Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 336 [Parte 1]: Victor não esconde preocupação de Yasmin

No início da noite, os jovens chegam ao condomínio. Evaldo para em frente à mansão de Lua e Arthur e Victor e Marina descem.
   — Espera só um instantinho — pede Vinícius ao motorista e também desce. Victor passa pelo portão fingindo não reparar nos olhos inchados e vermelhos da irmã, que fica parada na calçada. 
   Vinícius rodeia o carro e para na frente dela.
   — Dorme e descansa, ok?
   — Vou tentar — responde Marina. Ela acaricia o rosto dele e Vinícius fecha os olhos. — Desculpa pela a minha atitude no carro, eu perdi o controle.
O rapaz abre os olhos e segura a mão dela com força.
   — Para de se desculpar — diz com firmeza. — Você não tem que ficar pedindo desculpas pra ninguém, principalmente pra mim. Marina, sou eu. 
Os olhos dela se enchem de lágrimas.
   — Eu nunca fiquei tão frustada em toda a minha vida. Sabe o que você ler a questão inúmeras vezes, saber que ela é de nível fácil e mesmo assim você não fazer a menor ideia da resposta certa?
   — Não fica se torturando com isso — pede Vinícius colocando os braços na cintura dela. — Passou, Marina. Bola pra frente.
Ela assente e retribui o abraço.
   — Obrigada por todo o apoio.
   — Eu te adoro, é isso.
Marina sorri e dá um beijo no pescoço dele.
   — Vou entrar, estou precisando de um banho quente e cama.
   — Relaxa, ok? Relaxa!
   — Pode deixar. — Eles dão mais um abraço e um beijo e Marina entra.

No dia seguinte, reunidos em uma mesa da lanchonete, Laís, Alexandre, Daniela, Maísa, Jonas e Samuel tomam café antes das aulas começarem.
   — A Aline não vai vir hoje — comenta Laís comendo um salgado de frango.
   — Por quê? — indaga Alexandre.
   — Entrou em depressão após o vestibular? — brinca Samuel abrindo uma latinha de Coca-Cola. Eles riem e Laís fala:
   — Ontem, depois do vestibular, ela foi para a casa do Iago. Daí ela mandou uma mensagem no grupo depois falando que ia tentar convencer ele a faltar hoje.
   — Posso imaginar como ela convenceu ele — ri Daniela. — Ela tem dormido bastante na casa dele, né?
   — Só dormindo, né? — Jonas sorri enquanto tira a embalagem de um pirulito. As meninas trocam um olhar e ele pergunta com espanto: — Eles transam?
   — Tá por fora, Jonas — ri Alexandre e Laís dá uma cotovelada nele.
   — Fica quieto, Alê.
   — Olha só o Iago, jurava que ele era virgem — ri o namorado de Maísa.
   — Passado, querido — Daniela responde.
   — Ah, mas eu vou ter que zoar com...
   — Jonas — censura Maísa. — Não começa, ok?
   — Estou brincando só, relaxa — ele sorri. — Vocês sabem que eu só zoou o Lorenzo.
   — Seria engraçado, se não fosse verdade — responde Samuel sorrindo. 
   — Ainda não consigo acreditar que você está namorando com essa pessoa — Laís fala para a prima.
   — Aceita, Laís — ri Alexandre.
   — Ela gosta de mim porque eu deixo ela sem ar — fala Jonas. Ele e Maísa se olham e ele começa a rir.
   — Cala a boca — responde Maísa bagunçando o cabelo dele.
   — O que foi, gente? — indaga Alexandre com curiosidade.
   — Nada — diz a loira e Daniela fala:
   — Alguma coisa tem, senão vocês não tinham se olhado assim.
Jonas continua rindo e Maísa insiste:
   — Não é nada. É só idiotice do Jonas.
   — Conta pra gente — pede Alexandre curioso. 
Maísa lança um olhar cortante para Jonas.
   — Você me paga por isso.
   — Agora até eu estou curioso — diz Samuel tomando refrigerante. 
   — Conta logo — diz Maísa para Jonas. — Já começou, termina.
   — Mas eu não falei nada — ele responde ainda rindo.
   — Conta de uma vez! — exclama Laís.
Jonas olha para Maísa, que autoriza:
   — Conta.
O rapaz olha para os colegas e fala:
   — É que esses dias eu e a Maísa estávamos namorando e as coisas foram esquentando...
   — Ok, não quero mais saber — interrompe Laís.
   — Mas eu quero! — retorquem Daniela, Alexandre e Samuel ao mesmo tempo. Eles riem e Jonas continua:
   — A gente estava ali no vocês sabem o quê e de repente a Maísa começou a ficar ofegante. — A loira dá um leve sorriso e balança a cabeça levemente. Jonas prossegue: — Eu pensei que estava normal, né? Porque eu também estava um pouco ofegante.
   — Eles gostam de sexo selvagem, percebam — brinca Samuel rindo.
   — Olha quem fala — rebate Jonas e eles riem.
   — E aí? — indaga Alexandre.
   — De repente a Maísa cai pro lado extremamente ofegante. 
   — Eu tive uma crise asma — resume a loira e todos caem na gargalhada. 
   — Durante o sexo? — espanta-se Samuel.
   — Gente, que doido! — exclama Alexandre rindo.
   — É mais comum do que parece — fala Maísa. — Uma atividade muito intensa pode desencadear uma crise.
   — E o que vocês fizeram? — pergunta Daniela.
   — Eu dei uma bombinha pra ela e as coisas foram melhorando — Jonas responde.
   — Só eu lembrei do Leonard de The Big Bang Theory? — ri Daniela.
   — Nossa, é verdade! — concorda Alexandre.
   — Maísa Hofstadter — brinca Samuel e Jonas exclama:
   — Nossa, você sabe até o sobrenome dele.
   — Claro, faço maratona direto.
Eles riem e continuam conversando.

