Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 267: Felipe consola Isabela e Victor sente ciúmes de Yasmin com Lorenzo

Em um corredor do primeiro andar, Jaqueline conversa com sua melhor amiga, Luciana.
   — As coisas estão dando tudo certo, né?
   — Sim — responde Luciana. — Todo mundo está elogiando a decoração.
   — É, o Alexandre também comentou sobre ela.
Gabriel surge repentinamente e abraça Jaqueline por trás, assustando Luciana.
   — Até que enfim te encontrei sem o americano — comemora dando um beijo na nuca dela.
Jaqueline se livra dos braços dele e vira para encará-lo.
   — Você já está bêbado?
   — Claro que não.
Ela empurra ele, que se desequilibra facilmente e só não cai porque se apoia na parede.
   — Você está bêbado, Gabriel.
   — Não, não estou não — ele teima e tenta abraçá-la novamente, mas Jaqueline não permite.
   — Para! 
   — Gabriel — fala Luciana —, não apronta nada, entendeu? A madrugada ainda está começando e a gente tem muita festa ainda.
   — Relaxa, eu não vou fazer nada — tranquiliza o rapaz e completa olhando para a loira: — Nada que a Jaqueline não queira.
Ela revira os olhos e segura nos ombros dele.
   — Você deveria tomar um café forte, sabia? 
   — Você deveria ficar comigo, sabia?
Luciana ri.
   — Não sabia que ele queria voltar com você, amiga.
   — Ele está bêbado, não leva a sério — pede Jaqueline.
   — Ei! — exclama Gabriel. — Eu posso ter bebido um pouco, mas sei muito bem o que estou falando. 
   — Tá, tá bom — concorda a loirinha somente para ele ficar calado. — Desce e vai dançar, ok?
   — Você vem comigo?
   — Não! Eu estou com o Brian, lembra?
   — Eu não quero ficar vendo você com ele! Foi um saco quando vocês foram cumprimentar a gente, sabia?
Luciana ri, divertindo-se com o estado dele e as coisas que ele fala.
   — Você com ciúmes, Gabriel? Tá mudado, hein?
   — Lu, não dá moral! — Jaqueline pede.
   — A Lu vê que o que eu tô falando é verdade — retruca Gabriel.
   — Eu também vejo — mente Jaqueline —, agora vamos descer.
   — Você vem comigo? — ele volta a perguntar.
   — Não, mas a Lu vai. — Antes que a morena possa desmentir, Jaqueline empurra ela para cima de Gabriel e os dois quase caem.
   — Eu não quero a Lu, ela é do Jonas.
Luciana ri.
   — Cala a boca, Gabriel! Eu não sou de ninguém, muito menos do Jonas.
Ela começa caminhar até o fim do corredor com ele.
   — Diz que você não quer ficar com ele?
   — Não, não quero. Nós somos só amigos.
Gabriel ri com sarcasmo.
   — Hum, sei.
   — Fica quieto se não eu te jogo escada abaixo.
   — Duvido — provoca Gabriel e Luciana finge não ouvir.

Felipe franze a testa como se não houvesse entendido o que Isabela disse.
   — Como é, Isa? 
A garota olha rapidamente para a porta da salinha com receio de Jonas ou Maísa ter ouvido a breve conversa deles.
   — Vem comigo — pede pegando na mão de Felipe. 
   Dentro do cômodo, alheios a Isabela e Felipe, Jonas e Maísa continuam se beijando.
   — Hoje — ela diz após o afeto — é uma ótima oportunidade de você se reconciliar com o Samuel.
Ele dá um selinho nela e pede:
   — Desiste dessa ideia maluca.
   — Eu não vou desistir — diz Maísa com determinação, mas logo sorri. — O que eu posso fazer é deixá-la de lado por ora, pra gente aproveitar a festa.
Jonas sorri.
   — É uma ótima ideia. 
Eles sorriem e dão mais um beijo. Em seguida Maísa entrelaça seus dedos nos de Jonas e caminha para fora da salinha.

