Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 278: Jovens viajam para passar uma semana em fazenda


O rosto de Vinícius permanece sereno e ele dá de ombros.
   — Não sei, Isa, deve ser alguma coisa importante. Olha as caras deles!
A sua irmã volta a fitar os adultos no andar de baixo, mas sua chateação não desaparece, nem ao menos se atenua. 
   — Eu não gosto desse cara — sussurra de volta.
Vinícius segura no braço dela e a traz de volta para o corredor.
   — Por que você tem essa sina com ele?
   — Porque... porque eu tenho! — responde Isabela.
Ele estreita os olhos, analisando a expressão dela.
   — É porque você acha que ele e a mãe têm alguma coisa, não é? 
   — Você também acha? — Os olhos de Isabela brilham, mas logo se esfriam quando Vinícius responde:
   — Não. 
   — Fala sério! — Ela revira os olhos e começa a caminhar para o próprio quarto, chateada por Vinícius tê-la feito revelar a razão de sua empatia por Reinaldo.
   — E se eles realmente tiverem alguma coisa? — indaga Vinícius indo atrás dela. — Isa, a mãe está feliz!
   — Mas como ela e o pai vão voltar se ela estiver com outro? — devolve Isabela parando abruptamente e virando para ele. 
   — Isa, talvez eles não queiram voltar um com o outro — analisa Vinícius com pesar.
   — Eles se amam!
   — Amor não é suficiente às vezes. Tem N fatores que influenciam em uma relação.
   — Eu sei disso — concorda Isabela. — Só que eu sinto que o pai e a mãe podem voltar um dia. 
Vinícius tenta encontrar as palavras certas para não magoar a irmã e ser realista ao mesmo tempo.
   — Talvez não, Isa. Não fica criando esperanças em cima de uma coisa que pode muito bem não acontecer. 
Isabela sacode a cabeça.
   — Você não entende. Você não entende — repete e entra em seu quarto, batendo a porta com força, sem se importar se os adultos ouvirão no andar de baixo. 

Na manhã seguinte, Isabela acorda logo cedo com um propósito bem definido. Ela joga as cobertas para um lado, levanta e se encaminha ao banheiro antes de trocar o pijama por calças jeans, uma blusa de manga comprida cropped e calçar sapatilhas. Seu cabelo permanece preso, porém ela troca o coque com o qual dormiu por um rabo de cavalo elevado. 
   A jovem sai de seu quarto e desce as escadas com graciosidade, sem encontrar ninguém. Ela pega sua bolsa e os óculos escuros de gatinho sobre o sofá e caminha até a porta principal. Ao abrir, dá de encontro com a governanta da mansão.
   — Oi, Verinha — sorri.
   — Oi, Isa. — A senhora olha para a roupa dela. — Vai sair tão cedo?
   — Eu vou visitar a Graziele. A senhora poderia avisar para o Evaldo que eu estou esperando ele lá na frente?
Vera estranha o fato dela precisar do motorista para ir a poucas quadras dali, mas não fala nada.
   — Tá bom. 
Isabela passa por ela, dando um beijo em sua testa, e sai para a manhã amena. Enquanto está abrindo o portão, a adolescente vê um rapaz loiro de óculos escuros correndo pela rua. Ela não consegue ver os olhos dele, mas sabe o exato momento em que ele a vê pois um sorriso atrevido abre-se em seu rosto. 
   — Victor — diz quando ele para em sua frente.
   — Isabela. — Ele tira os óculos e observa o corpo dela da cabeça aos pés. Se não conhecesse tão bem o jeito brincalhão dele, Isabela ficaria envergonhada, constrangida. 
   — Correndo em um sábado de manhã?
   — Saindo em um sábado de manhã? 
Eles riem.
   — Eu vou visitar a Graziele — conta Isabela.
   — Ah! Quem se machucou não foi o Thiago?
   — Pelo o que eu soube, o Thiago não quer visitas.
   — É?
   — Sim. 
O carro responsável por levar os filhos de Mel para todos os lados sai da garagem e para suavemente em frente aos dois.
   — Você vai de carro visitar a Graziele? — Victor faz a pergunta que passou pela cabeça de Vera.
   — Antes eu vou passar em uma confeitaria e comprar alguma coisa para o café da manhã dela. Nosso — corrige —, eu também comi nada ainda. 
   — Ah, então eu vou com você. — Victor dá um passo para trás e abre uma das portas traseiras para Isabela.
   — Não vai mesmo — ela nega de imediato. — É uma visita de amigas.
   — Eu vou com você na confeitaria, depois eu vou pra casa.
   — Mas eu não quero que você vá!
O loiro sorri e entra no veículo.
   — Agora mesmo que eu vou. 
Isabela bufa, revirando os olhos, e também entra no automóvel. 
   — Você é ridículo. — Ela passa as instruções para Evaldo e o motorista dá partida no carro.

