Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 300 [Parte 1]: Yasmin recebe visita de Victor
Samuel olha com indignação para Malu.
— Claro que não! — responde com o olhar endurecido.
— Não é o que parece.
— Eu não sou homofóbico, Malu!
— Então por que esse drama todo porque a Mayara está namorando a Vanessa?
— Você conhece esse menina? — ele se surpreende.
— Conheço, a Mayara sempre leva ela pros eventos.
— Hum.
Malu endireita-se na escada.
— Entende uma coisa, Samuel, o fato de você ter ficado sabendo que a Mayara é lésbica não vai mudar quem ela é. Quer dizer, não era pra mudar, né? Agora se você está olhando pra ela de outra forma o problema é com você.
— Você está viajando, Malu! — comenta ele com irritação. — Eu só estou falando que eu acho estranho, eu não esperava por isso. Eu nunca tive alguém homossexual próximo de mim, então pra mim é diferente.
— Então quer dizer que o jeito que você vê um homossexual na rua é um e quando ele está presente na sua vida é outro? Isso não faz sentido pra mim.
— Na boa — Samuel levanta —, você não entendeu nada do que eu quis dizer.
Ele desce os degraus com rapidez e Malu fica imóvel.
— Não acredito nisso! — exclama consigo mesma.
Quando retornam para a sala de aula após o intervalo, os jovens recebem uma atividade especial do professor de história: encontrar curiosidades sobre a Era Vargas. Para isso, eles partem rumo à biblioteca e assim que chegam lá se espalham pelo grande espaço, alternando entre os computadores e as prateleiras de livros.
Graziele usa um dos quatro computadores de uma mesa e ouve Malu tagarelar.
— Eu não sei qual é o problema dele! — fala a morena sem se preocupar em seu ouvida, pois escolheram a mesa mais afastada dos outros alunos. — Ele parece ser todo moderno, mente aberta e reagiu desse jeito esquisito? Não faz sentido pra mim!
— É verdade — concorda a ruiva fechando um site sem ter achado nada interessante. — Mas ele chegou a falar que não aprova?
— Não — responde Malu. — Disse que é esquisito. Esquisito por quê? Todo mundo já viu a Mayara ficando com a Vanessa nas festas, agora porque ela está namorando a coisa muda? Então ele achou que fosse só uma parada de momento? Agora que viu que é sério o pensamento muda?
— Nada parece fazer sentido pra mim — comenta Graziele tanto sobre o trecho que acabou de ler quanto o desabafo da amiga.
— Pra mim também não faz sentido!
— Vem cá — a ruiva abandona a pesquisa e olha diretamente para Malu —, ele não sabe sobre vocês, né?
— Não. Fico pensando como ele vai reagir quando souber.
— Pelo andar da carruagem eu preferiria nem pensar.
Em uma outra mesa, mais no centro da biblioteca, Lorenzo e Iago conversam entre leituras silenciosas nos livros.
— Esse aqui foi o único livro que eu consegui alcançar — comenta Lorenzo. — Os outros estavam muito lá em cima.
Iago vira uma página do próprio livro e olha ao redor, vendo Maísa, Laís e Aline logo adiante e mais ao fundo Victor surgindo do meio de umas prateleiras.
— Por que você não pediu pro seu amigo pegar pra você? — questiona rindo.
Lorenzo segue o olhar dele e dá um sorriso debochado.
— Nossa, que engraçado você — ironiza.
— Ué, vocês não são amigos? Pensei que tivessem se tornado.
— Depois daquele dia ele nem olhou mais na minha cara — conta Lorenzo e dá de ombros. — Pelo menos agora eu não acho que ele pode me bater a qualquer momento.
Iago cai na gargalhada.
— Ai, Lorenzo!
Aline nem disfarça ao suspirar olhando para Iago e suas amigas percebem.
— Apaixonadinha, é? — ri Maísa.
— Pior que estou — assume a jovem. — Pior não, porque com o Iago nada é ruim.
— Vocês continuam tendo aquele impasse? — questiona Laís navegando na internet. Maísa se afasta um pouco para pegar um livro numa prateleira a poucos metros.
— Sim — responde Aline apoiando a cabeça na mão. — Não é fácil essa vida de eu resolvi esperar. — Elas gargalham e Maísa retorna com um livro nos braços.
— Você acha que ele realmente resolveu esperar? — pergunta analisando o índice do livro.
— Você está participando da conversa? — indaga Aline rindo.
