Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 321: Fama de Yasmin gera conflito entre ela e Victor


Quase um mês se passa desde a festa da MelPhia e uma mudança significativa ocorre na vida de Yasmin, pois cresce o assédio da mídia ao redor dela, o que gera um incômodo em algumas pessoas ao seu redor.
   Em uma manhã de sexta-feira, os jovens reúnem-se para mais uma aula de geografia. Logo nas primeiras carteiras, Mayara conversa com Malu perto do lugar de Alexandre, que bate um papo com Felipe e Thiago. Graziele passa pela porta com sua garrafinha de água nas mãos e assim que avista Malu caminha até ela.
   — Demorou, hein — comenta a morena. — Foi buscar essa água em Copacabana? 
Graziele ri.
   — Vai ficar vigiando a minha vida agora?
   — Eu não estava vigiando a sua vida — fala Mayara —, mas vi quando você chegou hoje. Quem era aquele boy todo tatuado que te trouxe, querida?
A ruiva dá um sorrisinho.
   — É um amigo.
   — E você costuma encontrar amigos pra te dar carona tão cedo? — brinca Mayara.
   — Eu dormi na casa dele — Graziele fala sem rodeios.
   — Opa! Com um amigo daquele eu não conseguiria dormir na mesma casa não, hein?
   — Pensei que você fosse lésbica — retruca a ruiva sorrindo.
   — Aquelas tatuagens até me fazem virar hétero! — As três gargalham e Mayara acrescenta: — Zoeira, sou bi mesmo.
   — Olha aí — fala Malu —, chama a Mayara da próxima vez que for dormir na casa do Douglas.
   — Dispenso — responde Graziele e elas voltam a rir. A ruiva abre sua garrafa e bebe um gole de água, ainda sorrindo. Ela olha distraidamente ao redor e seu olhar cai em Thiago. Seu sorriso desaparece de imediato ao constatar que ele esteve acompanhando a conversa. Rapidamente o rapaz volta a conversar com Felipe e Alexandre, mas Graziele continua imóvel. 
   — Já volto! — diz Mayara passando por ela, que mal percebe.
   — Grazi — chama Malu segurando no braço da amiga.
   — Oi. — A ruiva encara ela.
   — Por que você ficou assim de repente?
Graziele vira de costas para o trio de meninos e abaixa o tom de voz ao dizer:
   — O Thiago estava prestando atenção na nossa conversa.
   — O que é que tem? O Douglas não te disse que contou para ele que vocês dormiram juntos e ele disse não se importar?
   — Disse, mas... ainda é estranho pra mim.
   — Grazi, você e o Dodô estão ficando há um mês já, o Thiago já deve ter se acostumado com isso. 
   — É. Eu só queria... deixa pra lá.
   — Só queria o quê? — Malu não esquece.
Graziele umedece os lábios, refletindo sobre o que vai dizer.
   — Eu só queria conversar com ele. Como amiga mesmo. Saber como ele está, como anda o tratamento. 
Malu dá um leve sorriso.
   — Se lhe serve de consolo, saiba que ele está muito bem. Sério, o tratamento está indo muito bem e ele já deu uma baita de uma melhorada, não só fisicamente.
   — É, deu pra notar que ele deu uma engordada.
   — Acho que eu vou fumar uns pra ver se dou uma emagrecida — brinca Malu.
   — Fico feliz por saber que ele está se recuperando.
   — Sim. — Malu afaga o ombro dela, dizendo: — Fica tranquila, amiga, vocês vão voltar a se falar.

