Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 316: Isabela comemora seu aniversário em pós-festa, mas algo dá errado


Reunidas ao lado do palco que foi montado na ala leste, Sophia, Mel, Yasmin e Isabela aguardam ser chamadas. Mel e Isabela não trocam um olhar sequer e incomodadas e constrangidas com a situação, Sophia e Yasmin acabam fazendo o mesmo.
   —... as estrelas da campanha e as donas da grife! — elas ouvem o apresentador falar e as pessoas aplaudirem. — Com vocês, Isabela Fronckowiak, Yasmin Borges, Mel Fronckowiak e Sophia Abrahão!
   — Vamos lá — fala Sophia tentando animar a todas. As quatro entram no palco e são ovacionadas pelos convidados. Isabela e Yasmin sofrem com a quantidade de flashes e a forte luz sobre elas, porém conseguem disfarçar bem. 
   Elas ficam paradas, sorrindo, ao lado de suas mães enquanto as duas fazem seus discursos. Quando o microfone é passado para ela, Yasmin fala sobre a campanha.
   — Foi um prazer muito grande participar desse projeto e uma responsabilidade enorme também. Não porque é a grife das nossas mães, nem porque ela é uma das maiores marcas do país, e sim pelo peso que a campanha tem para a sociedade. — Ela encontra o pai e o irmão entre o público e recebe os sorrisos deles. — Do Jeito Que Eu Sou não é uma campanha apenas para promover as roupas da grife, mas para mostrar para todas as mulheres que é normal ter o corpo que elas têm. Nós vivemos em uma sociedade que impõem para a mulher como ela deve se portar, se vestir e até o que ela deve ou não falar. Então, a campanha vem com o intuito de quebrar todos os rótolos e lutar pelo emponderamento feminino. Eu me sinto honrada por ter feito parte desse projeto e só tenho a agradecer a todos que dele participaram. Obrigada.
Todos aplaudem fervorosamente Yasmin e ela sorri em agradecimento. O ar leve desaparece dos rostos de Mel e Sophia quando a loirinha passa o microfone para Isabela.
   — Cuidado com o que você vai falar — avisa Yasmin e quando os olhos de Isabela faíscam divertidamente para ela, a loirinha começa a temer o que vem pela frente.
   — Boa noite a todos — cumprimenta Isabela sorrindo para os convidados. — Antes de mais nada eu queria dizer algumas palavras que eu considero muito importantes.
   — Ah não — sussurra Sophia.
Entre o público, Vinícius fecha os olhos e suspira.
   — O que será que ela vai fazer? — Marina questiona em seu ouvido e ele responde:
   — Espero que nada muito grave.
Os olhares de todos os presentes estão grudados em Isabela, que começa:
   — Sei que muitos, para não falar todos, estão surpresos com o vestido que eu escolhi para a festa. Não porque ele é lindo, fruto de um trabalho esplêndido dos estilistas da MelPhia, e sim porque nenhum de vocês esperava que eu aparecesse com algo tão ousado. E foi exatamente por isso que eu resolvi usá-lo essa noite. Nós, mulheres, estamos cansadas de sermos rotuladas e julgadas pelas escolhas que tomamos. Desde de jovem somos guiadas para sermos o que a sociedade quer que nós sejamos. Foi por isso que eu escolhi esse vestido, pois todos esperavam que eu usasse algo tido como recatado pela sociedade. E não! Eu não sou obrigada a agir como essa sociedade machista e patriarcal espera que eu aja. Nem eu, nem qualquer mulher. Nós somos livres e donas do nosso corpo! Merecemos e exigimos sermos aceitas Do Jeito Que Nós Somos! Obrigada.
De queixo caído, mas muito aliviada, Yasmin aplaude Isabela juntamente com os convidados. A jovem é ovacionada, mas em momento algum sorri em retribuição.
   — E essas foram, Isabela Fronckowiak, Yasmin Borges, Mel Fronckowiak e Sophia Abrahão!
Muitíssimo aplaudidas as duas mães saem com suas filhas do palco.
   — Caramba! — exclama Marina atônita. — Que discurso maravilhoso esse da Isabela. Estou chocada!
Com os olhos brilhantes, Vinícius sorri.
   — Eu nunca estive tão orgulhoso da minha irmã como estou agora.