Marina ergue lentamente o olhar, parada em frente a um edifício. O táxi que a trouxe afasta-se e ela caminha até o portão, onde aperta o número 6 do porteiro eletrônico.
   — Alô — fala uma voz grossa.
   — Fred? — indaga Marina hesitante, passando a achar que apertou o número errado. 
   — Sim, Marina. Entra!
A morena ouve o barulho do portão sendo destravado e passa por ele. Suas alpargatas cruzam alguns metros cimentado e ela entra no prédio. As paredes são cinzas e o chão segue a mesma cor. Seus olhos buscam ao redor o elevador, mas só encontram uma escada mais adiante. 
   Minutos depois, Fred ouve a campainha de seu apartamento e abre a porta sem olhar no olho-mágico, já sabendo quem encontrará. 
   — Olá — diz sorrindo, mas o seu sorriso desaparece rapidamente quando olha mais atentamente para Marina. — Você está bem? — questiona passando um braço pela cintura dela.
   — Eu já fui líder de torcida e até hoje levo uma vida ativa, mas essa escada me matou! — exclama ofegando.
Fred ri.
   — Deveria ter avisado que não tinha elevador. 
Marina dá um leve sorriso e é guiada por ele para dentro do apartamento. O local é pequeno e apertado, mas ela se sente acolhida. As paredes são brancas, no chão há um tapete preto, em um canto um sofá marrom, em outro uma mesa pequena e quadrada e uma televisão presa na parede. Diversos CDs e discos estão amontoados no chão sob a televisão, dois violões estão apoiados no sofá e uma case de violino está sobre a mesa. 
   — Sinta-se em casa — fala Fred e Marina olha para ele, sentindo-se grosseira por analisar tudo de imediato.
   — Pode deixar. 
Fred caminha até uma passagem do outro lado da sala.
   — Quer um copo d'água?
   — Quero — responde Marina.
   — Ok, já volto. 
Ela fica sozinha na sala e resolve sentar-se no sofá, entre os violões. Nos minutos seguintes, repara que mesmo ao dia o ambiente é escuro, ela atribui isso ao fato dos vidros da janela estarem encardidos. 
   — Aqui — diz Fred retornando. Ele entrega um copo à ela, que bebe o líquido de uma vez. — Agora tenho três violões no meu sofá — brinca dando um sorriso charmoso. 
Marina demora um tempo para entender que a graça da piada é a comparação entre o instrumento e o seu corpo. 
   — Conta outra — ri. — Eu sei que não faço o tipo mulher brasileira. 
   — Isso é o de menos. 
Ela sorri, envergonhada, e devolve o copo para ele.
   — Então — fala Fred deixando o copo sobre a mesa. — Vamos começar a nossa aula? 
Marina enxuga as mãos nos shorts e sorri, entusiasmada.
   — Vamos. 
   — Eu peguei um ukelele emprestado de um amigo meu. — Ele pega o instrumento, que estava atrás da case do violino e Marina não percebeu. — Eu passei a noite brincando com ele, é muito fácil, acho que hoje mesmo você pega a música que quer tocar.
   — Você diz isso porque é músico — retruca a morena.
   — Não, é realmente muito fácil. — Ele se agacha e senta no tapete. — Pode descer aqui, garanto que o tapete está limpinho. 
Marina lança um olhar desconfiado à peça.
   — Confia — pede Fred rindo.
   — Ok. — Ela escorrega do sofá para o tapete, ficando diante dele. 
   — A cifra da música que você quer tocar também é fácil — ele conta fazendo uma melodia suave no ukulele. — Tem três acordes, sendo um deles uma pestana, mas acho que você tira isso de letra.
Marina assente.
   — Tá. 
Fred olha bem para ela e sorri.
   — Relaxa, Marina, você parece muito tensa.
   — É que eu quero muito aprender.
   — Você vai conseguir — garante Fred dando um afago no joelho dela. — Acredito no seu potencial.
Eles sorriem um para o outro.
   — Agora — fala Fred posicionando melhor o instrumentos nos braços. — Eu vou tocar uma vez pra você ver e depois eu te ensino e você tenta.
   — Tá bom — responde Marina. O músico começa a tocar e Marina dá um leve sorriso, ficando encantada com a delicadeza e facilidade com que ele toca e canta.

