Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 298 [Parte 1]: Vinícius flagra Isabela e Jonas juntos


Yasmin permanece em silêncio após ouvir a revelação de Isabela. Depois de algum tempo, Malu questiona com preocupação:
   — Você está bem, Yas?
   — A... a Marina? — balbucia a loirinha.
   — Foi — confirma Isabela. — Ela é O negativo, por isso foi a única...
   — Não me importa a parte científica — interrompe Yasmin atônica. — O sangue da Marina corre nas minhas veias. Ela... me salvou.
   — Não é a pior coisa do mundo, né Yasmin? — comenta Malu com irritação. — Se não fosse pela Marina você estaria morta agora.
   — Malu! — Isabela censura a colega. — Não precisa falar assim, né?
   — Precisa sim — rebate a outra morena. — A Yasmin parece que não entendeu a importância do gesto da Marina.
   — Eu entendi — corta Yasmin. — Não sou idiota. É justamente por isso que eu tô... chocada. Ela veio? — indaga olhando para Isabela. — A Marina está aqui no hospital?
   — Não. A Mari está se recuperando em casa.
   — Ela está bem?
   — Na medida do possível.
   — Entendi. — A loirinha fica olhando para as próprias mãos em silêncio. Isabela e Malu trocam um olhar e a cunhada de Yasmin diz:
   — A gente já vai indo. — A loirinha assente. — Fica bem, tá?
Isabela dá um beijo na testa da amiga e Malu afaga a mão dela antes de saírem. 

Brian mexe em seu celular sentado em um sofá da sala de estar da mansão de Lua e Arthur. Com a mão livre, faz carinho no cabelo de Marina, que cochila com a cabeça em suas coxas.
   — Sabe o que eu estava pensando? — indaga a garota minutos depois.
   — Que susto, Mari! — exclama o americano. — Pensei que você tivesse dormindo.
   — Eu estava pensando em como seria bom voltar com você para os Estados Unidos — conta Marina como se ele não tivesse falado nada.
   — Você está falando sério? — Brian pergunta espantado. 
   — Estou — responde Marina com o olhar distante. — Seria bom ficar longe de tudo isso, fingir que nada aconteceu. Não estou falando que ficaria lá pra sempre, só até a poeira baixar e os pesadelos acabarem.
   — Mari — ele fala com doçura —, por mais que seja difícil, a gente não pode fugir dos problemas.
   — Não seria uma fuga, eu apenas me esconderia por um tempo.
Brian sorri e faz um carinho na orelha dela.
   — A vida não é assim. 
   — Eu sei — ela concorda com melancolia. O americano volta a acariciar o cabelo dela e a morena fecha os olhos. O rapaz tem consciência de não abaixar muito a mão para não tocar na nuca dela.
   — Acho que tem alguém chegando — ele comenta instantes depois no momento em que a porta é aberta.
Lua e Arthur caminham apressadamente até os dois e Marina levanta devagar.
   — Oi, meu amor! — fala Lua pegando somente nas mãos dela. Sua vontade é de abraçar a jovem, mas sabe que ela está bem machucada.
   — Oi, mãe — responde Marina com os olhos marejados.
   — Como você está? — indaga Arthur colocando uma mão nas costas da filha de maneira protetora.
   — Estou melhor. — Marina dá um leve sorriso e Brian abaixa a cabeça, por mais que ele não esteja entendendo o diálogo notou que o sorriso da ex-namorada foi falso.
   — Nós viemos o mais rápido que pudemos — diz sua mãe com aflição. — Foi horrível ficar sabendo de tudo e não poder fazer nada.
   — Nós também ficamos impotentes aqui — fala a jovem com a voz baixa.
   — Mas agora nós estamos de volta e não vamos deixar você e o seu irmão sozinhos — Arthur garante passando um braço pelos ombros dela.
   — Falando nele, cadê o Victor? — pergunta Lua.
   — Está dormindo lá em cima.
   — Ah! — A loira olha para o marido. — Você chama ele? Eu quero ter uma palavrinha com o Brian — completa começando a falar em inglês.
O americano fica tenso de imediato, embora não encontre nenhum motivo para Lua brigar com ele. Será que ela vai me culpar por ter fugido e deixado a Marina lá? se pergunta nervoso. Ele olha para Marina e percebe que ela está curiosa para saber o que a mãe quer com ele.
   Marina senta-se ao lado de Brian e Lua do outro.
   — Eu queria te pedir desculpas, Brian — fala a mãe de Marina para o espanto dos dois.
   — Desculpas? — ele repete.
   — Sim. Você veio aqui para o Brasil só pra visitar minha filha, eu te acolhi na minha casa e... e olha o que foi acontecer. Eu fiquei longe nesses dois dias e posso imaginar a preocupação dos seus pais.
   — Os meus pais não sabem — corrige o americano.
   — Não?
   — Eu não quis que eles ficassem preocupados — explica Brian dando de ombros. — Já está tudo bem mesmo. Quando eu chegar em casa, eu conto.
   — Mas você me desculpa? — pergunta Lua. — Eu não queria que você tivesse passado por isso.
Brian pega na mão de sua ex-sogra.
   — Você não tem culpa de nada, Lua. Não precisa ficar pensando sobre isso.
   — Mas eu me preocupo com você — rebate a loira. — Eu me considero sua responsável aqui no Brasil.
   — Eu agradeço — ele sorri. — Mas já está tudo bem. 
   — Você está machucado?
   — Não.
   — Ah, que bom! — Ela mal termina a frase e puxa o loiro para um abraço apertado.
Marina olha para os dois com os olhos marejados, em seguida desvia o olhar para fitar Arthur e Victor que descem as escadas. Lua solta Brian e faz um carinho no rosto dele antes de se virar para o filho.
   — Oh, meu bebê! — Ela levanta e abraça Victor. — Você se machucou? — Victor sacode a cabeça em negativo. — Como você está se sentindo?
   — Bem.
Mesmo sabendo que não é verdade, Lua assente.
   — Que bom! — Ela abraça novamente o filho.