Com olheiras ao redor dos olhos, Yasmin e Felipe chegam à sala e se encontram com Vinícius e Isabela.
   — Nossa, que cara de mortos — ri Vinícius após eles se cumprimentarem. 
   — Eu nem queria vir hoje — comenta Felipe.
   — Ih, vamos com calma! — Isabela pede sorrindo. — A primeira batalha nós vencemos, agora a guerra só está no começo, amor.
   — Quem falou que eu venci o vestibular da PUC? — rebate Felipe se largando na carteira dela. — Eu fui chutado, pisado, esfregado no chão por aquela prova.
Isabela e Vinícius riem.
   — Para de drama! — pede a garota. — Você mesmo disse que foi bem ontem.
   — Gente — fala Yasmin e eles olham para ela. — Não vamos ficar falando do nosso desempenho, ok? A Marina e o Victor já estão na bosta, a gente ficar falando que foi bem pode deixar os dois ainda mais pra baixo.
   — É verdade — apoia Felipe.
   — Eu nunca vi a Marina não abatida — comenta Vinícius com seriedade.
   — E o Victor? Eu mal sei como agir com ele — confessa Yasmin. Os olhos dela ficam marejados e ela desvia o olhar.
   — Eu sou a única que estou otimista aqui, né? — diz Isabela. — Eles são muito inteligentes, gente. Os dois vão conseguir passar.
   — Eles querem engenharia, Isa — responde Felipe. — Muita gente dessa sala, que sempre estudou nos melhores colégios do Rio, não passaria. É um curso muito concorrido.
   — Eu sei, mas eu tenho fé. 
   — Milagre não faz ninguém passar no vestibular.
   — Deus ajuda quem merece.
Yasmin interrompe os dois:
   — Vamos parar com isso? 
   — É — Vinícius apoia. — Vamos apenas parar de falar nesse vestibular.

