Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 324: Reencontro inesperado entre Mel e Chay


Os dedos de Vinícius estão encostados nas teclas do piano de Branca e toda a atenção dele está voltada para a senhora, que fala algumas instruções sobre o instrumento. Felipe observa os dois a uma certa distância, encostado na janela. O celular dele começa a tocar e o nome de Isabela aparece na tela.
   — Oi, Isa! — fala virando de costas para a avó e o melhor amigo pra não atrapalhar a aula.
   — Oi, Felipe. Estou incomodando?
   — Você nunca incomoda — ele sorri. — É o tempo do Vinícius — esclarece em seguida.
   — Ah tá, porque eu estou precisando desabafar um pouco.
O rapaz franze a testa.
   — O que aconteceu?
   — A minha mãe convidou eu e o Vinícius para um jantar hoje.
   — E o que é que tem?
   — É com o Reinaldo.
Felipe relaxa o corpo contra a cortina.
   — Pensei que fosse algo grave.
   — Isso é grave! — indigna-se Isabela. — Eu não sei se estou preparada para esse jantar.
   — Isa, você não prometeu pra sua mãe que ia se esforçar pra melhorar essa situação? Essa é a sua chance!
   — Eu sei, eu estou me esforçando. Acontece que eu não sei se eu vou saber lidar com isso. Eu quero ir nesse jantar, quero fazer as coisas direito, mas... e se eu estragar tudo?
   — Você não vai estragar tudo — garante Felipe.
   — Mas e se? — insiste Isabela. — Não quero que a minha mãe se decepcione comigo.
   — A Mel não vai se decepcionar, Isa, ela está vendo o seu esforço.
   — Eu estou muito insegura!
Felipe passa a mão na testa, fitando o jardim através da fina cortina.
   — Olha — diz em seguida —, se você quiser eu posso ir com você.
   — Não, você tem que estudar para a prova de literatura.
   — Essa prova é só segunda, eu tenho amanhã para estudar.
   — Você não vai conseguir estudar todo o conteúdo em um único dia, Felipe.
   — Eu sempre faço isso, Isa!
A garota continua firme em sua decisão.
   — Não. Era só o que faltava, eu ser responsável pela fracasso desse jantar e pela sua nota baixa em literatura.
Felipe suspira.
   — Você está colocando muita pressão em cima de si mesma, amor.
   — É que eu quero fazer as coisas darem certo!
   — Aja naturalmente que as coisas darão certo. Presta atenção, você só tem que chegar nesse jantar e ser você mesma. A menina educada, simpática e meiga que conquista todo mundo.
   — Não é porque eu te conquistei que eu conquisto todo mundo — brinca Isabela e os dois riem.
   — Viu? Basta ser assim que eu não tenho dúvidas de que vai dar tudo certo.
   — Consegui! — exclama Vinícius sorridente. Ele olha para Felipe e chama: — Felipe, vem cá ver o que eu aprendi!
Branca ri e Felipe fala para Isabela:
   — Eu preciso desligar, Isa. O Vinícius quer me mostrar o primeiro feito dele no piano.
Isabela ri.
   — Tudo bem. Obrigada pela ajuda! Te amo, tchau.
   — Também te amo. Tchau! — Eles desligam e o moreno vira-se para o amigo e a avó, sorrindo. — O que foi, Chopin?