   — Nada como uma baita festa depois daquele discurso do Oscar, né? — brinca Graziele minutos depois. Ela, Isabela e Yasmin são as primeiras a chegarem no andar de cima do salão da festa, onde outro espaço luxuosamente decorado foi reservado para a comemoração da festa de aniversário de Isabela. Há pouquíssimos móveis, apenas alguns sofás dourados intercalados por mesas com baldes de champanhe e outras bebidas e no fundo a mesa do DJ. 
   — Você não acha que tem poucos sofás? — questiona Yasmin analisando o espaço ainda vazio.
   — A intenção é todos ficarem na pista, não sentados — Isabela responde e gira no meio do salão. — Eu quero me acabar essa noite!
   Quem não vai se acabar essa noite? — indaga Graziele pegando uma garrafa de champanhe. — É open bar!
As três riem.
   — Só tem bebida mesmo — concorda Yasmin parando ao lado da ruiva.
   — A gente já comeu o suficiente lá embaixo — Isabela fala.
   — Sinto que ela quer embebedar todo mundo — ri Graziele.
   — Claro que não. Vocês sabem que eu nem aprovo muito bebida, mas tem quem goste, né?
   — Estou começando a achar que você foi para o time de quem gosta — diz a ruiva.
   — Não, tanto que tem um monte de versões sem álcool por aqui.
   — Não sei onde.
   — Cala a boca, Graziele! — ri Isabela.

O local é lotado minutos depois e assim como o esperado por Isabela, os jovens espalham-se pela pista e dançam loucamente. Jaqueline joga o cabelo e rebola grudada em Brian, deixando o americano bem empolgado enquanto Malu e Samuel fazem coreografias bizarras, arrancando gargalhadas de Maísa, Jonas, Aline, Iago e até Lorenzo.
   Graziele dança com Isabela e quase não sente seu celular vibrar.
   — Espera aí — grita para a amiga, que não a escuta. A ruiva afasta-se e Isabela continua dançando como se não houvesse amanhã. — Alô! — berra Graziele. Ela não ouve resposta e afasta o celular do ouvido para ver quem é. — Douglas — fala ao telefone novamente. — Douglas, espera um pouco.
A jovem sai da pista de dança e entra no primeiro banheiro que encontra pela frente. No local, ela cruza com Laís e Daniela.
   — Alô? — fala tampando o outro ouvido com a mão livre.
   — Oi, ruivinha. Pelo visto está curtindo bastante a festa, né?
Graziele sente algo em seu estômago, pois é a primeira vez que eles se falam desde o ocorrido no estúdio de tatuagem de Fabrício.
   — Estou — ela responde com a voz vacilante.
   — Então será que você toparia largar isso para dar um rolê comigo?
O sorriso da ruiva é inevitável.
   — Como?
   — Eu estou aqui do lado de fora te esperando — ele conta e mesmo nervosa Graziele sente a hesitação na voz dele.
   — Você o quê?
   — Eu entendo se você não quiser vir — diz Douglas rapidamente. — Mas você não se arrependeria — acrescenta em seguida em seu tom de voz confiante.
Graziele sorri e sacode a cabeça.
   — Esteja bem visível quando eu sair. — A ruiva desliga e deixa o banheiro. Onde se encontra é bem distante da saída, por essa razão ela tem que cruzar todo o espaço. Enquanto passa pelos colegas, vê algo que a faz parar repentinamente.
   Thiago dança e gargalha com Samuel, Pedro e Daniela.
   Ela se imagina entre eles, abraçando e beijando seu ex-namorado. O pensamento faz seu coração doer e seus olhos imediatamente se encherem de lágrimas.
   — Você quis assim — fala olhando para Thiago.
Uma mão se fecha em seu pulso e ela olha sobressaltada para a pessoa.
   — O que você está fazendo parada desse jeito? — grita Malu acima da música.
Com rapidez, a ruiva enxuga uma lágrima que cai e responde:
   — Eu já tô indo.
   — Por quê? — surpreende-se Malu. — Nem aconteceram baphões ainda.
Graziele ri e conta:
   — O Douglas está me esperando lá fora.
O sorriso de Malu desaparece.
   — Sério?
   — Sim.
   — Grazi, toma cuidado — alerta com seriedade.
   — Eu estou cansada de esperar por algo que não vai acontecer, Malu!
A morena olha para a direção que Thiago está e assente.
   — Tudo bem. Faça o que você tem vontade, mas não se deixa levar por ele.
Graziele assente e dá um abraço em Malu.
   — Aproveita a festa com o Thiago por mim.
Malu rapidamente se afasta da amiga, segurando em seus braços.
   — Grazi.
A ruiva apenas sacode a cabeça, as lágrimas retornando sem disfarces. Ela dá um leve sorriso para a amiga e sai com rapidez. Malu vira com uma tristeza no olhar e acompanha ela desaparecer.