No fundo da sala, Luciana e Pedro comentam as questões do vestibular do dia anterior enquanto Jaqueline permanece quieta em uma carteira. O grupo que estava na lanchonete entra e Jonas e Samuel caminham para o fundo. Enquanto Samuel para no lugar de Malu, Jonas vai até o trio.
   — E aí, gente!
   — Oi — respondem os três.
   — Onde você estava? — pergunta Pedro. — Cheguei, vi sua mochila, mas não te encontrei.
   — Estava tomando café com a sua namorada lá na lanchonete — conta o rapaz.
   — Hã? Eu não tenho namorada.
   — Ele está falando da Daniela, seu idiota — rebate Jaqueline.
   — Ah — Pedro volta a olhar para Jonas —, por que você estava com a Dani na lanchonete?
   — Estava todo o pessoal da Maísa — responde Jonas abrindo mais um pirulito. — Querem? — oferece aos demais.
   — Não — responde Jaqueline torcendo o nariz. — Esse cheiro de tutti-frutti até embrulhou meu estômago. 
   — Eu também não quero — Luciana fala.
   — Não quer dar uma chupadinha no pirulito do Jonas, Lu? — provoca Pedro com malícia. 
A morena olha com descrença para Pedro.
   — Cresce, moleque.
   — Vai dizer que você não gosta?
   — Isso é passado, ok?
   — Então você já chupou?
Jonas interrompe:
   — O que nós fizemos ou deixamos de fazer não é da sua conta, Pedro.
   — Toma! — ri Jaqueline.

Nas carteiras ao lado das deles, Malu e Samuel conversam.
   — Dormiu bem? — ele pergunta.
   — Dormi aliviada. Agora é foco no ENEM.
   — É, eu também. Além do vestibular da PUC-RS.
Malu assente.
   — Não é fácil o terceiro ano.
   — A vida não é fácil.
   — Para de filosofar, Samuel! — pede Malu e eles gargalham.

Os gêmeos chegam ao colégio e Victor vai direto para seu lugar no fundo da sala. Isabela olha surpresa para Yasmin, que dá de ombros. Marina dá um leve sorriso para os amigos e fala:
   — Bom dia, gente.
   — Bom dia — eles respondem. 
A jovem senta ao lado de Felipe, que afaga o joelho dela.
   — Dormiu bem?
   — Razoavelmente bem. — Ela olha para o namorado, que lança um olhar carinhoso para ela.
   — E o seu irmão? — questiona Yasmin. Marina olha para o fundo da sala e todos fazem o mesmo.
   — Sinceramente? Não sei — responde Marina. — Acho que ele nem dormiu essa noite.
   — Você está sendo eufêmica, né? — Isabela pergunta espantada.
   — Nem sei o que é isso, Isa.
Vinícius explica com calma:
   — Vem de eufemismo, minimizar os fatos, suavizar as coisas. 
   — Ah. Não, eu não minimizei nada, Isa — Marina fala. — Eu ouvi passos no corredor durante a madrugada e depois a porta do Victor fechando.
   — Se você ouviu é porque também estava acordada — observa Felipe. Marina não responde.
   — Vou lá falar com ele. — Yasmin pula da carteira de Vinícius e vai para o fundo da sala.
Ao se aproximar da mesa dele, a loirinha se abaixa e dá um beijo na nuca do namorado, que está com a cabeça baixa.
   — Oi, Yasmin — ele fala ao olhar para ela.
   — Como você está? — pergunta a garota se agachando ao lado da mesa. Victor encosta mais na parede para Yasmin poder dividir a cadeira com ele.
   — Estou preocupado, só isso. 
A garota fica olhando em silêncio para ele por alguns segundos até que diz:
   — Não fica se preocupando muito. 
   — Não consigo.
   — Eu sei, eu também não consigo — Yasmin confessa sem pensar. — A Isabela está otimista que vocês vão passar — conta e Victor ri.
   — A Isabela realmente tem algum problema.
   — Eu estou tentando pensar como ela.
   — E está conseguindo?
Yasmin demora para responder.
   — É muito difícil. 

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