Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 272: Isabela fica em situação complicada ao sair com amigos


Em seu escritório, ainda sem ter almoçado, Mel faz algumas ligações e lê uns e-mails importantes. Uma batidinha característica indica a chegada de Sophia.
   — Oi, Sophia — cumprimenta Mel quando ela entra.
   — Oi, amiga. — A loira sorri e senta na poltrona à frente da mesa. — Como estão as coisas por aqui?
   — Agitadas.
   — É, na minha sala não está diferente. — Ela olha distraidamente alguns papéis soltos e comenta: — Nós temos que organizar logo uma festa para a campanha Do jeito que eu sou. 
   — Sim — concorda Mel. — O quanto antes! A campanha está tendo muita repercussão, temos que aproveitar esse momento.
   — É, ainda mais... — A frase de Sophia é interrompida pela secretária de Mel, que bate na porta.
   — Entra.
A mulher cruza a porta e o queixo de Sophia cai enquanto Mel abre um sorriso de encantamento.
   O que é isso? — questiona a loira quando a secretária sai.
Mel, sem tirar o sorriso do rosto, fita uma caixa de chocolate suíço e a flor copo de leite que está em cima dela. 
   — Só pode ser do Reinaldo — fala pegando o bilhete. — Mel — ela lê —, espero adoçar o seu dia com esses chocolates assim como o meu fica doce quando eu lembro de você. Carinhosamente, Reinaldo.
   — Ai, meu Deus, que fofo! — sorri Sophia com os olhos brilhantes.
   — Ele é um amor. — Ela ri e pega um chocolate. — Quer?
   — Claro. — Sophia estica-se e pega um bombom. — E aí, é sério mesmo vocês dois, né?
   — Sim! A gente não assumiu nada nem colocamos nomes aos bois, mas está rolando algo tão bom entre a gente. 
   — Fico muito feliz por você, amiga.
   — Obrigada. Eu só estou tensa com uma coisinha.
   — Que coisa? — indaga Sophia franzindo a testa.
   — É que quanto mais eu me aproximo do Reinaldo, mais chega o momento de eu contar tudo para o Vinícius e a Isabela.

A tarde passa com velocidade e no começo da noite, Felipe toca a campainha da mansão de Mel. Ele arruma a postura e coloca uma das mãos para trás do corpo.
   Sorridente, Isabela abre a porta.
   — Oi, lindo! — Ela dá um passo para beijá-lo, mas Felipe recua.
   — Eu vim ver outro ser.
   — Hã?
   — A Nina está em casa?
Isabela ri.
   — Sim. Quer que eu vá chamá-la? 
   — Você faria essa gentileza? 
Ainda rindo, a morena gira nos calcanhares e chama com a voz ainda mais fina:
   — Nina, Nina, Nina. 
O latido da cachorrinha chega primeiro que a sua figura. Ela para na frente da dona, ainda sem ver Felipe na porta.
   — Olha quem quer falar com você, minha pequena. — Isabela abre espaço e Nina enxerga Felipe. Ela volta a latir e abanar o rabinho preto. 
   — Oi, garotinha! — sorri Felipe e se agacha para pegá-la com uma das mãos.
   — O que tem na sua outra mão? — questiona Isabela olhando para o braço que ele mantêm atrás do corpo.
   — Um presentinho para a minha garota.
Ela sorri automaticamente e fica empolgada.
   — Um presente? O que é? 
Felipe mexe o braço e exibe uma caixinha de biscoitos caninos.
   — Comida de cachorro? — indaga Isabela desapontada.
   — É, para a minha garota. — Felipe acaricia a cabeça de Nina com a bochecha. 
   — Ah, entendi. 
Felipe fica fazendo carinho em Nina por alguns instantes enquanto Isabela fita os dois em silêncio. 
   — Agora vai brincar, vai — ele diz colocando o animalzinho no chão e esticando a mão para Isabela. — Toma. 
Isabela encara o namorado e pega o pacote. 
   — Agora — ele fala — eu já posso ir, já fiz a minha visita. — Ele dá um beijo rápido na testa da namorada. — Tchau, Isa.
A garota fica estarrecida encostada no batente. É apenas quando Felipe está descendo os degraus da varanda que ela consegue recuperar a voz. 
   — Isso é sério, Felipe?
O rapaz ri e volta tão rápido quanto uma sombra, puxando Isabela para o seu peito. 
   — Claro que não. — Ele sorri e dá um beijo de tirar o ar nela. 
Após o beijo, Isabela sorri com as pernas bambas.
   — Você é tão bobo — fala dando um tapinha no peito dele. 