Samuel dá de ombros.
   — Não, eu só achei estranho. 
   — O jeito que você agiu foi como se nunca tivesse visto duas garotas ficando — retorque Malu.
   — Eu já vi, mas não alguém próximo a mim.
   — E qual é o problema nisso?
   — Não tem problema nenhum! — exclama Samuel. — É que foi estranho, porque eu quis ficar com a Mayara no começo do ano e agora ela tava lá, ficando com uma garota que eu já fiquei.
   — Você já ficou com aquela garota? — questiona Malu desviando do foco principal da conversa.
   — Já — responde o rapaz com naturalidade —, mas faz tempo.
   — Hum. — Ela olha intensamente para ele. — Então foi só isso mesmo?
   — Foi.
Malu não se convence por completo, mas prefere não ir mais fundo na questão, em parte por não querer estragar a noite, mas também porque tem receio da concepção de Samuel sobre o assunto, visto que ela mesma já ficou com uma menina. 
   — Tudo bem — diz encerrando o assunto. 
Samuel passa os braços pela cintura dela.
   — Agora que o interrogatório já acabou podemos continuar de onde paramos? — Ele tenta beijá-la, mas Malu desvia e sugere:
   — Não seria melhor voltarmos lá pra baixo?
   — Por quê?
Ela demora para responder e percebe que Samuel está começando a desconfiar de algo, por isso sorri e diz:
   — Deixa pra lá. — Afim de evitar mais questionamentos, dá um beijo nele. Samuel retribui de imediato e aos poucos os dois vão entrando no clima novamente.

Em um quarto reservado aos meninos, Isabela conta tudo o que ouviu para Felipe. Desde a tentativa de Maísa de aproximar Jonas e Samuel ao romance conturbado dos dois e, principalmente, do câncer da mãe dele.
   — Você não deve ter ouvido direito — ele fala surpreso.
   — Ouvi, sim! — garante Isabela com os olhos vermelhos. — A mãe do Jonas está com câncer. Câncer, Felipe!
   — Que tipo de câncer?
   — Não sei, eles não disseram. Tantos faz, todos são sérios!
Felipe assente.
   — Caramba! O Jonas deve estar passando por uma barra.
   — Sim, por isso que ele tem agido tão estranho ultimamente.
   — Eu não reparei. — Ele cruza os braços. — E me surpreende você ter notado.
Isabela revira os olhos.
   — Ciuminho agora não, né? — Ela coloca as mãos na boca. — Eu não acredito que a Dona Diana está com câncer. — Os olhos dela ficam marejados. — Não pode ser!
   — Ei, Isa! — Felipe puxa ela e a aperta em seus braços. — Não fica assim.
   — Isso é muito grave, Felipe.
   — Eu sei, mas com certeza a família do Jonas está fazendo o possível para ela se curar. Eles são podres de rico, Isa, têm acesso aos melhores médicos e tratamentos. — Ele segura o rosto dela entre suas mãos. — A Dona Diana vai ficar bem. Acredita. 
   — Eu estou com tanto medo dela... você sabe. — Uma lágrima escorre por seu rosto e Felipe enxuga com rapidez. — A Dona Diana sempre foi muito legal comigo, sempre.
   — Isa, fica calma — pede Felipe com firmeza. — Tenha fé, tudo vai ficar bem. Olha, você mesma disse que o Jonas ficou dando uns amassos na Maísa lá na salinha. Se ele consegue relaxar, você deveria fazer o mesmo. — Ele busca a mão dela e entrelaça os seus dedos. — Vem, vamos descer.
Isabela respira fundo e é guiada pelo namorado até o andar de baixo. 

