Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 339: O clima esquenta no Rio e em São Paulo
— Você pode dar uma volta na quadra e parar naquela praça ali atrás, por favor? — ele pede ao motorista somente para constatar que esteve enganado, que não é a pessoa que ele está pensando.
— Sim — responde o homem girando o volante para a direita. Instantes depois, Gabriel desce na praça que está completamente deserta, exceto pela garota que está sentada em um banco de madeira.
— Jaqueline? — ele chama se aproximando. A loira ergue a cabeça e deixa seu rosto vermelho e molhado de lágrimas à mostra.
— G-Gabriel! — gagueja e pula do banco, se jogando nos braços dele.
O rapaz a abraça, espantado com o que se passa.
— O que foi, Jaque? Por que você está aqui sozinha?
— E-eu precisava sair u-um pouco. Ia surtar s-se ficasse lá em c-casa — diz a loira soluçando de tanto chorar.
— O que aconteceu?
— A minha vida vai virar de cabeça pra baixo! — ela exclama com desespero estampado no rosto. — Se isso for verdade, minha vida vai mudar completamente!
— Isso o quê? — pergunta Gabriel segurando nos braços dela.
— A Luciana fica me pressionando! Eu não sei mais o que fazer, tenho medo. Eu estou apavorada!
Ela cobre o rosto com as mãos e continua a chorar descompassadamente. Assustado, confuso e preocupado, Gabriel faz um carinho nos braços dela para tentar acalmá-la enquanto fala:
— Você não pode ficar sozinha aqui. Vem comigo.
Jaqueline não demonstra resistência quando ele passa o braço por suas costas e é levada por Gabriel até o táxi.
Quando entram no automóvel, Gabriel fala para o motorista:
— Vamos voltar para o ponto de partida. — Ele tira o celular do bolso e digita: "Não vou mais na festa. Depois te explico." Ele envia a mensagem para Marcelo e guarda o celular novamente. — Fica calma — pede abraçando Jaqueline que não para de chorar.
A mãe de Maísa, Lorena, não escondeu a surpresa ao ver Jonas juntamente com Maísa e Edson na sala de estar.
— Feliz aniversário! — exclamaram os três quando ela chegou da universidade onde leciona.
Os quatro jantam ostras gratinadas, prato preferido de Lorena, e conversam. Durante o jantar, Jonas fica feliz por ver Maísa alegre novamente.
Após passar quinze minutos encostada na janela, Anelise deixa de observar a rua movimentada metros abaixo e caminha descalça até seu quarto. Ela entra e encontra Bernardo enxugando os pés sentado na cama, usando apenas uma samba canção vinho.
— Tomou banho? — pergunta já sabendo a resposta, pois o cabelo preto dele está molhado.
— Tomei. — Ele se endireita e arremessa a toalha em uma poltrona entre a cama e o armário. Em seguida levanta e caminha até uma mesinha próxima da porta. Mesmo com mais de quinze anos de relacionamento, a visão de seu corpo quase nu provoca um calor imediato em Anelise. Ele remexe em alguns papéis e sente os braços de sua esposa rodearem sua cintura, em um abraço por trás.
— Seu cheiro é tão bom — elogia Anelise passando a ponta do nariz pela nuca dele.
— Isso se chama sabonete — ele dá um leve sorriso.
— Você está tenso — ela observa enquanto desliza as mãos pelo abdômen dele.
— Não consigo parar de pensar em tudo o que está acontecendo. — Bernardo larga os papéis e abaixa a cabeça.
— Eu posso te fazer relaxar. — Ela segura no braço dele e o vira de frente para si. — Você sabe que eu consigo — completa beijando o peito dele.
— Não, Ane — nega Bernardo colocando uma das mãos no ombro dela e a afastando. — Não estou com cabeça pra isso.
— Deixa comigo — ela se aproxima e passa os braços pelos ombros dele. — Só deixar comigo — sussurra em seu ouvido.