Agrupados no fundo da sala, Jonas, Samuel, Pedro e Jaqueline conversam quando Luciana chega.
   — Chama a Ludmilla, porque é hoje! — exclama a morena rindo ao colocar sua mochila sobre sua carteira.
Jaqueline sorri e Pedro pergunta:
   — O que é hoje?
   — Como assim o que é hoje? — Luciana rebate em tom de surpresa. — Hoje é a festa da Clara!
   — E quem há de ser Clara? — Samuel indaga.
   — Clara, aquela loirinha do segundo ano.
   — Ah, tô sabendo! — exclama o rapaz rindo com Jonas.
   — É clara que você sabe, né? — brinca Jonas.
   — Qual é a piada, gente? — Jaqueline questiona.
   — Eu já fiquei com ela — conta Samuel com simplicidade.
   — Ah!
   — Você não foi convidado pra festa dela? — Luciana pergunta sentando em uma mesa ao lado de Jaqueline.
   — Acho que fui, ela mandou o convite por email?
   — Sim.
   — É, então eu fui — confirma Samuel. — Vocês vão?
   — Mas é claro! — Luciana responde de prontidão. — Hoje que a Jaqueline vai finalmente dar uns pegas em alguém.
Os três rapazes fazem expressões de espanto.
   — Mas será um milagre? — brinca Pedro.
   — Cala a boca! — pede a loira rindo.
   — Finalmente vai voltar a beijar umas bocas brasileiras, Jaque? — Jonas provoca.
   — Nem sei se eu vou ficar com alguém hoje, gente.
   — Se depender de mim você vai — garante a amiga dela.
   — Ui! — exclama Samuel e eles riem.
Jonas ri e pula da mesa.
   — Já volto. — Ele caminha até a carteira de Maísa, que conversa com Laís, Daniela e Aline. — Bom dia — cumprimenta sorrindo levemente para elas.
   — Bom dia — respondem Daniela e Aline enquanto Laís finge não ouvir.
   — Vem aqui rapidinho? — chama Jonas olhando para Maísa.
   — Ok. — Ela o segue para fora da sala.
   — Ele está educado hoje, não? — surpreende-se Aline sorrindo.
   — Educado ou não, continuo não gostando dele — diz Laís com a cara fechada.

Mayara retorna para perto de Malu e Graziele, dizendo:
   — Ei, já ia esquecendo de avisar vocês!
As duas amigas se olham.
   — Avisar do quê? — pergunta Malu.
   — Vocês tão ligadas que eu vou me mudar da casa dos meus pais, né?
   — Sim — responde a morena, mas Graziele exclama:
   — Não!
Mayara ri e olha para ela.
   — Pois é. Finalmente vou conquistar minha liberdade! 
   — Você vai morar sozinha?
   — Vou! Não é demais? — sorri a jovem de cabelo platinado.
   — Quanta coragem! — surpreende-se Graziele.
   — Eu acho que é loucura mesmo — diz Malu rindo.
   — Loucura ou não, vai rolar — Mayara fala. — Eu já aluguei meu apê e ontem peguei a chave.
   — Que legal! — apoia Graziele.
   — Pois é e para comemorar essa conquista, eu vou realizar uma festinha hoje à noite, lá na minha nova casinha.
   — Pegou a chave ontem e já vai fazer festa? — ri a ruiva.
   — Porque a gente não perde tempo, né querida! — As três riem.
   — Mas já está mobilhado? — Malu atenta-se.
   — Não! — exclama Mayara com obviedade. — Se tivesse mobilhado não ia caber nem a metade das pessoas que eu convidei — ri. — A graça é ser tudo meio aos improvisos mesmo. Então, vocês estão mais do que convidadas, beleza?
   — Beleza! — responde Graziele. — Nós vamos, né Malu?
   — Não sei. — Malu olha para as próprias unhas. — Tenho que checar minha agenda.
Mayara dá um tapa no braço dela.
   — Sua ridícula! — ri e em seguida fita Graziele. — Aliás, a senhorita pode levar seu amigo Douglas.
Graziele sorri.
   — Ok. 