Mesmo com uma dança mais contida, Yasmin não deixa de aproveitar a festa. 
   — Até que enfim te encontrei.
Ela se vira ao escutar as palavras em seu ouvido e fica com o rosto muitíssimo perto do de Breno.
   — Breno! — ela é pega de surpresa e sente uma grande alegria por vê-lo. — Não sabia que você vinha.
   — Pois é. Eu vim com a minha mãe para a festa da MelPhia e por sorte consegui me infiltrar aqui na festa da Isabela.
Yasmin ri.
   — Faz tanto tempo que a gente não se fala, né? Como você está?
   — Ótimo, quero saber como você está.
A loirinha olha para o próprio abdômen.
   — Já está sabendo, né?
   — Quem não está? — brinca Breno fazendo um carinho no rosto dela. — Eu fiquei preocupado com você.
   — Obrigada. — Ela pega na mão dele. — Eu passei por maus bocados mesmo, mas agora já estou me recuperando. 
   — Que bom! Quando eu vi na internet o que tinha acontecido... nossa, foi difícil. 
Yasmin sorri e acaricia os dedos dele.
   — Não sabia que eu era tão importante pra você assim.
   — Você sabe o quanto eu gosto de você, Yasmin.
Vendo a seriedade nos olhos dele e o rumo que a conversa está tomando, a loirinha trata de mudar de assunto.
   — Mas e aí, pronto pra dançar até o amanhecer?
Breno gargalha.

No térreo, onde ainda acontece a primeira festa, Chay despede-se da irmã e do cunhado que já vão embora.
   — Vocês já foram mais baladeiros, hein? — ele brinca para tentar atenuar o clima entre o casal.
   — Os tempos são outros — Anelise responde e dá um abraço nele.
   — Até você, Bernardo? — O cantor ri para o médico.
   — Pois é.
Eles também dão um abraço e Anelise fala:
   — Deixa um beijo pra Isabela e pro Vinícius.
   — Pode deixar.
   — Tchau! — despede-se Bernardo.
   — Tchau. — O casal afasta-se bem distante um do outro e Chay comenta consigo mesmo: — Vish, hoje a jiripoca vai piar em casa.