— Ane... — ele tenta argumentar, porém sua voz falha quando ela morde o lóbulo de sua orelha. — É sério — diz em seguida, porém Anelise ignora seus comentários e começa tracejar beijos por seu pescoço e abdômen, descendo lentamente. A respiração de Bernardo começa a ficar mais rápida e curta.
Anelise se ajoelha na frente dele e com as mãos acaricia as laterais de sua barriga, aproximando aos poucos do cós da samba canção dele.
— Anelise — chama o médico, no entanto quando ela lambe sua pele ele desiste de argumentar. Anelise abaixa a samba canção dele e Bernardo fecha os olhos, jogando a cabeça para trás com um suspiro seco.
Com os olhos inchados, porém mais calma, Jaqueline entra no apartamento da família de Gabriel.
— Minha mãe está viajando — conta o rapaz. Ela assente e não pergunta pelo pai dele como pessoas que não o conhecem bem poderiam perguntar, pois sabe que o pai de Gabriel faleceu quando ele ainda era criança e que ele foi criado apenas pela mãe. — Está mais tranquila? — ele pergunta sentando ao lado dela após acender um abajur, que deixa somente o sofá levemente iluminado.
— Sim — responde a loira massageando a nuca.
— O que aconteceu pra você estar naquela praça daquele jeito?
Jaqueline não responde de imediato. Ela continua apertando sua nuca e olha para os móveis na penumbra.
— Talvez as coisas mudem drasticamente para mim.
— Por quê?
Ela o encara.
— Não me sinto confortável pra te contar agora.
Gabriel assente.
— Ok. — Eles ficam em silêncio, no escuro. — Só me parece algo muito sério para guardar para si — ele comenta em sequência.
— A Luciana também sabe.
— Você disse que ela estava te pressionando.
— Ela quer o meu bem.
— Então ela está te pressionando para o seu bem? — ele pergunta sem entender absolutamente nada.
Jaqueline levanta suspirando.
— É complicado, Gabriel. — Ela caminha até a sacada e apoia as mãos na proteção de vidro.
O rapaz se aproxima dela silenciosamente e a abraça por trás de maneira íntima. O corpo de Jaqueline fica arrepiado pelo contato e ela não se move.
— Não quero mais te ver chorando daquele jeito.
Jaqueline apoia o corpo no dele e cobre as mãos dele em sua barriga com as suas.
— Eu perdi o controle. — As palavras deles rompem o silêncio da noite e se tornam mais sérias.
— Você é humana.
— Infelizmente.
Gabriel ri na nuca dela.
— Você queria ser um robô?
Robôs não engravidam pensa a loira imediatamente, porém o que diz é:
— Em alguns momentos sim.
— Você perderia todo o seu charme.
Jaqueline não fala nada. Eles ficam nessa posição por longos minutos, até que ela se vira de frente para ele, encostando o corpo na proteção. Os dois se olham com ternura e Gabriel ergue uma das mãos para acariciar o rosto dela. Jaqueline recebe o carinho sem se alterar e umedece os lábios.
— Eu tenho que ir embora — sussurra.
— Eu te levo.
— Não precisa. Só chama um Uber pra mim.
— Você tem certeza?
Jaqueline assente.
— Sim.
Gabriel olha demoradamente para ela e vira as costas, retornando para a sala. A loira permanece um tempo na sacada.
Com as mãos ágeis, Isabela desfaz sua mala de mão enquanto Felipe fuça pelo quarto do hotel em que eles se hospedaram.
— Vem ver isso, Isa — chama e a jovem se afasta da cama para ir até o banheiro.
— Uau! — exclama ao ver a luxuosidade do local.
— Olha o tamanho dessa banheira — comenta Felipe deslumbrado. — Cabem dois Felipes aqui dentro — ele ri parado ao lado da banheira.
— Cabem mesmo — concorda Isabela se aproximando e colocando uma das mãos na água. — Está morninha.
— Se cabem dois Felipes, com certeza cabe um Felipe e uma Isabela.