Logo atrás do grupinho de Laís, Daniela e Aline encontram-se Iago e Isabela conversando no lugar dele. 
   — Semana que vem eu tenho um campeonato — ele conta com entusiasmo.
   — Campeonato? — Isabela franze a testa.
   — Eu faço esgrima, lembra?
   — Ah! — exclama a morena. — É verdade, você disse na primeira vez que a gente se falou.
   — Pois é — ele sorri. — Faz tempo que eu não participo de nenhum, dessa vez eu resolvi me arriscar.
Isabela sorri.
   — É aberto para o público?
   — Sim.
   — Então eu posso ir? — ela pergunta.
   — Claro que pode! — exclama Iago sorridente. — Seria muito legal se você fosse.
   — Então está combinado — Isabela sorri. — Eu vou estar lá torcendo por você.
Aline lança um olhar azedo para Isabela, que não percebe, e outro ainda mais irritado para Iago.
   — Amiga, o que foi? — indaga Daniela olhando para ela com um sorriso surpreso no rosto.
Laís segue o olhar de Aline e comenta:
   — Eles só estão conversando.
Aline sacode levemente a cabeça e se aproxima mais das amigas para não ter que falar alto.
   — A Isabela se convidou para a competição de esgrima do Iago e ele aceitou todo felizinho — conta com a voz arrastada.
   — Ah, eles são amigos — pondera Daniela.
   — Sabe o que eu sinto às vezes? — pergunta Aline visivelmente chateada.
   — O quê? — Laís quer saber.
   — Eu sinto que o Iago só está comigo porque a Isabela não quis ele.
   — Ai, não viaja, Aline! — pede Daniela. — Todo mundo percebe que ele está gostando de você.
   — Dá pra ver no olhar dele — complementa Laís. Mesmo com os comentários das amigas, Aline não se convence, apenas balança a cabeça com chateação e cruza os braços, evitando olhar para Iago e Isabela, que continuam conversando com empolgação.

Minutos depois, o sinal toca e os alunos encaminham-se para suas respectivas salas de aula. Entre sorrisos e abraços, Jonas e Maísa entram com mais alguns alunos. Eles param na carteira dela e Jonas diz:
   — Então está confirmado mais tarde, né?
Maísa torce o nariz.
   — Não sei se eu quero ir na festa dessa tal de Clara.
   — Vamos, vai ser divertido!
   — Não sei, vou pensar.
   — Pensa com carinho. — Ele ri e dá um selinho nela. Até tenta aprofundar para um beijo, mas a loira o empurra.
   — Vai pro seu lugar — diz rindo.
Jonas também ri e sai caminhando enquanto Maísa acomoda-se entre Laís e Aline. O rapaz não percebe quando Isabela cruza o corredor, indo do lugar de Iago para o seu. Os dois dão um encontrão e ela quase perde o equilíbrio. 
   O ex-casal de namorados trocam um intenso olhar. Desde que discutiram na festa da MelPhia, têm se encarado. Isabela passa por ele e senta em sua carteira, revirando os olhos. Jonas segue para o fundo sala com a expressão fechada.

O Sol da tarde irradia calor por toda a cidade e até Vinícius, que está na sombra de seu quarto, incomoda-se com as altas temperaturas. Ele caminha só de calção até o banheiro e fica por lá durante alguns minutos, tempo em que a porta é aberta.
   O rapaz estica a cabeça, escovando os dentes, e olha para a namorada.
   — Oi — sorri Marina indo até a cama dele. Ela se joga entre as almofadas e fica ali imóvel até Vinícius sair do banheiro. O rapaz vai até ela e deita sobre o seu corpo.
   — Oi, coisa linda.
   — Coisa linda — pronuncia Marina no ritmo da música do cantor Tiago Iorc. Eles dão um beijo lento e apaixonado e Vinícius rola para o lado dela. — Por que você não liga o ar?
   — O ar sempre está ligado, senão todos nós já teríamos morrido.
Marina dá uma risada seca e irônica.
   — Nossa. Eu estava me referindo ao ar-condicionado, né?
Vinícius sorri, pega na mão dela e beija seus dedos.
   — Gosto de sentir o ambiente.
   — Eu hein! — Ela fica de barriga para baixo e deixa o rosto virado para a parede. Vinícius começa a passar os dedos pelos fios castanhos do cabelo dela.
   — Daqui a pouco eu vou lá na casa da minha tia, quer ir comigo?
   — Da Luíza ou da Anelise?
   — Anelise.
Marina volta a encará-lo, com um sorriso divertido no rosto.
   — Será que o ar está ligado lá?
Os dois gargalham.
   — Cinquenta por cento de chances de estar ligado — responde Vinícius.
   — E cinquenta por cento de não estar.
   — Você é boa mesmo em matemática, hein? — brinca o jovem e eles voltam a gargalhar.