Em uma confeitaria próxima ao condomínio em que eles moram, Isabela e Victor buscam por algo para levar a Graziele. 
   — Que tal esse bolo? — ele questiona apontando para um bolo confeitado laranja que está dentro da vitrine. — Ela gosta de laranja. — Os dois riem.
   — Não — responde Isabela e continua andando. — Não sei o que eu quero. 
   — Aqui tem tantas opções, grande anã!
   — Eu sei, mas nada desperta a minha vontade.
   — Tudo desperta a minha vontade — discorda Victor salivando ao olhar para uma trufa. 
Isabela ergue a cabeça para uma prateleira de madeira na parede e sorri.
   — Achei.
Victor segue o olhar dela e encontra uma grande cesta com chocolates.
   — Uau. 
   — Eu quero aquela cesta ali — Isabela fala para a atendente. 
   — Ainda bem que eu vim com você, né? — comenta Victor sorrindo enquanto um senhor embala o pedido dela.
   — Não entendi.
   — Alguém vai ter que carregar a cesta, né? É maior que você!
O senhor ri e Isabela força uma risada.
   — Como você é engraçado — retruca a morena.
   — Seu namorado tem um pouco de razão — diz o senhor colocando a cesta sobre o balcão acima da vitrine. — Além de grande, é bem pesada.
   — Ele não é meu...
   — Muito obrigado! — agradece Victor pegando a cesta. — Vamos, amor? 
Isabela lança um olhar torto para ele e o senhor estranha.
   — Ela não gosta de muito afeto em público — Victor explica olhando para o senhor. Ele passa um braço pela cintura da garota e a puxa até o caixa.
   — Você tem problema? 
   — Vai dizer que não é divertido?
   — Nem um pouco.
Victor ri, beijando o cabelo dela.
   — Você não sabe se divertir.
Isabela revira os olhos, paga pela cesta e sai da confeitaria com o namorado da melhor amiga.
   — Idiota — resmunga entrando no carro.
   — Eu sei que você me ama.

