Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 268 (Parte 1): Yasmin convence Lorenzo a desenhá-la



As meninas sentam em um círculo, cada uma com uma mini garrafa de champanhe à frente. No centro do quarto foi colocada a garrafa maior — prêmio da brincadeira. 
   — Lembrando — diz Talita —, que a graça do jogo é falar algo para fazer o outro perder.
Elas assentem e Yasmin questiona:
   — Quem vai começar?
   — Pode ser eu mesma — prontifica-se Talita. — Vamos ver — ela pensa enrolando uma mecha do cabelo. — Ah! Eu nunca pintei meu cabelo.
Graziele é a primeira que pega o champanhe e bebe, sendo seguida por Mayara e Maísa. 
   — Espera aí! — exclama Marina surpresa. — Você não é loira, Maísa?
   — Sou — responde a garota rindo —, é que uma vez eu pintei meu cabelo de castanho.
   — Sério? Deve ter ficado bem diferente.
   — Ficou mesmo, mas eu não gostei. — Elas riem e Jaqueline olha para Maísa, que está sentada ao lado de Talita na roda.
   — É você mesma que continua, Maísa.
A loira olha para as colegas, pensando em algo que possa fazê-las perder. Depois de alguns segundos sorri e diz:
   — Eu nunca namorei um garoto do colégio.
Elas riem e Yasmin, Isabela, Marina e Jaqueline bebem seu primeiro gole juntamente com Graziele. 
   — Não vai beber, Aline? — indaga Amanda.
   — Não, eu nunca namorei ninguém do colégio.
   — O Iago não conta?
   — A gente não namora — retorque a jovem e Amanda olha para Daniela.
   — Você e o Pedro não estão namorando ainda?
Daniela sorri.
   — Não.
   — Laís, você não está namorando o Alexandre? — pergunta Isabela com curiosidade.
   — Ainda não — responde a outra e elas sorriem. Como está ao lado de Maísa, ela questiona: — Agora sou eu, né?
Luciana confirma:
   — É.
   — Ok, agora eu vou fazer todas vocês beberem. — Ela ri e fala sua frase: — Eu nunca transei.
Todas gargalham e pegam a garrafa, exceto a própria Laís, obviamente. 
   — Até a santinha da Isabela não é mais virgem — provoca Amanda e a jovem finge não ouvir.
Ao lado de Laís, Aline pensa por alguns instantes, mas nada muito importante vem à sua mente, por isso diz:
   — Eu nunca fiz xixi no banho.
   — Credo! — censura Malu com a garrafa na mão. — Nunca viu a propaganda do Greenpeace? Cadê a ajuda a Mata Atlântica? 
Do lado dela Marina começa a rir também.
   — Até eu já vi!
   — Você faz xixi no banho? — pergunta Malu olhando para ela.
   — Claro, eu penso no meio ambiente.
Malu ergue a garrafinha e brinda com Marina.
   — É isso aí, parceira. É isso aí! 
Ao chegar sua vez, Graziele fala:
   — Eu nunca sofri um acidente de carro.
Próxima a ela na roda Isabela ri.
   — Eu já e duas vezes. — Ela pega a garrafa e bebe um golinho juntamente com algumas meninas.
   — Vai, Malu! — incentiva Yasmin quando é a vez da morena. — Capricha!
Malu começa a rir com Marina e quando se recupera diz:
   — Eu nunca me ofereci pra ninguém. — Ela olha diretamente para Jaqueline e completa: — Pode entornar essa garrafa, Jaqueline.
A maioria das meninas riem, mas a loira em questão não acha a mínima graça e retruca:
   — Eu nunca me ofereci. Eu seduzo os meninos, é diferente. 
Marina ri convulsivamente.
   — Ela não tem noção, né? — A frase dela provoca gargalhadas nas outras garotas. 
   — Vai, Jaqueline, bebe — cobra Malu. — Amanda, Talita, Luciana, podem beber também. Maísa, se quiser, fica à vontade!