Deitada no tapete do escritório de seus pais, Graziele navega em uma de suas redes sociais enquanto Larissa analisa alguns papéis e Phil cochila sob uma mesinha.
   — Eu vou sair mais tarde, tá mãe? — diz a ruiva de repente.
   — Oi? — Larissa ergue a cabeça, distraída.
   — Eu vou sair mais tarde — repete a jovem.
Larissa tira os óculos de grau e passa a mão pelo rosto, soltando um suspiro de cansaço.
   — Pra onde você vai? — pergunta em seguida, voltando a fitar a filha.
   — Sabe a Mayara, aquela minha amiga?
   — Sei.
   — Então, ela vai morar sozinha e hoje vai fazer uma festa no novo apartamento dela.
   — Ela já vai morar sozinha?
   — Sim — responde Graziele com tranquilidade. — Ela é mais velha.
   — Hum. E onde é que ela vai morar?
   — No Leblon, se eu não me engano.
   — A Malu vai com você?
   — Ela vai estar lá, mas eu vou com o Douglas.
   — Vocês estão namorando, filha?
Graziele dá um leve sorriso.
   — Não, mãe.
   — Esse é aquele que é amigo do Thiago, né?
A ruiva fica séria ao ouvir o nome do ex-namorado.
   — Sim.
   — Como está sendo essa história, filha? Digo, esse triângulo.
   — Não tem triângulo nenhum, mãe. Eu não tenho mais nada com o Thiago — diz com a voz um pouco entrecortada.
Larissa apoia a cabeça em um das mãos.
   — Acho tão triste essa situação de vocês.
   — Eu também, mas o que eu posso fazer né? — Graziele senta no tapete, aparentando estar tanto chateada quanto entristecida. — O Thiago que quis assim.
   — Ele ainda não está falando com você?
   — Só quando alguma situação nos obriga. 
   — Ai, filha! Mas e esse Douglas, ele te faz feliz?
   — Sim, mãe — sorri Graziele. — A gente nunca vai namorar, não sinto um sentimento tão forte por ele assim, mas ele tem me feito muito feliz. 
   — Que bom! E quando eu vou conhecê-lo?
A ruiva ri.
   — Tudo em seu tempo, mãe.