Sentada sozinha em um quiosque na praia, Jaqueline recebe alguns olhares curiosos devido à sua roupa, que é ainda é a que ela usou na festa de Clara. Mesmo assim, a loira parece não se importar, permanece encarando o mar agitado e olhando impacientemente sobre o ombro. Em uma dessas espiadas, visualiza Luciana descer de um táxi.
   — Ainda bem que você chegou! — exclama nervosa quando a amiga aproxima-se.
   — O que aconteceu? — pergunta olhando para o estado dela. — Por que você está com a mesma roupa de ontem? — ela franze a testa.
Jaqueline solta um suspiro e apoia o queixo na mão.
   — É sobre isso que eu quero conversar com você.
Luciana senta diante dela e fica fitando a loira com intensidade.
   — O que foi?
   — O que aconteceu ontem, Lu?
   — Você não se lembra?
   — Eu lembro da gente dançando e bebendo. 
   — Foi isso o que aconteceu — afirma a morena ainda estranhando toda a situação.
   — Não pode ter acontecido só isso. Não justifica o que eu me deparei hoje de manhã.
   — Fala logo o que houve, Jaqueline. Você está me deixando nervosa.
   — Eu acordei na cama do Gabriel! — conta a loira para a perplexidade de sua amiga.
   — Como é?
   — Eu acordei na cama do Gabriel. Nua — acrescenta, desviando o olhar.
   — Isso quer dizer que vocês...
   — Sim.
O queixo de Luciana despenca.
   — Como isso foi acontecer?
   — É isso o que eu quero saber! — exclama Jaqueline impaciente.
   — Olha, Jaque, eu também bebi ontem, mas lembro muito bem do que aconteceu. Você e o Gabriel não ficaram naquela festa! Eu estava junto com vocês o tempo todo e nada aconteceu. Vocês ficaram se provocando, mas não passou disso.
   — E como eu fui parar na casa dele?
   — Na hora de ir embora, todo mundo se despediu e você, ele e o Samuel foram em um táxi.
   — O Samuel foi com a gente?
   — Sim. E eu fui com o Jonas e a Maísa em outro.
Jaqueline reflete.
   — Então se o Samuel foi com a gente, ele deve saber de mais alguma coisa.
   — Sim.
A loira pega o seu celular na bolsa com rapidez.
   — Então eu vou ligar pra ele agora! — Ela disca com rapidez o número do amigo. — Samuel? Oi, Sam! Eu preciso saber uma coisa com você sobre... Ok. Tá bom. Tchau.
   — O que foi? — indaga Luciana enquanto Jaqueline olha com estranheza para o próprio celular.
   — Ele foi super frio comigo, disse que estava dirigindo e não dava pra falar.
   — O Samuel tem carteira? — surpreende-se Luciana.
   — Sim, ele tirou mês passado — conta Jaqueline distraidamente. — Depois eu ligo de novo.
Luciana fica pensativa por um momento.
   — Agora não adianta também saber de muita coisa, né? Já aconteceu mesmo.
   — É — lamenta Jaqueline. — Eu só queria entender isso tudo.
   — Eu ainda não estou acreditando! — exclama a morena. — Você e o Gabriel transaram.
   — Para de falar isso — pede Jaqueline deitando sobre a mesa. — Eu ainda estou processando tudo o que aconteceu.

Com a lateral do rosto quente, Maísa desperta e se mexe na cama. O braço de Jonas escorrega da sua cintura e ela olha para ele, que continua dormindo tranquilamente. A loira levanta, alcança um robe branco e caminha descalça até a porta. Ela espia o corredor e apura os ouvidos, tentando ouvir algum ruído que indique que seus pais acordaram.
   Quando vira novamente para dentro do quarto, leva um susto ao ver Jonas olhando para ela.
   — Nossa, não te vi acordando!
Ele sorri e senta na cama.
   — Já está muito tarde? — indaga, esticando o pescoço para olhar pela janela.
   — Não o suficiente para os meus pais já estarem acordados. 
Ela retorna para a cama e senta perto dele.
   — Você precisa ir logo.
   — Eu não quero! — exclama o rapaz afundando a cabeça no travesseiro.
   — Larga de preguiça, Jonas — pede a garota dando um tapa no corpo dele por cima do cobertor.
   — Não é preguiça.
   — É folga? — ela ri.
   — Eu queria passar mais um tempinho com você.
Maísa sorri e deita a cabeça na barriga dele.
   — Eu adorei a nossa noite.
   — Eu também — ele responde passando a mão pelo cabelo dela. — Você é maravilhosa.
   — Eu sei.
Os dois riem e Maísa endireita-se.
   — Mas é sério, é melhor você ir. Se os meus pais te encontrarem aqui... Prefiro nem imaginar!
Jonas pula da cama e começa a se vestir.
   — Seria tão ruim assim?
   — Eles mal lembram que te conheceram na festa da MelPhia!
   — Nossa! — ele exclama passando a camisa pela sua cabeça. — Meus pais não te conhecem pessoalmente, mas sabem que você existe.
   — O que eles sabem de mim? — indaga a loira pegando a embalagem de preservativo e indo para o banheiro.
   — Eles sabem que tem uma garota chamada Maísa que tem me dado um baita apoio nessa fase.
   — Oh, que meigo, seus pais acham que eu sou sua terapeuta! — brinca a loira e eles riem. Ela sai do banheiro e comenta: — Pra não falar que os seus pais não sabem nada de você, eles têm o conhecimento que tem um menino na nossa sala que a Laís odeia.
   — Nossa, que reputação maravilhosa — ele ironiza. — Se bem que pra mim é um elogio a Laís não gostar de mim.
Maísa atira as meias dele nele.
   — Cala a boca! — Quando Jonas termina de se aprontar, ela pega na mão dele e o puxa até a porta. — Não abre a boca, não faz nenhum barulho nem respira.
Ele ri, mas assim que recebe o olhar torto de Maísa fica mudo. Os dois caminham em passos leves pelo corredor e descem as escadas. No hall de entrada, Maísa vira para ele e diz:
   — Por sorte a diarista não vem hoje.
   — É. — Ele rouba um beijo dela e abre a porta. — Tchau!
   — Tchau. Ah! — ela exclama, sussurrando, e puxa ele pelo braço. — Tem um ponto de táxi na avenida a duas quadras daqui.
   — Ok. Quando eu chegar em casa, te aviso.
   — Não precisa, não sou sua mãe.
Jonas ri e aperta a ponta do nariz dela.
   — Sua grossa.
Eles dão mais um beijo e o rapaz vai embora.