Com o rosto inchado de sono, Sophia sai de seu quarto e caminha lentamente pelo corredor. Ela estranha a porta do escritório estar entreaberta, pois ela acabou de acordar e Micael ainda está dormindo. Para saciar sua curiosidade, encaminha-se até o cômodo e espia lá dentro, enxergando Yasmin.
   A loirinha está sentada com as costas eretas na poltrona atrás da mesa, o cabelo preso em um coque frouxo e os olhos concentrados em seu notebook, que está na mesa em meio as coisas de Sophia. A postura dela faz Sophia lembrar-se de si mesma e ela sorri orgulhosa, mesmo sem saber a razão da filha estar agindo desse modo. Afim de descobrir isso, ela entra no escritório.
   — Bom dia!
   — Oi, mãe. — Yasmin olha para a empresária e sorri.
   — O que você está fazendo aqui, ainda mais tão cedo? 
   — Estou organizando os últimos dias das nossas férias.
   — Mas eu não estou de férias — ri Sophia.
   — Nós, eu e o pessoal, né mãe?
Ainda rindo, a empresária senta na poltrona em frente à mesa.
   — E o que vocês vão fazer? 
   — Lembra que eu comentei que a gente queria ir para a fazenda do Chay? Então, vai rolar.
   — Ah, você falou com ele? 
Yasmin ergue a cabeça da agenda em seu colo para fitar a mãe com descrença.
   — É claro, né mãe?
Sophia sorri.
   — Vai saber.
   — A Isabela me deu carta branca pra organizar tudo por ela, inclusive pedir autorização ao Chay. Foi a primeira coisa que eu fiz quando acordei e ele, claro, deixou. Só que a Vera vai ter que acompanhar a gente, foi a condição dele.
   — Então eu também vou impor uma condição — fala Sophia e Yasmin estreita os olhos.
   — Que condição?
   — A Sandra terá que ir com vocês também.
   — A Sandrinha? Ok! Eu aceito. Adoro a Sandrinha.
   — Mas ela é muito responsável e vai ficar de olho em vocês, ok?
   — Sim, senhora. — O ar brincalhão desaparece e ela completa: — Mãe, eu tô com medo de uma coisa.
   — Que coisa? — questiona Sophia também ficando séria.
   — Eu tô com medo do Thiago não ir.
   — Ah.
   — É. Ele não quer receber a visita de ninguém e todo mundo vai pra fazenda, então vai ficar muito estranho se ele não for. Sem contar que ele faz parte do grupo, né? Se ele não tiver, não vai ser a mesma coisa.
   — Concordo. Mas vamos dar tempo ao tempo — pondera Sophia. — Se o Thiago acha melhor ficar distante, vamos respeitar isso.
   — É — concorda Yasmin melancolicamente.

O cabelo ruivo de Graziele está espalhado pelo travesseiro, seu corpo coberto por uma pesada coberta e os olhos fechados em um sono profundo. Sua consciência vai despertando aos poucos, conforme o aperto em seu braço vai ficando mais firme e a voz em seus ouvidos, mais nítida. 
   — Hum — ela resmunga abrindo os olhos. O rosto fino e sorridente de Isabela surge em sua frente e ela também sorri. — Isa?
   — Bom dia! — deseja a morena sentando na cama.
Graziele coça os olhos e se senta, encostando na cabeceira.
   — Isa — repete olhando para ela. — O que você está fazendo aqui? — pergunta com descrença.
   — Vim te ver! — sorri Isabela. — E — acrescenta abaixando —, trazer esse delicioso café da manhã. 
Graziele vê a menor pegar a enorme cesta de chocolates e ri.
   — Isso é pra mim!?
   — Pra nós duas — responde Isabela rindo.
   — Caramba, Isa! Eu realmente não esperava por isso.
   — Eu sei. — Ela coloca a cesta em um lado. — Nesse ano a gente se afastou um pouco, né? 
   — Um pouquinho — concorda Graziele. — Acho que foi porque a gente começou a namorar.
   — Pode ser. Mas eu vim aqui, não para dizer que eu estou do seu lado nesse momento difícil e essas coisas, porque você sabe que eu estou, mas pra te dizer que apesar da gente ter se distanciado, eu sempre serei sua amiga. 
A ruiva fica olhando para ela com espanto.
   — Nossa! — Ela pega nas mãos de Isabela. — Eu sei que você é minha amiga e mesmo a gente não estando muito próximas, eu sinto que a nossa amizade é real. Eu fico muito feliz por você ter feito isso pra mim! — Seu olhar cai na cesta.
   — Então vamos comer? — indaga Isabela sorrindo.
   — Vamos! — Ela pula da cama. — Deixa só eu escovar os dentes, né? 
Graziele pula da cama, rindo.