   — Fiquei surpresa quando você falou que viria — diz Maísa parada no portão de sua casa. 
Jonas está em sua frente com uma roupa toda preta, as mãos nos bolsos da calça e o olhar intenso nela.
   — Eu precisava dar uma volta. Tava difícil ficar em casa. 
   — O clima lá está muito tenso? — questiona a jovem apiedando-se. 
   — Nem é — ele responde. — O problema sou eu mesmo. Eu estou com medo, Maísa! Não quero que a minha mãe me veja assim. 
Lágrimas se formam nos olhos dela e ela puxa Jonas com força para um abraço. O rapaz esconde o rosto no pescoço dela e envolve sua cintura com braços de ferro. Eles ficam juntos, imóveis, por um longo tempo e só se afastam quando um carro passa na rua e os faz lembrar onde estão.
   — Vem — chama a garota —, vamos entrar e a gente conversa lá dentro.
Jonas pega na mão dela e é levado para o interior do casarão, lugar onde ele já esteve durante uma festa. 
   Eles chegam a uma salinha pequena e apertada que tem as paredes pintadas com uma cor alaranjada e diversas prateleiras com livros, discos  e retratos de momentos importantes da vida de Maísa. No centro há um tapete indiano e uma mesinha redonda amarelo vibrante.
   — Lugar bacana — comenta Jonas sentando no tapete.
   — Aqui é o meu espaço — diz Maísa sentado na frente dele. — É mais importante até que o meu quarto.
Ele dá um leve sorriso e se não estivesse tão chateado com a própria situação levantaria para olhar com atenção as fotos dela.
   — Mas me diz — fala Maísa —, como anda as coisas? 
   — Está tudo no caminho certo, eu acredito. A minha mãe vai ser operada e não vai precisar retirar a mama e essas coisas toda. Só que o tratamento é muito pesado e a medicação tem efeitos colaterais e... isso não é legal. — Os olhos de Maísa vão enchendo-se de lágrimas novamente conforme ele prossegue.
   "Por sorte, a minha mãe está empolgada e esperançosa com o tratamento. Em momento algum ela se deixou abalar e eu admiro ela por isso. O meu pai está tentando ser forte, mas eu sei que ele está sofrendo muito! Não é fácil enfrentar tudo isso, mas ele não sai do lado dela. Até da empresa ele deu um tempo, sabia? Isso é coisa rara! Só mostra o quão preocupado ele está. 
   O resto da família está desolada. A minha avó, tadinha, não consegue parar de chorar quando a gente toca nesse assunto. Ela é velhinha, né? Não sabe muito dos avanços da tecnologia e da medicina, por isso é a que está com mais medo do pior acontecer. Ela nem está indo com tanta frequência lá em casa, a situação abala muito ela. Eu prefiro assim, é melhor ela não ir do que ir e passar mal ou deixar a minha mãe com medo também."
   — É — concorda Maísa quando ele se interrompe e olha para baixo. — Mas e você, Jonas? Eu quero saber como você está diante disso. 
Ele demora para responder, até que diz:
   — Eu estou cofiante, mas no fundo da minha cabeça tem uma vozinha sussurrando que o pior pode acontecer. Sabe, Maísa, eu sei que eu não sou o filho que toda mãe pediu a Deus e que eu já briguei inúmeras vezes com os meus pais, mas... mas eu não consigo nem... nem imaginar perder a minha mãe. — Ele fala aos prantos e Maísa não consegue mais lutar contra as próprias lágrimas, chorando junto com ele.
   — Eu nem consigo me colocar no seu lugar — fala enxugando as lágrimas. — Só que vai dar tudo certo, não precisa você ficar pensando nessas coisas.
   — Mas eu penso — ele retorque. — É incontrolável! Eu não quero pensar nisso. — É só quando uma lágrima molha os seus lábios e ele sente o gosto salgado, constata que está chorando. Rapidamente, enxuga o rosto e comenta: — Eu nunca chorei na frente de uma garota. Talvez da Isabela — acrescenta.
   — Não tem problema nisso — garante a loirinha. — Foi pra isso que você veio, não foi? Pra colocar tudo para fora — diz com a voz suave.
   — Sim. Eu estou tentando ser o mais forte possível em casa, acontece — ele volta a chorar — que eu não sou forte. 
Maísa fica de joelhos no tapete e abraça os ombros de Jonas. Ele retribui o abraço, passando os braços pelas costas dela, de modo que Maísa fica meio sentada em seu colo. Ela passa a mão pela nuca dele, pelo cabelo e pelo rosto, beijando seu cabelo preto.
   — Você não precisa ser forte — garante colada nele —, basta ser humano, basta ser você.