— Dá pra ouvir dali. — Maísa indica com a cabeça onde estava. — Mas e aí?
— Acho que não — responde a garota. — Ele não é igual a Laís não. Mas acontece que eu estou ficando com teia de aranha — gargalha.
— Ainda bem que isso é igual a andar de bicicleta, né? — analisa a loira. — Você não esquece com a falta de prática.
— Menos mal, né? Só que eu já vou logo avisando, se ele continuar nesse vai, não vai, eu vou agarrá-lo e aí ou dá ou racha — brinca e o trio ri.
— Não tem nada que eu já não saiba aqui — reclama Maísa e retorna para guardar o livro. Ela passa por Isabela que sai do mesmo corredor que ela entra. A jovem carrega uma expressão de surpresa e encabulamento e segue até a mesa onde Felipe, Marina e Vinícius estão, perguntando-se se comenta ou não com eles sobre o que ouviu a respeito de Iago e Aline. Ao chegar, nota o olhar de nojo que Felipe lança para Jonas, que está mais a frente.
— Achou o livro? — ele pergunta olhando pra ela.
— Achei. — Isabela deposita o livro sobre a mesa e Marina e Vinícius continuam concentrados cada um em sua leitura. — Eu reparei que você estava encarando o Jonas — comenta parando ao lado da cadeira do namorado. — Você ainda está bravo? — questiona passando a mão carinhosamente no cabelo escuro dele.
— Não — garante Felipe voltando a olhar para o ex-namorado dela. — Só estava pensando nas formas mais dolorosas que ele poderia morrer. Acidentalmente, é claro!
Ele olha para Isabela e os dois gargalham.
— Seu besta! — exclama a garota sentando na cadeira ao lado dele. Ela volta a olhar para o lugar onde Jonas estava e repara que ele sumiu. — Viu, ele nem está mais ali!
— Meu olhar tem o poder de fazer as pessoas desaparecerem — conta Felipe no ouvido dela e o casal ri mais uma vez.
Maísa continua em busca de um livro que ache interessante e não percebe a aproximação de Jonas. O rapaz a surpreende com um abraço por trás e prende seu corpo contra as prateleiras de livros.
— Agora não tem como você escapar — sussurra em seu ouvido, causando-lhe arrepios por todo o corpo.
Maísa consegue se virar de frente para ele e responde:
— Talvez eu não queira escapar.
Eles se olham e começam a se beijar com volúpia, suas mãos percorrendo o corpo do outro com certo desespero e suas línguas explorando cada espaço da boca do outro.
— Eu não fiquei tão surpreso assim — comenta Thiago sobre Mayara em um corredor com Samuel. Desde que voltaram da fazenda, os dois mantiveram o contato próximo que lá estabeleceram. — Ela sempre tava com essa menina por aí.
— É que eu pensei que fosse mais uma coisa de momento do que realmente a orientação sexual dela — explica Samuel. — Agora a Malu está achando que eu sou homofóbico por causa da minha reação.
— Mas você tem alguma coisa contra? — questiona Thiago virando em um corredor com Samuel. O rapaz não chega a responder, pois lhe faltam palavras ao ver Jonas e Maísa aos beijos. Os garotos ficam se saber como agir até que Maísa empurra Jonas e olha para eles.
— Foi mal aí — pede Thiago. — A gente só estava procurando um livro.
— Tudo bem — garante Jonas, agora mais bem humorado.
— É — concorda Maísa com os braços de Jonas ao seu redor. — Vocês querem ajuda? — questiona repentinamente. — O Jonas achou livros ótimos e pode mostrar pra você, né amor?
Jonas entende claramente o que ela quer dizer: se ele ajudar Samuel e Thiago, talvez ela se reconcilie com ele; caso não ajude, sem chances com a jovem.
— Claro — ele responde com um sorriso amarelo.
— Não precisa — responde Thiago de imediato, não querendo a ajuda de Jonas.
— Mas ele faz questão! — rebate Maísa e se desvencilha dos braços do rapaz. — Vejo vocês depois! — Ela pisca para Jonas e retorna para a sua mesa rindo.
Thiago, Samuel e Jonas permanecem parados em silêncio por alguns segundos, até que o último aponta para a prateleira que Maísa estava na frente e fala:
— Aqui tem livros ótimos. — Ele vira as costas e também se afasta.
— Amor? — Samuel fala em choque. — Eles nem estavam se falando.