O final de semana passa sem acontecimentos marcantes para os jovens. Na segunda-feira, durante a tarde, o grupo começa a se reunir em frente à mansão de Mel. Os dois carros que são dirigidos por Ulisses e Evaldo estão estacionados um atrás do outro juntamente com uma van preta com os vidros da mesma cor. Vera, a governanta da mansão de Mel, e Sandra, uma das empregadas favoritas de Yasmin, estão encostadas em um dos carros conversando com os motoristas. 
   Encostadas no portão, Yasmin e Isabela conversam enquanto aguardam os outros chegarem.
   — Eu sou demais — ri a loirinha. — Consegui convencer os meus pais a adiarem o meu castigo pra depois da viagem.
   — Então quer dizer que só depois que a gente voltar da fazenda você vai passar um dia de vendedora da MelPhia?
   — Exatamente. Ou melhor, não! Eu espero que eles esqueçam e eu não tenha que pagar mico nenhum.
   — Não é mico, é castigo.
   — Então passa o dia comigo.
   — Eu não! — Isabela esquiva-se de imediato. — O castigo é seu. — Elas riem.
   — Obrigada, assim a gente vê quem é parceiro. 
As duas voltam a gargalhar.
   Perto delas, Vinícius e os gêmeos Blanco-Aguiar conversam sobre Thiago.
   — A única coisa que eu sei é que o Reinaldo, um cara que a minha mãe conhece, está ajudando o Thiago — conta Vinícius.
   — Ajudando com o quê? — indaga Victor.
   — Sei lá, pelo o que eu entendi ele já teve problemas com nicotina também, algo parecido.
   — Nossa, que bacana! — comenta Marina, mas logo emenda: — Não o fato dele ter tido problemas com nicotina, mas ele estar ajudando o Thiago agora. 
   — É — concorda Vinícius —, mas quem não gostou nada disso é a Isabela.
   — Por quê? — Victor questiona.
   — Porque ela não gosta do Reinaldo, acha que rola alguma coisa entre ele e a minha mãe.
O loiro revira os olhos.
   — A grande anã tem cada atitude infantil, acho que é convivência com a Yasmin. — O trio ri.
   O namorado de Isabela está ajudando Graziele a colocar sua mala no porta-malas do carro de Evaldo.
   — Empolgada para a viagem? — ele questiona.
Graziele coloca uma mecha do cabelo atrás da orelha.
   — Sim! Estou precisando passar uns dias em contato com a natureza em sua forma mais primária. Esfriar a cabeça, sabe?
   — Sei — concorda Felipe e bate a porta do bagageiro. — Com certeza você vai esfriar a cabeça. 
Ele passa o braço pelos ombros dela e os dois retornam para perto dos amigos no exato momento em que Malu chega aos saltos com Samuel. Cada um leva uma mochila e ela uma mala de mão também.
   — Chegou quem faltava! — exclama a morena abrindo os braços.
Isabela e Yasmin aproximam-se do resto do grupo, rindo com eles.
   — Você trouxe mesmo uma companhia — comenta Yasmin secando Samuel com os olhos.
   — Eu não fui convidado? — ele indaga em tom leve.
   — Claro que foi — responde Isabela sorrindo.
   — Assim como a Jaqueline — fala Yasmin com amargura. — Mas você é mais bem vindo do que ela, é claro.
   — Pelo visto a Jaqueline não vai vir — Victor comenta olhando no relógio de pulso de Vinícius.
   — Ainda bem! — vibra Yasmin e alguns riem com ela.
   — Gente — chama Malu —, eu estou aqui! Quem se importa se a Jaqueline vai vir ou não?
   — Amo a sua humildade — responde Marina e Malu puxa ela para um abraço. 
   — Vamos passar uma semana juntas, amiga! — ela ri. — Já quero babado, gritaria e confusão.
Todos riem, até Brian, que não entende uma só palavra do que eles dizem.
   O carro da família de Luciana entra no condomínio.
   — Tem certeza mesmo que você quer se meter nessa? — indaga ela.
   — Sinceramente? Não! — Jaqueline responde entre os risos.
   — Você tá indo para um ninho de cobras, amiga!
   — Eu sei. — Ela ri. — Mas pelo Brian vale a pena.
   — Oh, que meigo!
Jaqueline passa a mão pela franja.
   — É sério, eu só tô indo porque ele me chamou e a própria Yasmin disse que eu tava oficialmente convidada.
   — Vocês conversaram?
   — Não, boba, lembra que eu te disse que ela criou um grupo lá no Whats? Tava todo mundo lá, até o Samuel.
   — Então o Samuel também vai?
   — Acredito que sim — responde Jaqueline —, pelo o que eu li lá ele tá confirmado.
   — Então não vai ser tão ruim assim.
   — É, tirando o fato que a Yasmin e Marina vão estar lá.
   — Não esquece da Maria Luíza e da Graziele.
   — Ah é, só a Isabela salva mesmo.
