Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 264 (Parte 1): Após discussão entre Victor e Micael, namoro do jovem com Yasmin corre perigo

Micael respira fundo, tentando recobrar a calma que foi perdida durante a conversa com Victor. Após se acalmar, começa a relatar à filha:
   — A sua mãe me contou que você perdeu a virgindade com o Victor. — Yasmin não esboça nenhuma reação, por isso ele continua: — Eu fui conversar com o Victor a respeito disso e...
   — Quando vocês conversaram? — questiona Yasmin começando a acreditar que a conversa ocorreu dias anteriores, por isso Victor comentou que Micael estava estranho. Ao mesmo tempo ela se questiona por que Victor não contou à ela.
   — Agora a pouco, quando ele saiu daqui.
Toda a linha de raciocínio de Yasmin vai por água abaixo e ela arregala os olhos.
   — Você conversou com ele depois que ele saiu daqui? Quer dizer, depois que eu e ele conversamos?
   — Sim!
   — Pai!? O Victor estava muito abalado, a nossa conversa foi muito séria. 
   — Não venha querer justificar as atitudes dele, Yasmin.
   — Eu não estou justificando nada, só quero que o senhor entenda que não foi um bom momento para conversar.
   — Agora as atrocidades que ele falou foi por que estava nervosinho? Faça mil favor!
Yasmin cruza os braços.
   — O que foi que o Victor falou de tão absurdo? Aposto que não foi algo tão sério assim, ele não desrespeitaria o senhor.
Micael ri.
   — Ai, Yasmin, acho que nem você conhece o namorado que tem.
   — O que ele disse, pai? — Yasmin exige saber.
   — Pra começo de conversa, quando eu falei pra ele que sabia que vocês tinham transado ele disse: Que bom, significa que você é um pai responsável. — A loirinha engole em seco, surpresa pelo comportamento do namorado. — Depois disse que eu não conheço ele, que não é um moleque e completou dizendo que você já é grandinha, sabe o que faz.
Yasmin tem que se segurar para não rir ao imaginar a reação de Micael.
   — Ele disse isso?
   — Você ainda ri, Yasmin? — Micael volta a ficar bravo. — Você é tão irresponsável quanto ele? 
   — Eu não tô rindo — mente Yasmin. — Ele disse mais alguma coisa? 
   — Perguntou se eu estava ameaçando ele.
   — Quê? De onde ele tirou isso? 
   — Porque eu disse que se ele pisasse fora da linha proibiria ele de chegar perto de você.
   — Você não pode fazer isso! — exclama Yasmin de imediato.
   — Eu sou seu pai, sou seu responsável perante à lei, eu posso. 
   — Mas, pai...
   — Eu posso, mas não vou fazer. Vou deixar isso nas suas mãos, seja sensata, filha.
   — Pai, eu sei que o Victor não é o exemplo de pessoa, mas ele só disse o que disse porque estava nervoso por causa da nossa conversa. 
   — Ai, Yasmin, pelo amor!
   — É, sério, eu tenho certeza que o Victor não perderia a cabeça com o senhor.
   — O Arthur já me contou das brigas que eles tiveram.
   — Eu sei, mas o comportamento que o Victor tem com o Arthur não é o mesmo que ele tem com o senhor. Eu não agiria da mesma forma com ele, eu não ficaria brigando com ele. Ele só estava sem cabeça pra mais conversa. Deixa eu conversar com ele — pede.
   — Quê?
   — Deixa eu conversar com ele, deixa eu me acertar com ele.
   — Tá, eu deixo. Só pensa mesmo se é esse cara que você quer ao seu lado, ok? 
   — Ok, pai. 
Micael olha demoradamente para a filha e sai do quarto. Yasmin joga-se na cama.
   — Car*lho, o Victor só faz merda!