Maísa fica espantada e até ofendida com o que Malu diz, pois sabe que a morena pode parecer, mas não está sob efeito de álcool como sua acompanhante de brincadeiras, Marina.
   — Eu não vou beber! — é Jaqueline quem diz, em tom de indignação. 
   — Muito menos eu — concorda Amanda.
   — Malu — chama Isabela com suavidade —, faz outra frase.
   — Mas eu já fiz a minha.
   — Baseada em uma opinião sua, não na realidade — devolve Jaqueline.
   — Não fala baseada — decide provocar Luciana —, o Thiago pode achar que é baseado e aparecer por aqui.
   — Cala a sua boca! — Graziele exige ficando da cor de seu cabelo. 
   — Gente, nós só estamos brincando — lembra Mayara. — Vai, Malu, formula outra coisa.
Após revirar os olhos a morena fala:
   — Vou derrubar várias também, eu nunca namorei.
   — Já foi essa pergunta — confunde-se Marina.
   — Não, amiga — diz Malu colocando a mão sobre a dela. — Foi "não namorei um garoto do colégio", a minha é aberta.
   — A sua é aberta? — ri Marina e Malu esfrega a garrafa dela em sua cara.
   — Bebe logo. 
Isabela, Yasmin, Graziele, Aline, Maísa, Jaqueline, Luciana, Amanda e Mayara ingerem também. Na sequência é a vez de Marina.
   — Como você me derrubou — ela diz para Malu —, vou te derrubar também.
   — Vingativa! — retruca Malu e elas gargalham.
Marina tira o cabelo do rosto e fala:
   — Eu nunca fui em um show no Brasil.
   — Car*lho! — exclama Mayara rindo com as outras. Todas, por exceção de Marina, bebem champanhe.
Seguindo a ordem, Isabela fala:
   — Eu nunca fugi de casa.
Amanda, Malu e Marina pegam suas garrafas.
   — Você já fugiu de casa, Amanda? — questiona Laís com curiosidade.
   — Já, pra me encontrar com um boyzinho, mas meus pais me pegaram — ela ri.
   — E você, Malu?
   — Eu lembro dessa! — interrompe Yasmin aos risos. — A gente era pequena, daí a Malu apareceu lá em casa com o travesseiro e cinco calcinhas dizendo que tinha fugido de casa, porque a mãe dela tinha brigado com ela. — Elas começam a rir e a loirinha continua: — Daí os meus pais, claro, ligaram para os pais dela. O Lucas quis ir buscar a Malu imediatamente, mas a Nathália teve uma ideia genial: deixa a Malu lá. — Mais risos. — Passou umas três horas e a Malu resolveu voltar pra casa porque estava com saudades.
Elas riem por mais alguns minutos.
   — Saudades — fala Malu esticando o braço para Yasmin. As duas estão separadas por Marina e Isabela e não chegam a dar as mãos, porque Marina bate no braço de Malu. — Desculpa, amiga — pede Malu dando um abraço dela. — Traí sua amizade. — Ela e Marina começam a rir e ficam assim quando Yasmin começa a falar:
   — Bom, eu nunca... Eu nunca... Já sei! — Ela ri. — Metade de vocês vão cair. Eu nunca fiquei com o Jonas ou o Samuel.
Algumas riem enquanto outras bebem o champanhe. Isabela, Malu, Maísa, Jaqueline, Talita e Luciana fazem parte do grupo que ingere.
   — Dentro dessa categoria tem a Maísa, que já ficou com os dois — brinca Mayara. — Agora sou eu! — exclama ao se dar conta disso e começa a rir antes mesmo de falar. — Eu sim vou derrubar todas. Peguem suas garrafas, porque eu nunca fiquei com nenhum menino lá do colégio.
Elas gargalham e pela terceira vez todas bebem menos a que fez a sentença. 
   — É você, Aline — lembra Yasmin.
   — É... eu nunca pichei um muro. 
   — Nem eu — concorda a loirinha rindo —, mas tenho vontade.
Graziele é a única que toma dessa vez.
   — Você, Grazi? — surpreende-se Daniela.
