Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 286: Mel conta para Chay que está em outro relacionamento


Enquanto Felipe e Isabela aproveitam o banheiro do quarto dela para namorar, Vinícius faz suas higienes matinais no do quarto dele com Felipe e Victor. Após ter escovado os dentes, passa as mãos no cabelo tentando desamassá-los, sem muito sucesso. Do lado de fora, deitados em uma cama, Victor e Yasmin conversam abraçados.
   — Mal posso esperar para ver a cara da Isabela — ele ri no cabelo da loirinha. 
   — Vocês são patéticos! — Yasmin revira os olhos.
   — É muito engraçado. Sério! 
   — Espero que a Isabela tenha ficado pelada, assim o Felipe vai ter que apagar — agoura ela.
   — Por que apagar? Eu não me importo de ver.
A loirinha lança um olhar cortante para ele, que gargalha.
   — É só brincadeira, coisinha.
   — É? Mas lembre-se de que essa brincadeira pode ter volta.
Victor joga uma de suas pernas por cima do quadril dela e a aperta em seus braços, afundando o rosto em seu pescoço.
   — Sai, seu cocozinho — pede Yasmin, mas não faz força para sair da situação.
   — Eu gosto de você — fala o rapaz com os lábios roçando na pele dela.
   — Gosta de mim? — Ela ri. — Você me ama, Victor.
   — Iludida — cantarola o loiro entre risos.

Mel roda as chaves no indicador esquerdo dentro do elevador do prédio em que Chay mora. Assim que o elevador para, ela respira fundo e sai no corredor. Caminhando em passos contidos, chega à porta do apartamento dele e toca a campainha. 
   — Bom dia! — Chay abre a porta sorridente e Mel devolve o sorriso e o cumprimento.
   — Bom dia, Chay. 
   — Vem, entra. — Ele abre espaço e Mel adentra no apartamento. — E aí, o que de tão sério você tem para me contar? 
Ela senta no sofá e cruza as pernas.
   — É uma longa história.
   — Tem café quentinho — ri o cantor e senta ao lado dela. — O que está acontecendo? — pergunta com seriedade.
Mel esfrega as mãos, recendo a conversa.
   — Eu — diz tentando controlar a voz — vim aqui para te contar uma coisa e pedir sua ajuda.

A cozinha da fazenda está quente por causa dos feixes de Sol que entram pela janela e pela porta aberta. A única pessoa no cômodo é Thiago, que segura uma xícara com achocolatado com uma das mãos e com a outra coça a parte de trás do cabelo distraidamente. Seus pensamentos vagueiam pela mais recente conversa com Graziele e também por suas terapias e reuniões de narcóticos anônimos. Ele nem sequer nota quando a ruiva entra na cozinha com o cabelo ainda bagunçado do sono. 
   Assim que avista Thiago ela paralisa e vendo que ele ainda não percebeu sua presença começa a recuar até chegar ao corredor.
   — Fugindo, ruivinha?
Graziele toma um susto ao ouvir a voz de Yasmin às suas costas e se vira, visualizando a loira com Victor.
   — Quer me matar, Yasmin? — questiona levando a mão ao coração, que está mais acelerado por ter visto Thiago do que pelo susto.
   — Eu sei quem está na cozinha — fala a filha de Sophia sabiamente. — Não precisa fugir, Grazi — acrescenta com a voz bondosa. 
   — Não sei do que você tá falando. — A ruiva olha rapidamente para Victor, que está com expressão de tédio, e volta a fitar Yasmin.
   — Ah, sabe! — ela exclama e sorri em seguida. — Vamos tomar café! — chama colocando as mãos nos ombros de Graziele.
   — Eu não estou com fome.
   — Grazi? Não tenta mentir pra mim. — Fazendo força, consegue girar Graziele e empurrá-la para a cozinha.
   — E aí, Thiago? — cumprimenta Victor entrando com as garotas na cozinha. O rapaz olha para ele, despertando de seus pensamentos.
   — E aí? — Seu olhar desliza para Yasmin e, principalmente, Graziele. Os dois trocam um brevíssimo olhar e desviam.
   — Vamos comer, meu povo! — Yasmin senta à mesa.
   Ela e Victor saíram do quarto antes de Vinícius deixar o banheiro, o rapaz troca de roupa e querendo começar o dia bem, ruma para o quarto de Marina, torcendo para ela estar sozinha. Um sorriso aparece em seu rosto ao ver a morena, sozinha, deitada em uma das camas, um fino lençol cobrindo o seu dorso. 
   — Bom dia — ele sussurra no ouvido dela. Marina mexe um pouco a cabeça, mas permanece em um sono profundo. — Bom dia — repete Vinícius e dessa vez ela dá um leve sorriso, ainda dormindo. — Bom dia.
Marina vira de barriga para cima e abre lentamente os olhos.
   — Pensei que eu tivesse sonhando — fala com um leve sorriso no rosto.
   — Nem fala em sonho. — Vinícius suspira e apoia a testa no colchão. 
   — Ainda isso, amor?
   — Eu tive o mesmo sonho essa noite — ele conta erguendo a cabeça. — Calor, fumaça, fogo.
   — Sério? — Marina se apoia nos cotovelos. — Eu nunca tive o mesmo sonho, só quando eram lembranças. Ou com a mesma pessoa — completa e dá um selinho nele.
Vinícius sorri e tenta empurrar o sonho para o fundo de sua mente. Ele levanta e pega nas mãos da namorada.
   — Vamos levantar? 
   — Sei não, com essa sua carinha linda assim, eu prefiro ficar na cama. Com você. — Ela sorri com malícia e Vinícius a puxa para os seus braços.
   — Você não prefere deixar isso para depois e ir tomar café? 
Marina abre a boca, mas não chega a responder, pois um ronco reverbera de sua barriga. Os dois caem na gargalhada e Vinícius guia Marina para o banheiro.