   — Porque ela é boazinha demais!
   — Menos mal, né? — ri Jaqueline.
   — Chegamos — informa o motorista e as duas percebem que o veículo já está parado perto do portão da mansão de Mel.
   — Ok. — Jaqueline respira fundo. — Vamos lá!
   — Boa sorte, amiga.
A loira sorri.
   — Obrigada.
Jaqueline desce e com a ajuda do motorista pega sua mala de rodinha no bagageiro. Brian vai até ela, abrindo um sorriso.
   — Você veio — diz em inglês.
   — Vim — ela responde.
   — Loira corajosa.
   — Ou burra demais. — Os dois riem. 
Na calçada, as mais diversas reações são presentes. Yasmin, Marina, Malu e Graziele torcem o nariz e a primeira não faz nenhuma questão de disfarçar; Isabela dá um sorrisinho incrédulo enquanto Vinícius apenas fita o casal; Victor e Felipe divertem-se juntos das reações das meninas; Samuel é o único entre eles que sorri com felicidade pela chegada de Jaqueline.
   A loira recém chegada olha por cima do ombro de Brian para o grupo e sente um aperto na boca do estômago. O americano absorve a apreensão dela e diz:
   — Fica calma, ok? Ninguém vai te morder.
Jaqueline ri.
   — Você tem razão. Sem contar que para eles, eu sou a vilã da história, né? Uma vilã não tem medo!
Ele começa a gargalhar e pega na mão dela.
   — Faz sentido. Vamos pra lá! Deixa que eu levo a sua mala.
Os dois caminham para perto dos outros, recebendo os diversos olhares.
   — Ela veio — diz Brian tentando ser o mais agradável possível.
Como não quer o ex-namorado sinta-se mal, Marina responde:
   — Seja bem-vinda, Jaqueline.
   — Obrigada. — Ela olha para todos. — Oi, gente.
   — Oi! — eles respondem, uns desanimados, outros educados e apenas um animado. 
   — Acho que agora nós podemos ir, né? — pergunta Samuel depois que Brian ajuda Jaqueline guardar a mala dela.
Eles trocam um olhar intenso e é Malu quem diz a pergunta que passa pela cabeça de todos:
   — E o Thiago? 
   — Acho que ele não vem — opina Victor.
   — Ele não respondeu no grupo — acrescenta Felipe e Isabela atenta-se:
   — Nem visualizar ele visualizou.
Yasmin passa a mão na testa e conta:
   — Eu liguei pro celular dele, mas deu desligado. 
   — Gente, será que ele está bem? — indaga Marina.
   — Está — responde Graziele com convicção e recebe olhares curiosos. — Eu falei com a Fernanda hoje de manhã — ela explica. 
Vinícius respira fundo.
   — Então a gente deve ir?
   — Acho que sim — Malu responde com a voz pesarosa. — Já passou vinte minutos do horário combinado, acho que ele realmente não vem.
Eles assentem e começam a se encaminhar para a van. Samuel segura no braço de Jaqueline e fala no ouvido dela:
   — Quem diria que um dia nós iriamos passar tanto dias sozinhos com eles, né?
   — Se alguém me dissesse isso, eu internaria a pessoa — ri Jaqueline. 
Felipe, Victor, Isabela, Marina e Brian já estão na van quando os outros paralisam na calçada ao ouvirem a voz de Thiago.
   — Pelo visto eu cheguei a tempo. 
Os olhos de Graziele brilham automaticamente só por ver a imagem dele, Malu fica de queixo caído e Vinícius e Yasmin abrem um sorriso. 
   — O que está acontecendo? — indaga Marina dentro da van. Felipe abre a janela e eles se espremem para todas as cabeças espiarem para fora. 
   — O Thiago veio! — exclama Isabela surpresa e entusiasmada. Brian sorri, pois mesmo não conhecendo muito bem Thiago, sabe que o grupo inteiro sentiria muito a ausência dele na viagem. 
   — E aí — fala Thiago diante do silêncio dos amigos —, tem uma vaga para mim? 
   — Sempre — responde Yasmin e os que mais a conhecem notam a emoção em sua voz. Ela puxa Thiago por um braço e dá um abraço apertado nele, ignorando os curativos que ele tem pelo corpo. O olhar do rapaz cruza com o de Graziele e ela não consegue controlar um leve sorriso, esquecendo-se do gelo que levou do ex.
   Victor e Felipe voltam a se sentar nos bancos da van e comentam um com o outro:
   — Essa semana vai render!
   — Com certeza. Vai rolar de tudo!
   — Só quero ver as meninas na piscina — ri Victor.
   — Ah, meu caro, terão eventos muito mais fortes do que as meninas na piscina.
   — Dando tudo certo no final. — O loiro dá de ombros.
   — No fim dá tudo certo — retorque Felipe. — A turbulência acontece no meio, depois é só tranquilidade.
Victor leva uma mão ao peito.
   — Nossa, essa foi profunda! 


