Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 289 [Parte 2]: Luíza se apavora ao saber de ocorrido com Nícolas


Marina e Vinícius estão deitados no gramado do jardim no exato local em que estiveram no dia anterior. O rapaz está de lado, com o cotovelo apoiado no lençol e os olhos em Marina, que está deitada de barriga para cima, imóvel. Ela está usando uma saia longa com um biquíni tomara que caia verde escuro. A ideia de vestimenta foi de Isabela, que percebeu que ela estava com várias picadas de mosquitos nas pernas e também para facilitar a aplicação de gelo na lateral do abdômen.
   — Foi legal o mergulho ontem? — pergunta Vinícius enrolando distraidamente a regata dela no pulso.
   — Foi — responde a morena abrindo um sorriso. — A gente tem que mergulhar a noite, é muito legal!
Ele ri.
   — É. Quer que eu segure para você? — indaga olhando para a compressa de gelo que está mantêm grudada na altura das costelas.
   — Quero. — Assim que ele pega a compressa, ela estica os braços ao lado do corpo, tomando cuidado com o que foi machucado. — Eu vi a Isabela e Felipe indo lá para a floresta.
   — Hum. Acho que ele foi pedir desculpas por ontem.
   — É, pra mim, que ele machucou, ele não veio pedir desculpas. Nem ele, nem o Victor!
   — Eles vacilaram dessa vez.

Após ter deixado estacionar o carro, Luíza caminha até a portaria do colégio onde Nícolas estuda. Várias crianças fantasiadas saem acompanhadas por seus responsáveis e ela esconde a risada ao ver uma vestida de árvore.
   — Olá — cumprimenta a funcionária que já conhece. — Vim pegar o Nícolas.
   — Oi, Dona Luíza. O Nícolas já foi embora!
   — Como já foi embora se eu que vim buscar? — indaga Luíza.
   — O avô dele veio buscá-lo — informa a mulher com naturalidade.
Luíza paralisa.
   — O avô dele? 
   — Sim, um senhor chamado Augusto, se eu não me engano. 
O choque dá lugar ao desespero e à raiva e Luíza esbraveja:
   — Como vocês permitem que uma criança seja levada dessa forma?
   — Calma, Dona Luíza — pede a funcionária, que tenta não chamar a atenção dos outros pais. — O senhor tinha a autorização que nós fornecemos quando outra pessoa que não seja as cadastradas no nosso sistema tem que ter para buscar um aluno.
   — Que eu me lembre essa autorização tem ser assinada pelos responsáveis do aluno — rebate Luíza.
   — Sim e tinha a assinatura da senhora. Olhe aqui. — Com alguns cliques no tablet que está em suas mãos, a mulher encontra a foto da autorização em questão. Para o seu desespero, Luíza reconhece sua assinatura no papel.
   — Não pode ser! Eu não assinei nada.
   — Desculpe, Dona Luíza, mas esse senhor não é o avô do Nícolas? — pergunta a funcionária em tom preocupado.
   — Sim, mas... tudo bem, acho que eu me enganei. Dá licença! — Luíza vira com rapidez e dá de encontro com um pai. — Desculpa, desculpa — repete e sai apressada da portaria. 
Na calçada, pega o celular na bolsa para ligar para o esposo, porém vê que há uma nova mensagem de um número privado. 
"É melhor você ir para casa. Lá, você terá respostas."
   Assustada e trêmula, Luíza liga imediatamente para Daniel.
   — Daniel? 
   — Oi, Lu, aconteceu alguma coisa? — indaga por causa do tom da voz dela.
   — Aconteceu! Eu vim buscar o Nícolas no colégio e a moça disse que ele já tinha sido levado pelo avô! Daniel, o Augusto pegou o Nícolas! 
   — Calma, Luíza! Não poderia ter sido o seu pai? — ele sugere tentando manter o controle.
   — Não, ela falou que ele se chamava Augusto. — Ela entra no carro e trava as portas. — Eu recebi uma mensagem dizendo que é melhor eu ir para casa, que lá terei respostas. O que está acontecendo, Daniel? 
   — Calma — ele pede. — Não vá para casa.
   — Como assim? E se...
   — Pode ser uma armadilha.
   — Mas o Nícolas está com ele!
   — Eu vou ligar agora para o César e ele vai rastrear o Augusto. A gente vai encontrar o Nícolas, pode ter certeza!
   — Eu não quero perder tempo, Daniel! Se eu posso encontrar alguma coisa em casa, eu vou pra lá!
   — Luíza, a gente não pode perder a cabeça, é isso o que ele quer.
   — Nós estamos falando do Nícolas! — berra Luíza. 
   — Eu sei, eu vou fazer o possível e o impossível para encontrar o nosso filho, Luíza, mas nós temos que manter a...
Luíza encerra a ligação e joga no celular no chão no carro. Ela rapidamente dá partida e sai cantando pneus da vaga.