Chay observa com atenção o rosto fino e corado de Mel. Ela devolve o olhar, puxa o ar com força para dentro do pulmão e conta:
   — Eu estou me envolvendo com outra pessoa. 
O rosto de Chay permanece calmo, mas com um leve toque de surpresa.
   — Sério? 
   — Sim.
   — Quem é ele? É um cara, né? — acrescenta e eles riem.
   — Sim, Chay, é um cara. O nome dele é Reinaldo. 
   — Reinaldo do quê?
   — Eu não me importo com o sobrenome.
   — Você sabe o sobrenome, pelo menos? — ele ri, mas Mel se sente ofendida.
   — Sei, Chay. Lafaiete. 
O cantor estreita os olhos.
   — Peraí! Eu lembro que uma vez eu atendi o seu telefone e era um tal de Reinaldo e você falou que era dono de uma empresa de marketing. Por acaso, ele é o dono da LF Marketing? 
   — Agora você vê o motivo para o qual eu não gosto de falar do sobrenome. Eu não me importo dele ser o dono de uma das maiores empresas de marketing do país! Ele é apenas o Reinaldo e eu sou apenas a Mel. 
   — E agora vocês estão juntos? 
   — Sim — Mel confirma. — Eu tenho abafado isso ao máximo, mas eu sei que quanto mais a gente sair, quanto mais a gente conviver juntos, maior a chance da mídia descobrir. Por isso eu estou aqui para te contar, porque eu quero que você saiba da minha boca.
Chay assente.
   — Eu te entendo. — Ele fica alguns segundos em silêncio, absorvendo a informação. — A Isabela e o Vinícius já sabem? 
   — Não! — Mel responde de imediato. — Você é uma das primeiras pessoas pra quem eu tô contando. 
   — Entendi. 
Mel fica olhando para ele e o tempo em silêncio vai crescendo juntamente com a apreensão dela.
   — E então, você não tem nada para me dizer? 
   — Não sei, Mel. Eu não sei como lidar com essa informação direito. É muito estranho, sabe? Você, minha companheira desde a adolescência, agora está com outro. Eu não estou triste, nem bravo, longe disso. Fico feliz porque você está feliz, mas é estranho.
   — Eu te entendo, completamente. Lembro de quando achei que você estava com a Paola. Pra falar a verdade eu fiquei com ciúmes, mas... mas agora os tempos são outros.
Conforme os minutos vão passando, Chay vai tomando mais consciência do que Mel te contou. 
   — Caramba, Mel! — exclama passando a mão no rosto. 
   — Eu não quero que nada mude entre a gente, tá bom? — pede Mel com urgência. Nós somos amigos acima de tudo e eu não quero que fique uma situação chata entre a gente.
   — Pode ficar tranquila que nada disso vai acontecer — ele garante. — A única coisa que me preocupa são os nossos filhos.
Mel fica tensa e passa a mão pelo cabelo.
   — Essa é a segunda parte do que eu vim fazer aqui. Eu queria te pedir uma coisa.
   — Que coisa?
   — Esteja comigo quando eu contar para eles?
Chay dá um leve sorriso.
   — Claro, Mel. Admito que não será uma das melhores situações, mas eu não vou te deixar sozinha com aquelas pestinhas.
Mesmo nervosa Mel ri com ele.
   — Como você acha que eles vão reagir? — pergunta com aflição.
Chay reflete por um momento.
   — Não sei ao certo, só tenho uma certeza. O Vinícius vai aceitar com mais facilidade, a Isabela sempre teve esperanças que a gente voltasse.
Mel dá um sorriso entristecido e preocupado.
   — Eu estou com medo.
   — Ei, não fica assim — pede Chay pegando nas mãos dela. — Eles são nossos filhos, mas quem manda na sua vida é você e apenas você, lembre-se disso. 
Ela concorda com a cabeça.
   — Eu sei, mas eu não quero vê-los sofrer.
   — Eles não vão sofrer. Vai dar tudo certo!
Mel sorri e dá um abraço apertado nele.
   — Foi mais fácil do que eu pensei — diz sobre o ombro dele e Chay sorri ainda com os braços ao redor da cintura dela. Os dois se afastam aos poucos e Chay comenta:
   — Eu sou o melhor ex-marido do mundo, não sou? 
Mel começa a rir.