— O que você quer dizer com isso?
Felipe coloca as mãos na cintura dela e traz o seu corpo para si.
— Acho que nós deveríamos tomar um delicioso banho. Juntos, de preferência.
— A gente não veio pra São Paulo pra isso — lembra Isabela.
— Mas seria um desperdício não aproveitar esse quarto.
Isabela dá um leve sorriso.
— Isso é verdade.
— Pois é, Isa. — Ele escorrega as mãos para dentro da blusa dela. — Um banho cairia bem.
— Você está falando que eu estou fedendo? — ela pergunta rindo. Felipe tira a blusa dela e beija sua clavícula.
— Você não fede, exala odor. — Ele se controla para não rir.
— Eu estou exalando odor, então?
Felipe gira o corpo dela com rapidez e encosta o peito nas costas dela.
— Jamais — responde abrindo o zíper da calça jeans dela com habilidade. Ele se abaixa, tirando o jeans do corpo dela. Isabela ergue os pés para retirar por completo a peça e Felipe coloca as mãos nos tornozelos dela, exercendo uma certa pressão. Ele vai subindo as mãos aos poucos, acariciando as pantorrilhas, coxas e nádegas da morena.
Isabela vira de frente e o acompanha tirar a camisa e a calça. Ela passa a mão pelo corpo bronzeado dele e sente sua pele quente. Eles se olham com intimidade e paixão. Felipe rodeia o corpo dela com os braços, unindo seus troncos, e com uma das mãos abre o sutiã da jovem enquanto a outra permanece firme em sua lombar. A garota joga a cabeça para trás quando ele começa a beijar seu pescoço e colo, descendo por seu corpo. Ela sente cócegas quando ele mordisca sua barriga e olha para ele, que retribui o olhar com malícia. Felipe beija, lambe e morde a barriga dela até chegar em sua calcinha.
Com os dentes, ele prende o tecido e o puxa para baixo. Isabela sorri e enfia seus dedos no cabelo dele, trazendo-o para cima. Eles dão um beijo de tirar o fôlego e ela termina de tirar a lingerie com a ajuda dos próprios pés. Felipe tira a cueca box ainda com os lábios nos de Isabela e a joga para longe. Ele segura o quadril de Isabela e a pega no colo. Os dois entram na banheira e sorriem com o contato morno e acolhedor da água.
No dia seguinte, com a mochila nas costas, Graziele sai da mansão de seus pais e se surpreende ao ver o carro de Douglas estacionado em frente ao portão.
— O que é isso? — ela pergunta parando na calçada enquanto ele desce do veículo.
— Vim te dar uma carona — sorri o rapaz.
— Assim, sem mais nem menos?
— Eu gosto de te fazer surpresas — ele responde dando a volta para ficar na frente dela. A ruiva encara ele por um bom tempo com desconfiança.
— Você bebeu?
— Muitas vezes nessa vida — ri Douglas, porém quando vê o olhar bravo dela, explica: — Eu vim de uma festa, ok? Bebi pra car*lho, senti falta do Thiago. De você. Por isso, resolvi vir te buscar. Parei aqui umas três e meia da manhã e dormi um pouco. Acordei agorinha. O que eu não faço para te ver?
— Douglas — ela suspira.
— Qual é, ruivinha? Desde que você me deu um fora a gente não se vê mais com a mesma frequência.
— Primeiro, eu não te dei um fora. Segundo, a gente não se vê com a mesma frequência porque, caso você não saiba, eu sou uma estudante do terceiro ano que estou me preparando para entrar na faculdade.
— E uma estudante do terceiro ano não iria querer chegar atrasada na escola, né?
Graziele confere as horas no celular.
— Oh, meu Deus! Vamos logo — diz abrindo a porta do passageiro.
— Mudou de ideia? — Douglas sorri ao ligar o carro.
— Eu tinha combinado de ir com a Malu — reclama Graziele enquanto afivela o cinto de segurança —, mas como perdi tempo conversando com você... Só dirige, Douglas.