Com sua bolsa saco, Malu aguarda Samuel sentada no meio fio. Ela deita a cabeça nos joelhos e fecha os olhos, ainda bastante cansada da noite anterior e com as costas doloridas. Uma freada brusca assusta a jovem, que ergue rapidamente a cabeça. Ela observa o carro preto em sua frente e fica em pé ao mesmo tempo em que a janela é aberta.
   Malu e Samuel trocam um olhar duro e ela abre a porta do passageiro. 
   — Bom dia — fala o rapaz dando partida no veículo.
   — Bom dia — responde a morena encaixando o cinto de segurança. Ela escorrega no banco quando Samuel faz uma curva em alta velocidade.
Os dois permanecem em silêncio durante vários quarteirões. Samuel diminui a velocidade em uma avenida e liga o pisca-alerta, dizendo:
   — Vou encher o tanque. 
O veículo entra em um auto posto e ao parar em frente a uma bomba, Samuel desce. Malu coloca os pés no banco e passa a mão no cabelo, soltando um suspiro. Em seguida, agindo por impulso, abre a porta do passageiro e pula para fora do carro.
   — Por que a gente não está se falando, hein? — questiona com irritação para Samuel, que coloca gasolina no veículo.
   — A gente precisa conversar.
   — Conversar sobre o quê? Sobre eu ter dormido na casa de uma amiga? Convenhamos, né Samuel!
Ele dá uma risada fria.
   — Uma amiga.
Malu dá um tapa na lataria do carro.
   — Qual é o seu problema, hein?
Após olhar para trás e constatar que a conveniência do posto está aberta, Samuel fala:
   — Vamos comer alguma coisa lá dentro e a gente conversa.
A jovem não espera ele terminar de encher o tanque e ruma para o local sozinha.

Depois de assinar alguns papéis no escritório de seu empresário, Chay pega o elevador e fica batucando distraidamente no espelho. Alguns andares abaixo, o elevador volta a se abrir e Júlia entra para o espanto dos dois.
   — A gente só se encontra em elevadores? — ela brinca fazendo referência ao último encontro dos dois.
   — É o que parece — ri Chay enquanto as portas voltam a se fechar. — O que você veio fazer aqui?
   — Eu tenho uma amiga que tem um escritório aqui — responde Júlia sorrindo. — E você?
   — O escritório do meu empresário fica aqui.
   — Ah, entendi.
Eles ficam em silêncio e instantes antes do elevador chegar ao térreo, Chay vira-se para Júlia e diz:
   — Da última vez eu te convidei para um café e você não aceitou, será que hoje você aceitaria um jantar?
Júlia sorri.
   — Eu não aceitei da outra vez porque estava no meu horário de trabalho. Mas hoje a noite eu estou livre.
Eles se olham e sorriem.

