Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 341: Isabela pressiona Chay


Marina permanece encarando seu irmão e seu namorado.
   — Então, o que está pegando? — pergunta descendo a escada com uma bolsa a tiracolo.
   — Nada — responde Vinícius erguendo o olhar até ela.
Victor continua olhando para Vinícius com a expressão endurecida. Marina para ao lado do sofá e observa o seu gêmeo.
   — Nada mesmo? — indaga.
O loiro pisca rapidamente e olha para ela.
   — Nada — garante.
   — Hum. — Marina não acredita, porém prefere não insistir no assunto pois supõe que Vinícius contará o que houve quando eles estiverem a sós. — Vamos, Vini?
   — Vamos. — O rapaz lança um olhar para Victor antes de se levantar. Ele e Marina dão as mãos e caminham para a porta principal.
Victor deita no sofá e fica pensativo.

Uma fina garoa está caindo quando o carro dirigido por Evaldo para em frente ao condomínio onde os avós paternos de Marina moram. A garota e seu namorado descem e correm para a proteção da portaria. Após serem identificados, entram e sobem até o apartamento de Kátia e Ricardo.
   — Oi, Maria — Marina cumprimenta a cuidadora de seus avós, que abre a porta para eles.
   — Oi, Marina. — Ela olha para Vinícius: — Oi.
   — Oi! — responde o jovem educadamente.
   — Eles estão doidos para te ver — conta Maria sorrindo para a garota. — Desde que você avisou que vinha, eles não param de falar nisso.
Marina sorri.
   — Que bom! Onde eles estão?
   — No jardim.
   — Ok, nós estamos indo lá. — Ela caminha com Vinícius até um pequeno jardim localizado entre a cozinha e o corredor dos quartos. — Oi, vó! — sorri ao ver Kátia sentada em uma cadeira de balanço.
   — Minha querida! — A senhora levanta com certa dificuldade e abraça sua neta. — Que bom te ver.
   — Também é ótimo ver a senhora. Olha só quem veio comigo!
Kátia olha para Vinícius.
   — Oi, meu querido! — Ela abraça o namorado de sua neta. — Como você está?
   — Bem — responde o jovem. — E a senhora?
   — Estou bem também.
   — Cadê o vovô? — indaga Marina olhando para o resto do jardim com grama sintética. 
   — Ele foi ao banheiro.
   — Como ele está? — pergunta a jovem adotando um tom de voz preocupado.
   — Daquele jeito, né minha filha — Kátia dá um sorriso entristecido. — Ele esquece das coisas recentes, mas lembra muito bem de antigamente. De coisas que eu já tinha até esquecido, inclusive. De momentos do nosso namoro, de quando o Arthur ainda era bebê.
Marina assente e Vinícius percebe que ela ficou abalada.
   — Minha Marina! — exclama Ricardo entrando no jardim com os braços abertos.
   — Oi, vô! — Ela sorri e o abraça com força. — Como o senhor está?
   — Estou ótimo! E você?
   — Também. Trouxe alguém que quer ver o senhor. — Ela indica Vinícius, que sorri.
   — Oi — diz o jovem.
   — Oi, meu jovem! — Ele abraça Vinícius. — Até hoje não me disseram seu nome, acredita?
Vinícius olha de esguelha para Marina.
   — Meu nome é Vinícius — lembra gentilmente para Ricardo.
   — Vinícius! Que nome bonito. E como vai seus pais? O Chay e a... nossa, como é o nome dela mesmo?
   — Mel.
   — Isso! Como eles estão?
   — Ótimos. Meu pai está se preparando para viajar em turnê e a minha mãe trabalhando na grife.
   — Ela não vai viajar com ele?
Vinícius demora um tempo para responder e Kátia fala:
   — Eles se separam, Ricardo.
   — Meu Deus! Sério?
Marina coça a nuca e Vinícius confirma:
   — Sim, já faz um tempo.
   — Nossa. Como ninguém me falou nada?
   — Eu te contei, meu bem — responde Kátia. — É que você esqueceu.
   — Droga de doença! — exclama Ricardo, mas acaba sorrindo. — Agora eu sou assim, sabia? — ele comenta com Marina e Vinícius. — Eu tomo remédio e faça tudo o que o médico fala, mas... o que eu posso fazer? A doença me pegou e não tem cura.
   — Mas nós estamos aqui ao seu lado — diz Marina passando um braço pelos ombros de seu avô. — Nós sempre estaremos aqui.
Ricardo sorri e dá um beijo na testa dela.
   — Eu sei, meu anjo. Nunca vou esquecer do dia que o Arthur me contou que a Lua estava grávida novamente. Foi muito especial. Mas eu fiquei preocupado, depois de tudo o que aconteceu da primeira vez.
Vinícius olha para Marina e Kátia, pensando que Ricardo está falando algum devaneio, porém as duas assentem com olhares entristecidos.
   — Mas o que importa é que eu e o Victor estamos aqui — diz Marina. — Deus compensou a mãe e o pai em dose dupla.
Ricardo ri.
   — É verdade.