No centro da pista improvisada de dança, Marina e Vinícius gritam quando começa tocar um remix de Summertime Sadness, Lana Del Rey. 
   — Essa música nos persegue — ele comenta no ouvido da namorada.
   — Ainda bem! — ri Marina. — Nós amamos a Lana mesmo!
   — Uh!! — Vinícius vibra com as outras pessoas e começa a dançar loucamente com a namorada. De longe, Victor ri.
   — Yasmin — chama. A loirinha que está ao lado dele olha em sua direção. — O Vinícius não tem um jeito de gay?
Ela começa a rir.
   — Victor?
   — É sério, olha ele dançando.
Yasmin olha para o amigo. De fato, ele tem mais ritmo e requebrado do que os meninos em volta.
   — Ele tem mais remelexo — diz próximo ao ouvido do namorado —, mas isso não quer dizer nada. Se fosse assim, todos os bailarinos seriam gays.
   — E não são? — brinca Victor e eles gargalham.
   — Larga de ser preconceituoso. — Ela puxa Victor para mais perto, pois percebe que está tendo que gritar para ele ouvir. — Mas falando sério agora, quando a gente era mais novo, todo mundo desconfiava que o Vini era gay. Ele sempre foi mais doce e mais gentil que a maioria dos meninos, sempre se vestiu bem, sempre gostou de cozinhar e sempre foi mais suave e delicado. Só que depois a gente percebeu que era o jeito dele mesmo. Que culpa ele tem se a Mel e o Chay educaram ele como um verdadeiro príncipe? — ela sorri. 
   — Eu também fui educado como um príncipe e não sou assim.
   — O Vinícius absorveu a educação, né? Você não! — Ela gargalha e Victor bagunça o cabelo dela. 
Vinícius e Marina continuam dançando freneticamente. Ela remexe sem sair do lugar enquanto o rapaz rodeia ela com seu corpo colado ao dela. Marina sorri e joga a cabeça para trás, sendo levada pelo ritmo da música. Atrás dela, Vinícius passa a mão pelo cabelo cacheado e mordisca a orelha da namorada. Eles sorriem e Marina apoia o seu corpo no dele. Eles se movem, rebolando como se fossem apenas um só ser. 
   Repentinamente, Marina vira e fica de frente para Vinícius.
   — Você é o melhor parceiro de dança que eu já tive — diz sorrindo.
Vinícius dá um passo para trás e faz uma reverência.
   — Que honra a minha.
Marina puxa ele pela jaqueta jeans e responde com os lábios encostando nos dele.
   — Que prazer o meu.

A mesma saleta que foi usada por Jonas e Maísa para conversarem foi encontrada por Samuel e Malu. Ela está deitada sobre as almofadas com Samuel por cima de si, dando beijos e mordidas em seu pescoço e colo. Enquanto isso, a morena arranha a parte inferior da barriga dele.
   — Pega a camisinha — pede entre suspiros abafados.
Samuel leva a mão ao bolso da calça jeans, mas não chega a retirar o objeto pois a porta é escancarada de maneira abrupta.
   — Olha só quem está aqui! — exclama Gabriel com uma mini garrafa de champanhe nas mãos.
Samuel fica em pé com rapidez e Malu senta nas almofadas, ainda ofegante.
   — Dá um fora daqui — pede Samuel com a voz controlada. Malu olha dele para Gabriel com atenção.
   — Por quê? Atrapalhei alguma coisa? — pergunta o outro gargalhando. 
Vendo que Samuel está por um fio de partir para cima de Gabriel, com quem tem um desafeto antigo, Malu levanta e pede:
   — Vai tomar o seu pileque em outro lugar, Gabriel.
   — Mas aqui está tão agradável — ele sorri charmosamente. — É sempre agradável diante da sua companhia. Pena que esse outro está ali — diz e toma um gole de champanhe.
   — O único desagrado que eu vejo aqui é a sua presença — retorque Samuel com raiva. — Sai daqui.
   — Ui, acho que alguém está ficando bravinho? Quer transar vai para um motel, querido, isso aqui é uma festa de jovens estudantes.
   — Cala a sua boca! — Samuel tenta partir para cima de Gabriel, mas Malu fica em sua frente.
   — Ignora, ele está bêbado.
O rapaz dá uma risadinha cruel.
   — Eu não posso perder a oportunidade de dar uma surra nesse moleque.
   — Oi? Eu ouvi dar? — questiona Gabriel sorrindo. — Tem algo a ver com o que a Malu estava prestes a te dar? Porque se for, eu também quero.
Malu olha para ele e respira fundo.
   — Para de falar besteira, senão eu mesma vou bater em você.
Seguindo as vozes alteradas e as risadas impróprias Jaqueline chega ao cômodo e entra, parando atrás de Gabriel.
   — O que está acontecendo aqui?
   — Chegou a rainha da festa! — exclama Gabriel erguendo a garrafinha acima da cabeça.
   — Gabriel, se controla, por favor — pede Jaqueline.
   — Tira esse garoto daqui, Jaque — solicita Samuel com a voz bem mais branda. 
   — Acho que você está precisando dormir — diz a loirinha para Gabriel.
   — Dormir? Mas a noite ainda está começando.
   — Pra você deveria estar acabando — retruca Malu.
Um sorriso estranho aparece no rosto de Gabriel.
   — Sabe o que eu pensei agora? 
   — Merda — responde Samuel —, é só o que você pensa. E faz.
Jaqueline lança um olhar torto para ele.
   — Não provoca, Sam.
   — Eu estava pensando — continua Gabriel —, que nós formamos um ciclo! — Ele começa a rir, mas ninguém o acompanha. — O quê? Vocês não entenderam? Olha, eu namorei a Jaqueline, a Jaqueline ficou com o Samuel, o Samuel está ficando com a Malu, que já ficou comigo. 
   — Você já ficou com a Maria Luíza? — questiona Jaqueline espantada.
   — Mais ou menos, né Malu? — Ele pisca para a jovem, que não tem reação nenhuma. — Por que, ficou com ciúmes?
   — Fica quieto, Gabriel! — Ela pega no braço dele. — Vem, vou te dar um café forte.
   — Eu não quero! 
A loirinha respira fundo e promete em falso:
   — Se você colaborar, depois eu posso te dar o que você quer. 
Gabriel sorri e sai com ela sem nem olhar para Malu e Samuel.
   Assim que ficam sozinhos, ele questiona:
   — Nossa, como você é capaz de gostar de um garoto desses?
Malu afina a voz para ficar mais próxima da de Jaqueline ao responder:
   — Não sei, Sam, talvez do mesmo modo que você gosta da Jaque. 