Na manhã seguinte, os jovens reúnem suas forças e começam a retornar às suas rotinas. A primeira coisa que eles fazem é ir ao colégio. Uma onda de alívio inunda o interior de Marina quando entra com Victor, pois ninguém olha com curiosidade para eles.
   — Pelo visto a notícia não se espalhou — comenta com o irmão.
   — Ainda bem, era só o que me faltava ter um banco de gente fofocando sobre isso — resmunga Victor. Por ele não teria vindo, porém Marina insistiu tanto que ele cedeu pelo cansaço. 
   Assim que entram na sala, recebem diversos olhares e logo o alívio de Marina desaparece. Isabela que caminhava para fora, cruza com eles.
   — O pessoal já sabe? — pergunta Marina.
   — Sabe — confirma a menor. — Mas fica tranquila, todo mundo parece estar com medo de perguntar qualquer coisa. Pelo o que eu fiquei sabendo a Malu foi grossa com a Laís quando ele foi perguntar e desde então ninguém tem coragem.
Marina dá um leve sorriso.
   — Minha gratidão eterna para a Malu!
   — É. Vou lá pegar água, já volto.
Isabela olha rapidamente para Victor e sai da sala. Os irmãos se separam e vão para os seus lugares.
   — Oi — ela fala para Felipe.
   — Oi, Mari.

Isabela caminha em passos curtos e apressados até o bebedouro e enche sua garrafinha. No caminho de volta para a sala se assusta quando Jonas surge em sua frente.
   — Bom dia — ele fala abaixando a cabeça para olhar nos olhos dela.
   — Bom dia.
   — Fiquei sabendo do que aconteceu.
Isabela tem que se controlar para não revirar os olhos.
   — É?
   — Sim. Você está bem?
Dessa vez ela revira os olhos.
   — Ai, Jonas, eu estou cansada dessas perguntas.
   — Que bom! — Ele vibra e a arrasta para um corredor mais deserto.
   — O que é isso, Jonas? — questiona a garota olhando para os lados.
   — Eu queria te falar uma coisa.
   — O quê?
O rapaz suspira e abaixa a cabeça, ficando com o rosto perto do dela. A proximidade deixa Isabela incomodada e ela tenta recuar ainda mais para a parede.
   — É... — Ele ergue a cabeça e sorri ao ver a expressão dela. — Isa, n...
   — Isabela.
   — Isabela — ele corrige —, não precisa ficar com medo. 
   — Eu não estou com medo — rebate a garota erguendo o queixo.
   — Não é o que o seu rosto está dizendo — rebate Jonas passando o polegar pela bochecha dela.
   — Tira a mão de mim. — Isabela dá um tapa na mão dele. — Era isso que você ia me falar? — ela pergunta com irritação. — Que eu não preciso ficar com medo?
   — Não. Eu ia te falar que do mesmo jeito que você se disponibilizou a ficar do meu lado quando descobriu do... da minha mãe, eu estou disposto a ficar do seu lado agora.
Seu comentário deixa Isabela surpresa.
   — É? — É a única coisa que ela consegue dizer.
   — É — confirma Jonas olhando intensamente para ela.