   — Sim, foi com o Thiago — sorri a ruivinha.
   — Tô falando — Luciana volta a provocar e Malu aperta o braço de Graziele antes que ela possa revidar. 
   — Deixa pra lá — pede completamente séria.
Jaqueline ri da provocação da amiga e resolve ajudar, visto que é a próxima da roda.
   — Eu nunca tive um namorado com problemas de dependência química.
Graziele fica tão irritada que nem bebe o champanhe, ao invés disso avisa:
   — Se mais alguém fizer indiretas sobre o Thiago eu saio da brincadeira.
   — Eu também — apoia Isabela.
   — Eu também — Yasmin diz.
Vários "Eu também" ecoam pela sala e Jaqueline e Luciana resolvem não fazer mais brincadeiras a respeito disso. Como não pode mais atiçar Graziele, Luciana parte para outra pessoa. Como vê que Marina está bem mais animada, decide testar a paciência dela.
   — Eu nunca — fala após Jaqueline —, tive um namorado de cabelo cacheado. Infelizmente — completa dando um sorriso malicioso. 
Marina nem recebe a provocação, apenas ri e bebe dizendo:
   — Eu tenho meu cacheadinho. 
A superioridade natural dela provoca risadas em algumas meninas e até Yasmin sorri. Sendo a última da roda a fazer a frase, Amanda diz:
   — Eu nunca fiquei com o amigo do meu peguete. — Ela olha diretamente para Maísa, que respira fundo e toma um gole do champanhe.
   — Próxima rodada! — anima-se Yasmin para atenuar o clima.
   — Gente — chama Mayara —, vamos pegar leve, tá?
   — A graça é a gente se divertir — retorque Luciana.
   — Pra você pode ser diversão, para outras pessoas não — devolve a garota de cabelos platinados.
   — Vai, gente! — Talita fala acima das vozes delas. — Vou começar de novo. Eu nunca fiquei com o meu melhor amigo.
Graziele e Isabela pegam a garrafa sem hesitar. Aline pensa por um momento e depois toma um gole.
   — Acho que a Malu deveria beber — Yasmin satiriza.
   — Eu não, mas você sim, né? 
   — Eu não, o Victor não era meu melhor amigo quando a gente ficou.
   — Vocês nem se conheciam! — gargalha Marina.
Isabela incentiva.
   — Vai, Maísa.
   — Eu nunca... ai, não sei — ela ri. — Eu nunca usei drogas.
Algumas hesitam, mas acabem bebendo, entre elas Mayara, Luciana, Jaqueline e Malu.
   — Ainda nesse clima — diz Laís —, eu nunca fiquei bêbada.
Novamente todas elas tomam, menos Laís.
   — Você nunca transou, nunca ficou bêbada, como você vive? — questiona Marina aos risos com Malu. Laís dá de ombros, sorrindo, e não responde.
Daniela pensa em pouco e fala:
   — Eu nunca briguei fisicamente. 
Yasmin, Marina, Jaqueline, Luciana, Amanda, Talita, Malu e Mayara pegam suas garrafas de imediato. Maísa reflete e também alcança a sua.
   — Sou eu — Graziele diz sorridente. — Eu nunca fiquei com um americano.
Marina gargalha e recebe uma cotovelada de Malu.
   — Bebe aí.
Marina toma mais um gole e Jaqueline também.
   — Acho que a Yasmin tem que tomar um meio gole — brinca Mayara e elas gargalham.
Abraçada na gêmea de Victor, Malu fala:
   — Eu nunca transei em uma piscina — ri. — Mas tenho que falar com o Samuel pra mudar isso. 
Elas riem e Marina puxa o braço.
   — Peraí que eu tenho que beber.
   — Ui! — exclama Maísa. — Eu não consigo imaginar o Vinícius na piscina — gargalha.
   — Para! — pede Isabela colocando as mãos no ouvido. — Eu vou ter pesadelos.
As meninas da rodam começam a gargalhar. 
   — Vou fazer todas vocês beberem de novo — anuncia Marina ainda rindo. — Eu nunca fiquei com mais de um brasileiro.