Micael está relaxado em um sofá da sala de estar enquanto Yasmin cantarola sua música de trabalho em cima da mesinha de centro.
   — Não vai quebrar a mesa que a sua mãe te mata — ri o cantor, porém a loirinha continua cantando com empolgação.
   — Vai dizer que eu não tenho talento? — sorri Yasmin pulando da mesa e se jogando no sofá ao lado dele.
   — Claro! — responde Micael em tom ironia.
   — Credo, pai! Os pais mentem para os filhos, pelo menos.
   — Você não herdou meu talento, mas herdou o da sua mãe.
Yasmin dá um leve sorriso.
   — A mãe também canta.
   — Não é da carreira de cantora que eu estava me referindo.
   — Ok, entendi o recado — ela sorri. Felipe surge do hall de entrada carregando uma mala de mão. — Felipe! — exclama Yasmin levantando do sofá.
   — Voltei — sorri o jovem.
   — Senti sua falta — ri a garota dando um abraço nele.
   — Sei.
   Eu senti sua falta — fala Micael indo até eles. — Quando você está aqui a Yasmin não fica desafinando no meu ouvido — ri e dá um abraço nos dois.
   — Só por isso eu vou voltar a cantar — ameaça Yasmin, porém Felipe coloca uma das mãos na boca dela.
   — Não mesmo, senão eu vou ter que correr para São Paulo — ele e Micael gargalham.

Após passarem um tempo bastante agradável com os avós dela, Vinícius e Marina deixam o apartamento.
   — Eu fiquei curioso com uma coisa, Mari — diz Vinícius no elevador.
   — Com o quê?
   — Seu avô falou uma coisa sobre a sua mãe... pensei que fosse por causa da doença, mas acho que é verdade.
   — É, a alzheimer não tirou tudo do vovô. Mas do que você está falando em específico?
   — Sobre o que ele disse de ter ficado preocupado com a gravidez da Lua, depois da primeira vez. Que primeira vez?
   — Pelo jeito você não sabe — Marina dá um leve sorriso. — Todo dia seis de junho é um dia triste lá em casa. É um dia de luto para os nossos pais. Foi o dia que eles perderam o meu outro irmão ou a minha irmã.
Vinícius não esconde o choque.
   — Nossa, não sabia que a Lua tinha sofrido um aborto.
   — É, por isso que a nossa gravidez foi tão preocupante para a família toda. Gravidez de gêmeos já é complicada, ainda mais para quem tinha tido um aborto recentemente. Rola uma lenda que o nosso nome é Marina e Victor porque eram os nomes para o bebê. Se fosse menina seria Marina e se fosse menino, Victor. Mas é só uma história — ela ri.
   — Bizarro.
   — Eu sei. — Ela sorri. — Então, como meu namorado e quem sabe futuro marido, é importante você saber que há chances tanto de eu sofrer um aborto espontâneo quanto ter gêmeos.
   — Futuro marido. Gostei de ouvir isso — ele sorri e se aproxima dela. Eles sorriem e quando estão prestes a se beijar, o elevador chega ao térreo e duas senhoras se preparam para entrar. O casal se afasta, sorrindo, e sai do elevador. 
   Quando eles se acomodam no carro, Marina pega no braço de Vinícius e pergunta:
   — O que estava acontecendo entre você e o Victor aquela hora?
O rapaz leva um tempo para reagir à pergunta. Ele franze a testa e questiona em tom inocente:
   — Que hora?
Marina ri, sem acreditar que ele não sabe do que ela está falando.
   — Quando eu desci vocês estavam se olhando de um jeito muito esquisito.
   — Ah, isso!
   — É, o que estava acontecendo?
   — Nada, como a gente disse. 
Marina solta o braço dele e desvia o olhar.
   — Não acredito nisso.
   — Mas é verdade, amor — mente Vinícius. — A gente só estava conversando.
   — Ok, se você não quer me contar, tudo bem. — Ela olha para ele e garante: — Eu descubro sozinha.
   — Marina. — Vinícius coloca uma mão no joelho dela. — Para de pensar besteira. É sério, não estava acontecendo nada entre a gente.
   — O que eu não entendo é por que você não quer me contar — ela rebate, ignorando tudo o que ele disse.
   — Não tem nada para contar!
   — Ok, Vinícius, ok! — Ela cruza os braços e olha para o outro lado. Vinícius passa a mão no cabelo e morde o lábio, sentindo-se frustrado e irritado.