A festa continua acontecendo madrugada adentro. Como não é de seu costume ficar acordado até altas horas, Iago começa a dar os primeiros indícios de sono e cansaço. Após mais um bocejo ele se vira para Aline e comenta:
   — Acho que já vou subir. Estou com muito sono!
Com uma latinha de cerveja na mão, ela discorda de imediato.
   — Nem pensar! Você vai virar a noite junto comigo.
   — Não, Aline, muitas pessoas já foram dormir, daqui a pouco isso aqui vai estar vazio.
A jovem ri e toma mais um gole.
   — Claro que não. Só os fracotes foram dormir — ela chega perto dele — e eu não vou te deixar ser um fracote. — Ao final da frase ela dá um beijo nele. Iago estranha por causa do forte gosto de bebida, mas retribui com carinho. 

Secando as mãos na calça jeans justa e de cintura alta, Yasmin sai do banheiro. Ela ergue a cabeça e sorri ao ver Lorenzo no fim do corredor, caminhando na direção oposta a dela.
   — E aí, Lorenzo? — diz quando eles se encontram. — Andou fumando alguma coisa que não deve? Seus olhos estão vermelhos.
Ele dá um sorriso discreto.
   — É só sono. 
   — Ah! Então você está indo dormir? 
   — Sim. 
Yasmin olha demoradamente para ele e Lorenzo desvia o olhar com vergonha.
   — Desculpa atrapalhar os seus planos — ela fala passando o braço pelo dele.
   — Yasmin, o que você está fazendo? — questiona Lorenzo com espanto enquanto é arrastado até a escada.
   — Nós vamos dançar.
Ele quase tropeça no salto dela ao descer a escada.
   — O quê? Não, e-eu não sei d-dançar — gagueja. 
   — Eu te ensino — a loirinha simplifica. Eles chegam ao térreo e Yasmin leva Lorenzo até a pista, ignorando os olhares curiosos dos seus colegas de escola. 
   Victor está encostado em uma parede perto da pista batendo com um balão cor de rosa na cabeça de Isabela. Ele ri e olha para a pista distraidamente. Seus olhos estreitam-se ao ver Lorenzo com Yasmin. O garoto está parado e a loirinha rebola olhando para ele enquanto fala algo.
   — Assim ó — ensina Yasmin. — Tenta fazer?
Lorenzo ri envergonhado.
   — E-eu não sei fazer isso. 
   — Claro que sabe, todo mundo sabe pelo menos o mínimo. — Ela chega bem perto dele, deixando Lorenzo constrangido, e junta seu corpo ao dele. — Mexe o seu corpo junto com o meu. — Ela começa a remexer lentamente com o corpo colado ao de Lorenzo, que sente o rosto ferver. 
   — O que a Yasmin está fazendo? — questiona Graziele aproximando-se de Isabela e Victor.
   — Não sei — responde Victor —, mas pra mim aquilo é quase pornográfico.
   — Menos, Victor — pondera Isabela, embora ache que Yasmin está passando um pouco do limite com Lorenzo, visto que todas as partes de seus corpos estão coladas e ela remexe o quadril de forma quase sensual. 
   — Se eu encontro aquele moleque sozinho, faço picadinho dele — ameaça o loiro e Graziele fica assustada. 
   — Para com isso — pede Isabela. Ela puxa o balão da mão dele e joga no chão novamente. — Vem, vamos dançar também. Vem, Grazi!
Os três partem para a pista e começam a dançar. Victor prefere ficar de costas para a namorada e Lorenzo para evitar raiva. 
   Minutos depois, Felipe junta-se a eles sendo seguido por uma versão bem mais energizada de Marina e Vinícius. O último casal faz uma coreografia que alterna entre o cômico e o fofo, o que provoca gargalhadas nos outros. Aos poucos, Victor vai esquecendo-se de Yasmin com Lorenzo.