   — Oh! — várias garotas exclamam.
   — Que bonitinho — sorri Laís. 
Após todas virarem a garrafinha, chega a vez de Isabela novamente. Dando um sorrisinho, ela fala:
   — Eu nunca tirei nota baixa no boletim.
   — Santa mãe de Deus! — exclama Mayara entornando o champanhe.
   — Eu nunca tirei uma nota boa no boletim — brinca Yasmin aos risos.
   — Bate aí! — Mayara diz ao lado dela.
Somente Isabela, Laís e Graziele não bebem.
   — Minha vez — fala Yasmin. — Eu nunca fiz xixi na cama.
   — Sério? — questiona Laís rindo.
Quase a maioria das meninas bebe. Em seguida, é a vez de Mayara.
   — Eu nunca andei de skate.
   — Não brinca! — Yasmin fica surpresa pegando sua garrafinha. — A Malu precisa te ensinar, menina.
Elas riem e novamente quase todas bebem, incluindo Isabela, Marina, Malu e a própria Yasmin.
   Aline pensa por alguns segundos para falar.
   — Eu nunca levei um tiro.
Malu leva uma mão ao braço e diz em tom melancólico.
   — Nossa, doeu essa, Aline. — Elas riem e a morena é a única a tomar.
   — Eu nunca fiquei com uma menina — fala Jaqueline.
Quase todas as meninas olham rindo para Mayara, que é a primeira a pegar sua garrafa. Malu também alcança a sua e algumas olham com desconfiança para as duas. Surpreendendo a todos, Graziele também bebe.
   — Você, Grazi? — espanta-se Laís.
   — Sim — responde a ruiva sorrindo. Enquanto Luciana pensa em sua sentença, Malu chega mais perto da amiga e comenta:
   — Por que você tomou? Você nunca ficou com uma garota.
   — Eu sei — sussurra Graziele. — É que eu sei que você não quer que a galera saiba de você e da Mayara, por isso resolvi dar uma disfarçada.
Malu sorri, espantada com o comportamento da amiga.
   — Nossa! Muito obrigada — fala com gratidão.
   — Presta atenção, gente — censura Marina gargalhando.
   — Eu nunca fiquei com um garoto nerd — Luciana comenta. 
Isabela fica constrangida e evita olhar para Aline ao pegar seu mini champanhe. 
   — O Vinícius é nerd — lembra Laís sorrindo, mas Marina ri de uma piada interna com Malu.
Do outro lado da garota, Isabela cutuca ela.
   — Marina, bebe.
   — Oi? 
   — O Vinícius é meio nerd.
   — Ah, é! — Ela pega o seu champanhe. Yasmin fica com um pouco de dúvida se ingere ou não, pois já recebeu um selinho de Lorenzo. Como não considera o fato uma ficada, não toca na garrafinha.
   Sendo a última da rodada, Amanda diz:
   — Eu nunca fui traída. — Assim que termina de falar olha para Isabela. A morena não devolve o olhar e pega a garrafa, mas não é a única pois Jaqueline e Talita também bebem. Marina lembra que traiu Brian com Vinícius, mas também foi traída por ele, por isso toma também. Enquanto sente o líquido descer borbulhando, recorda-se também do carnaval fora de época quando Vinícius foi beijado por uma menina. 
   — Vamos começar mais uma rodada? — questiona Laís.
   — Ah, não! — responde Yasmin e Graziele apoia ela.
   — É, essa brincadeira já deu. — Ela encara diretamente Luciana e Jaqueline, que riem.
   — Eu já tô com sono — boceja Aline.
   — Então vamos encerrar — decide Mayara. 
Elas levantam, desfazendo o círculo, mas Marina e Malu continuam sentadas rindo sozinhas. Jaqueline, Amanda, Luciana e Talita saem do quarto e Yasmin também.
   — Vou beber água. 
As outras começam a se organizar nos colchões e Marina e Malu engatinham até a garrafa de champanhe no centro.