No dia seguinte, Gabriel aborda Jaqueline em um corredor do colégio.
   — Você está bem? — pergunta após se cumprimentarem.
   — Na medida do possível — responde a loira.
   — A gente pode se encontrar mais tarde?
   — Podemos, mas por quê?
   — Eu quero conversar com você.
Jaqueline sente a intensidade das palavras dele e assente.
   — Ok, naquela sorveteria que tem lá perto da minha casa, pode ser?
   — Pode. Quatro horas?
   — Ok. Agora eu tenho que ir — diz a jovem. — Até mais tarde!
   — Até!
 Gabriel desce para o pátio principal e Jaqueline parte para a sua sala. Ela entra e passa por Isabela e Iago, que conversam sentados na carteira dele.
   — Como é a Cásper Líbero? — ele pergunta com curiosidade.
   — Ai, é muito legal! — responde Isabela com entusiasmo. — É uma estrutura maravilhosa, sem contar a qualidade de ensino, né?
   — Acho que alguém se encantou — ele sorri.
   — Me encantei mesmo! — Isabela gargalha. 
   — Então será que ano que vem você se muda para São Paulo?
Isabela sorri.
   — Não, acho que não. Cásper Líbero é maravilhosa, mas a PUC e a UFRJ continuam sendo as minhas primeiras opções.
   — Ah, sim. Então você continuará sendo bastante carioca — ri Iago e Isabela concorda, rindo com ele.

Durante a tarde, Malu e Samuel mergulham na piscina da casa dela. Em certo momento, a jovem senta na beira da piscina e deita sob o Sol. Sua pele pálida reluz na claridade solar e ela protege os olhos com um óculos de lentes escuras. Samuel continua mergulhando, sentindo o frescor da água em contato com seu rosto. Ele surge ao lado de Malu, que está com os olhos fechados, passa a mão pelo cabelo, retirando o excesso de água, e fica observando-a. 
   A jovem abre os olhos e se assusta com a proximidade dele.
   — Meu Deus! Quer me matar, Samuel? — ela ri.
   — Você é tão branca que parece que o Sol está doendo na sua pele.
   — Eu queria ter o bronze do meu pai, mas fiquei com essa cor de vela da minha mãe. — Ela dá de ombros. — Fazer o quê? 
   — Sua pele é tão clarinha, que nem dá para eu morder e apertar que já fica marcado.
Malu sorri.
   — Mas isso nunca foi um problema. Você me morde e me aperta do mesmo jeito.
   — Porque você faz o mesmo comigo. Pior até!
   — Pior? — ela ri.
   — Sim, você é muito selvagem. Sabe — ele tira os óculos dela e coloca no próprio rosto —, antes de começar a ficar com você eu não fazia sexo dessa forma tão... intensa.
Malu sorri e se apoia em um dos cotovelos, ficando com o rosto perto do dele.
   — Eu gosto de coisas intensas. Você não prefere assim?
Samuel acaricia o quadril dela, respondendo:
   — Com você prefiro. 
Ela sorri e dá um beijo nele.
   — Samuel Hamid.
   — Olha só! Aprendeu meu sobrenome? 
Os dois riem.
   — Uma hora tinha que aprender, né? — responde Malu. — Quem diria que um dia nós estaríamos juntos, né?
   — Sim. Se eu soubesse que você é tão gostosa assim, já tinha investido em você faz tempo.
Malu sorri e senta, ficando com as pernas dentro d'água, ao redor de Samuel.
   — Então você acha que eu sou apenas gostosa?
   — Óbvio que não. Aliás, para o padrão da sociedade nem gostosa você é, magrelinha.
   — Nem quero ser gostosa.
   — É por isso que eu gosto de você. Você é você. Você é gostosa do seu jeito. O jeito Maria Luíza de ser.
Eles sorriem um para o outro.
   — Devolve o meu óculos — ela exige, puxando o objeto do rosto dele.