Minutos depois de ter chegado, Felipe foi para a sala de jantar com a namorada, juntando-se à Mel e Vinícius. Os quatro jantam frango grelhado e conversam durante a refeição.
   — Em breve terá uma festa da MelPhia, filha — informa Mel. — Você vai ter que estar presente.
   — Sério, mãe? Por quê?
   — Porque vai ser de divulgação da Do jeito que eu sou.
Os ombros da adolescente caem.
   — Quando eu pensei na campanha não queria isso. 
   — Faz parte, Isa — Vinícius diz com a voz calma.
   — Mas eu não gosto desse tipo de exposição.
Felipe também argumenta:
   — Mas vai ser uma exposição positiva. Pensa assim!
Isabela assente.
   — É, já que não tem outro jeito. 

As luzes da área externa da mansão de Larissa e Henrique estão acesas, iluminando o cabelo ruivo da filha deles.
   — O que você veio fazer aqui? — questiona Graziele sorrindo. Seu olhar vaga pelo rosto de Douglas, a moto dele parada na calçada e o embrulho do McDonald's na mão dele.
   — Eu vim te ver — ele responde sorrindo de leve. 
   — Me ver? Simples assim?
   — Qual é, ruivinha? Qual é o problema? — Ele ri.
Graziele olha por sobre o ombro para a porta da mansão e pergunta hesitante:
   — Douglas, você... você por acaso... por acaso, assim, usou... alguma coisa? 
Douglas começa a gargalhar e Graziele receia que um de seus pais saia para ver com quem ela está conversando. Não precisa nem pensar muito sobre o assunto para ter certeza que nenhum deles aprovaria ela manter contato com alguém como ele.
   — Claro que não, ruivinha. Eu não viria aqui desse jeito.
Ela dá de ombros.
   — Vai saber. Então, o que você realmente quer? 
O rapaz sorri.
   — Você realmente não acredita em mim, né? Eu só vim te ver, caramba. E trazer esse lanchinho pra você. — Ele entrega o embrulho à ela.
   — Um sanduíche do McDonald's?
   — Não, é um pão com ovo. É só a embalagem mesmo — ele ri e soa tão sincero que Graziele abre instantaneamente o saco pardo para olhar dentro.
   — Idiota! — fala fechando novamente o embrulho após ver um sanduíche acompanhado com batata frita.
   — Viu, ainda tem fritas!
Ela revira os olhos.
   — Você é muito bobão, sabia? 
Ele ri.
   — Sabia. É um dos meus charmes.
Os dois riem e a ruiva ouve um ruído de dentro da mansão.
   — É melhor você ir — sugere em estado de alerta.
Embora tente esconder, Douglas vê sua tensão.
   — Os seus velhos não podem saber que eu estou aqui, né?
   — Nada a ver.
   — Mentirosa — ele acusa. 
Graziele troca o peso do corpo de uma perna para outra.
   — Douglas, colabora comigo?
Ele sorri com ar brincalhão e assente.
   — Ok. Vou indo. 
A ruiva fita o seu embrulho e agradece:
   — Obrigada por isso.
   — De nada. Obrigado por deixar eu te ver. 
Eles riem.
   — É melhor você ir — repete ela.
   — Tá, já estou vazando. — Douglas chega perto dela e dá um beijo em sua testa. — Falô aí, ruivinha. 
   — Tchau, Douglas!
O rapaz caminha entre o jardim e Graziele retorna com seu embrulho para dentro de sua casa.
   — Ué, da onde saiu isso, filha? — questiona Larissa com curiosidade, olhando o saco do McDonald's.
   — Um amigo trouxe para mim.
   — Um amigo? 
Antes que a sua mãe ache que ela está se envolvendo com outro rapaz ou pior, chegue perto da verdade, Graziele inventa:
   — É, foi um garoto do primeiro ano que eu ajudei com matemática. 
   — Ah, entendi! 
A ruivinha sorri e ergue levemente o embrulho.
   — Vou comer lá no meu quarto. — Ela sobe rapidamente as escadas e suspira aliviada no corredor.