A conveniência do auto-posto em que Samuel e Malu encontram-se é idêntica a qualquer outra e no momento está vazia, exceto pelo casal que repousa em uma mesa, um de frente para o outro.
   As mãos de Samuel estão apoiadas sobre a mesa e Malu observa ele com os braços cruzados.
   — E então, o que nós temos para conversar? — ela indaga com a voz áspera.
   — Eu tenho uma pergunta pra te fazer.
   — Que pergunta?
   — O que você sente pela Mayara?
Malu gargalha.
   — Isso é sério?
   — Me responde, Malu — pede o rapaz sem esboçar qualquer sorriso.
   — Ela é minha amiga! — exclama Malu com obviedade. — Nós somos amigas, Samuel.
   — E aquilo que você me contou sobre vocês?
   — Aquilo é passado! Se você está achando que nós duas ficamos ontem, você...
   — Eu não estou pensando isso — interrompe Samuel. — Você não é o tipo de pessoa que trai alguém.
   — Pelo menos nisso você está certo — resmunga Malu.
   — O que eu quero saber é se você ainda sente alguma coisa por ela?
   — Não no sentido que você está pensando — responde a morena de imediato. — Eu não sinto nenhum tipo de atração pela Mayara, nem por qualquer outra menina.
   — Era só isso o que eu queria saber. — Ele olha para o copinho de café em sua frente. — Você deve estar pensando que eu estou incomodado pelo simples fato da Mayara ser lésbica e tal, mas...
   — Ela é bissexual — explica Malu.
   — Que seja. Malu, isso não tem nada a ver com sexualidade dela. Eu só queria realmente saber se você ainda sente alguma coisa por ela mesmo, assim como poderia ser com qualquer outra pessoa.
   — Ok, foi apenas uma ceninha ridícula de ciúmes, não uma ceninha ridícula homofóbica de ciúmes, né? — Ela dá uma leve risada.
   — Basicamente.
   — Entende uma coisa, Sam. Se eu estou com você, é porque eu quero estar com você. Se eu sentisse atração por qualquer outra pessoa, eu colocaria um fim no que a gente tem, entendeu?
Samuel toma um gole do café e fica em silêncio. Nesse tempo, Malu coça o cabelo e olha para as embalagens de uns bolinhos que estão em uma prateleira. 
   — Eu estou me sentindo um idiota — fala Samuel e ela volta a olhar pra ele.
   — Oi?
   — Estou me sentindo um idiota por toda essa situação — ele confessa. — Agora que a gente conversou parece tão ridículo e bobo.
   — Pois é. — Malu levanta e alcança um bolinho de chocolate. Ela se aproxima de Samuel e fala no ouvido dele: — Da próxima vez não faça esse papel, ok? — Eles sorriem um para o outro e Malu vai pagar o bolinho.

Durante a tarde, Yasmin vai até a residência de Mel, Isabela e Vinícius. Ela e Nina, a cadelinha de sua melhor amiga, observam a adolescente experimentar diversas peças de roupa.
   — Ainda não sei o que eu vou usar mais tarde — diz Isabela fazendo referência ao jantar com o namorado da mãe.
   — Usa uma roupa da MelPhia — sugere Yasmin dando um sorriso atrevido. — A Mel você já ia ganhar.
   — Palhaça — ri Isabela, mas reflete: — Até que não é uma má ideia, sabia?

Um grupinho de crianças com idades entre oito e doze anos brincam no parquinho da praça principal do condomínio e não muito distante delas Graziele e Maria Luíza conversam sentadas em um banco de madeira.
   Após contar sobre a discussão que teve com Samuel, Malu indaga:
   — Mas e aí, me conta de você. O que aconteceu depois que você e o Douglas foram embora da festa da Mayara?
   — Nós paramos na praia e ficamos conversando um tempo. Só que o mais estranho aconteceu depois que eu cheguei em casa.
   — Alguma coisa com os seus pais? — Malu arregala os olhos.
   — Não. Quando o Douglas me deixou lá em casa, eu sentei em um lugar escuro, na grama.
A sua amiga faz uma careta.
   — Por que diachos você fez isso?
   — Sei lá. — Graziele dá de ombros. — Eu precisava pegar um pouco de ar.
   — Hum, e aí?
   — Eu estava concentrada nas minhas ideias e tava o maior silêncio, né?
   — Também, eram que horas mesmo que vocês chegaram?
   — Sei lá, quase quatro.
   — Mas e aí, o que de estranho aconteceu além de você resolver sentar na grama às quatro da manhã? — ela ri sozinha.
Graziele aperta os dedos de suas mãos, que estão bem brancos e conta:
   — O Thiago apareceu lá em casa.
   — O quê? — O queixo de Malu despenca. — Sério? E aí, o que aconteceu?
   — Acredite ou não, ele ficou parado olhando para a janela do meu quarto durante quinze minutos.
   — Você não pode estar falando sério! — exclama Malu. — Meu Deus, que medo!
Graziele fica tão surpresa com o comentário que ri.
   — Medo, Malu?
   — Isso é bizarro, mano!
   — Eu sei, mas é o Thiago, né?
Malu reflete.
   — É, mas e aí? O que você fez?
   — Eu fiquei escondida, né? Ele não me viu. Só que foi muito bizarro e assustador. Eu ainda não sei o que pensar sobre isso.
   — Vocês chegaram a se falar lá na festa?
   — Infelizmente — suspira Graziele. — Só que foi muito rápido e distante, sabe?
   — Sei.
   — Agora eu não sei como vou olhar para ele segunda.
   — Com os olhos — sorri Malu e coloca uma mão no ombro da amiga, dizendo mais séria: — Relaxa, Grazi. Vive a sua vida, o Thiago está vivendo a dele.
   — Não acho que aparecer em frente à minha casa, às quatro da madrugada, seja viver a vida dele.
   — Finja que isso não aconteceu, beleza? É o melhor que você pode fazer.