    Desculpa a demora  fala Jaqueline ao sentar diante de Gabriel em uma sorveteria.
   — Tudo bem  ele responde , já estou acostumado a esperar por você. — Os dois trocam um sorriso íntimo e Jaqueline coloca sua bolsa sobre a mesa.
   — Então, o que você tem pra me falar que é tão importante assim?
Gabriel fita as próprias mãos apoiadas na mesa e respira fundo.
   — Eu pensei muito ontem, depois daquilo que você me contou.
   — Gabriel — interrompe a garota , aquilo é problema é meu. Você não tem que ficar pensando, remoendo as coisas. Você não tem nada a ver com isso.
   — Isso é muito sério pra você, então é importante pra mim.  Ele umedece os lábios e prossegue: — Eu pensei, repensei e pensei de novo, então o que eu vou te falar não é da boca pra fora. — Jaqueline continua olhando com intensidade para ele, que diz: — Eu estou disposto a assumir esse filho, Jaque.
   De tudo que passou pela cabeça de Jaqueline quando Gabriel a chamou para esse encontro na sorveteria, nada passou perto do que o rapaz acabou de lhe dizer.
   — O que você falou, Gabriel?
Ele estica a mão sobre a mesa e acaricia o braço dela.
   — Eu estou disposto a assumir esse filho — repete.
   — Caso eu esteja realmente... grávida — a palavra deixa a boca dela com dificuldade  esse filho é o Brian. Eu te disse isso ontem lá na biblioteca.
    Eu sei. Mas a gente transou naquele dia da festa da Ana, as pessoas acreditariam se você falasse que essa criança é minha.
    Eu não vou falar isso!  exclama Jaqueline afastando seu braço da mão dele. — Isso é loucura, Gabriel. Você tem noção do que está falando?
   — Sim, como eu disse, pensei muito sobre isso.
   — Se você pensou tanto assim, deve ter chegado à conclusão de que isso não é justo com você. Nem com o Brian, nem com... essa criança.
    O que não é justo é você estar grávida de um cara que mora em outro país.
   — Isso é azar meu! Gabriel, você não tem que se envolver nisso.
   — Eu quero me envolver nisso  ele retorque.  Jaque, eu me importo com você.
   — Se importar é uma coisa, outra é querer assumir um filho que não é seu com dezessete anos!
   — Dezoito — ele corrige.
   — Que seja! Você é muito novo para ser pai, ainda mais de um filho que não é seu.
   — E você é muito jovem para ser mãe sozinha.
   — Quem falou que eu vou ser mãe sozinha?
Gabriel sorri com piedade.
   — Jaque, você acha que o Brian vai se mudar para o Brasil?
   — Eu não sei!  ela responde e coloca as mãos na cabeça.  Eu não sei. Ainda não tive coragem para conversar com ele. Eu nem sei se estou realmente grávida! Não tive coragem de fazer o teste também. Ainda tenho fé de que eu não estou... de que isso não está acontecendo.
   — Independentemente do que estiver acontecendo, eu quero estar ao seu lado.
   — Por quê?  questiona Jaqueline.  Isso só iria atrasar a sua vida.
   — Porque eu te amo. — Os dois paralisam e se encaram.
   — Você perdeu o juízo! — exclama a loira levantando as pressas e caminhando para a saída. Gabriel joga algumas cédulas sobre a mesa e sai correndo atrás dela.
   — Jaqueline, espera!  pede segurando a loira pelo braço.
   — Eu não vou deixar você se afundar junto comigo  rebate a jovem olhando nos olhos dele.
   — A gente não vai se afundar, Jaque. Nós vamos construir um futuro juntos, nós três  acrescenta olhando para a barriga dela.
   — Para!  Jaqueline puxa seu braço e dá um passo para trás. — Eu não estou grávida e mesmo que eu esteja você não vai assumir criança alguma. O Brian é o pai, ele que tem que arcar com as consequências do nosso erro. E para de dizer que me ama. Você não me ama, caramba.
    Você quer controlar os meus sentimentos?  ele sorri se aproximando dela.  Eu nunca tinha dito isso em voz alta, mas agora que eu falei sinto vontade de gritar pra todo mundo ouvir. Eu te amo, Jaqueline!  ele grita olhando para o céu.
Algumas pessoas que caminham pela calçada observam os dois com curiosidade e Jaqueline aperta o braço dele.
   — Para com isso  pede com seriedade.  Você está maluco?
   — Maluco pelo o que a gente pode viver no futuro.
   — A gente não vai viver nada no futuro. Quer dizer, não juntos. Você vai seguir o seu caminho e eu vou seguir o meu. Sozinha. Porque não tem bebê nenhum dentro de mim.
   Gabriel acaricia o queixo dela por pouco tempo, pois a loira desvia de seu carinho.
   — Para de delirar, Gabriel. Eu estou indo embora agora, não é para me seguir. Fui clara?
   — Pensa na minha proposta.
Jaqueline sacode a cabeça, resmungando:
   — Você está maluco.  Ela dá as costas para ele e sai caminhando em passos apressados.

