pega o celular. Samuel fica olhando para ela durante a ligação sem deixar de admirá-la.
   — Conseguiu? — ele pergunta quando ela desliga.
   — Eu sou eu, né querido — ri Malu.
Samuel dá um leve sorriso.
   — Vem cá — ele pede segurando no braço dela.
   — O que foi? — pergunta Malu rodeando os ombros dele com seus braços.
   — Quero ver se eu consigo fazer uma coisa mesmo com esse olho inchado. — Ainda sorrindo, ele aproxima seus lábios dos dela e a beija lentamente.

Os filhos dos ex-rebeldes que ainda estão na festa reencontram-se. Vinícius e Victor sequer se olham, porém Marina aproxima-se do namorado.
   — Está mais calmo? — pergunta entrelaçando seus dedos nos dele.
   — Estou.
   — O Victor me contou o que aconteceu.
   — O que ele disse? — pergunta Vinícius com os músculos tensos.
   — A verdade, né. Que vocês discutiram porque ele te viu conversando com uma menina e resolveu te zoar falando em traição.
Uma onda de alívio passa pelos olhos de Vinícius, o que não passa despercebido por Marina.
   — Foi isso — ele também mente para ela, o que o faz sentir-se mal.
Marina dá um leve sorriso e passa a mão delicadamente pelo rosto dele, tomando cuidado para não retirar ou borrar sua maquiagem de caveira. Após a carícia, ela dá um beijo muitíssimo apaixonado nele e diz em seguida:
   — Eu te amo.
Vinícius dá um selinho nela e responde;
   — Eu também te amo. — Marina continua fitando-o com intensidade. Ele retribui o olhar, porém com o passar dos segundos começa a ficar incomodado com algo e então pergunta: — O que foi?
   — Não posso te olhar? — ela dá um leve sorriso.
   — Claro que pode, é que você está me olhando de um jeito diferente.
Marina dá de ombros.
   — Não é nada.


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