Por volta das três e meia da madrugada, a maioria dos jovens já foram para os quartos, inclusive Lorenzo. No entanto, Yasmin ainda não ficou a sós ou falou com o namorado. Começa a tocar Sorry, do Justin Bieber, e Victor puxa Isabela para dançar com ele. A morena sorri e se deixa ser guiada por ele enquanto traduz a letra da música mentalmente. 
   Victor passa a mão pelas costas dela e puxa as pontinhas de seu cabelo comprido e castanho. Isabela ri e dá um beliscão no braço dele antes de procurar com o olhar Jonas pela pista de dança. Depois de alguns segundos encontra o rapaz em um canto. Ele não retribui o olhar nem olha para mais ninguém além de Maísa, com quem troca beijos bem quentes. Isabela sacode a cabeça e volta a olhar para Victor.
   No cantinho mais reservado da sala, Jonas e Maísa se beijam. As costas dela estão apoiadas na parede e em sua frente está Jonas, que prende o corpo dela com o seu. A loirinha acaricia as costas dele enquanto suas línguas exploram suas bocas. Jonas aperta a cintura da garota e mordisca o seu lábio lentamente, produzindo um suspiro nela.
   Eles voltam a se beijar com intensidade e acariciam um o corpo do outro. 
   — Ei! Ei! Ei!
Os dois se assustam e Jonas se afasta de Maísa, ambos olhando para Jaqueline. 
   — Deixem para terminar isso amanhã em um motel — ela diz gargalhando. Jonas ri e Maísa dá um leve sorriso, em parte grata por Jaqueline ter lhe ajudado. — Hoje é dia de noite do pijama, meninos para um lado e meninas para outro, algo bem leve!
   — Fica tranquila, Jaque, a gente não vai tirar o pudor de sua festa — garante Jonas ainda com uma mão na cintura de Maísa.
   — Acho bom. Aliás, a Luciana e o Marcelo estão em um fica ou não fica — ela conta. — Não quer ir lá impedir, já que vocês têm um passado? — questiona em tom de brincadeira. O ex-namorado de Isabela sorri, mas Maísa permanece séria.
   — Acho melhor a gente ir dançar — diz Jonas e vai para a pista com as duas loiras. Jaqueline vai pular com Amanda e Talita, deixando o casal sozinho. — Desfaz essa cara amarrada — pede Jonas dando um selinho em Maísa.
   — Eu não estou com cara amarrada.
Jonas ri.
   — Isso é ciúmes da Jaqueline?
   — Não, por quê? Eu deveria ter? Há possibilidades de vocês voltarem a ficar?
Eles ri mais uma vez.
   — Eu nunca fiquei com a Jaqueline. Isso é só boato!
   — A Laís acha que é verdade — retruca Maísa.
   — Mas a Laís é fofoqueira.
   — Não fala assim, ela é minha prima.
   — Olha, vamos deixar isso pra lá? Vamos dançar sem falar de Jaqueline, de Laís, de Samuel, de amigo, parente. Já reparou que sempre que a gente toca nesse assunto dá ruim?
Maísa assente e dá um selinho nele.
   — Ok. Vamos dançar!