   — Já que ninguém lembrou dela — fala Malu —, vamos ficar pra gente.
Elas riem e Marina passa o braço pela garrafa. As duas saem do quarto rindo e Isabela comenta com Graziele:
   — Você não acha que a Marina já bebeu demais?
   — Sei lá, só sei que a ressaca dela amanhã, quer dizer, daqui a pouco — fala olhando pela janela o dia amanhecer —, vai ser forte. 

Sentadas em um colchão do outro lado do quarto, Maísa comenta com a melhor amiga.
   — Eu não gostei das meninas ficarem lembrando que eu fiquei com o Samuel.
   — Ah, amiga, foi meio chato, mas não tem como apagar o passado. 
   — Eu sei, mas é constrangedor, né? — Ela sacode a cabeça. — Eu estou ficando com o Jonas agora e é isso que importa. É tão constrangedor quanto quando falam do Jonas e da Isabela. Ainda mais que eu nem estava presente quando eles namoravam.
   — Menos mal — ri Laís. — Mas é a consequência de todo mundo ficar com todo mundo. Não sei como vocês conseguem beijar um, depois beijar outro e conseguir viver em harmonia.
Maísa ri e simplifica:
   — Chama-se juventude.

Arrastando os pés descalços, Yasmin retorna para o andar de cima. Ela olha mais atentamente para os cômodos, reparando em coisas que não tinha notado anteriormente.
   — Acho que o corredor do quarto não é esse — constata com confusão. O principal indicativo disso é o fato da ala estar silenciosa. Demasiadamente silenciosa. 
   Um espirro próximo faz a jovem sobressaltar-se. 
   — Quem está aí? — questiona entrando na sala de onde ouviu o ruído. 
   — Oi. 
A loirinha fita os olhinhos miúdos e castanhos de Lorenzo.
   — Oi, Lorenzo — responde abrindo um sorriso. — O que você está fazendo aqui? Pensei que você tivesse ido dormir. 
   — Eu tentei, mas os meninos não estavam permitindo.
Ela sorri e senta na almofada ao lado dele, deixando o rapaz incomodado com a proximidade. Acreditando estar sendo discreto, ele se arrasta um pouquinho para o outro lado. Yasmin nota e dá um sorrisinho, bebericando a água que trouxe.
   — Você estava desenhando? — questiona ao reparar no bloquinho que está pousado na coxa dele.
   — Sim — responde Lorenzo baixinho. 
   — Posso ver?
Lorenzo não se sente confortável que alguém veja suas artes, mas não consegue dizer isso a ela, por isso assente quase que imperceptivelmente e Yasmin deixa de lado a água e puxa o bloquinho dele. Automaticamente, Yasmin fica encantada com os desenhos que ele faz.
   — Caramba! — exclama. — Você é incrível, Lorenzo. Os seus desenhos são demais! — Ele fica orgulhoso de si e contente com os elogios, mas apenas sorri de leve. — Me desenha — ela pede de repente.
   — O quê? — Ele fica ainda mais chocado do que quando ela o puxou para dançar. 
Yasmin joga o cabelo para o lado, entusiasmada.
   — Me desenha! Tipo o Jack desenhou a Rose em Titanic. — Vendo a expressão de surpresa dele, resolve provocá-lo. — Eu quero igualzinho, comigo usando só esse colar — fala puxando um pingente de dentro da blusa.
Lorenzo fica pálido como se fosse feito de cera e embora tente, não consegue formar nenhuma oração com sentido. Vendo que ele está a ponto de ter uma síncope, Yasmin fala rindo:
   — Eu estou brincando! Não quero que você me desenhe pelada.
Ele solta o ar com alívio.
   — Ah — é a única coisa que consegue pronunciar.
Yasmin esquece o efeito que desperta nele e se aproxima com rapidez, dizendo com empolgação:
   — Mas eu continuo querendo que você me desenhe. 