Dentro da sala, Mayara e Lorenzo observam Victor.
   — Esquisitão ele, né? — comenta a garota de cabelos platinados. Lorenzo não opina e continua olhando discretamente para o namorado de Yasmin. — Por que você não vai lá e pergunta para ele?
   — Oi? — Ele olha para a loira.
   — Eu sei que você quer saber como a Yasmin está, vai lá e pergunta para ele.
   — Eu não! — Lorenzo encolhe-se somente de imaginar em falar com Victor.
   — O que é que custa? — questiona Mayara. — Ele não vai te bater nem te morder.
   — Me morder eu sei que não.
Ela ri.
   — Ele não vai te bater também. Olha, Lorenzo, você não gosta de Yasmin?
Ele demora, mas confessa:
   — Gosto. Como amiga.
Mayara ri novamente.
   — Aham, sei. — Ele abre a boca para argumentar, mas ela não deixa. — Não importa! Você gosta dela como amiga, então você deve estar preocupado com ela. O Victor é namorado da Yasmin, se alguém tem informações privilegiadas sobre o estado de saúde dela, esse alguém é ele.
   — Eu sei, mas...
   — Mas nada. Se a Yasmin tivesse aqui, ela te incentivaria também.
   — Se ela tivesse aqui eu não precisaria falar com ele. — Lorenzo dá um risadinha abafada e recebe um empurrão de Mayara.
   — Vai logo!
A movimentação dos dois desperta a curiosidade de Victor e ele vira a cabeça olhando para eles. Diante do olhar penetrante do loiro, Lorenzo não se move nem para frente nem para trás.
   — Vai logo! — repete Mayara dando outro empurrão nele.
Victor franze levemente a testa e observa Lorenzo aproximar-se.
   — Oi — diz o garoto com  voz trêmula.
   — Oi — responde Victor friamente e Lorenzo arrepende-se de ter ido até ele, mas sabe que seria muito mais estranho se ele se afastar agora que já disse Oi. 
   — Eu... eu queria... como a Yasmin está? — ele pergunta nervoso sem olhar nos olhos de Victor, que loiro crava seu olhar gélido nele.

Vinícius está saindo do banheiro na companhia de Alexandre quando surpreende Isabela e Jonas juntos. Sua mente demora para raciocinar a imagem que chega através de seus olhos e quando isso ocorre ainda ficam lacunas importantes.
   — O que você está fazendo com esse garoto, Isabela? — pergunta para a irmã que se assusta.
Jonas olha displicentemente para ele e Alexandre demonstra confusão.

Lorenzo está quase se esquecendo de sua dignidade e saindo correndo quando Victor fala:
   — Ela está bem, Lorenzo.
   — É?
   — Sim. — Ele olha para a carteira vaga de Yasmin em sua frente. — Senta aí.
Com medo e desconfiança, Lorenzo senta na cadeira diante de Victor.
   — A Yasmin levou um tiro no abdômen — conta o loiro. — A bala atravessou o corpo dela e saiu.
   — Caramba!
   — É, mas ela não está correndo risco de vida. 
   — Ufa, que bom!
   — É — concorda Victor. Ele hesita por um instante e fala: — Lorenzo, eu queria te agradecer por uma coisa.
   — Hã? — O garoto fica pasmo.
Victor tira uma papelzinho bem surrado do bolso e o desdobra na frente de Lorenzo. O garoto fica ainda mais em choque ao ver do se que trata.
   — Eu encontrei isso nas minhas coisas — conta Victor mostrando o retrato de Yasmin feito pelo próprio Lorenzo. — A Yasmin me deu e... e isso aqui tem sido o meu consolo ultimamente. Nenhuma foto, nenhum vídeo que eu tenho dela foi capaz de registrar o tamanho da beleza da Yasmin quanto o seu desenho. 
   — E-eu não sei o que dizer — gagueja Lorenzo.
   — Não precisa me dizer nada. Eu que estou te agradecendo. 
   — De nada — sussurra Lorenzo.
Victor assente e completa:
   — Apesar disso, a minha visão sobre você não mudou. É só isso, pode voltar pro seu lugar e contar tudo pra Mayara. — Ele dá um leve sorriso e olha para a loira, que observa a conversa sem disfarçar.
Com as pernas bambas, Lorenzo levanta e sai de perto do loiro.