— Eu não sei de mais nada — comenta Thiago. — Então, quer procurar algum livro?
— Ai, eu não! — responde Samuel. — Vamos pegar qualquer coisa na internet.
— Ótima ideia!
Os dois partem rumo às mesas e passam por onde Malu e Graziele estão. As duas pararam de fofocar e se concentram na atividade. Ao passar por elas, Thiago evita ao máximo fitar Graziele, embora seu olhar a procure inconscientemente, enquanto Samuel encara Malu, que retribui com a mesma intensidade.
A ruiva finge não os ver e mexe em seu celular, checando suas mensagens.
— Olha! — exclama minutos depois. — Malu? Malu! — cutuca a amiga que continuava a encarar Samuel, que agora pesquisa no computador.
— Oi? — A morena olha para ela como se estivesse despertando de um transe.
— Tudo bem? — questiona a ruiva.
— Sim, eu só estava pensando se quero o Samuel morto ou deitado na minha cama, despido de toda roupa e pudor. — Ao final da frase ela já está com o olhar vazio novamente, como se estivesse imaginando a última suposição, o que faz com que sua amiga também imagine a cena.
Graziele sacode a cabeça com rapidez, tentando afastar a imagem.
— Olha isso aqui — pede empurrando seu celular para Malu. A morena lê e ergue as sobrancelhas.
— O Douglas está te chamando para uma festinha? — Ela analisa a amiga. — Você vai?
— Acho que sim — Graziele responde com leveza. — Estou precisando espairecer um pouco.
— Mas você sabe que tipo de festinha é essa, né?
— Sei.
— E você não se importa? Eu pensei que agora — ela abaixa o tom de voz —, agora que você terminou com o Thiago fosse evitar esse tipo de lugar.
— Aham. Acontece que é diferente, sabe? Eu não preciso me preocupar com o que o Douglas bebe ou consume, ele sabe o que está fazendo e o que quer e é dono do próprio nariz. Com o Thiago não era bem assim.
— E se ele decidir que quer você? — questiona Malu de repente.
— Oi? — Graziele sente o rosto queimar somente de imaginar a situação.
Malu ri diante da reação da amiga.
— Nada não. Vamos voltar pra pesquisa!
Durante a tarde, Marina e Vinícius repousam no quarto dela. O cabelo da morena está preso em um coque para refrescar a nuca e toda a sua atenção está no notebook em sua frente, onde assiste à vídeos de programadores. Agindo muito mais por intuição do que conscientemente, Vinícius toca com tranquilidade e de olhos fechados um velho violão de Arthur que encontrou abandonado em um cômodo. Assim que o download de um programa começa, ela deixa o notebook de lado e fala para o namorado:
— Vamos descer pra comer alguma coisa?
— Vamos.
O rapaz deixa o violão sobre a poltrona em que estava sentado e sai do quarto atrás dela. Eles passam pelo corredor, descem as escadas, cruzam a sala de estar, a sala de jantar e chegam à cozinha.
— Tô com dor de cabeça — ela reclama apoiando-se em um balcão.
— É o resultado de horas olhando para a tela de um computador — brinca Vinícius abrindo a geladeira. — O que você vai querer?
— Pega a manteiga de amendoim, por favor — pede a morena massageando as têmporas. Vinícius franze a testa e olha para ela.
— Manteiga de amendoim, Mari?
— É, está atrás do queijo, eu acho.
— Eu sei, estou vendo. — Ele se estica e pega o alimento. — Só que você tem alergia, lembra?
Marina sorri e se vira para ele.
— O Brian trouxe pra mim dos Estados Unidos.
— E você é imune ao amendoim americano? — ele sorri ainda sem entender e Marina dá uma risada irônica.
— Bobão! É que é totalmente industrializado — ela faz uma careta. — Não tem amendoim, mas tem gosto de amendoim, entendeu?
Vinícius olha com receio para a manteiga em sua mão.
— Isso não me parece muito saudável.
— E não é — concorda Marina indo até ele. — Só que é o único jeito de eu comer uma das paixões do meu país, né?
Vinícius sorri e entrega a manteiga de amendoim pra ela.
— Ok, se você quer assim. — Eles riem e a morena alcança um pacote de pão.
— Falando no Brian, ele foi passar outra tarde com a Jaqueline. — Ela revira os olhos. — Isso está me irritando e me entristecendo.
— Por quê? — questiona Vinícius passando por trás dela e parando ao seu lado.