Ainda sorrindo, ele acelera o carro.
Já no colégio, Marina, Victor, Yasmin e Vinícius conversam agrupados no meio da sala.
— Hoje seremos só nós quatro — sorri a loirinha modelando os cachos do cabelo de Vinícius com os dedos distraidamente.
— O que será que a Isabela e o Felipe estão fazendo a essa hora? — se pergunta Marina.
— Dormindo, acho — Vinícius responde.
Victor dá uma risada cheia de malícia.
— Se eu estivesse em um hotel cinco estrelas com a Yasmin, dormir é a última coisa que eu faria.
— Agora são seis e cinquenta da manhã, Victor — lembra Vinícius.
— E qual é o problema? Á luz do dia é tão bom quanto no silêncio da noite. Vai dizer que você não acha?
Vinícius sorri e troca um olhar discreto com Marina, porém tanto Yasmin quanto Victor percebem.
— Nossa, com essa trocadinha de olhares com certeza ele acha que é bom — ri a loirinha. — Mas voltando a falar de São Paulo, a Isabela tomou tanto café nos últimos dias que ela tem energia pra fazer de manhã, a tarde e a noite.
— Ok — corta Vinícius. — Ela é minha irmã.
— E a Marina é minha — retorque Victor — e agora eu sei que vocês já transaram de dia.
Eles riem e Marina fala:
— Para de falar besteira, Victor.
Com o cabelo bagunçado por causa do atrito com o travesseiro, Isabela desperta aos poucos e vira na cama. Ela se recusa a abrir os olhos, pois sabe que ainda falta um tempo para seu despertador tocar e quer aproveitar mais um pouco a cama aconchegante e os lençóis macios e cheirosos. Um movimento na cama chama a atenção dela, que abre os olhos.
— Você já acordou — fala baixinho para Felipe, que está apoiado na cabeceira.
— Perdi o sono. Acho que meu corpo pensou que fosse para o colégio.
— Hum. — Isabela vira de barriga para cima e coça os olhos. — Acho que o meu também.
Felipe sorri e toca uma mecha do cabelo dela. Os dois usam apenas peças íntimas sob o lençol.
— Estou adorando passar esse tempo aqui em São Paulo — comenta Felipe.
— Não fazem nem doze horas que nós chegamos — Isabela observa.
— Eu sei, queria passar mais tempo aqui.
— Exatamente aqui? — pergunta a garota deitando a cabeça no peito dele.
— Exatamente aqui — Felipe responde passando a ponta dos dedos pelas costas dela com suavidade. — Com você. Nesse quarto. Nessa cama. A gente poderia, sabia?
Isabela ri e ergue a cabeça para olhar no rosto dele.
— Você acha?
— Claro que sim. — Ele traz uma das pernas dela para cima de seu corpo, aproximando ainda mais seus corpos. — Olha, nós temos uma cama para dormir, um banheiro para tomar banho e fazer nossas necessidades, um telefone que pede comida vinte e quatro horas e claro, um ao outro.
Isabela sorri e senta no colo dele, deixando seu tronco para fora do lençol. O olhar de Felipe cobiça o corpo dela instantaneamente.
— Um dia vamos fazer isso? — propõe Isabela, mas ele não compreende.
— Isso o quê?
— Passar vinte e quatro horas trancados em um quarto de hotel.
Felipe sorri e aperta as coxas dela ao seu redor.
— Faria isso sem nenhum esforço. — Ele beija o queixo dela.
— Mas o que nós iríamos fazer exigiria esforço — provoca Isabela.
O rapaz ri e joga ela na cama, ficando por cima de seu corpo.
— O que nós iríamos fazer ou o que nós vamos fazer agora?
Isabela morde o lábio dele, sorrindo.
— Não é a mesma coisa? — sussurra e eles se beijam. As mãos de Felipe percorrem todo o corpo dela com desejo e Isabela passa a ponta de seu pé pela perna dele. O casal tira as poucas peças que vestiam e Felipe pega um preservativo na mesinha de cabeceira.