Yasmin, Victor e Isabela estão reunidos no quarto da loirinha.
   — Ai, não aguento mais esse calor — reclama Victor passando a mão na testa.
   — A gente está com ar-condicionado ligado — observa Isabela deitada nos pés da cama.
   — Eu sei, mas eu não gosto de ficar trancado em um cômodo.
   — É porque a Isa está aqui, né? — ri Yasmin jogada em uma poltrona. — Senão você iria gostar de ficar trancado aqui.
   — Eita, Yas! — exclama Isabela rindo.
   — É assim que eu gosto — brinca Victor e eles riem.
   — Se você quiserem, eu posso dar licença — fala Isabela.
   — Eu estou brincando! — Yasmin joga uma almofada na amiga.
   — Mas se você quiser... — Victor completa e cai na gargalhada.
   — Para, Victor — pede a loirinha.
O rapaz, ainda sorrindo, pega o seu celular ao receber uma notificação.
   — Ai, eu não aguento mais! — exclama logo depois.
   — O que foi agora? — indaga Yasmin olhando para ele.
   — Esse povo fica comentando coisas no meu Instagram.
   — O que eles estão comentando? — Isabela indaga.
   — Tipo, qualquer coisa que eu posto, ficam relacionando com a Yasmin. Eu postei uma foto de um mergulho, daí está chovendo comentários como — ele começa a ler —, "nossa, que inveja da Yasmin!", "Yasmin pega bem", "Me chama de Yasmin e vem me dar uns beijos", outro "Yasmin pega bem". Que irritante!
   — O meu brilho te incomoda, honey? — brinca a loirinha.
   — É, sério, é muito chato isso!
Isabela assente.
   — Deve estar sendo chato mesmo, mas é que a Yas está ficando famosa, fazer o quê? — Ela sorri. — Esses dias eu te vi na televisão, na propaganda da MelPhia. Achei chiquérrimo!
Yasmin ri.
   — Até agora eu não vi passando na tv. Também, mal vejo televisão. 
   — Mas eu não tenho nada a ver com isso — continua reclamando Victor.
   — É igual o que acontece com os nossos pais, Victor — Isabela continua sua argumentação. — A gente, de alguma forma, recebe os holofotes que estão neles. Agora, de uma maneira menor, você está recebendo os holofotes da Yasmin.
   — Até parece que você não está feliz por mim — analisa Yasmin olhando intensamente para o namorado.
   — É claro que eu estou — ele discorda. — Mas é que é chato, poxa! Imagina se você ao contrário?
   — Eu iria adorar, porque significaria que as pessoas estariam gostando e se interessando pelo o que você estivesse fazendo.
   — Só que tudo tem um limite. Esse limite deveria ser a sua vida. Mas não, acaba invadindo a vida daqueles que estão ao seu redor.
   — Isso é natural, Victor — rebate Yasmin. — Pensar que isso não vai acontecer é ilusão. Você sabe como é, seus pais são famosos.
   — Eu não sei tão bem quanto vocês. Passei toda a minha vida lá nos Estados Unidos e não era assim. Eu tinha uma vida normal, ninguém se importava com o que eu tava fazendo. Só comentavam nas minhas fotos quem eu conhecia!
   — Todo esse showzinho é por causa dos comentários? Você não acha que está exagerando?
   — Não é só por causa dos comentários, eles só são a ponta do iceberg. 
   — Gente, chega! — exclama Isabela, interrompendo a discussão. — Vocês vão mesmo deixar a repercussão do sucesso da MelPhia atrapalhar as coisas entre vocês? Isso era para ser comemorado.
   — É, mas o Victor parece que não entende — Yasmin fala com amargura.
   — É, eu sou incompreensível mesmo — irrita-se o rapaz, levantando. — Vou no banheiro!
Ele sai do quarto, batendo a porta com força. Yasmin solta um suspiro e passa a mão no rosto.
   — Vai falar com ele, Yas — aconselha Isabela.
   — Ele foi ao banheiro.
   — A gente sabe muito bem que ele só quis sair daqui, se quisesse ir mesmo ao banheiro iria ao seu. Não precisava sair do quarto. Vai falar com ele — repete com a voz macia.
Yasmin respira fundo, levanta e também sai do cômodo.

De mãos dadas, Vinícius e Marina aguardam em frente à porta do apartamento de Anelise e Bernardo. A jornalista abre a porta com um sorriso no rosto.
   — Oi, pessoinhas!
   — Oi, tia — sorri Vinícius.
   — Oi! — fala Marina.
   — Entrem. — Anelise abre espaço e o casal adentra no apartamento. — Fiquei muito feliz quando você topou vir me ensinar a fazer umas comidinhas, Vini — diz Anelise sentando no sofá junto com eles.
   — Um pedido seu é quase uma ordem — ri o rapaz.
   — Nossa, que poder! — gargalha Anelise. — E aí, Marina, como vai?
   — Vou bem.
   — Muita pressão?
Marina franze a testa sem entender.
   — Pressão?
   — Os vestibulares chegando.
   — Ah! — exclama a jovem. — É, um pouco, né?
   — Nossa, até hoje eu lembro de quando chegou a minha vez de fazer vestibular! — Anelise acomoda-se ainda mais entre as almofadas. — Eu e o Bernardo quase surtamos. Ainda mais ele que queria fazer medicina, né? Sempre mais disputado.
   — Vocês já se conheciam? — surpreende-se Marina.
   — Já! — ri Anelise. — Nós somos namorados desde a adolescência. Igual vocês assim.
   — Nossa, que legal!
   — É. Nós chegamos a terminar durante a faculdade, mas não passamos muito tempo longe não — ela ri.
   — Falando nele, cadê o Bernardo?
   — Está tomando banho. Falei pra ele ficar limpinho pra receber as visitas, né? — gargalha a jornalista.
   — Ele adiantou o banho para a sexta? — brinca Vinícius.
   — Pois é, trocou o sábado pela sexta.
Os três riem e Bernardo chega na sala com o cabelo molhado.
   — Do que vocês estão rindo?
   — Adivinha? — indaga sua esposa. — De você, né?
Bernardo ri, aproximando-se de Marina.
   — De mim? — Ele se inclina e dá um beijo na bochecha dela. — Oi, Mari!
   — Oi, Bernardo!
O clínico geral dá um abraço em Vinícius e bagunça o cabelo dele.
   — E aí, Masterchef?
Vinícius ri.
   — E aí, Grey's Anatomy? 
Os quatro riem e Bernardo senta em uma poltrona.
   — Do que vocês estavam rindo de mim, posso saber?
   — Eu estava falando pra eles que você adiantou o seu banho de sábado só para recebê-los.
   — Mas é claro! — exclama Bernardo. — Minha mãe me deu educação, né?
Eles voltam a cair na gargalhada.