A angústia e melancolia de Graziele dissipam-se quando ela enxerga Douglas. Ela caminha até ele, sentindo o coração inflar. Ao se encontrarem, eles não trocam uma palavra, apenas se abraçam com força. Douglas afunda o rosto na clavícula dela e inspira profundamente, saboreando do aroma agradável da pele da ruiva.
   — Senti sua falta — sussurra e beija o pescoço dela. Graziele solta um suspiro involuntário e se esforça para continuar em pé.
   — Faz só uma semana que a gente não se vê — ela comenta dando um passo para trás.
   — Eu sei. — Douglas sorri.
Ela ri e balança a cabeça, só então percebendo no quê ele está apoiado.
   — Esse carro é seu?
O rapaz dá um passo para o lado e abre a porta do passageiro, falando:
   — Essa noite ele é nosso.
Graziele sorri e sente um impulso de beijá-lo, porém se controla e entra no veículo. 
   — E aí, pra que festa nós iremos? — questiona quando ele se junta a ela.
   — A nenhuma.
   — Nenhuma?
   — Não. Eu estava pensando em algo só nós dois.
O interior de Graziele fica agitado e ela se esforça para recobrar a respiração.
   — Ok.
Douglas sorri e liga o motor.
   — A noite está fria, né? — comenta saindo da vaga.
   — Nem reparei — confessa Graziele e ele ri.
   — Eu tenho uma coisa pra te contar.
Ela se remexe no banco.
   — Que coisa?
Douglas para em um sinaleiro e assim mesmo continua olhando para frente.
   — Hoje eu estou só pra você.
   — C-como?
Ele umedece os lábios, ainda fixando a traseira do carro em sua frente.
   — Hoje eu fiz questão de não usar absolutamente nada.
   — Acho que é a primeira vez que eu te vejo completamente sóbrio.
O comentário dela faz os dois gargalharem e Douglas finalmente olha para ela.
   — Espero que você goste.
Graziele sorri.
   — Eu já estou gostando.
O sinal abre e o rapaz pisa fundo no acelerador. 

No meio da pista, ao som de uma batida eletrônica, Isabela pula e sacode a cabeça. O chapéu dela cai e Jonas, que dança juntamente com ela, agacha-se e pega. Ele coloca o acessório novamente na cabeça dela e eles sorriem um para o outro.
   — Já estamos de bem? — ele pergunta chegando mais perto dela para ser ouvido.
Isabela ri e não para de dançar.
   — Nós nunca ficaremos de bem!
Eles riem e continuam dançando juntos. Não muito distante, Maísa os vê, mas ignora os dois e continua curtindo com Samuel e Malu.
   Pedro e Daniela chegam abraçados perto de Isabela e Jonas.
   — E aí, casal! — grita o jovem.
   — Nós não somos um casal — corta Jonas.
   — Ué, casal não é uma dupla formada por um homem e uma mulher?
Isabela revira os olhos.
   — Você sabe que não foi nesse sentido que você usou.
   — Você quem está dizendo.
Daniela interrompe:
   — A sua festa está incrível, Isabela!
A garota olha para ela e sorri.
   — Obrigada. Eu fiz pensando na curtição de todo mundo!
   — Está funcionando — comenta Daniela olhando ao redor e acompanhando todos os seus colegas fora de si.
   — Está mesmo — concorda Pedro. — Só queria saber se vocês vão entrar no clima de curtição e se pegarem mais uma vez? Porque agora vocês ficam esporadicamente, né? Rolou no carnaval fora de época, pode rolar no aniversário fora do dia também, né? — Ele gargalha, mas ninguém o acompanha.
   — Ai, não sei por que eu te convidei! — Isabela esbraveja e sai rapidamente de perto deles.
   — Porque eu sou demais! — grita Pedro e recebe uma cotovelada de seu amigo.
   — Qual é o seu problema, cara? — questiona Jonas.
Maísa vê quando Isabela passa por ela e seguindo seu instinto vai atrás dela.