— Poxa, ele veio passar as férias comigo, né? — reclama a morena passando manteiga de amendoim em uma banda do pão. — Agora que está quase na hora dele voltar pros Estados Unidos ele fica com a Jaqueline o tempo todo? Era melhor nem ter vindo!
Vinícius dá um leve sorriso.
— Você está falando isso da boca fora, amor. No fundo você entende e aceita esse lance do Brian.
— Não, não aceito — ela sorri. — Desde que a gente voltou pra cidade, ele só fica com a Jaqueline. Eu me ferrei muito mais do que ela e ele fica lambendo aquela loira sem graça.
— Ah, ela tem os charmes dela — comenta Vinícius lembrando da imagem de Jaqueline de biquíni na beira da piscina.
— Vinícius!?
Ele sorri.
— Desculpa, só pensei alto.
— São esses tipos de coisa que você pensa?
— Eu penso muita coisa. Sou ser um ser humano pensante.
— Era só o que faltava, você pagando pau pra Jaqueline.
— Não estou pagando pau, foi só um elogio, ué.
— Mas é a Jaqueline!
— E daí, amor? — Ele sorri. — Ela não deixa de ser bonita só porque é a Jaqueline.
— Fica quieto, Vinícius, você está piorando as coisas.
Ele ri e cruza os braços.
— Tá bom. — O rapaz fica em silêncio por um tempo e Marina termina de passar manteiga no pão. Ela morde um pedaço, também se apoia no balcão e fica olhando pra ele. Segundos depois começa a sorrir.
— O que você tem de idiota tem de fofo — fala após engolir.
— Já posso falar? — ele questiona sorrindo.
— Depende do que você for falar — ri a jovem.
— Eu ia perguntar se sua costela já melhorou.
— Um pouquinho — ela responde e ergue a blusa para ele visualizar. — Já não está tão roxa.
— Aos poucos vai melhorar. — Vinícius passa os dedos com suavidade sobre o machucado dela e Marina fica arrepiada.
— É, pelo menos eu não fiquei com nenhum ponto igual a Yasmin, né?
— Verdade — ele concorda. — Falando nela, o Victor foi visitá-la?
— Foi — confirma Marina. — Ele estava ansioso pra vê-la fora do hospital.
Com as mãos nos bolsos da calça jeans, Victor aguarda em pé ao lado do sofá Yasmin aparecer. No entanto, quem surge primeiro são os pais dela.
— Oi, Victor! — cumprimenta Sophia dando um beijo na bochecha dele.
— Oi, Sophia.
Micael dá um aceno de cabeça de longe e Victor retribui com um leve sorriso.
— A Yasmin já está vindo — conta Sophia. — Ela só está terminando de tomar o remédio que o médico receitou.
— Ah, entendi.
Nesse momento, a loirinha aparece vinda do corredor.
— Oi.
Os olhos de Victor brilham no instante em que ele vê sua namorada e tanto Sophia quanto Micael reparam nisso.
— Oi — ele responde.
Yasmin caminha lentamente até ele, ainda um pouco curvada.
— Recebi alta — conta sorridente.
— Percebi.
Eles sorriem e a loirinha dá um selinho demorado nele. Micael coça a nuca e desvia o olhar.
— Vamos... — ela olha ao redor —, vamos pro meu quarto?
Victor olha para a escada com hesitação.
— Você pode subir?
— Uma hora isso vai ter que acontecer, né? — ela sorri sem demonstrar preocupação.
— Filha, lembra que o médico disse que você não pode fazer esforço — alerta Sophia.
— Eu vou ter que ir pro meu quarto uma hora ou outra, mãe — ela retorque. — Eu subo agora e não desço mais. Vocês levam minha janta lá pra cima. A minha e a do Victor — acrescenta olhando para o loiro.
— Ainda nem entardeceu — analisa Micael. — Eu acho que o Victor não...
— Ele vai ficar pro jantar — garante Yasmin e volta a olhar para o namorado. — Nós temos muita coisa pra conversar, né?
O rapaz demora para responder.
— É — diz por fim.
Renata,justo na cena do meu casal favorito, você termina o capítulo ??? Isso não pode!!
ResponderExcluirAmando cada vez mais a Aline e o Iago... a Maísa e o Jonas!😍
💛💙💜💚❤💗💞💖💕💓
ResponderExcluirSimplesmente maravilhoso
Que maravilha ��������
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