Comentários

  1. Isso Isa coloca pressão mesmo eu tbm não vou com a cara desse Reinaldo por mas que ele seja esse príncipe todo ainda prefiro o Chay...... Te apoio Isa eu passei por essa mesma situação e não gostei fiz birra até quando vir um ponto final Acredito que ChaMel ira volta ele se amam principalmente Mel que já afirmou isso uma vez! então você tá certa tou contigo

    ResponderExcluir
  2. Perfect! Uhuuuul partiu fazendaaaa ' ❤Só vejo tretaaaa

    ResponderExcluir
  3. Quero mais, posta mais, quero Belipe, quero Grazi e Thiago, quero Yasvic...

    ResponderExcluir
  4. Queria que o Tiago tbm fosse. Continuaaaa

    ResponderExcluir
  5. Eu amo esses momentos da Isa e do Victor, na minha opinião é a melhor amizade! Adorei que o Thiago vai viajar com eles. Posta maissss!

    ResponderExcluir
  6. Amando cada vez mais!!!
    Estou pirando aqui, imaginando tudo o que pode acontecer nessa fazenda!

    ResponderExcluir
  7. Eu tenho até medo da Mel sozinha em casa!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Veja mais

Mostrar mais

Postagens mais visitadas deste blog

Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - 1º Capítulo: Os rebeldes se reencontram

Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 85: Isabela reencontra Jonas no primeiro dia de aula