Na fazenda, os adolescentes reúnem-se na cozinha para mais um almoço na fazenda. Em meio ao burburinho, Yasmin lembra aos berros:
   — Amanhã é aniversário de um certo alguém!
Jaqueline repete em inglês para Brian e ele pergunta:
   — De quem?
   — Meu — conta Malu no idioma dele.
   — Sério?
   — Não, mentira — ironiza Victor e eles riem.
   — Vai ser meu primeiro longe dos meus pais — comenta a morena e faz biquinho.
   — Oh, tadinha! — brinca Samuel.

Com o coração batendo a mil, Luíza chega em seu prédio e sobe rapidamente até a cobertura, contrariando o conselho de Daniel. Ela abre a porta e seu coração para por um instante.
   Nícolas! — exclama e sai correndo até o garoto, que está sentado no sofá. 
   — Oi, mãe! — Ele sorri e é abraçado por ela com força. 
Passado alguns segundos, Luíza afasta-se de Nícolas e olha ao redor.
   — Tem mais alguém aqui em casa?
   — Não — responde a criança estranhando a pergunta.
   — Quem te trouxe?
   — O meu avô.
Ela sente um embrulho no estômago.
   — E o que ele te falou?
   — Nada demais, só disse que ia me buscar hoje e que sempre estaria por perto de mim.
   — Por perto de você? — Luíza repete. Seus joelhos enfraquecem de tal modo que ela tem que se sentar no sofá.
   — É, ele é legal, mãe!
   — É. — A psicóloga passa a mão no cabelo, sem saber como agir ou o que falar. A porta abre repentinamente e ela se assusta. — Daniel — fala com alívio.
Seu esposo entra no apartamento juntamente com César, seu braço direito, e um outro homem.
   — Filho, como você está? — pergunta o engenheiro pegando Nícolas no colo. 
   — Estou bem, pai.
   — Ele não fez nada contra você?
   — Ele quem?
   — Daniel! — chama Luíza ficando em pé. — Ele está bem. 
Daniel assente e coloca Nícolas no sofá novamente.
   — Vamos até ali — chama e caminha até César e o homem. 
   — Boa tarde, Dona Luíza — cumprimentam os dois.
   — Boa tarde — ela responde apreensiva. 
   — Luíza — fala Daniel —, eu chamei o César e o Maurício para rastrear o número que te mandou a mensagem.
   — Tá, mas façam isso no escritório. Eu não quero que o Nícolas fique sabendo de nada disso. — Ela fala diretamente para o esposo: — O Augusto não fez nada contra ele, apenas trouxe ele para casa e falou que sempre estaria por perto dele. Daniel, você sabe o que isso significa, né?
   — Sei, foi uma ameaça feita diretamente para a gente.
   — Eu não quero mais que o Augusto chegue nem perto do Nícolas — fala a psicóloga com os olhos marejados. 
   — Isso não vai acontecer mais, eu te garanto — fala Daniel e olha para César e Maurício. — Vamos lá para o escritório. 
   — Sim — responde César.
   — Você vem com a gente? — ele pergunta para Luíza.
   — Não, eu quero ficar com o Nícolas.
Ela entrega o celular para eles e o trio segue para o cômodo ao lado. Luíza certifica-se de que a porta está trancada e retorna para perto do filho, mantendo-o preso em seu abraço protetor. 

