Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 285: Felipe prega susto em Isabela
Como conhece Vinícius como poucos, Marina é capaz de enxergar a aflição por trás dos olhos sempre serenos dele.
— Vini, você não acha — ela fala lentamente, escolhendo as palavras com cuidado — que está exagerando?
— Exagerando? — repete Vinícius erguendo as sobrancelhas.
— Você mesmo acredita que a mente é mais poderosa do que a gente imagina... Talvez você esteja dando muita importância pra isso.
Vinícius empurra o notebook completamente para o colo dela e levanta.
— Eu sei o que eu estou sentindo, Marina.
— Eu sei, amor, mas... tenta não pensar muito nisso.
— Eu não estava pensando, tinha até esquecido, agora que eu lembrei — gesticula para o notebook — por causa da cena.
Marina deixa o notebook sobre a cama e também levanta.
— Então tenta esquecer de novo — pede com suavidade.
— Não é fácil — devolve Vinícius parado diante da janela, de costas para ela.
— Eu sei que você consegue. — A morena abraça ele por trás e beija sua nuca. — Eu sei que você consegue — repete.
Vinícius aperta as mãos dela e se vira. Sua boca busca a dela sem pressa e quando seus lábios se encostam grande parte da sua preocupação dissipa-se. Marina acaricia delicadamente o cabelo dele durante o beijo e relaxa por completo nos braços dele.
— Está melhor? — pergunta em um sussurro após o beijo.
O rosto de Vinícius se ilumina com um sorriso tranquilo.
— Como eu poderia não estar?
Marina sorri e puxa o namorado até a cama.
— Vamos terminar de assistir o filme.
Depois de todos os adolescentes terem tomado banho e Harry Potter e as relíquias da morte parte 2 ter acabado, eles se reúnem ao redor da mesa de madeira para jantar. Os olhos de Graziele estão visivelmente vermelhos assim como seu nariz e Thiago está com uma expressão de desânimo e desinteresse por tudo que o rodeia. Malu percebe esses sinais e arrasta sua cadeira para mais perto de Thiago.
— O que está pegando entre você e a Grazi? — pergunta sem se importar em abaixar muito o tom de voz, pois está uma algazarra na cozinha.
— Nada — responde Thiago sem olhar nos olhos dela.
— Nada? Parece que vocês dois vieram de um velório!
Ele vira a cabeça na direção dela.
— Deixa isso quieto, por favor.
Malu vê seriedade nos olhos dele e prefere não insistir.
— Tudo bem.
Defronte deles na mesa, Felipe e Isabela conversam entre si.
— Eu não quero comer isso — ela torce o nariz para a farofa de banana com bacon.
— Só uma provinha — Felipe tenta persuadi-la.
— Não!
Isabela vira o rosto quando ele tenta enfiar uma colherada de farofa na boca dela.
— Só uma prova.
— Eu não quero, Felipe!
— Só um pouquinho.
— Mas você é chato, hein? — Ela pega a colher da mão dele e come.
— Não é gostoso? — indaga o moreno olhando com curiosidade para ela, que hesita com a cabeça.
— Gostosinho, seria melhor se não tivesse bacon.
— Não! O bacon que dá o toque especial — ele ri e Isabela revira os olhos.
Do lado do casal, Marina também busca fazer Brian experimentar um alimento, em seu caso o feijão.
— Você tem que vivenciar as coisas aqui — ela argumenta.
— Não, Mari.
— É gostoso, sei que não parece, mas é.
— Ai, isso tem... desculpa, mas é nojento.
— Não fala assim da comida — ri Marina e coloca a garfada de feijão na boca. — Ela pode ficar magoada — completa mastigando.
— Pois é, então não fica insistindo pra comida não se magoar. — Os dois riem e Jaqueline e Samuel, que acompanhavam a conversa caem na gargalhada.
Do outro lado de Marina, Vinícius permanece em silêncio e com o olhar vago. Yasmin repara e cochicha no ouvido dele:
— O que foi com o senhorzinho?