Em um café colonial, Mel aguarda por sua irmã. Luíza surge carregando uma bolsa grande, óculos escuros no cabelo e segurando a mão do filho Nícolas.
   — Oi — cumprimenta sentando diante de Mel. Nícolas senta em uma cadeira ao lado delas e fica imóvel, olhando para as próprias mãos, o que causa um estranhamento inicial em Mel. — Diz Oi para a sua tia, filho.
   — Oi, tia — diz o menino sem olhar para Mel.
   — Oi, meu amor. — A empresária estica-se e dá um beijo no topo da cabeça dele. — O que houve? — sussurra para Luíza, que faz uma careta e responde:
   — Ele queria um brinquedo, mas eu não comprei porque ele mal brinca com o que já tem.
   — Aquele era diferente — resmunga Nícolas sem erguer a cabeça.
   — Eu já te disse, Nícolas — diz Luíza com calma —, se você quer brinquedos novos, doa os que você não brinca mais.
   — Mas eu brinco com todos!
   — Tá bom, não vamos discutir de novo isso. Então, Mel...
   — Vou contar pro meu pai — resmunga Nícolas e Luíza revira os olhos para a irmã.
   — Então, Mel — prossegue como se ele não tivesse dito nada —, como anda as coisas?
Sorrindo da situação, Mel responde e elas começam a conversar.

Assim que sai do banheiro do primeiro andar da mansão de Sophia e Micael, Victor é empurrado novamente para o cômodo por Yasmin.
   — O que você está fazendo? — ele pergunta vendo ela trancar a porta atrás de si.
   — Vamos resolver essa situação — pede ela.  Não quero que fique um clima entre a gente por causa do que tem acontecido na minha vida.
   — Não vai ficar — garante Victor.
   — Você está chateado por causa das drogas dos comentários, Victor.
   — Estou, mas vai passar. Você não está diretamente ligada a isso.
Yasmin apoia as costas na porta.
   — É que parece que o incômodo das pessoas invadindo a sua vida é maior do que a sua felicidade por mim.
   — Você está viajando.
   — É a impressão que eu tenho. Caramba, depois de tudo o que eu passei cheguei a achar que nem estaria viva para ver a repercussão da campanha.
O queixo de Victor treme.
   — Mas você está viva.
   — Estou graças à Marina. Victor, por favor, não estraga todo esse momento.
   — Eu estou estragando?
   — Está, olha essa conversa que a gente está tendo? Não tem necessidade disso.
   — Ok, se está te chateando tanto, vou tentar me controlar.
Yasmin aproxima-se dele.
   — Eu sei que é chato, mas faz parte.
   — Aham. — Victor faz um carinho no rosto dela. — Fica tranquila, vou tentar não ver só pelo lado negativo. Serião.
Yasmin sorri.
   — Obrigada.
Victor coloca uma mão na nuca dela e diz:
   — Não precisa me agradecer. 
Ela continua sorrindo e dá um beijo nele.
   — Agora vamos voltar lá para o quarto — diz em seguida —, já estou suando aqui!