O asfalto molhado produz sons característicos quando Luíza estaciona o carro com suavidade em uma vaga em frente à sorveteria em que Daniel está com Nícolas. Mesmo de dentro do veículo ela é capaz de ver os dois, sentados em uma mesa na calçada, e o seu rosto abre-se em um sorriso encantador. Seus olhos enxergam uma terceira pessoa e instantaneamente seu sorriso desaparece e todos os músculos de seu corpo tensionam-se. 
   — O que é isso? — se pergunta encarando um homem que fotografa seu filho e seu esposo atrás de uma árvore próxima da entrada da sorveteria. Tentando raciocinar sobre o que fazer, ela tira a chave da ignição, pega a bolsa no banco do passageiro e desce do veículo. 
   Daniel está sentado de costas para o homem e Nícolas não o veria nem se estivesse muito concentrado, pois o corpo do pai está em sua frente. Luíza caminha lentamente pela calçada do outro lado da sorveteria, tomando cuidado para não ser vista pelo homem. Seu coração martela fortemente contra suas costelas e suas mãos frias suam descompassadamente. 
   Ela se agacha ao lado de uma motocicleta e fica observando o homem, ainda sem saber o que fazer. Nesse instante, na calçada da sorveteria, Nícolas pula de sua cadeira e rodeia a mesa, atirando-se nos braços de Daniel, que o abraça com força e ri. Luíza, que assiste a cena com atenção, sente um aperto do peito e começa a sentir dificuldades para respirar. O que acontece na sequência é tão rápido que ela mal consegue acompanhar. 
   O homem dá dois passos para o lado para fotografar em outro ângulo. Nícolas sobressalta-se nos braços do pai e fala com rapidez algo para Daniel. O homem corre e se esconde atrás da árvore um segundo antes de Daniel olhar por sobre o ombro para o exato local em que ele estava. O engenheiro volta a fitar o filho e fala alguma coisa que deixa a criança nervosa e impaciente. O garotinho aponta insistentemente para a árvore, mas Daniel sequer volta a olhar para lá. 
   Pregada no chão, Luíza observa tudo com perplexidade.
   — Ele sempre esteve certo — sussurra. Então, uma ideia surge em sua mente. Ela abre a bolsa, tira o celular e da a mesma forma que o homem, esgueira-se e o fotografa. Ele, de repente, gira a cabeça e Luíza é forçada a se esconder atrás de um carro. Ela confere se as fotos ficaram boas e guarda o celular novamente. 
   — Ok, fica calma. Fica calma — ordena para si mesma. Em seguida, anda disfarçadamente até seu carro e entra. Uma parte de si se sente segura pelos vidros escuros, mas outra está completamente apavorada devido à vulnerabilidade de sua família na sorveteria. — Ok, ok, ok — repete e pega mais uma vez o celular. Ela olha para Daniel e o vê alcançar o próprio celular no bolso.
   — Oi, Lu! — ouve a voz animada dele.
   — Daniel — fala tentando manter a voz tranquila. — Volta para casa. Agora!
   — Hã? Aconteceu alguma coisa?
   — Eu preciso falar com você, é urgente. Por favor, volta para casa com o Nícolas!
O rosto de Daniel fica preocupado e de longe Luíza enxerga isso.
   — Tudo bem. Estamos indo! 
Eles se despedem e desligam. Luíza acompanha Daniel informar a Nícolas que eles terão que partir, o garotinho ainda nervoso fica decepcionado. Quando os dois entram para encerrar a conta, ela liga o motor e sai com rapidez.