— Não foi nada — responde Vinícius dando um leve sorriso.
— Então come aí, cara — Victor interrompe, pois ouviu a resposta dele e deduziu a pergunta da loirinha.
— A comida vai esfriar — acrescenta ela sorrindo.
Vinícius assente e pega o garfo.
As luzes do quarto de Maísa já estão apagadas e ela repousa em sua cama quando o seu celular começa a tocar. Sonolenta, a loira estica a mão até a cabeceira e atende sem olhar no visor.
— Alô?
— Olha na janela — diz uma voz grave que ela não reconhece de imediato.
— Quem tá falando?
Uma risada atrevida ressoa no ouvido dela e é tão característica que mesmo com sono ela identifica.
— Jonas.
— Olha na janela — repete o rapaz e Maísa franze a testa.
— É um trote isso, Jonas?
— Olha logo — ele ri.
Maísa joga as cobertas para um lado e pula da cama, indo descalça até a janela.
— Não acredito nisso! — exclama vendo Jonas encostado na grade do portão. — O que você está fazendo aqui?
— Vai me deixar do lado de fora?
Maísa balança a cabeça incrédula e depois de descer até a sala destranca o portão para ele e o aguarda na varanda.
— O que você está fazendo aqui? — pergunta novamente olhando para Jonas dos pés à cabeça.
— Vim te ver, não é óbvio? — Ele passa um braço ao redor da cintura dela.
— Você bebeu — observa Maísa sentindo o cheiro de cerveja.
— Eu não estou bêbado — garante Jonas. — Realmente eu bebi, mas não estou bêbado.
— Eu sei — responde Maísa acreditando nele, pois se não tivesse sentido o cheiro nem desconfiaria ele que bebeu. — Mas eu estou sentindo outro cheiro além de cerveja.
— Que cheiro? — questiona o rapaz franzindo a testa.
— Perfume. — Jonas sorri. — Perfume feminino. — O sorriso dele desaparece.
— Não é isso que você está pensando.
Maísa ri sem humor diante da frase dele e gira, caminhando para a enorme sala. Jonas fecha a porta ao passar e a segue.
— É sério — ele afirma. — Eu não fiquei com ninguém.
— Eu não disse isso — devolve Maísa com displicência.
— Eu só dancei com a Lu.
— Com a Lu?
— A gente foi ao sarau que eu te falei e a gente dançou juntos, só isso.
— É?
— É. — Jonas chega mais perto dela, na sala mal iluminada. — Eu não fiquei com ninguém, juro.
Maísa vê o desespero dele e prefere acreditar no que ele diz.
— Ok, vou confiar na sua palavra.
O rapaz sorri e abraça ela.
— Sabia que você fica linda com essa camisola? — diz com a voz debochada novamente. Só então Maísa percebe que não vestiu o robe e que está apenas com a fina camisola de cetim.
— Eu não deveria estar vestindo isso na sua frente.
— Concordo. Você deveria não estar vestindo... nada.
Eles riem e dão um beijo acalorado. Sem interromper as carícias, sentam no sofá. Jonas percorre todo o corpo dela com as mãos, aproveitando do clima agradável que a falta de luz proporciona. O cômodo é iluminado apenas por alguns raios de luar que passam pela janela. Os beijos vão ficando cada vez mais intensos e Maísa tira a camisa de Jonas, parte por querer vê-lo sem a peça, parte pra tirar o cheiro de Luciana do meio deles. Um ruído no alto da escada faz a loira saltar.
— Filha?
Ela olha assustada para Jonas e empurra ele para o chão atapetado. O rapaz rasteja para baixo da mesinha de centro, encolhendo as pernas, enquanto escuta passos se aproximando.
— Filha, é você? — pergunta Edson, um homem com aparência oriental.
— Oi, pai, sou eu — Maísa responde tentando acalmar a voz.
— O que você está fazendo aí? — Ele chega ao mesmo patamar que ela e estreita os olhos para vê-la através das sombras da noite.