Lorenzo fica embasbacado pela beleza dela, pois as únicas vezes que esteve realmente perto dela estava no completo breu do Buraco Negro e no escuro da pista de dança do casarão. A beleza da loirinha, bem iluminada pelos pisca-piscas, bagunça os pensamentos dele. Yasmin sorri e levanta com a mesma agilidade com que se aproximou. O garoto volta a respirar.
   — Vou encarar o seu silêncio como um sim — ela fala sorridente. — Sabe — diz virando para ele —, eu nunca fui desenhada assim, cara a cara.
   — E-eu não sei se, se consigo. 
   — Claro que consegue. — Yasmin se joga na almofada novamente, dessa vez a uma distância que permita Lorenzo pensar racionalmente. — Você já me desenhou uma vez, lembra? — Ele fica ruborizado e não olha para ela, que sorri. — Eu lembro. Então, você vai começar quando?
   — O-o quê?
Ela gargalha.
   — A me desenhar.
Lorenzo pega o bloquinho que Yasmin deixou entre as almofadas, falando:
   — Yasmin, eu não acho que isso seja certo.
   — É só um desenho.
   — O-o seu namorado não vai go-gostar. 
   — Não precisa ter medo do Victor! — retruca a loirinha. — Eu te protejo dele. 
   — Mas...
   — Mas nada — ela encerra. — Eu exijo que você me desenhe. 
Lorenzo não consegue dizer nada que seja contrário a isso e Yasmin sorri.
   — Ótimo! O que você quer que eu faça?
   — Nada, eu consigo te desenhar normal.
   — Não, eu quero que você registre uma pose minha. — Ela dá um tapinha no braço dele. — Eu quero fazer igual nos filmes, Lorenzo. — A jovem vira um pouco de lado, joga o cabelo e olha intensamente para ele com seus olhos azuis. — Assim está bom?
Lorenzo fica perplexo com a visão que tem da loirinha e confirma com a cabeça, pegando trêmulo o lápis.
   — Você está tremendo? — percebe Yasmin rindo. — Por quê?
   — Por nada — ele responde desejando sumir dali.
   — Você consegue desenhar assim?
Não pensa o garoto.
   — Sim.
   — Ok, se você diz. — Lorenzo permanece olhando para ela, que ergue as sobrancelhas. — Pode começar — incentiva.
   — Ah, é — balbucia ele enquanto tenta segurar com mais firmeza o lápis e equilibrar o bloquinho na coxa, como fazia antes de ser interrompido pela chegada de Yasmin. Ele fecha os olhos e respira fundo por três vezes, tentando fingir que Yasmin não está ali, embora esteja a poucos segundos de começar a desenhá-la. — Ok.
Yasmin fica imóvel e observa com admiração os primeiros traços que Lorenzo faz. Ela fica encantada com o fato de que quando ele está desenhando perde totalmente o jeito tímido e inseguro, comportando-se como o jovem talentoso que é. 

Agarrada à garrafa de champanhe do jogo Eu Nunca, Marina desce as escadas do casarão com Malu tentando não cair. 
   — Chegamos — sorri Malu ao pisar no tapete do térreo. As duas observam ao redor, todas as almofadas espalhadas, sujeiras de balões estourados, outros poucos ainda cheios e um cheiro muito forte de bebida. No fundo, o DJ prepara-se para ir embora.
   — Ei! — Marina chama e ele olha para elas. — Não vai embora não.
   — Toca pra gente — completa Malu.
O homem respira fundo e assente, retornando para a sua mesa de trabalho. 
   — Querem alguma música em especial?
   — Não — responde Malu sentando em um grupo de almofadas que formou no centro da sala.
O DJ coloca para tocar um hit do momento e ela sorri. Marina não se senta e fala:
   — Vou lá na sala de jantar pegar alguma coisa pra gente comer. Não quero beber mais de estômago vazio.
   — Verdade, vou esperar você voltar pra abrir a champanhe.
   — Tá. — Marina caminha com os pés no chão até a sala de jantar.

Cansada de ficar apenas parada fitando Lorenzo, Yasmin começa a falar.
   — Então — tenta usar a voz mais suave que consegue para não assustá-lo —, você pensa em ser desenhista?