No início da noite, Anelise assiste filme no Netflix comendo pipoca. Depois de tomar um banho fervente e se encher de casacos, ela arrastou um cobertor para a sala e se aconchegou entre as almofadas. 
   Também com diversos casacos, Bernardo entra na sala caminhando com meias brancas. Ele senta na ponta oposta à de Anelise e fica alguns minutos assistindo ao filme. Uma de suas mãos puxa o cobertor e ele se coloca sob ele. Anelise lança um olhar duro para ele e volta a olhar para  televisão. Lentamente, Bernardo vai arrastando-se para perto dela. Uma de suas mãos pousa na coxa Anelise, que empurra o membro e diz:
   — Sua mão está gelada. 
   — Eu estou com frio, Ane.
   — Coloca mais um casaco — ela sugere com acidez. 
   — Eu estou precisando de calor humano. 
   — Procura a Dona Maria.
Bernardo lembra da vizinha de andar deles, uma senhora de idade que sempre simpatizou com o casal, principalmente com ele, e sorri. 
   — Estou precisando do seu calor humano. 
   — Por que você não vai atrás da Maristela? Vocês estão acostumados a ajudar um ao outro.
   — O quê? — Bernardo acha a ideia tão absurda que ri. 
   — É. Você ajuda ela com o apartamento, ela te ajuda quando você se machuca. 
   — Anelise, nem começa — ele diz ficando sério. — Eu já te expliquei o negócio do apartamento, ela estava assustada e ligou pra primeira pessoa que passou pela cabeça dela. E hoje, é claro que ela iria me ajudar! Lembra que eu te disse que só estávamos nós dois atendendo, eu cortei o supercílio, você queria o quê, que eu mesmo fizesse os pontos? 
Anelise revira os olhos e coloca um punhado de pipoca na boca, voltando ao filme. Bernardo sorri e beija a bochecha dela.
   — Eu já te disse que não precisa sentir ciúmes da Maristela. Eu e você estamos juntos a tanto tempo, você acha que eu tenho olhos pra outra?
   — Por isso mesmo, a gente está a tanto tempo juntos, vai que você quer experimentar coisas novas? — ela comenta amargamente, provocando um sorriso carinhoso no esposo.
   — Olha pra mim — pede, mas Anelise continua olhando para a televisão. — Ane, olha pra mim.
   — O que é? — Anelise pergunta encarando Bernardo.
   — Você é minha esposinha linda, eu te amo mais do que tudo, não importa quanto tempo passe você sempre será a razão do meu sorriso. 
Anelise não fala nada e permanece olhando para a televisão. 
   — Hoje eu levei uma surra, está frio, estou precisando de carinho. 
   — Não estou disposta.
   — Anelise, o que eu preciso fazer pra você ficar de boa comigo? 
   — Se afastar dessa Maristela.
Bernardo ri.
   — Ane, ela é minha colega de trabalho. 
A jornalista ignora o marido e continua comendo pipoca. Bernardo morde a orelha dela e beija o seu pescoço.
   — Deixa a Maristela pra lá. 
   — Para. 
   — Eu não quero parar — ele retorque beijando a clavícula dela por dentro do casaco. 
   — Assim você abrir os pontos e eu não quero estragar o trabalho da Maristela.
Bernardo revira os olhos e levanta do sofá, caminhando para a cozinha. Anelise acompanha os movimentos dele com o canto do olho e come mais um pouco de pipoca.
   Minutos depois, Bernardo retorna com duas xícaras: uma de leite quente e outra de chá.
   — Chá de canela — diz esticando o braço para a mulher —, do jeito que você gosta. 
   — Dispenso. 
Ele deixa a xícara sobre a mesinha de centro e volta a se acomodar ao lado dela.
   — Você nunca foi tão ciumenta assim.
   — Eu nunca tive motivos.
   — Eu não estou te dando motivos.
   — Você passa o dia com essa mulher, vai a jantares na casa dela, salva ela durante a madrugada.
   — Anelise, para com isso. Esquece a Maristela.
   — Fica quieto — pede Anelise. — Vamos assistir.
Eles passam a fitar a televisão e Bernardo aproveita para tirar casquinha da esposa. Aos poucos, Anelise vai desmanchando-se nos braços dele.
   — Eu te odeio por isso — diz. 
   — Eu sei que você me ama.
Ela aperta propositalmente a bochecha dele, contraindo a boca, o que provoca uma dor no médico. 
   — Ai — reclama Bernardo.
   — Isso é o seu castigo.
   — Sabe qual é o seu? 
   — Hum?
   — Me ter para o resto da vida.
   — Isso que é um p*ta de um castigo — ri Anelise e Bernardo rouba um beijo dela. 