— Eu vim pegar o meu celular que eu esqueci.
Edson sorri e caminha para uma passagem na lateral da sala.
— Essa geração está muito viciada — comenta, sem nem se aproximar de onde a filha está. Assim que seu pai desaparece no interior do casarão escuro, Maísa se apressa em falar com Jonas:
— Sai logo daí. — Ela se curva para pegar a camisa dele em cima do sofá e ao se endireitar se assusta ao ver Jonas parado em sua frente.
— É melhor eu ir embora — ele fala puxando a camisa, mas Maísa não solta a peça.
— Fica — pede e lança um olhar para onde o pai saiu. — Fica — repete e mordisca o lábio dele. — Sobe rápido e entra no primeiro quarto à esquerda. À esquerda — enfatiza —, o da direita é o dos meus pais. — Ela dá um selinho rápido nele. — Vai logo!
Jonas sorri e segue as indicações dela. Minutos depois, Maísa junta-se a ele e os dois dividem a cama dela.
— Gostei de você ter me pedido pra ficar — assume Jonas.
— É porque eu não quero dormir sozinha — justifica Maísa nos braços dele. — Mas nem pense em tentar algo, entendeu? Nós vamos apenas dormir.
— O que você quiser. — Jonas sorri e eles se beijam.
No dia seguinte, aproveitando a folga no trabalho e as férias do filho, Daniel acorda logo cedo e encontra Nícolas aninhado entre cobertores na sala de televisão, assistindo a um desenho animado.
— Bom dia, campeão! — fala sorrindo e puxando o filho do sofá para o seu colo.
— Oi, pai!
— Acordado tão cedo?
— Eu gosto de assistir desenho.
Daniel ri.
— Você vai querer assistir desenho ou tomar café com o pai?
— Tomar café com o pai — responde Nícolas sem hesitar.
O engenheiro sorri e sai da sala com ele, caminhando pela cobertura até a cozinha.
— Hoje nós vamos fazer um passeio só eu e você, o que acha?
— Legal! — comemora Nícolas e eles riem.
— Mas fala baixinho — pede Daniel —, a mamãe ainda está dormindo.
— Tá bom — sussurra Nícolas e ele ri.
— Ritmo de festa que balança o coração! — canta Yasmin invadindo o quarto de Vinícius, Felipe e Victor. — Festa divertida, colorida de emoção! — Ela caminha até a janela e abre rapidamente as cortinas. — Dia de alegria, então sorria e vem pra cá! A festa continua, a casa é sua, pode entrar! — De braços abertos se joga na cama de Victor, por cima do corpo dele. — Hey! Hey! Hey! Hey! Hey! — Ela pula em cima dele. — Hey! Hey! Hey! Hey! Hey! — Em um salto pula da cama e começa a dançar no meio do quarto. — Ritmo, é ritmo de festa! Ritmo, é ritmo de festa! — Sem parar de cantar, rodopeia sem sair do lugar.
— O que deu nela? — pergunta Vinícius tirando o lençol da cabeça.
— Não sei, mas logo logo vai dar algo em mim — ameaça Victor sonolento.
— Yasmin, cala a boca — pede Felipe e ela continua cantando enlouquecidamente.
Com um flanela na mão, uma das empregadas da mansão de Mel limpa os móveis. A empresária desce as escadas saltitante e cruza com ela.
— Bom dia! — fala sorrindo para a funcionária.
— Bom dia, Dona Mel — responde a moça retribuindo o sorriso. — O café da manhã já está pronto.
— Ah, obrigada, mas eu não vou comer aqui em casa.
— Vai logo cedo para a empresa?
Mel pega sua bolsa e as chaves em uma mesinha na sala.
— Não, estou indo para outro lugar. Até mais!
— Até mais!
A empresária e estilista entra na garagem e pega o seu carro. No GPS, digita o endereço de Chay e sai de ré da mansão.
Com os olhos miúdos de sono, Isabela levanta e arrasta os chinelinhos até o banheiro, porém assim que vai entrar dá de encontro com Jaqueline.