Após jantarem e se despedirem do irmão e da mãe dela, Isabela e Felipe subiram para o quarto da jovem. Ela escova os dentes enquanto ele troca a calça jeans por uma bermuda sua que já fica no closet da namorada. Assim que se preparam para dormir, apagam a luz e deitam na cama. 
   — Não disse que ficaria grudado em você? — ele pergunta abraçando ela por trás.
Isabela sorri e se aconchega nos braços dela.
   — Acho ótimo. 
Ele sorri e dá um beijinho na nuca dela. Os dois fecham os olhos para dormir, mas Felipe mantêm um carinho contínuo no braço de Isabela. Eles permanecem desse modo por um bom tempo, até que a garota vira-se de frente para ele e beija os seus lábios suavemente. O beijo progressivamente vai ganhando velocidade e intensidade. Felipe coloca uma das mãos na coxa da namorada e vai subindo lentamente, deixando Isabela sem ar. 
   Passado alguns minutos de intensas carícias, Felipe afasta-se dela, dizendo:
   — Só um instantinho.
Ele vira para o lado da mesinha de cabeceira e se inclina para abrir a gaveta mais próxima do chão.
   — O que você está fazendo, Fê? — questiona Isabela se esticando por cima dele para ver o que ele quer na gaveta. Seus olhos ficam arregalados ao ver vários preservativos, de todos os jeitos possíveis, em sua gaveta. — Como isso foi parar aí?
   — Eu deixei algum tempo atrás — responde o moreno sorrindo. Ele pega um preservativo, fecha a gaveta e se endireita, obrigando Isabela a voltar para o seu lado da cama.
   — Como eu nunca reparei? — ela se pergunta sorrindo.
   — Você quase nem usa as gavetas lá de baixo.
   — Tem alguma coisa desse lado? — questiona a jovem virando-se na cama. No entanto, ela não consegue abrir a gaveta do outro lado da cama, pois Felipe segura os seus braços atrás de seu corpo, imitando uma algema.
   — Só alguns brinquedinhos — responde no ouvido da garota.
   O QUÊ?
Ele gargalha e solta a namorada.
   — Brincadeira.
Assim mesmo Isabela abre a gaveta e constata que lá não tem nada além de marcadores de página. 
   — Já disse que você é bobo? — pergunta voltando-se para o namorado.
   — Essa é a segunda vez só hoje a noite. — Eles riem e Felipe puxa Isabela para os seus braços. — Agora a gente pode continuar de onde parou?
Ela ri e dá um selinho nele.
   — Com certeza.

As férias continuam a todo vapor e dois dias se passam. Na noite da primeira quinta-feira sem aula, Yasmin, Victor, Marina e Brian são levados por Ulisses para uma casa noturna. Vinícius, Isabela e Felipe também se encaminham para o local com Evaldo.
   — Você chamou a Jaqueline, Brian? — pergunta Victor com curiosidade e pelo canto do olho ele vê a irmã bufar.
   — Chamei — responde o americano do outro lado da jovem.
Em português, Yasmin comenta no banco da frente:
   — Que desnecessário!
Brian não precisa entender a frase para saber que Yasmin não gostou do convite, isto está visível no tom de voz dela. 
   — Pelo menos nisso a gente concorda — fala Marina também em português.

