Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 326: Vinícius e Isabela evitam Chay e Júlia


Chay dá de ombros.
   — Não estou querendo dizer nada, Mel. Nem que sim, nem que não. 
Mel fica olhando para ele em silêncio, até que diz:
   — Ok, a vida é sua, não é? Eu não deveria nem ter te questionado. — Ela dá meia volta e retorna para o salão principal do restaurante.

O som do atrito com o asfalto molhado traz uma sensação boa para Maísa, que está com a cabeça apoiada na janela de um táxi, olhando para fora. Minutos depois, ela olha para o celular em seu colo e diz para o motorista:
   — Na próxima direita você vira, tá?
   — Tá — responde o senhor. A loira volta a encostar a testa no vidro e observa a escuridão das margens de uma das rodovias da cidade. 
   Alguns metros depois, o táxi entra em um trecho sem asfalto rodeado por mata fechada. O motorista espia a lama sob os pneus e volta a encarar mais a frente, enxergando somente a lama que os faróis do carro iluminam.
   — Você tem certeza que é esse o caminho? — questiona olhando para Maísa pelo retrovisor. 
   — Sim — responde a loira após conferir mais uma vez o celular. — É só seguir reto. — Ela olha para fora do carro e não consegue sufocar o medo que começa a surgir em seu peito. 
   Para o alívio tanto de Maísa quanto do motorista do táxi, instantes depois eles visualizam um chalé no final da trilha lamacenta. 
   — Chegamos — diz o senhor parando em frente ao chalé. Uma fina garoa começou a cair minutos antes deles chegarem ao chalé e Maísa ergue o capuz de seu casaco e cobre o cabelo loiro.
   — Obrigada — agradece após pagar o motorista. Ela alcança sua mochila no chão do carro e sai, tentando caminhar o mais rápido para a proteção do chalé enquanto tenta não cair na lama.
   A porta se abre assim que Maísa se aproxima da entrada e Jonas abre um sorriso quando a vê.
   — Você realmente veio.
Maísa sorri de volta.
   — Eu não disse que vinha?
O rapaz passa um braço pela cintura dela e a puxa para dentro do chalé. Eles dão um beijo intenso e depois Jonas pega a mochila da mão dela, indo até um sofá no centro do chalé.
   — É bem bonito aqui — comenta Maísa analisando o único cômodo do chalé. Há um sofá de três lugares, uma poltrona grande e uma mesinha de centro sobre um tapete marrom diante da porta. Olhando para a direita é possível ver uma pequena cozinha com balcão americano e ao fundo estão uma cama e duas mesinhas de cabeceira, cada uma de lado do móvel.
   — São dos meus pais — conta Jonas sentado no sofá enquanto Maísa se junta a ele. — Eles gostam de brincar dizendo que eu fui produzido aqui — ele ri.
   — Opa, então é bom a gente tomar cuidado — gargalha Maísa e Jonas coloca uma mão na nuca dela, dizendo:
   — Eu vim prevenido, pode ficar tranquila. — Eles dão mais um beijo e ele indaga: — Como foi se livrar dos seus amigos?
Maísa ri e se acomoda mais no sofá.
   — Ah, a gente ficou assistindo séries e quando acabou eu falei que tinha combinado de dormir na casa da Dani.
   — Você usou a Daniela de álibi? — ri Jonas.
   — Nossa, com você falando assim até parece que eu estou cometendo um crime — Maísa sorri e passa a mão pelo cabelo, que está bastante frisado por causa do tempo.
   — Você, sozinha comigo em um chalé na saída da cidade vai parecer um crime para os seus pais. 
A loira ri.
   — É verdade, mas eles nem desconfiam que eu estou aqui, então não tem problema.
Jonas passa a mão pela perna dela enquanto pergunta:
   — Você não se sente mal por mentir para os seus pais e para os seus amigos pra estar aqui comigo?
   — Se eu contasse para os meus pais eles não deixariam e se eu contasse pra Laís seria capaz dela contar pra eles. Aliás eu sou responsável o suficiente para passar uma noite com você aqui.
   — E quem falou que a gente só vai passar uma noite?
Maísa sorri e arqueia uma sobrancelha.
   — Isso é um sequestro?
   — É o que você quiser contanto que você me beije agora.
Eles riem e continuam conversando e trocando carinhos no sofá.

Deitados lado a lado, os gêmeos filhos de Lua e Arthur conversam na cama dele, fitando o teto.
   — Posso te perguntar uma coisa? — ela fala.
   — Hum.
Marina olha para o irmão ao questionar:
   — Você não sente falta dos Estados Unidos?
   — Pensei que você soubesse a resposta.
   — Eu sei que eu sinto, agora não posso responder por você — ri a morena e Victor olha para ela.
   — Ué, não somos gêmeos? Você deveria sentir o que eu sinto.
Marina ri e dá um tapa no braço dele.
   — Idiota. Para de rodear e responde logo a minha pergunta.
   — Eu sinto falta, claro que eu sinto.
   — É que você nunca demonstra nada.
   — Só porque eu não fico me lamentando igual você? — ri Victor. — É que eu gosto de me mudar, conhecer lugares novos, viver novas experiências.
   — Então vai ser fácil pra você voltar.
   — É diferente — discorda Victor. — Não é fácil partir quando se deixa para trás pessoas especiais.
   — Yasmin — sussurra Marina.
   — Não só ela, todo mundo. A grande anã, o Vinícius, até o Felipe — Victor dá uma risada melancólica. — Eles se tornaram mais do que amigos, né?
Marina assente.
   — Com certeza. Não se passou nem um ano que a gente chegou, mas vivemos tantas coisas, né?
   — Põe coisas nisso!