Horas depois do almoço, Victor chama Marina para conversar na floresta. Os dois caminham até uma clareira, a mesma que foi usada no ano anterior por Felipe para se declarar para Isabela. Eles se sentam em um tronco de árvore caído.
   — Você está melhor? — pergunta o loiro.
   — Um pouco. 
   — Ah, que bom, né?
   — O que você quer, Victor? — Marina pergunta diretamente. 
   — Eu vim te pedir desculpas pelo o que aconteceu.
   — Eu aceito as suas desculpas.
   — Ai, que bom! — ele sorri.
   — Mas eu ainda estou chateada com você e com o Felipe. 
O sorriso dele desaparece.
   — Por quê?
   — Não é óbvio?
   — Marina, eu nunca quis que você se machucasse e também não queria zoar com você, nem no quarto você estava.
   — Por sorte minha, porque eu decidi nadar com o Brian, porque se dependesse de você eu estaria lá na hora que vocês apareceram mascarados.
   — É o destino! — Ele ri e Marina fica irritada.
   — Esse é o problema de vocês, levam tudo na brincadeira!
   — Nós somos jovens, Marina, a graça da vida é zoar! 
   — Acontece que vocês zoam da maneira errada. Olha só o que deu essa brincadeira de vocês — ela ergue a blusa com uma das mãos e mostra a barriga roxa para ele. Victor fica espantado, mas não demonstra.
   — Desculpa, Marina, de verdade. Você é minha maninha, você acha que eu ia querer te machucar desse jeito? Nunca quis machucar ninguém, nem a Yasmin, nem a Isabela. Eu posso fazer várias brincadeiras e palhaçadas com os outros, mas sempre sem a intenção de machucar a pessoa. Eu realmente lamento que você tenha sofrido com isso. 
Marina vê sinceridade no que ele diz e em seus olhos.
   — Ok, mas eu acho que o que aconteceu comigo é um alerta pra você. Pode ser que você não tenha a intenção de ferir ninguém, mas pode acontecer. Imagina se algo mais grave tivesse acontecido? 
   — Não aconteceu — ele retorque. — Isso é o que importa. Marina, desculpa, de verdade.
   — Tudo bem. Eu te desculpo.
Ele sorri.
   — Posso te dar um abraço?
   — Pode, mas devagar.
Com uma delicadeza que não usa com ninguém, nem mesmo com sua namorada, Victor passa os braços pela cintura de Marina e a abraça. 
   Após se reconciliar com o irmão gêmeo, Marina caminha de volta para o casarão e encontra Vinícius pelo caminho. O rapaz está parado debaixo do Sol no caminho até a porta, o olhar distante e a expressão séria.
   — Oi, amor — sorri Marina aproximando-se dele, mas Vinícius sequer nota a presença dela. — Vinícius?
Ele olha para ela e dá um leve sorriso.
   — Oi, Mari. Desculpa, não te ouvi.
   — Tudo bem. — Ela dá um selinho nele. — No que você estava pensando? Parecia distante.
A morena nota a hesitação dele em responder.
   — Eu estava lembrando do sonho que eu tive ontem antes do que aconteceu com você.
   — É? Que sonho era?
   — O do incêndio de novo. 
Marina franze a testa.
   — Hã?
   — Calor. Fumaça. Fogo. Novamente isso. Eu estou começando a ficar assustado, Mari — confessa olhando nos olhos da namorada.


Comentários

  1. Eita, o que sara q esse sonho de Vine quer dizer???
    Muito ansiosa para o próximo Capítulo
    Adorei a cena do Victor com a Marina!!
    E esse aniversário da Malu vai dar o q falar, estou certa?

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  2. Curtinho, mas ficou legal! Beijos de luz! ❤❤❤

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