Após terem tomado café da manhã, os jovens se separam em atividades diversas. Malu, Graziele, Brian e Jaqueline partem para uma caminhada pela mata da propriedade. No quarto de Victor, ele, Yasmin e Isabela ficam brincando de mímica e outros joguinhos. Felipe, Thiago e Samuel encaminham-se para as edificações que ficam ao lado do casarão principal, onde os convidados das festas do ano anterior se hospedaram, pois sabem que em um dos quartos há antigos instrumentos musicais de Chay. Os três se divertem revezando-se para tocar a guitarra, o violão e o baixo, porém ficam mais empolgados em desvendar o teremim, pois nenhum deles sabe tocar o instrumento. Eles chamaram Vinícius para ir com eles, mas o rapaz ficou no casarão a pedido da namorada. 
   — Qual é o seu plano? — pergunta o rapaz de cabelo cacheado para a namorada, que está apoiada em uma parede da sala. Ela olha dele para o ukulele na mesinha de centro e novamente para ele.
   — Eu... eu quero te mostrar uma coisa.
   — Que coisa? — questiona Vinícius interessado. 
Ela caminha até a mesinha e pega o instrumento, depois vai até ele.
   — Vem comigo — chama e sai do casarão, mergulhando na claridade e no calor do lado de fora. A morena caminha por entre o jardim até achar uma parte fofa do gramado que é cercada por belas flores. — Aqui está bom — fala, virando para Vinícius.
   — Eu não estou entendendo nada — ele sorri.
   — Vamos sentar — convida Marina e eles sentam na grama verde. 
   — Você quer que eu toque alguma coisa? — palpita Vinícius olhando para o ukulele nos braços dela. Marina sorri e responde:
   — Não, quem vai tocar hoje sou eu. 
Ela respira fundo e lembra do que aprendeu com Fred. Vinícius fica olhando com curiosidade e sorri ao ver Marina começar a tocar e cantar Uma Palavra, da banda Tópaz.
   Ele fica emocionado com o desempenho dela com o instrumento, com sua voz e, principalmente, com a letra da música. 
   — Então vem, que eu preciso muito te falar — ela encerra e ergue a cabeça para fitá-lo, o olhar cheio de apreensão. — O que achou? 
Vinícius dá um sorriso de orelha a orelha que aquece mais o corpo de Marina do que o ambiente abafado ao seu redor.
   — Incrível! Mari... eu nunca ia imaginar isso! Foi simplesmente demais. Como você aprendeu a tocar? 
   — Sabe aquele meu amigo músico, o Fred? Então, eu pedi uma ajudinha a ele. — Ela sorri e completa: — E como eu sou uma aluna muito aplicada, eu fui além e pesquisei uma cifra sozinha. 
   — Qual? 
Marina abaixa a cabeça, posicionando os dedos no primeiro acorde de Olha só, moreno da Mallu Magalhães.
   — Olha só, moreno do cabelo enroladinho — canta —, vê se olha com carinho pro nosso amor. Eu sei que é complicado amar tão devagarinho e eu também tenho tanto medo.
Conforme vai cantando a música, ela se emociona juntamente com Vinícius. Ao final, eles abraçam e se beijam apaixonadamente.
   — Isso foi maravilhoso — fala Vinícius muitíssimo admirado. — Você é muito talentosa, sabia?
Marina sorri.
   — Eu só queria fazer algo diferente pra você.
O rapaz segura o rosto dela entre as mãos.
   — Eu te amo tanto. — Eles sorriem e se beijam mais uma vez.


Comentários

  1. Eu sou uma grande fã da sua Web e gosto mais da história de ChaMel do que da história dos filhos... Porque você não escreve mais uma história sobre ChaMel? Totalmente diferente... Super apoio e amo de mais sua web, seu talento é imenso ❤

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  2. Naaaaooooo ha Isa não pode aceitar com facilidade pelo menos um pit ela tem que dar... Isa minha flor já basta o Chay e o Vini que vai levar isso numa boa!! Você pelo menos nem der ousadia para Reinaldo pelo menos isso!! Estou apostando todas as minhas fixas em você

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  3. Isabella não pode aceitar esse namoro

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  4. A isa tem que e um pit básico pra animar um pouco o Reinaldo não pode entra assim tão fácil, vai postar quando?

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    1. Fernanda eu concordo com você! Ha Isa não pode aceitar o Reinaldo tão fácil assim pelo menos uma pequena grosseiria aquela grande anã tem que ter

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  5. Capítulo maravilhoso. Olha elaaaaaaaa hahah

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