Reunidos na cozinha, Anelise, Bernardo, Vinícius e Marina conversam sobre o talento culinário do filho de Chay.
   — Você tem que fazer gastronomia, Vini — incentiva Anelise encostada na geladeira olhando para o sobrinho e a cunhada. Enquanto Vinícius faz uma massa, Marina corta uns legumes.
   — E a Marina também — ri Bernardo largado em uma cadeira. — Leva jeito com a faca aí.
A jovem ri.
   — É só nisso que levo jeito também.
   — Eu já tenho a minha sous chef — brinca Vinícius olhando para a namorada, que ri.
   — Mas você tem razão quando diz que ele tem que estudar gastronomia, Ane — apoia Marina. — Eu falo sempre isso pra ele, mas ele acha que eu estou puxando saco.
Anelise e Bernardo riem.
   — Eu vou procurar umas escolas de gastronomia e vou te matricular sem você saber, mocinho — brinca a jornalista e Vinícius dá um leve sorriso, recordando-se da prova que fez para uma escola da França.
   — Aposto que ele seria aceito em qualquer curso de gastronomia do mundo! — sorri Marina. 
Vinícius olha para a namorada por longos segundos e volta a bater a massa. 

No começo da noite, Mel e Luíza despedem-se dentro do café.
   — Tem alguns fotógrafos lá fora — observa Mel após abraçar a irmã. — É melhor vocês saírem primeiro.
   — Ok. Foi ótimo o nosso lanche da tarde, mana. Precisamos fazer mais vezes.
   — Sim, principalmente quando esse daí — Mel aponta discretamente para Nícolas — não ficar emburrado durante todo o tempo.
   — Ai, ele é determinado até quando fica bravo, então demora a passar. Uma hora passa — ela ri.
   — Vou lá falar com ele. Será que ele me morde? — brinca Mel.
   — Ei, ele tá birrento mas continua sendo meu filho.
Mel ri e chega perto de Nícolas.
   — Dá um abraço na tia?
Nícolas estica os braços e abraça Mel.
   — Dá tchau pra Mel, filho — diz Luíza enquanto pega sua bolsa.
   — Tchau, tia.
   — Tchau, meu pequenininho. — Mel dá um beijo na bochecha do sobrinho.
   — Tchau, Mel! — diz Luíza pegando na mão do filho.
   — Tchau.
Luíza e Nícolas saem juntos do café e são alvos dos cliques dos fotógrafos do lado de fora. A psicóloga incomoda-se com os flashes e aperta o passo, puxando o filho. Nícolas quase tropeça no caminho até o carro e Luíza olha para ele.
   — Tudo bem, filho?
O garoto não responde e continua caminhando com ela. Luíza destrava o carro e abre a porta de trás, acomodando Nícolas. Em seguida, rodeia o veículo e entra no banco do motorista. Ela sai com o carro em alta velocidade, deixando os fotógrafos para trás.

Horas mais tarde, um grande carro para em frente ao casarão da família de Maísa. A jovem sai e se encontra com Jonas.
   — Uau! — exclama Jonas sorrindo.
   — Só não baba, tá? — brinca Maísa e eles riem e se abraçam. — Você está lindo.
   — Nem sei o que dizer de você, né? — sorri Jonas dando um beijo nela. 
O casal fica alguns minutos apenas trocando beijos e carinhos.
   — E esse carrão aí? — indaga Maísa olhando para o veículo.
O rapaz afasta-se um pouco dela e responde:
   — A galera cresceu e precisamos aumentar o espaço no carro, né?
   — Como assim? — indaga a loira rindo.
   — Você verá — ri Jonas pegando na mão dela.
Os dois caminham até o carro e o sorriso de Maísa fraqueja ao ver quem está dentro do veículo.
   — Oi — dizem Jaqueline, Luciana e Samuel ao mesmo tempo.
Maísa dá um sorriso amarelo e se acomoda ao lado de Samuel.
   — Oi.
Jonas também entra e fecha a porta.
   — Feliz da Clarinha, aí vamos nós! — ri.
Luciana batuca na janela e exclama:
   — É hoje que a Jaqueline tira as teias de aranha da boca dela, Brasil!
   — Cala a boca — ri Jaqueline.
Maísa sacode a cabeça sorrindo e comenta somente com Samuel:
   — Ainda bem que você está aqui, porque senão eu ia me jogar pela janela na próxima curva.
Samuel ri e dá tapinhas na perna dela.
   — Relaxa, quando elas ficarem bêbadas vão ficar mais legais.
Os dois riem.