— Não se pode nem usar o banheiro em paz! — resmunga a loira e passa por Isabela carregando sua escova de dentes.
— O que foi, Jaqueline? — pergunta a menor confusa.
— Nada, nada demais! Você já já vai saber. — Ela sai do quarto batendo a porta com força. Em sua cama, Marina murmura algo entre o sono e vira para o outro lado.
Isabela franze levemente a testa por causa do comportamento de Jaqueline e entra no banheiro.
— As vezes eu tenho que concordar com a Yasmin — fala consigo mesma. Ela alcança sua escova de dentes no potinho sobre a bancada da pia, coloca creme dental e começa a escovar os dentes. Na hora de cuspir a espuma, toma um susto. O creme está com uma coloração avermelhada, sendo que sua cor normal é branca. Isabela olha para a escova e arregala os olhos, pois esta está com manchas vermelhas vivas que lembram muitíssimo sangue.
— Ai meu Deus! — exclama a jovem enxaguando a boca, tremendo de susto. Ela tenta sentir se algo está machucado em sua boca passando a língua, mas não nota nada de estranho, contudo tem certeza de que está sangrando por causa do que viu. — O que está acontecendo? — se pergunta ficando na ponta dos pés para poder examinar de perto sua boca no espelho da pia.
— BOM DIA!
Isabela grita e olha para trás, vendo Felipe surgir de trás do cesto de roupa suja.
— O que é isso? — questiona analisando ele e o celular em sua mão.
— Pagadinha do Abrahão! — cantarola focando no rosto dela.
— Do que você está falando? — a garota continua sem entender nada.
— Eu coloquei corante vermelho na sua escova de dente — conta Felipe —, pra você pensar que era sangue.
Isabela encara ele atônita.
— Não acredito que você fez isso.
Felipe ri.
— Você tem que ver sua cara, amor.
— Quantas vezes eu vou ter que falar que isso não tem graça? — questiona Isabela ficando brava.
O moreno para de gravar e guarda o celular no bolso.
— Não fica chateada, minha pequena, é só para descontrair.
— Isso não é descontração!
— Você fala isso porque ainda não viu sua cara. — Isabela lança um olhar fulminante para ele, que se apressa em dizer: — Mas a gente pode deixar isso para lá.
— Não vejo graça nisso — devolve Isabela ainda bastante indignada.
Felipe chega mais perto dela e cola suas costas na pia.
— É só uma pegadinha, amor. Olha, eu nem chamei o Victor, deixei ele lá com as cantorias da Yasmin, porque fiquei com medo de você fazer xixi antes de escovar os dentes.
— Nossa, quanta consideração — ironiza Isabela.
— Não fica brava — pede Felipe dando um selinho nela. A jovem vira e abaixa a cabeça, encolhendo-se entre os ombros. Sem esforço algum, Felipe a ergue e a coloca sentada na bancada. — Você vai ficar brava?
— Eu já estou brava!
— Mas foi só uma brincadeira — ele ri ao lembrar da reação dela. — Só uma brincadeira, minha pequena.
Isabela fica quieta por algum tempo e Felipe aguarda fazendo carinho na coxa dela.
— Eu não gosto disso — ela fala por fim, visivelmente menos irritada.
— Eu sei, mas é só para descontrair um pouco. — Felipe tenta beijá-la novamente e dessa vez Isabela não desvia. Ele beija os lábios dela com volúpia e puxa o seu pequeno corpo para a beira da bancada, colando os seus troncos. Isabela retribui com a mesma intensidade e envolve os ombros largos dele com seus braços.
Com o pé, Felipe bate a porta do banheiro e eles ficam namorando lá dentro enquanto Marina continua dormindo tranquilamente no quarto.
Só eu que RI muiiiiito nessa parte de BeLipe! Belipe é vidaaaaaa e Isator também ❤❤❤
ResponderExcluirQuando Chay e mel vão voltar??
ResponderExcluir