Durante a sobremesa, Mel pergunta aos filhos:
   — Vocês não querem ir falar com o pai de vocês?
Vinícius e Isabela trocam um olhar e ela responde:
   — É... acho que seria um pouco... constrangedor.
   — É — apoia Vinícius. — Vamos passar essa.
Reinaldo sorri junto com eles e recebe um carinho de Mel em sua perna. Eles se olham de maneira terna e íntima e voltam a conversar com os filhos dela.

Na pequena cozinha do chalé, Maísa experimenta um macarrão feito por Jonas minutos antes.
   — Nossa — fala ainda de boca cheia. — Que delícia, Jonas.
Ele sorri e também come.
   — É ficou bom mesmo. E olha que eu não sou de cozinhar não.
   — Todo mundo sabe fazer macarrão — ri Maísa limpando a boca com um guardanapo de papel. — Quer dizer, todo mundo menos eu.
Jonas acaricia o rosto dela e fala:
   — Você não é todo mundo.
   — Espera aí! — exclama Maísa largando os talheres. Ela apalpa o rosto e pescoço de Jonas, indagando: — Mãe, é você quem está aí?
O rapaz, que até então estava espantado com o comportamento dela, começa a rir.

Poucos minutos após a meia noite, Marina recebe uma mensagem de Vinícius. Ela estava quase adormecendo, por isso leva um tempo a mais para compreender o que ele escreveu. Em seguida, levanta e caminha descalça e de pijama até o corredor. 
   Ao passar pela porta do quarto dos pais ouve o ronco de Arthur e dá uma leve risadinha. Coçando os olhos, desce a escada e vai até a porta principal.
   — Boa noite — Vinícius sorri de maneira radiante ao vê-la.
Marina afasta os fios soltos de seu coque bagunçado do rosto e sorri de volta.
   — O que você está fazendo aqui?
   — Vim lhe entregar isto. — Vinícius mostra uma margarida amarela para ela.
Marina pega a flor, dando um sorrisinho forçado.
   — Obrigada, mas... — Ela estica o pescoço para olhar por trás dele. — Está tarde, né Vini?
   — Chegamos agora.
Ela demora para entender.
   — Ah é, você foi jantar com o Reinaldo.
   — Sim, depois nós vamos para um boliche. — Ele sorri. — O Reinaldo é mais gente boa do que eu pensava.
Marina respira fundo e se apoia no batente da porta, ficando mais próxima do namorado.
   — Desculpa, Vinícius, não quero cortar a sua empolgação nem nada, mas é que eu estou com muito sono. Então... — ela olha por sobre o ombro para o interior da mansão e volta a encará-lo — você não quer entrar?
   — Não vou incomodar? — Vinícius pergunta humildemente e Marina sorri.
   — Na verdade, eu durmo melhor quando você está comigo. — Ela pega na mão dele e o traz para dentro de sua casa. — Vem.
Os dois sobem para o quarto de Marina e enquanto Vinícius tira o sapato e a calça jeans, Marina tropeça até o banheiro e coloca a margarida em um potinho com água. Ao retornar para perto da cama, indaga para o namorado:
   — Não quer uma calça? Está frio.
   — Não precisa — responde Vinícius já sob o cobertor. — Quando você deitar vai esquentar.
Eles trocam um olhar divertido e Marina apaga a luz antes de se deitar ao lado dele.
   — Eu te amo — fala a jovem de repente, rompendo o silêncio do quarto.
   — Eu sei — responde Vinícius abraçando o corpo dela.
Marina ri e dá um beijo no pescoço dele.
   — Não é por que você demonstra em cada gesto que me ama, que eu não queira ouvir essas palavras.
Ele sorri e aperta a cintura dela.
   — Cada partícula do meu corpo vibra de amor por você.
Marina gargalha e se aconchega nos braços dele.
   — Acho que nós estamos delirando de sono, porque estamos falando coisas muito viajadas. 
Eles riem e Vinícius fala:
   — Então vamos dormir.
   — Vamos. Fecha os olhinhos.
   — Fechei, você fechou? — indaga Vinícius tentando não rir.
   — Fechei — garante Marina quase gargalhando.
   — Será que você fechou mesmo?
   — Fechei, só você que não está vendo.
Os dois não conseguem se controlar e caem na gargalhada.
   — Vamos dormir que a gente ganha mais — fala Vinícius.

Chay para seu carro em frente ao prédio de Júlia. Eles descem e a assessora de imprensa abre o portão do condomínio.
   — Obrigada pelo jantar e pela ótima companhia — fala Júlia sorrindo.
   — Eu é que tenho que agradecer pelo ótimo papo nessa noite — responde Chay.
   — Foi muita coincidência a gente encontrar a Mel e os seus filhos, né?
   — Você se esqueceu do Reinaldo.
   — Ah é, boa pinta ele, né?
   — Sou mais eu! — ri Chay e Júlia faz o mesmo.
   — É uma questão de ponto de vista.
   — Nossa, então você não me acha mais tão boa pinta como antes?
   — Eu não sou mais aquela Júlia — sorri a assessora.
   — Ok, entendi o recado. — Os dois riem.
   — Até mais, Chay!
   — Até! — Eles dão um abraço e Júlia passa pelo portão.
Chay fica observando ela entrar e não toma consciência do que faz em seguida.
   — Júlia, espera!
   Sua primeira namorada se vira para ele.
   — O que foi?


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