Também pronta para sair, Malu encontra-se com Graziele e Thiago em frente à sua casa. 
   — Oi, meus gostosos! — cumprimenta sorrindo. — Preparados para uma badalação? 
Graziele e Thiago trocam um olhar.
   — O que você aprontou pra gente dessa vez? — ele indaga.
   — Porque você só disse para a gente se arrumar pra sair — completa Graziele.
   — Eu vou levar vocês dois em um lugar muito legal! — saltita Malu. — Vai ter um evento muito especial lá essa noite.
   — Do que você está falando? — pergunta Graziele vestida com macacão preto e botas de cano curto da mesma cor, o que realça a sua pele e os cabelos flamejantes.
   — Nós vamos em um show da banda Som de Garagem! — conta Malu com entusiasmo.
   — Som de Garagem? — repete Thiago sem reconhecer o nome. 
A morena revira os olhos com impaciência.
   — A banda do Ben! 
   — Ah, o seu ex-peguete?
Ela não gosta do título, embora seja verdadeiro.
   — É.
   — Ah, legal! — opina Graziele sorrindo. — Então, podemos ir? 
   — Claro! — responde Malu. Os três entram no táxi que estavam aguardando eles.
   — Então, Malu — fala Thiago despreocupadamente —, o Samuel vai?
O rapaz não sabe do vínculo entre Samuel e Ben, mas a sua ex-namorada tem conhecimento e por isso fica tensa ao ouvir a resposta de Malu.
   — Vai.

Passado algumas horas, Yasmin dança ao som de The Strokes na casa noturna que foi escolhida por Vinícius. Victor acompanha ela e Vinícius e Marina também dançam ali perto.
   — Até que enfim um lugar mais o seu estilo — sorri Marina.
   — Sim, esse é o lugar mais alternativo e mais legal que eu conheci. — O sorriso dele é de orelha a orelha. — Nada de sertanejo ou funk essa noite!
Os dois riem e continuam dançando. Em certo momento, Marina avista uma pessoa conhecida a alguns metros deles.
   — Já volto, Vini! — diz dando um selinho no namorado. Ela sai antes que ele possa perguntar aonde ela vai. A morena caminha por algumas pessoas, desviando de um aqui, empurrando outro ali, até que: — Fred? 
O rapaz que trabalha em uma gravadora musical olha para trás e sorri ao se deparar com a jovem.
   — Marina! — exclama.
   — Não acredito que a gente foi se encontrar aqui — ela fala acima da música alta.
   — Você veio me ver? — questiona Fred sorrindo.
   — Como? — Marina acredita ter ouvido errado.
   — Você veio me ver?
   — Não entendi!
O sorriso dele aumenta e ele conta com satisfação:
   — Eu e os meninos vamos fazer um show aqui, daqui a pouco.
Ela ergue as sobrancelhas.
   — Sério? Não acredito!
   — Acredite — sorri Fred.

Depois da música do The Strokes, Graziele e Thiago embalam-se ao som de Lulu Santos. Eles dançam perto, mas tentam ao máximo não se encostar. Ela, repentinamente, quebra o costume e cutuca ele.
   — Olha quem está ali — fala apontando adiante. Thiago estreita os olhos e enxerga Isabela e Felipe.
   — Nossa! — exclama surpreso. — Que mundo pequeno.
   — Vamos lá falar com eles?
   — Vamos. 
Os dois contornam algumas pessoas e chegam até o casal.
   — Oi, gente — cumprimenta Graziele.
   — Meu Deus — ri Isabela. — Vocês por aqui?
   — Se encontrar no condomínio não tem graça, né? — brinca Felipe e eles riem. Contudo, quando o olhar de Thiago cai nas mãos de Felipe e ele vê o que o rapaz está bebendo seu sorriso diminui. Por sorte, nenhum dos outros três nota que ele ficou incomodado ao ver a garrafinha de cerveja. 
   — Vou pegar alguma coisa pra tomar — ele inventa uma desculpa para sair dali. — Vai querer algo? — pergunta para Graziele.
   — Uma água — responde a ruiva.
   — Ok. — Ele força um sorriso para o casal de amigos e se afasta o mais rápido que pode, tentando controlar suas emoções e desejos.