Logo que entram no apartamento onde moram, Bernardo e Anelise tomam direções opostas. Ele segue para a cozinha enquanto a jornalista encaminha-se para o quarto. Ela vai diretamente para o banheiro do casal e se tranca lá batendo a porta com força, sem se importar com o horário avançado e os vizinhos de condomínio. Bernardo enche um copo com água e repousa a jarra sobre a pia, os seus pensamentos distantes. Quando terminar de beber, coloca o copo diretamente no escorredor e sai do cômodo passando a mão no rosto. Ele cruza com a esposa na sala e nenhum dos dois olha para o outro. Anelise vai para a cozinha já sem maquiagem e com o primeiro pijama que encontrou. Ela acende a luz, que Bernardo não fez questão de ligar, e também vai até a geladeira, que abre e alcança uma garrafa com água. Ao se aproximar da pia para pegar um copo no escorredor, visualiza a jarra que Bernardo esqueceu de guardar.
   — E quer ter um filho — resmunga para si pegando de qualquer jeito a jarra e enfiando de volta na geladeira. Ao terminar de beber água, guarda sua garrafa e lava o copo antes de deixá-lo no armário. Ela se arrasta até o quarto do casal, onde Bernardo já está deitado na cama. As luzes estão apagadas e por isso ela encontra certa dificuldade para chegar à cama, tropeçando nos sapatos do marido e batendo o dedinho em algum objeto que não consegue identificar. 
   Anelise deita e se acomoda sob o cobertor, puxando um pouco mais para si. Bernardo puxa de volta o tecido grosso e ela volta a pegar para si, dizendo:
   — Eu estou com frio, car*lho.
   — Eu também estou — devolve Bernardo.
Eles brigam um de costas para o outro.
   — Você nem sente frio, Bernardo.
   — Você viu quantos graus está, Anelise?
   — Que merda! — Ela xinga e empurra todo o cobertor para ele. Em seguida levanta, caminha até o tapete - tropeçando novamente nos sapatos de Bernardo - e pega outra coberta. Quando deita novamente na cama, fecha os olhos e tenta dormir. Então, a voz de seu marido entra em sua cabeça.
   — Não precisava daquele climão todo na festa.
   — Bernardo, eu quero dormir — ela responde com rispidez.
   — A gente passou metade da festa com cara de bunda.
Anelise vira de barriga para cima.
   — Você queria que eu ficasse como depois do que você falou?
   — O que eu disse demais? — ele pergunta ficando na mesma posição que ela.
   — Você ainda pergunta, Bernardo?
   — Claro. Foi você que teve uma reação muito exagerada por causa de um comentário bobo.
   — Comentário bobo!? — Ela olha diretamente para o médico. — Bernardo, você sabe o quanto eu estou cansada desse tipo de comentário. Em todo lugar que eu vou sempre tem uma pessoa pra me cobrar um filho. Aí você ainda vem me dizer que a decisão de não engravidar é somente minha!
   — Eu não disse isso.
   — Ah, fala sério! Assume o que você falou.
   — Eu te perguntei se quem não quer ter filho por agora somos nós dois ou só você.
   — É a mesma coisa! Eu estava tranquila que essa decisão era nossa, Bernardo.
   — Era uma decisão nossa. Acontece que já faz muito tempo que a gente conversou sobre isso, as coisas mudam.
Anelise ri e repete:
   — As coisas mudam. Eu me lembro bem que você falando que só queria ter um filho depois de fazer a sua especialização. Agora eu te pergunto, isso mudou? Você já fez a sua especialização?
Bernardo coça a sobrancelha.
   — Não, Anelise. Só que eu estou disposto a adiar esse passo pra poder tirar uma pausa pra gente cuidar do bebê.
   — Acontece que eu não estou disposta a tirar pausa nenhuma. Caramba, a minha carreira como jornalista finalmente está deslanchando. Eu não quero parar agora!
   — Eu não estou falando em parar com nada, mas dar uma pausa para a gente focar na nossa vida pessoal. Você está se desenvolvendo profissionalmente, mas na vida pessoal está estacada. 
   — Estacada? Eu não acho que a minha vida pessoal está estacada. Eu estou aproveitando os nossos primeiros anos de casamento.
   — Só que a gente já vem levando uma vida de casado há muito tempo, Anelise.
   — O que você está querendo dizer, Bernardo? Que a nossa vida pessoal e amorosa está uma merda e você quer um filho para consertar?
   — Óbvio que não! Eu quero ter um filho, porque acho que é o momento certo para isso. O meu instinto paterno despertou e eu acho que já está na hora da gente expandir a nossa família.
   — Mas eu não concordo com você. Nós tínhamos um acordo, Bernardo! Você faria sua especialização e eu me estabilizaria como jornalista e aí nós pensaríamos em ter um filho. Agora você quer romper com isso porque "o seu instinto paterno despertou"?
   — Sim! Eu sinto que nós estamos preparados para dar mais esse passo, Ane!
   — Você pode estar, eu não estou. Eu-não-vou-engravidar-agora.
   — Eu pensei que essa foi uma decisão nossa.
   — Era até você quebrar com isso.
Bernardo respira fundo e passa as mãos no rosto.
   — Vamos deixar isso pra lá. Essa conversa não vai levar a gente a nada. A noite foi longa e nós estamos cansados.
   — Finalmente você está dizendo algo sábio. — Anelise volta a ficar de costas para Bernardo e se cobre com a coberta que pegou. Ele bufa e revira os olhos e também se vira de costas para ela.