Nas horas seguintes uma fina garoa cai por toda a cidade carioca. No entanto, quando Reinaldo chega à mansão de Mel, já não chove mais.
   — Boa noite! — Mel sorri para ele ao atender a porta.
   — Boa noite!
Eles dão um beijo apaixonado e a empresária pega na mão dele, guiando-o para o interior da residência.
   — Os dois já estão descendo — conta Mel sentando em um sofá.
   — Posso te confessar uma coisa? — indaga Reinaldo dando um leve sorriso.
   — Claro.
   — Eu estou nervoso.
Mel começa a rir.
   — Confesso que eu também estou um pouco. Mas eu tenho certeza de que vai dar tudo certo, a Isabela está muito mais aberta e receptiva.
   — Assim espero — torce Reinaldo e eles gargalham. Nesse instante, os filhos dela com Chay aparecem no alto da escada e começam a descer juntos e trocando algumas palavras.
   — Boa noite — cumprimentam simultaneamente ao pararem ao lado de Reinaldo e Mel.
   — Boa noite — responde o empresário dando um abraço em cada um. Mesmo hesitante, Isabela retribui o afeto.
Mel olha de um para o outro e indaga:
   — Tudo pronto? Podemos ir?
   — Vamos — responde Vinícius com entusiasmo.
   — No meu carro ou no seu? — pergunta Mel para Reinaldo caminhando até a garagem.
   — Como você dirige melhor do que eu, pode ser no seu — ri Reinaldo e ela afaga o ombro dele.
   — Você não dirige tão mal assim!
   — Então quer dizer que você é barbeiro no trânsito, Reinaldo? — pergunta Vinícius, entrando na conversa.
Os quatro entram no carro de Mel, conversando sobre habilidades automotivas. Isabela, em alguns momentos, faz um comentário ou outro.

Após ter tomado banho, Samuel deita em sua cama ainda com o cabelo molhado e liga para Jaqueline.
   — Oi, Jaque, como você está?
   — Mais ou menos — responde a jovem. — E você?
   — Tô bem. Foi mal ter falado com você daquele jeito quando você me ligou mais cedo — ele pede coçando as costas. — É que eu estava com uns grilos aí na cabeça.
   — Então não era só porque você estava dirigindo, né? Sabia que tinha mais coisa.
   — Pois é, estava dirigindo com os grilos. — Eles riem e Samuel questiona: — O que você queria saber aquela hora?
   — Sobre ontem. Estou fazendo um CSI pra descobrir porque eu acordei com o Gabriel hoje.
   — O quê? — Samuel quase escorrega da cama. — Que história é essa, Jaque?
   — É isso mesmo que você ouviu. Eu e o Gabriel dormimos juntos. Fizemos outras coisas juntos também — acrescenta com pesar.
   — Meu Deus! Não estou acreditando. Como isso foi acontecer?
   — É justamente isso que eu estou querendo entender. A Lu me contou que você dividiu o táxi com nós dois ontem.
   — Sim.
   — E aí? Já estava rolando alguma coisa?
   — Claro que não, né? A minha ideia era passar na casa de vocês dois e depois ir para a minha, porque vocês estavam super bêbados e eu queria ter certeza de que vocês chegariam bem, principalmente você. Só que como a minha casa era a mais perto e a gente ia passar por ela no caminho, você me convenceu a ficar.
   — Eu fiz isso?
   — Sim. Você me garantiu que ia ficar tudo bem e o Gabriel também. Eu sabia que vocês tinham bebido pra caramba, mas não pensei que isso fosse acontecer, né?
   — Claro!
   — Pois é. Nossa, cara, eu deveria ter ficado e deixado vocês em casa — arrepende-se ele.
   — É, mas você não tem nada a ver com tudo o que aconteceu. A responsabilidade, ou melhor, a falta dela foi minha e do Gabriel.
   — É.
   — Então, pelo o que eu entendi, a gente só foi ficar depois que você foi deixado na sua casa, né?
   — Sim, vocês não se beijaram a festa toda nem enquanto eu tava no táxi com vocês — garante Samuel.
   — Nossa, que furada que eu dei.
   — Muita! Com o Gabriel ainda, muita bola fora, Jaque — ri o rapaz.
   — Cala a boca! Bom, eu só queria saber isso mesmo. Os seus grilos já se resolveram?
   — Ah sim! — ele responde com tranquilidade. — Já foram grilar para outros cantos. — Os dois riem e em seguida se despedem.