Não muito distante deles, estão Yasmin e Victor.
   — Até que enfim consegui dançar coladinha com você — comenta a jovem com os braços ao redor da cintura dele. 
   — Pois é, agora que o Lorenzo foi dormir você pode dançar comigo.
Yasmin ri.
   — Você viu eu tentando ensinar ele a dançar?
   — Eu vi você se esfregando nele.
   — Eu não estava me esfregando em ninguém — retruca Yasmin.
   — Ah, não? — Ele a puxa para ainda mais perto e une todas as partes de seus corpos. — Então ficar dançando desse jeito não é se esfregar?
Ao contrário do que sentiu com Lorenzo, Yasmin sente todas as partículas de seu corpo vibrarem e um calor se espalha por todo o seu corpo. 
   — Eu só estava dançando. — Ela dá um beijinho nele. — Lembra daquela nossa conversa? — questiona com seriedade. — Lembra daquela conversa séria que a gente teve? 
   — O que é que tem?
   — Então, lembra do que a gente disse um pro outro. É aquilo que importa. É aquele sentimento que você sabe que existe que importa.
Yasmin acaricia o rosto de Victor e dá um beijo nele. O rapaz permanece tenso por alguns segundos, mas depois aperta ainda mais Yasmin e retribui o beijo.
   — Ah, eu tô maluca! Ah, eu tô maluca! — grita Malu pulando ao redor deles. Os dois começam a rir e se afastam. A morena se posiciona entre eles e começa a rebolar loucamente virada de frente para Yasmin, que gargalha.
   — Você bebeu? — questiona Victor rindo e ela pula, virando de frente para ele.
   — Não — responde sem parar de se remexer.
   — Ela tá falando sério? — ele pergunta olhando para a namorada.
   — Pior que tá — ri Yasmin. Malu desce até o chão e gira a cabeça, jogando seu cabelo negro para todos os lados antes de subir. — Você poderia ir dançar com a Marina e o Vini, né? — brinca. — Eles estão no mesmo pique que você. 
Malu olha ao redor e encontra o casal citado mais adiante.
   — Vou lá. 
Os dois se olham e riem, sem acreditar nela. Malu vai pulando até Marina e Vinícius e começa a dançar com eles. Para quem olha de longe todos os três estão bêbados, pois Malu comporta-se igual ou até mais empolgada do que eles. 
   — Ela tem um parafuso a menos — ri Victor, observando o trio.

Quando está quase amanhecendo, Yasmin, Isabela, Marina, Malu, Graziele, Maísa, Laís, Aline, Mayara e Daniela conversam em um quarto. Elas estão espalhadas pelos colchões infláveis e riem de piadas feitas por Malu e Marina, que desde que se juntaram na pista não se largaram mais.
   A porta é aberta e Jaqueline, Luciana, Amanda e Talita entram carregando mini garrafas de champanhe, o que deixa as garotas surpresas.
   — Viemos continuar a festa! — fala Amanda sorridente.
   — Uma festa só das meninas do terceiro A — completa Talita.
   — A gente teve uma ideia — conta Jaqueline sentando em um colchão ao lado de Mayara.
   — Que ideia? — questiona Laís curiosamente. 
   — A gente pode brincar de Eu Nunca.
Graziele franze a testa e indaga:
   — Que brincadeira é essa? 
   — Explica aí, Lu — Jaqueline pede.
   — É assim — começa Luciana —, a gente fala uma frase começada por eu nunca, por exemplo: Eu nunca, sei lá, pulei de para-quedas. Daí quem já pulou de para-quedas bebe um gole de champanhe. 
   — Quem tiver no final da brincadeira mais champanhe na garrafa vence e leva a garrafa maior pra casa — acrescenta Amanda.
   — E se eu não quiser a garrafa? — questiona Isabela.
Yasmin responde de prontidão:
   — Dá pra mim.
Grande parte das meninas gargalham e Jaqueline pergunta:
   — E aí, vamos começar? 
As meninas trocam olhares entusiasmados e assentem com as cabeças.
   — Vamos — responde Marina sorrindo.
   — É isso aí — apoia Malu esfregando as mãos. — Vamos brincar!
    

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