Na manhã seguinte, Isabela vai à casa de Sophia e Micael para passar um tempo com o namorado. Os dois namoram no quarto dele.
   — Primeiro dia de férias — ela sorri sentada no colo dele.
   — Sabe o que eu estava pensando?
   — O quê? 
   — A gente podia passar uns dias na fazenda, né?
   — É uma boa. Eu tenho que falar com os meus pais, não sei com quem a fazenda ficou na separação de bens.
Felipe dá um leve sorriso e beija o queixo dela.
   — O que você prefere? Só a gente ou o pessoal também?
Isabela pensa por um momento.
   — Seria perfeito só nós dois e seria divertido com todo mundo, mas os meus pais não deixariam a gente ficar sozinhos lá, então é melhor com todo mundo mesmo.
Ele assente.
   — Ok, então depois a gente sugere isso pra eles. 
Isabela sorri, acariciando o cabelo dele. Os dois começam a se beijar com suavidade e ternura.
   — Aliás — Isabela dá um selinho demorado nele —, eu pensei em uma coisa agora.
   — Que coisa?
   — Iremos nós todos, a Malu vai levar o Samuel? Porque senão ela vai ficar de vela.
   — O Thiago e a Grazi não estão mais juntos — lembra Felipe.
   — Eu sei, mas eles podem se reconciliar. 
   — A Malu leva o Samuel — Felipe simplifica.
   — E o Brian? 
   — Ele pode levar a Jaqueline — sugere o rapaz sorrindo.
   — Eu não me importo — Isabela responde para o espanto dele. — Mas a Yasmin surtaria. Sem contar que ela ficaria meio de lado no nosso meio, né?
   — O Brian também.
   — Ele tem a Marina.
   — A Marina tem o Vinícius. 
   — Eu gosto do Brian! — retorque Isabela. — Eu não gosto da Jaqueline. 
   — As férias estão começando e vocês estão falando da Jaqueline?
Os dois olham para a porta, onde Yasmin está postada. 
   — Oi, Yasmin! — Isabela desliza do colo de Felipe para a cama.
   — Eu quero falar com você — diz a loirinha com seriedade. 
   — Sobre?
   — Eu preciso de um conselho seu. 
   — Agora? — indaga Felipe. — A gente estava relaxando — comenta enquanto acaricia a perna da namorada. 
Yasmin não reage nem diz nada, o que faz Felipe e Isabela perceberem que o assunto é realmente sério.
   — Por que a gente não conversa aqui? — propõem Isabela endireitando-se na cama. — O Felipe pode te ajudar também.
Yasmin olha com descrença para o irmão e ele retribui o olhar com um sorriso exageradamente angelical. Os dois foram se acertando naturalmente desde o evento de Chay. 
   — Pode ser — diz Yasmin por fim. Ela caminha até o centro do quarto e conta: — O Victor enfrentou feio o meu pai. 
   — Quê? — indaga Felipe juntamente com Isabela.
   — Como é?
Yasmin senta sobre o tapete e relata sobre tudo o que ocorreu no dia anterior. 

   — Brian, para! — pede Marina entre risos. O americano continua correndo com ela presa em suas costas. — Você vai me derrubar!
   — Relaxa, macaquinha. — Ele para e dá um giro sem sair do lugar. 
   — Brian! 
O rapaz volta a correr pela casa e só para quando chega na sala.
   — Ele está bem? — questiona ofegante enquanto seus olhos observam Victor. 
   — Me coloca no chão — pede Marina com seriedade e o seu ex-namorado atende. Ela caminha até o irmão, que está sentado no sofá com o olhar distante. — Victor? — Ele olha para ela com surpresa, como se não tivesse notado a sua chegada. — Está tudo bem? 
   — Talvez. 
Marina olha de relance para Brian.
   — O que houve, Victor? — ela indaga voltando a olhar para ele. 
O loiro encara Brian longamente.
   — Eu não vou falar na frente dele.
Brian revira os olhos e fala para Marina:
   — Relaxa, eu saio. — Ele sobe as escadas rapidamente, Marina coloca as mãos na cintura e pergunta em português:
   — A criancinha está satisfeita? Já pode me contar por que está assim?
   — Eu não sei se fiz merda ou não. — A irmã dele senta no sofá e cruza as pernas.
   — Me conta.

Deitada em uma cadeira à beira da piscina, Maísa conversa com Jonas ao telefone.
   — Então está tudo certo pra mais tarde, né? — ela indaga.
   — Sim, preciso pegar uma cor na praia.
Eles riem.
   — Por que você me ligou? — questiona Maísa sorrindo. — Preguiça de digitar? 
   — Também. É porque eu gosto de ouvir sua voz. 
Maísa sorri ainda mais.
   — Isso é porque eu não falo o dia todo no seu ouvido.
Os dois riem mais uma vez.
   — Meu pai está me chamando — diz Jonas —, preciso desligar. 
   — Tudo bem. 
   — Te vejo mais tarde!
Maísa demora para responder.
   — É, até mais tarde. — Quando ela desliga o celular, deita a cabeça na cadeira e suspira: — Ai, meu Deus, que dê tudo certo com o Jonas e o Samuel.