Isabela foi seguida por Maísa até o banheiro, onde as duas começam a conversar.
   — Você parece nervosa — analisa a loira em tom despretensioso.
   — É, eu estou — responde Isabela com irritação encarando seu próprio reflexo no espelho.
   — Aconteceu alguma coisa?
   — O Pedro. Ridículo! — Isabela tira o chapéu e o joga na pedra da pia.
   — O que ele fez? — indaga Maísa com curiosidade.
   — Você acredita que ele teve a capacidade de perguntar se eu e o Jonas íamos ficar de novo?
Maísa assente.
   — Ah. Entendi. 
   — Não precisa ficar assim — fala Isabela olhando para a loira pelo espelho. — É óbvio que eu e o Jonas não ficaríamos de novo.
   — Eu sei disso. — Maísa apoia o quadril na pia e olha diretamente para Isabela. — Posso te falar uma coisa, Isa?
   — Pode — responde a morena penteando o cabelo com os dedos.
   — Antes eu quero que você saiba que eu não estou dizendo isso como "ficante do Jonas" e sim como Maísa mesmo.
Isabela ri.
   — Aí vem. Fala.
Maísa cruza os braços e diz:
   — Eu acho que você não deveria ficar de papo com o Jonas.
Uma gargalhada ecoa pelo banheiro.
   — Você tem certeza de que não é a ficante do Jonas que está falando? — pergunta Isabela entre risos.
   — Sim — garante Maísa bastante séria. — De verdade, Isabela. O Jonas só se aproxima de você pra ficar fazendo brincadeirinhas, pra te provocar. 
   — Isso é verdade.
   — Pois é. Isso não é legal pra você. Se eu fosse você cortaria ele de uma vez. Esse jeito bacaca e idiota dele irrita até a mim, que estou de alguma forma ligada a isso.
Isabela assente e deixa as mãos caírem ao lado do seu corpo, girando para encarar Maísa.
   — Podemos falar sério agora?
   — Como é? — surpreende-se a loira e Isabela sorri.
   — Você sabe que só está dizendo isso porque está com ciúmes do Jonas.
Agora é Maísa quem ri.
   — Você não pode estar falando sério.
   — Mas estou — garante Isabela. — Nós duas sabemos disso.
   — Isa!? Eu só estou opinando sobre uma situação que eu não acho bacana.
   — Ah, Maísa, sejamos francas! Você só está falando essas coisas porque tem medo de que eu volte a ficar com o Jonas.
   — Claro que não, Isabela! — Ela passa as mãos no rosto. — Não acredito que você está dizendo isso. Pior, ache que isso é realmente verdade.
   — Você sabe que é — devolve a morena. — Se eu quiser ficar com o Jonas, ele ficaria comigo e você sabe disso, por isso quer que eu me distancie dele. 
   — Meu Deus, e...
   — Olha — interrompe Isabela —, deixa eu te dar um conselho. Se afaste você do Jonas, porque sinceramente não é bacana se envolver com um menino estando com medo dele ficar com a ex-namorada dele. De verdade, isso é deprimente.
   — Isa, não acredito que você está falando isso!
   — Não acredito que você está tentando me afastar do Jonas por causa de ciúmes.
   — Eu não estou fazendo isso, caramba! — grita Maísa. — Sério, você está viajando, Isa.
   — Viajando está você. — Isabela ri. — Eu esperava mais, hein Maísa.
   — Chega! — Maísa dá um passo na direção de Isabela. — Você bebeu? Porque eu não consigo acreditar que você esteja dizendo isso.
   — Eu não bebi nenhuma gota de álcool. Só estou falando a verdade, mas se isso te incomoda... — Ela dá de ombros e Maísa perde a cabeça. A mão dela se ergue no ar e acerta em cheio o rosto de Isabela.
   — Você está maluca? — grita Isabela olhando sobressaltada pra ela.
   — Você está maluca!
   — V-você me bateu, Maísa! — devolve a morena com os olhos enfurecidos. Ela tenta partir para a cima da loira, mas como é menor e mais magra é dominada com facilidade. As duas começam a se empurrar e se arranhar, proferindo palavras de baixo calão.