   — Penso — responde Lorenzo desenhando os traços do ombro dela. 
   — Sorte do mundo — sorri Yasmin, mas lembra que não pode se mexer. Lorenzo dá um leve sorriso e ergue o olhar pra ela, para ter mais detalhes da curva de seu queixo. Pela primeira vez na vida, é Yasmin quem fica constrangida com a troca de olhares, por isso dá um sorrisinho embaraçado.
   — Não ri — pede Lorenzo com a voz mais firme do que ela jamais ouviu. — É q-que eu pre-preciso ver o s-seu queixo — completa gaguejando como sempre e Yasmin ri, voltando ao seu normal.
   — Desculpa — pede recobrando a postura.
   — Tudo bem — Lorenzo sorri com leveza e volta a desenhá-la.
   — Então, você pretende ser desenhista — repete a loirinha. — Desenhista de quadrinho? De gibi?
Lorenzo ri. Ri de verdade. Yasmin fica surpresa e não consegue disfarçar.
   — Eu quero ser desenhista industrial ou designer.
   — Ah! É legal também.
Ele reúne toda a sua coragem para devolver com outra pergunta.
   — O que você quer fazer? — A loirinha demora para responder e ele começa a se arrepender.
   — Eu ainda não sei — responde Yasmin por fim. — Não sei se quero fazer algo relacionado à administração, à mídia, à moda.
   — Tenta procurar alguma profissão que reúna todas as coisas — aconselha o garoto desenhando o queixo dela.
   — É, você tem razão. Quero saber mais — fala Yasmin. — Você é filho único ou tem irmãos, qual é a sua cor favorita, qual foi cidade que você mais gostou de conhecer?
   — Eu tenho uma irmã — conta Lorenzo focado no desenho.
   — Sério? Por que eu nunca ouvi falar dela?
   — Ela mora na Inglaterra. 
   — Sério?
   — Sim, há alguns anos ela foi fazer um intercâmbio lá na Inglaterra e não voltou mais.
   — Que legal! — ela exclama com entusiasmo. — Você não pensa em seguir o caminho dela?
   — Não sei. — Ele nem precisa olhar no rosto dela para desenhar o nariz, pois já admirou tantas vezes o rosto dela que já sabe desse detalhe.

Depois de ter cochilado um pouco, Samuel desce para comer. Ele fica surpreso ao ver Malu deitada em almofadas no centro da sala, com apenas o DJ de companhia, abraçada com uma garrafa fechada de champanhe. 
   Maluquinha — chama ao se aproximar e ela ergue a cabeça.
   — Oi, Sam.
Ele sorri e se agacha ao lado da cabeça dela.
   — O que você está fazendo aqui?
   — Eu vim beber com a Marina.
   — Você não acha que já bebeu o suficiente? — ele questiona encarando duramente os olhos dela. — Depois que o Gabriel interrompeu o nosso lance, você sumiu e eu só fui te ver um pouco antes de dormir. Você já estava mais elétrica e agora — ele olha ao redor — isso.
Malu gargalha prazerosamente e senta nas almofadas.
   — Eu só bebi uma caipirinha e uma mini garrafa de champanhe — ela conta.
   — Você quer que eu acredite nisso?
   — Se você acredita ou não, o problema é seu — ela ri. — Mas a verdade é essa. Eu não tenho culpa de ser animada por si só!
Samuel olha durante um tempo para ela e decide acreditar na morena.
   — E essa garrafa aí?
   — É pra mim e pra Marina. Se você quiser beber com a gente — sugere sorrindo.
Marina volta cambaleando e trazendo uma bandeja de comida. Samuel olha para ela e sorri para Malu.
   — Ela também bebeu só uma caipirinha e champanhe? — provoca.
   — Cala a boca.
   — Oi, Samuel! — Marina ri e entrega a bandeja para Malu antes de se sentar com eles nas almofadas. — Demorei porque estava comendo lá mesmo — justifica ela. 
   — Normal — ri Malu.
   — E aí, gente? — Marina olha rindo para os dois. — Vamos tomar champanhe ou não vamos?