— Ainda bem que eu vim bastante preparado — fala beijando o ombro dela.
— Você sabe o que faz — ela ri acariciando as costas dele. — Sempre sabe o que faz — sussurra no ouvido dele. Eles se olham e suas bocas se encontram com urgência e excitação.
Jaqueline finge prestar atenção na conversa de Jonas e Luciana na hora do intervalo, porém seus pensamentos estão muitíssimos distantes de sabores inusitados de pizzas. Ela levanta da mesa e sai da lanchonete, encaminhando-se para a sala do terceiro ano B. Assim que entra, vai direto para o fundo da sala, onde Gabriel, Marcelo e Fernando batem papo.
— Olha quem está aqui! — exclama Fernando ao notar a presença dela.
— Foi você o motivo para o Gabriel faltar na festa ontem, Jaque? — pergunta Marcelo sorrindo. — Eu não caí no papinho de que a mãe voltou antes da hora.
A garota ignora completamente os dois e fala para Gabriel:
— Preciso conversar com você.
— Só conversar? — ri Marcelo, porém Gabriel pula da mesa no instante que Jaqueline fala.
— Vamos lá pro segundo andar — chama pegando na mão dela. Os dois saem rapidamente da sala e sobem as escadas. Gabriel leva Jaqueline até a biblioteca.
— Nós temos um livro para pegar pra próxima aula — ele fala para a bibliotecária e puxa a ex-namorada para o corredor mais distante da entrada. — Imagino que o que você tem para conversar comigo seja o motivo pra você estar tão mal ontem — diz parando na frente dela.
Os dedos de Felipe fazem pequenos círculos no pulso de Isabela, que repousa ofegante ao seu lado.
— Essa pequena viagem está sendo inesquecível — ele fala com o coração batendo forte.
— Com certeza. — Isabela passa a mão no cabelo e tenta normalizar sua respiração. Seu celular começa a tocar na mesinha de cabeceira, ao lado da embalagem aberta de preservativo. — Está na hora da gente se arrumar — diz após desligar o despertador.
— Acho que preciso de mais uns cinco minutos para me recuperar — ele sorri e enxuga o suor da testa.
Isabela ri e joga o lençol para o lado, colocando os pés no chão.
— Vai se recuperando enquanto eu tomo banho. — Ela levanta e caminha até o banheiro exatamente da forma como nasceu. Felipe acompanha cada movimento dela com o olhar fervendo de desejo.
— Meu Deus, a perfeição existe! — ele exclama e Isabela ri do banheiro.
Ao lado de uma enorme prateleira de livros de astrofísica, Jaqueline assente.
— É exatamente isso.
— O que foi?
Ela olha ao redor.
— Vamos sentar?
Gabriel olha para baixo e se senta no piso, diante de Jaqueline.
— Sou todo ouvidos.
Ela morde o lábio e respira fundo.
— Eu estou desesperada, porque há chances de eu estar grávida — conta sem fazer voltas.
Gabriel arregala os olhos.
— Grávida?
— É, essa palavra aí — diz Jaqueline sem querer repetir.
O rapaz fica alguns segundos em silêncio, digerindo essa informação.
— A gente transou recentemente — diz quando se recupera —, mas não pode ser meu porque eu achei a caminha usada. Então... é do Brian?
— Sim.
— Como vocês puderam transar sem camisinha!?
— Não grita! — pede Jaqueline olhando por entre os livros da estante.
— Ninguém vai nos ouvir aqui.
A loira olha para ele e responde seu questionamento com apenas uma palavra:
— Aconteceu.
— Aconteceu? Jaque... meu Deus! Você não toma pílula?
— Tomo, mas eu não sei se tomei naqueles dias em que aconteceu.
Ele passa a mão no rosto.
— Meu Deus!
— Agora você entende por que eu estou tão assustada? Eu não posso... ter um filho agora.