As mãos de Malu cobrem os olhos de Samuel.
   — Adivinha quem é? — ela fala no ouvido dele.
O rapaz sorri e se vira de frente para ela.
   — Pensei que você não viria mais — comenta.
   Eu que pensei que você não viria. 
   — Acho que a gente se desencontrou. — Os dois riem e Malu puxa Samuel para beijá-lo. — Hum — ele interrompe o beijo —, eu convidei uma pessoa.
   — Que pessoa? — questiona Malu ainda com os braços nos ombros dele.
   — A Maísa. 
   — Quê? Por quê?
   — Pra tentar falar com o Jonas. Ela falou que ia trazer ele. 
Malu assente.
   — Entendi, mas você acha que esse é o melhor lugar para vocês conversarem?
O jovem dá de ombros.
   — Não custa tentar. — Ele sorri de lado e volta a beijá-la.
   — Ah! — Dessa vez é ela quem interrompe o afeto. — Você sabe quem vai tocar aqui essa noite, né?
Pelo expressão que ele faz diante de suas palavras Malu tem a confirmação antes mesmo de Samuel dizer:
   — Sei. Mas eu espero que, assim como a gente se desencontrou, eu me desencontre com ele. 

Não muito distante deles, encostados no longo balcão do bar, Jonas e Maísa conversam. 
   — Ainda bem que você topou vir — comenta a loira passando a mão pelas costas dele. — Aquela banda que tocou na festa junina do colégio vai tocar aqui hoje. 
   — Ah! É por isso que você quis tanto vir? — pergunta Jonas.
   — É — mente Maísa, mas completa com sinceridade: — E também para você se distrair um pouco. 
Thiago encosta no balcão a apenas uma banqueta de distância deles, mas ambos permanecem tão concentrados no outro que não percebem.
   — É verdade — concorda Jonas. — Eu estava precisando espairecer. Desde daquele dia que eu fui na sua casa, não fui para outro lugar. 
   — Então agora você só sai quando envolve a mim? — brinca Maísa e eles dão um selinho. Nesse momento, Thiago olha rapidamente para o lado confirmando os donos das vozes que ele ouviu. 
   — Sinta-se privilegiada — retorque Jonas sorrindo. 
   — Fico feliz que você esteja vendo mais positivamente o tratamento da sua mãe — fala Maísa ficando séria. 
   — É, eu sei que a doença dela é bem grave, mas tudo vai se acertar. Tem que ser assim, não é? 
   — Claro! — Eles sorriem e voltam a trocar beijos. 
Thiago aguarda a água de Graziele intrigado com a conversa dos dois.