Comentários

  1. Eu nao acredito! Isa e Maísa brigando, nunca achei que isso fosse acontecer. Você para ver isso. Acho que a Isa foi prepotente.
    Está muito bom. Está maravilhoso.
    Ane e Bê, São meus fofos, até brigando!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Briga bem surpreendente essa, né?
      Muuito obrigada! ;D
      O clima está pesado entre a Anelise e o Bernardo, né?

      Excluir
  2. ISSOOOOOOO!!!!! TRETAAAAAAA!!! Isso mesmo amiga! Pode botar treta nos caps que é disso que o povo gosta!!Hahahaha
    Grazi tem que sair da fossa!!!!Tipo, eu amo o Thi e ela, mas tá ficando chato ver a Grazi triste por causa dele. Vai com o Douglas mesmo linda!!! Beija MUUUITO!!Só não usa nada,okay???? Hahahaha
    Quero ver oque que vai dar o Brian nessa festa! Vai ficar com a Marina e manda a Jaqueline pastar lindo!!!Hahaha(Sim,não gosto nada da Jaqueline.ME JULGUEM!!!)
    Não gosto muito da Maisa,por causa do rolê dela com o Sam,que atrasou e muito ele e a Malu, e já deixei muito claro que não apoio essa fase ridícula e mimada da Isabela,então só quero ver o circo pegar fogo!!! Bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. kkkkkkk
      A Graziele está sofrendo bastante com toda essa situação, não é mesmo? O que será que vai acontecer entre ela e o Douglas?
      A Marina colocou o Brian contra a parede, veremos o que ele fará.
      A briga da Maísa com a Isabela dividiu opiniões.
      Beijos!

      Excluir
  3. Continua, TA maravilhoso

    ResponderExcluir
  4. Só um aparte... quando apresentam a yasmin e a isabela na festa. Na vez da yasmin, foi yasmin borges. Mas na vez da isabela, foi isabela fronckowiak e não isabela suede. Só um comentário. Continuo amando a história ❤

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É porque Suede é nome artístico do Chay. Os sobrenomes da Isabela são Fronckowiak Rocha e escolheram colocar o da Mel porque é o conhecido pela mídia. *-*

      Excluir
  5. Chay é Mel vão voltar??

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Veja mais

Mostrar mais

Postagens mais visitadas deste blog

Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - 1º Capítulo: Os rebeldes se reencontram

Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 85: Isabela reencontra Jonas no primeiro dia de aula