Isabela empurra Jonas e olha para o irmão.
   — A gente estava conversando.
   — Sei... e a gente pode conversar?
   — Claro. — Isabela olha para Jonas.
   — Depois a gente se fala — ele diz e dá um beijo na bochecha dela antes de se afastar. 
Vinícius fica ainda mais indignado e Alexandre surpreso.
   — Alê? — Isabela dá um sorriso amarelo para ele, indicando para ele também sair.
   — É... vou no banheiro.
Vinícius dá um leve sorriso já que ele acabou de sair do banheiro com Alexandre. Ao ficar sozinho com a irmã, volta a ficar sério.
   — Isa, o que estava acontecendo aqui? — pergunta.

Em suas carteiras, Laís e Maísa conversam e são interrompidas por Alexandre.
   — O que foi, Alê? — indaga Laís observando a expressão de surpresa que ele ainda tem no rosto.
   — Nada não.
   — Então por que você está com essa cara? — pergunta Maísa rindo.
   — É que... é que vi uma cena inusitada.
   — Que cena? — questiona Laís com curiosidade.
   — Eu não vou ficar fazendo fofoca, gente.
   — Não é fofoca — retorque Maísa. — A gente não vai contar pra ninguém.
   — Não fale por mim — ri Laís, mas ao ver o olhar de Alexandre acrescenta: — É brincadeira.
   — Vai, Alexandre — incentiva a loira. — Até eu que não sou curiosa quero saber.
   — Se eu fosse você não gostaria de saber. 
   — Por que não? — rebate Maísa ficando séria.
   — Envolve ela? — Laís indaga.
   — Não diretamente.
   — Ai, fala logo, Alê! — pede Laís.
   — Eu e o Vinícius flagramos o Jonas de papinho com a Isabela — conta Alexandre, mas Maísa não reage como o esperado por ele.
   — O que é que tem? — pergunta ela. — Uma conversa não mata ninguém.
   — É porque não era uma simples conversa — explica Alexandre. — Eles estavam... bem próximos.
   — Próximos quanto?
   — Ah, Maísa, próximos.
   — Não interessa, amiga — interrompe Laís. — Só o fato dele estar de papinho com a Isa já é muito, né? Estamos falando do Jonas. Hello?

Ainda no local em que ele a encontrou com Jonas, Vinícius e Isabela conversam sobre o ocorrido.
   — Isa, por que vocês estavam conversando? — insiste em saber o namorado de Marina.
   — Ele ficou sabendo do que aconteceu na fazenda e resolveu ser gentil comigo.
Vinícius ri.
   — Simples assim?
   — Por incrível que pareça foi mesmo.
   — E você acreditou nisso?
   — Eu não vi motivos para desacreditar — conta Isabela. — Ele me pareceu bem sincero.
   — Isa? Parece que você gosta de se iludir.
   — Não, Vini, eu gosto de confiar nas pessoas.
   — Mas eu acho que o Jonas já deu provas suficientes de que não merece a sua confiança, você não acha?
Isabela respira fundo.
   — Por favor, não vamos entrar nesse assunto mais uma vez. O que está feito, está feito.
   — Você tem razão — fala Vinícius segundos depois. — É que eu estou no meu limite depois de tudo o que aconteceu.
   — Eu sei — ela fala, embora não saiba realmente de tudo o que se passa com o irmão. — Posso te pedir mais uma coisa?
   — O quê?
   — Não comenta nada sobre isso com o Felipe.
   — Isa.
   — É sério, ele está preocupado com a Yasmin e eu não quero que mais uma coisa entre na cabeça dele. Por favor!
Vinícius fita demoradamente a irmã.


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