Minutos depois, Thiago retorna para perto dos amigos com a água da ex-namorada. Com o relato de Jonas na cabeça, ele até se esqueceu da bebida de Felipe e se manteve firme. Deixando Felipe com ele e Graziele, Isabela vai até o banheiro e é surpreendida ao encontrar Jaqueline. A loira usa um vestidinho tubinho na altura dos joelhos, mas o tamanho é compensado pelo caimento, que marca todas as belas curvas dela. 
   — Oi, Isabela — cumprimenta com educação.
   — Oi — responde a menor ao lado dela no balcão de mármore preto da pia. — Você está com o Brian, né?
   — Sim — diz Jaqueline com tranquilidade e brinca: — E você com o Felipe, né?
Isabela ri.
   — É. — As duas retocam a maquiagem e Isabela sai primeiro, dizendo: — Até mais!
   — Até mais! — responde a loira contornando os lábios com o auxílio de um lápis.
Isabela entra no corredor que dá acesso aos banheiros e caminha alguns metros rumo à pista de dança, pensando consigo mesma que a passagem deveria ser mais iluminada do que realmente é. Uma mão se fecha em seu braço de repente e ela é jogada suavemente na parede. 
   O rosto de Jonas está tão próximo do seu que é somente ele que ela consegue enxergar. 
   — J-Jonas? — gagueja. Mesmo estando surpresa, uma parte de si fica aliviada por ser ele, pois ela tem consciência de que o rapaz não fará nada de mal contra ela. 
   — Esperava quem? — ele rebate. — O lobo mau?
   — Um estuprador maluco, quem sabe — resmunga Isabela.
   — Você está tão irresistível nesse vestidinho que eu nem julgaria tanto ele — comenta Jonas passando a mão pela barra do vestido amarelo de Isabela que, embora seja bem soltinho abaixo da cintura, é bem curto. 
   — Para de falar besteira — pede Isabela com rispidez enquanto empurra a mão dele. 
   — Esse moleque está te incomodando, Isa? 
Os dois viram as cabeças na direção de Thiago.
   — Não mais que o normal — responde a garota empurrando Jonas para longe, percebendo que eles estavam muitíssimo perto.
   — Cuidado, Bela — fala Jonas com drama na voz. — Não se pode confiar muito em dependentes químicos, talvez ele possa se tornar a pessoa a qual nós estávamos falando. 
   — Fica quieto, Jonas — ela pede.
Thiago, que voltou a se incomodar com a bebida de Felipe e por isso fugiu para o banheiro, comenta:
   — Como você gosta de brincar com os problemas alheios, né Jonas?
   — A graça da vida é brincar com as coisas sérias — retorque o ex de Isabela com um sorriso presunçoso no rosto.
   — É? — indaga Thiago com desdém. — Então por que você não brinca com a doença da sua mãe?
O sorriso de Jonas desaparece por completo em uma fração de segundo.
   — O que você disse? — ele pergunta ameaçadoramente. 
É Thiago quem sorri.
   — Brinca com a doença da sua mãe, Jonas! — Ele cruza os braços e devolve o olhar frio. — Quero ver você brincar com isso. 
   — Eu vou te matar, seu filho da...
   — Para! — pede Isabela segurando no braço dele. Jonas se desfaz rapidamente do aperto dela, retorquindo:
   — Você não é ninguém pra me impedir, Bela. — Ele volta a encarar Thiago. — Eu vou fazer você se arrepender do que disse. 


Comentários

  1. OMG!!! Que capítulo foi esse?
    Muito fofo o Felipe brincando com a Isa... até eu não estava entendendo, eu fiquei, tipo “Ele só foi ver a Nina??”
    Maisa são perfeitos juntos, adoro as cenas deles, mas essa coisa do Jonas dar em cima da Isa, já está me irritando acho que ele está precisando aprender que se ele não valoriza a Maísa, tem quem valorize!
    Eu leio as cenas da Grazi com o Thiago e fico: “Eles não podem virar um casal, eles tem que ser só amigos... quero ela de volta com o Thiago”.
    Dei risada com a gaveta de preservativo!
    Amei esse final, por mais que eu tenha dó do Jonas, ela mereceu. Ele é um dos meus personagens preferidos, mas ele faz umas coisas, que eu tenho vontade de dar na cara dele... depois dele dar em cima da Isa como se a Maísa (a pessoa que mais está ajudando ele) não existisse e depois de falar o que falou do Thiago, ele mereceu que alguém mexesse na ferida dele.
    Não sei como você escreve tão bem, só sei que a cada dia que passa, estou mais dependente do seu imagine!

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  2. Espero que há Isa não aceite o relacionamento de Mel com Reinaldo

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    1. Eu acho q ela ñ vai aceitae,ela é doida pra q os pais dela voltem

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    2. Eu acho q ela ñ vai aceitar,ela é doida pra q os pais dela voltem

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  3. BeLipe só amores <3
    ChaMel eternamente <3♡
    Rê ChaMel vai voltar ?só diz isso

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  4. Eita! Nada a dizer simplesmente perfeito! BeLipe <3

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  5. Simplesmente perfeito <3

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  6. Ai que Lindo!!!
    Espero que o Thiago continue firme, adorei a resposta delé kkkkkkk

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  7. Chamel de volta por favor, quando vai postar dinovo

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  8. Quando chamel vai voltar?? Mds, to doida já! Kk

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  9. Chamel de voltaaaaaaaaaa.

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  10. Re como presente faz o niver da mel por favor, seria perfeito o aniversário dela agora, seria na época do verdadeiro e seria o primeiro aniversário dela depois de chamel separado

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  11. Eu quero mais Grazi e Thiago, quero Belipe, quero Yasvic, quero Chamel, meus casais favoritos...

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