Devido às condições climáticas, diversas reservas do restaurante que Reinaldo escolheu para o jantar foram canceladas e o hall encontra-se praticamente deserto. Após descerem do carro, o empresário, Mel e os filhos dela rumam para dentro do estabelecimento. Vinícius e Isabela conversam dois passos a frente do casal.
   — Estou gostando de ver — elogia Vinícius dando um sorriso brincalhão.
   — O quê? — indaga Isabela olhando para o chão pra não pisar em nenhuma poça d'água.
   — Você se comportando, interagindo com o pessoal.
Eles passam pela porta e a morena exclama baixinho:
   — Vai se ferrar, Vinícius!
Mel e Reinaldo aproximam-se deles e os quatro param a uma certa distância dos outros clientes que conversam com a recepcionista. Os adolescentes continuam conversando baixinho e não reparam em nada ao redor, porém o casal de clientes diante deles desperta a curiosidade de Mel, principalmente o homem.
   Mesmo que a iluminação não fosse excelente ou que a distância fosse grande, Mel reconheceria aquele corpo alto e esguio, principalmente o cabelo desalinhado que vai até uma parte da nuca e cobre as orelhas.
   — Chay? — chama com espanto.
Reinaldo segue a direção do olhar dela e Vinícius e Isabela viram as cabeças. Os três também não conseguem esconder a surpresa por verem o cantor.
   — Oi, gente! — exclama Chay com uma reação semelhante a deles.
Isabela desvia o olhar do pai para a mulher que o acompanha, o que faz seu choque crescer. Ao fitar sua mãe e absorver a perplexidade dela, confirma que a mulher em questão é Júlia, a primeira namorada dele.
   — Que surpresa encontrar vocês juntos aqui — comenta Mel olhando de um para o outro.


Comentários

  1. Quero ChaMel de volta urgente mas .estou triste pela Grazi e o Thiago .

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  2. Scrr que encontro é esse ??Chay, Mel, Isabela, Vinicius, Reinaldo e Julia!! Mdss quero CHAMEL devolta logo

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  3. Scrr que encontro é esse ??Chay, Mel, Isabela, Vinicius, Reinaldo e Julia!! Mdss quero CHAMEL devolta logo

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  4. Esse cap está de digno de ser chamado de surpresas do destino kkkkkkkkkjk
    Faz assim inverte isso aí : Júlia e Reinaldo,Chay e Mel e fica tudo certo no Rio

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  5. Maravilhoso, continuaaaaa ❤

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  6. Ameei, mas que loco podia trocar mesmo ficar julia e reinaldo e chamel. Queria o Thiago e a Grazi junto de novo, mas sei lá eu gosto do Douglas. Tava gostando da isa revolts kkk mas td bem... Ai ai, posta logo minha filha que to curiosa!! Amo esse imagine leio desde a 1 temporada...

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  7. Amo esse imagine,leio desde da primeira temporada,mas por favor faz chamel voltar,não maltrata meu coração,quero a mel e o chay juntos por favor,gostava da Isa contra esse namoro da mel ela era a única q me representava,seria ótimo se vc trocasse os casais neh,mel e Chay,Júlia e Reinado,ia amar

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  8. Quero Chamel de volta, por favor,

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  9. Rê tô amando você arrasa muito, só tenho um pedido a te fazer, pfv quero a Grazi e o Thiago juntos de novo, eles dois são tão lindos juntos, faz eles voltarem! Beijooo e continua logo ❤

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  10. Eu sei que essa temporada é mais focada nos adolescentes,mas estou sentindo falta dos outros casais ,como Mateus e Fernanda,Henrique e Larissa...

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  11. Tbm sinto muito falta do outros casais tipo Sophia e Micael Fernanda e Matheus,Mel e Chay😢😢😢😢😢

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