Malu olha sorrindo para Samuel.
   — Você abre pra gente?
   — Não — interrompe a namorada de Vinícius. — Eu quero abrir.
   — Você sabe? 
Marina dá um sorriso travesso. 
   — Ok, eu não sei — diz após passar alguns minutos tentando abrir a garrafa. Ela começa a rir compulsivamente. — Eu não consigo. Eu não consigo.
Malu ri junto com ela, mas Samuel olha com estranheza para as duas.
   — Posso abrir agora? — indaga o rapaz e Marina entrega a garrafa para ele aos risos. Ele força a tampa do champanhe e quando está prestes a abrir para e entrega para Marina. — Pronto, agora é só dar um empurrãozinho. 
Marina volta a rir e pega a garrafa. Ao invés de abrir, olha para o casal e diz:
   — Vocês sabiam que quanto mais a gente chacoalha a garrafa menor é o risco dela "explodir" e voar champanhe para todos os lados?
   — Não — respondem os dois.
   — Pois é — continua Marina. — A explicação está nas bolhas. Quando a garrafa está fechada, o dióxido de carbono  no líquido e o do gargalo são proporcionais. — O casal fica olhando sem reação para ela, nenhum dos dois prestando realmente atenção na explicação científica.  Quando a gente agita a garrafa, se criam bolhas grandes durante a mistura do gás com o líquido. Só que quando as bolhas...
   — Legal, Marina! — interrompe Malu. — Vamos tomar? Abre aí!
   — Mas eu não terminei. — Ela faz beicinho.
   — Você explica depois — Samuel fala enquanto o DJ se controla para não rir.
   — Tá bom — Marina volta a gargalhar. — Um, dois — ela coloca o dedão na tampa —, três! — Aplicando uma certa força abre a garrafa e grita de entusiasmo. — Feliz Ano Novo! — exclama e Malu e Samuel riem.
   — Feliz Ano Novo, amiga! — Malu pula em cima dela e Marina deixa cair a garrafa, espalhando champanhe pelo tapete.
   — Não — reclama Samuel alcançando a garrafa.
   — Ainda sobrou alguma coisa? — questiona Malu com interesse e ela e Marina caem na gargalhada.


Comentários

  1. Amei esse jogo... Vou fazer com minhas amigas, mas sem bebidas de alcool.
    Relembrou bastante coisas nesse jogo, dei muita risada.
    Marina e Malu cada vez mais loucas e perfeitas juntas!
    Eu amo YasVic e amo o Lorenzo, mas isso da Yas em cima do Lorenzo é chato, não vejo a hora do Lorenzo se apaixonar por uma menina sem ser a Yasmim.
    Acho perfeita a amizade da Lais e da Maísa, elas são muito diferentes!
    Eu sei que eu não devo me intrometer, mas queria te dar uma ideia: porque vc não coloca uma aluna nova, e que ela seja linda, todos os meninos achariam ela linda, mas ela se interessaria pelo Lorenzo, só que de início ele não sentiria nada por causa da Yasmim, só que esse menina não iria desistir até ele ficar com ela... Acho que seria perfeita uma historia assim.
    Me desculpe por me intrometer, talvez voce já tenha pensando nisso, mas essa foi só uma sugestão... Eu amo tudo o que você escrever, sua historia, seu imagine é cem porcento perfeito.

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  2. Meu casal nem tá junto nesse mas mesmo assim tá super legal com o jogo.Falta yasvic ('-')

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  3. Vá lá pfv a yas n pode dar em sima desse garoto.Queria era ver ela cuidando do Victor eles São casal perfeito.E e tao fofo ver ela cuidando do Victor

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  4. continua , amo seu imagine <3

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  5. Só eu acho que podia entrar uma aluna nova e o Victor se aproximar dela, para a Yasmin tomar um pouco do próprio veneno

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  6. kkks Malu <3 amo ela e Samuel <3 meu casal numero 1...
    Marina kkkkkkkks to começando a gostar dela kkks

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