Com os pés apoiados no sofá, Isabela acompanha Chay trocar as cordas de seu violão. Nina caminha pela sala do apartamento dele, farejando aqui e ali. 
   — O Vinícius não vai vir? — pergunta Chay de repente.
   — Não, ele está estudando com a Marina. Ontem, eles tiveram um desentendimento, mas agora já está tudo bem.
   — Desentendimento?
   — É, o Vinícius não me contou, quem desabafou comigo foi a Marina. Ela ficou brava com o Vinícius, porque ele estava supostamente tendo uma conversa esquisita com o Victor, mas nenhum dos dois quis dizer o que eles estavam conversando. Ainda falaram que não era nada.
   — Eles se desentenderam por causa de uma conversa do Vinícius e do Victor?
   — É — responde Isabela. — A Marina disse que o Vinícius estava esquisito desde cedo, por causa de uma conversa que eles tiveram no intervalo. Parece que a Marina e a Yas estavam conversando sobre o Masterchef, daí chegaram no assunto do Vinícius ir para a França estudar gastronomia...
   — Eles conversaram sobre isso? — questiona Chay erguendo os olhos para ela. Algumas cordas velhas escorregam do colo dele e caem no chão. Nina cheira as cordas e continua perambulando pelo espaço.
   — Conversaram — responde Isabela começando a desconfiar da postura dele.
   — Nossa, que ironia, não? — Chay comenta com inocência, voltando a depositar sua atenção no violão. 
Isabela paralisa e franze a testa, observando seu pai com curiosidade.
   — Como assim? — pergunta instantes depois. — Por que isso é irônico?
Chay olha novamente para Isabela.
   — Oi?
   — O senhor disse que é uma ironia eles conversarem sobre o Vinícius ir para a França. — Ela umedece os lábios e encara Chay. — Por que isso é irônico, pai? O senhor está sabendo de algo que nós não estamos?

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