Um silêncio paira no quarto de Felipe quando Yasmin termina de falar. Aos poucos, o casal digere o que ocorreu entre Yasmin, Victor e Micael. 
   — Não acredito que o Victor teve coragem de discutir com o pai! — exclama Felipe com indignação. — Eu jamais levantaria a voz para o Chay.
   — Ele estava nervoso por causa da nossa conversa — Yasmin justifica. 
   — Mesmo assim! Cara, ele discutiu com a pessoa que pode f*der com o namoro dele. Isso não é nem abuso, é burrice mesmo. — Ele ri, mas nem Yasmin nem Isabela acompanham ele. 
   — O Micael tem razão — comenta Isabela. — O Victor foi muito irresponsável. Não interessa se ele estava esquentadinho ou não, não deveria ter discutido com o seu pai. Onde já se viu brigar com uma pessoa mais velha? Ele foi muito irresponsável! 
   — O pior é que eu acho que ele nem se tocou disso — Yasmin comenta.
   — Sério, o Victor surtou. Só pode! — Ela passa a mão no cabelo. — Agora sobre a viagem... é complicado. Nem consigo me imaginar em uma situação dessas com o Felipe. 
O rapaz dá um beijinho no ombro dela. 
   — Nem eu.
Yasmin fica incomodada e desvia o olhar. Isabela percebe e dá uma leve afastada no namorado, falando:
   — Então, mas vamos ser positivos. Ele vai passar aqui no Brasil e vocês não vão precisar se afastar. 
   — Tecnicamente vão — retruca Felipe extremamente racional —, porque não tem engenharia aeroespacial no Rio.
Isabela lança um olhar torto para ele enquanto Yasmin pensa olhando longe. Os três ficam em silêncio por alguns minutos e quando Felipe finalmente encontra algo para dizer Yasmin fala:
   — Eu vou conversar com o Victor.
   — É, ouve a versão dele — aconselha Isabela. — Embora ele esteja errado de qualquer modo. 
Yasmin sorri.
   — Você sempre fica contra ele.
   — Eu fico do lado certo, a culpa não é minha se ele está sempre do lado errado. 
   — Se eu não soubesse que você é louca por mim — Felipe começa e Isabela interrompe:
   — Convencido.
   — Então, se eu não soubesse disso até ficaria com ciúmes dessa implicância de vocês dois.
Eles riem.
   — A única questão — diz Yasmin seriamente — é que o meu pai está muito p*to com o Victor e quer que eu termine com ele.
   — Sério? — indaga Isabela.
   — Sim, ele não me obrigou a nada, mas ficou naquela "se você fosse sábia" e blá blá blá.
   — Não dê ouvidos, você nunca foi sábia mesmo — Felipe ri.

Marina ri com incredulidade quando Victor termina de falar.
   — Você ainda está em dúvida se fez merda ou não?
   — Pegou muito mal?
   — Pegou péssimo, Victor! Se eu fosse o Micael estaria fazendo vudu com você agora.
   — O que é vudu?
   — Pesquisa no Google depois. Enfim, você pisou muito na bola. O que a Yasmin te disse?
   — Eu não falei com ela depois disso. Nem sei se ela sabe.
   — Vish! — Ela se endireita. — Olha, eu vou apenas te dizer uma coisa: Deu ruim!
   — Não foi tão grave assim.
   — Pelo o que você me disse, foi sim! Você ficou maluco de enfrentar o Micael?
   — Eu disse que não estava no clima para conversar!
   — Que tivesse deixado ele falando sozinho, seria menos pior. Acredita em mim!

Jonas abre a porta do carro de seus pais e fala para o motorista:
   — Quando eu terminar aqui, te ligo.
   — Tudo bem.
Ele desce e caminha com tranquilidade até a areia, onde senta o mais longe possível das outras pessoas. Enquanto observar o mar, reflete sobre o último ano de sua vida, de como há exatamente um ano atrás estava namorando com Isabela e como tudo o que eles tiveram acabou.
   — Por minha causa — fala sozinho. 
Em seguida lembra do período após o término do namoro, em que ele ficou com diversas garotas. Também passa por sua memória os momentos que curtiu ao lado de Luciana, sua colega de classe, e ele sorri. Por último ele lembra de Maísa e de quanto tem sido bom estar ao lado dela. 
   Ao pensar nela, recorda-se de que ela já está atrasada para o encontro deles. 
   — Atrasadinha — sorri ao olhar as horas no celular, sem nem desconfiar de que é Samuel quem irá aparecer. 

Depois de Marina ter saído para correr no condomínio com Brian, Victor ficou sozinho assistindo televisão na sala. A campainha toca e ele estranha pois a empregada não foi avisar que havia alguém. Mesmo assim, levanta e caminha para atender, tomando um susto ao abrir a porta e ver Yasmin.
   Ele não tem tempo de reagir antes de receber um tapa certeiro no rosto. Sua pele fica bastante vermelha, não somente pelo tapa, mas também de raiva.
   — Você ficou maluca? — esbraveja para Yasmin.
   — Não, mas eu acho que você ficou! — retorque Yasmin. — Onde você estava com a cabeça quando brigou com o meu pai? 

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