— Você já fez o teste?
— Ainda não tive coragem.
— Então é por isso que a Luciana está te pressionando? Ela quer que você faça logo, né?
— Sim. Eu sei que isso é o certo, mas... eu estou com tanto medo, Gabriel!
— Você não acha que é melhor ter certeza logo do que prolongar essa dúvida? — ele pergunta.
— Acho, mas... e se der positivo? Nem sei o que eu faria!
Gabriel fecha os olhos e apoia a cabeça nos livros.
— Grávida.
— Para de repetir essa palavra!
— Você talvez tenha que repetir essa palavra por nove meses — ele retorque olhando para ela.
— Eu te contei porque preciso do seu apoio, não das suas críticas.
— Não estou te criticando, o que foi feito está feito. — Ele morde o lábio com força. — Sabia que aquele americanozinho não ia te fazer bem.
— O erro foi de nós dois.
— É, um erro que nem bêbado eu cometi com você.
— Gabriel.
— Desculpa. — O jovem afaga o joelho dela. — A última coisa que eu queria era que você estivesse esperando um filho do Brian.
— Eu não sei se isso realmente está acontecendo — fala Jaqueline. — Eu espero que não.
Na mesma mesa de sempre, os filhos dos ex-rebeldes que estão no Rio de Janeiro lancham. Marina come um petit gateau e Yasmin pede:
— Me dá uma prova?
— Pega. — Ela empurra o prato na direção da amiga.
— Hum... não está tão bom — comenta a loirinha devolvendo o prato. — Depois que eu assisti a prova do Masterchef que foi de petit gateau, me tornei quase uma especialista. — Elas riem.
— Iludida — sorri Victor.
— O único que tem o mínimo de conhecimento para falar de comida aqui é o Vinícius — comenta Marina.
Yasmin sorri e pergunta para o irmão de sua melhor amiga:
— Já pensou em participar do Masterchef, Vini?
— Não mesmo — ele sorri bebendo o suco de pitanga de Marina.
— Por quê?
— Pra todo mundo ficar falando que o filho da Mel Fronckowiak e do Chay Suede está na tv? Dispenso.
Yasmin assente sorrindo.
— É verdade. Mas pensa, você poderia ganhar uma bolsa na França? Seria um sonho, não?
— Para de viajar, Yasmin — Victor pede sorrindo e Vinícius dá um leve sorriso, olhando para a porta da lanchonete.
— Chef Viní, ideate? — pergunta Marina com sotaque francês misturado com o seu americano.
— O que você disse? — Yasmin indaga com curiosidade.
— Chef Vini, imagina?
— Desde quando você fala francês?
— Eu não falo — ri Marina. — Fazia algumas aulas no colégio, mas não aprendi muita coisa.
— Aí, Vinícius, a Marina já pode ir para a França com você — Yasmin brinca.
— Eu jamais iria para a França! — retorque Marina sorrindo. — O que eu iria fazer lá?
— Acompanhar seu namorado e se pá aprender a cozinhar também, idea... como é mesmo?
Victor percebe que o que era apenas uma brincadeira está se tornando um assunto sério. Marina responde:
— Ideate. Eu tenho a minha vida pra cuidar também, né Yas? — ela ri. — Por acaso você pretende ir com o Victor para os Estados Unidos caso tudo dê errado?
— É verdade — concorda Yasmin. — Mas se a gente for parar pra pensar...
— Vamos mudar de assunto — interrompe Vinícius. — As coisas não vão dar errado para o Victor e eu não vou para a França, ok? Vou pegar outro suco pra você, Marina, acabei com o seu.
— Não pre... — Marina abre a boca para responder, mas Vinícius já se afastou da mesa.
Yasmin olha atentamente para os gêmeos.
— Ele ficou bravo? A gente só estava conversando.
— Não sei — responde Marina.
Victor cruza os braços e observa as costas de Vinícius, que está apoiado no balcão.
Uau!Capitulo maravilhoso!
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