Marina abre a porta do táxi e desce em frente à mansão de Sophia e Micael sendo seguida por Vinícius. Eles dão as mãos e entram no terreno da mansão, caminhando entre o jardim iluminado por pequenas lâmpadas e pelo luar.
   — Foi uma tarde muito legal com os seus tios — comenta a morena.
   — Foi mesmo — Vinícius concorda. — Espero que eles tenham aprendido a fazer pizza.
   — Acho que aí já é pedir demais — ri Marina subindo os degraus da varanda. 
Vinícius abre a porta principal e eles levam um susto quando Yasmin, Felipe, Isabela e Victor pulam em cima deles.
   — Hey! — exclamam os quatro.
   — Oh, my God! — Marina ri após o susto.
   — O que é isso, gente? — Vinícius sorri.
   — Não sabemos — responde sua irmã. — A gente só quis fazer uma recepção diferente. 
O casal recém-chegado ri.
   — Agora o time está completo — comenta Yasmin caminhando até a sala com os amigos. — Felipe chegou e agora vocês também.
   — Onde você estava? — indaga Marina com curiosidade a Felipe.
   — Na casa da minha avó, tendo aula de piano.
   — Ele levou mesmo a sério — comenta Isabela sentando ao lado do namorado em um sofá. — Não foi só para a minha surpresa.
Felipe sorri para a namorada.
   — Até agora você não me levou pra ter umas aulas, né? — cutuca Vinícius.
   — Você vai aprender a tocar mais um instrumento, Vinícius? — pergunta Victor com espanto.
   — Sempre mais — ri o jovem.
   — Ele quer que eu me apaixone mais por ele, só pode — brinca Marina e eles caem na gargalhada.
   — Tem que ter algum talento pra te conquistar, né Mari — provoca seu irmão gêmeo.
   — Como assim?
   — Ué, mesmo não indo com a cara do Brian eu reconheço que ele é um p*ta de um quarterback. Logo, seu primeiro namorado tinha talento pra esportes, o segundo tem talento para a música e para a cozinha... O terceiro vai ter talento pra quê?
   — Para de falar merda, Victor! — pede a morena e todos riem.
Yasmin bate na mesinha de centro.
   — Chega de enrolação! Temos uma noite de sexta-feira à nossa disposição, o que iremos fazer?


Comentários

  1. Não quero Victor e Yasmin de mimi por coisa pouca,Vini e Mari fazendo pizza!
    Nícolas é igualzinho á mim quando queria um brinquedo, sobrava pra todo mundo hahagah
    Continua logo quero saber o que eles vão fazer

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  2. O que dizer desse capítulo? Eu estava ansiosa por ele!
    Da vontade de chorar lendo a Grazi falando sobre ela e o Douglas, mas fazer o que?
    Maísa e Jonas são PERFEITOS! Ri muito da Luciana falando que a Jaque ia tirar as teias de aranha da boca.
    Aline com ciumes só posso dizer que AMEI!
    Voltando a ter cenas de YasVic! Já posso com isso. Victor sendo desejado pelos fãs da Yasmin, eu sou uma delas... kkkk
    Nicolas sendo meu bebezinho que até emburrado é fofo. "Vou contar pro meu pai"
    Trazendo Ane e Bê ❤
    Amei tudo! Não tenho o que dizer.
    - Gabi.

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