Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 249: Isabela e Victor fazem às pazes

Victor está com a cabeça apoiada na mão e sorri discretamente ao ouvir o comentário de Brian.
   — Nem que a gente tivesse terminado você teria chances com a Yasmin — ele fala em tom relaxado, mas com os olhos sérios.
   — Não vejo por que não. Ela já deu provas de que gosta de um loiro americano. 
Victor sacode a cabeça levemente e levanta do sofá.
   — Vou ver se a mesa já ficou pronta, se não a gente vai chegar atrasados no colégio. 
Ele sai da sala e Marina constata que ele ficou irritado e mexido pelo o que Brian falou. Ela lança um olhar de descrença para o ex-namorado e indaga:
   — Você ficaria mesmo com a Yasmin?

Usando unicamente uma camisa grande de Samuel, Malu levanta e caminha até o banheiro do quarto dele. Ela confere no espelho o seu rosto sonolento com rímel borrado e os fios desgrenhados presos em um coque, no entanto o que mais chama a sua atenção são as marcas arroxeadas em seu pescoço. Inclinando a cabeça, vê melhor as marcas e sorri levemente. Ao esticar os braços para abrir a torneira vê marcas de dedos em seus braços. Percebendo que a noite com Samuel deixou registros físicos em seu corpo, ela ergue a camisa acima da cintura e fica espantada ao ver diversas manchas vermelhas e roxas por sua pele branca que foram deixadas pela boca e mãos de Samuel. 
   A morena começa a lavar o rosto e em seguida escova os dentes com o próprio dedo.

Brian dá um leve sorriso.
   — Você sabe a resposta.
   — E a Jaqueline? 
   — Ah, eu gosto da Jack, mas a Yasmin sempre foi o meu "sonho de consumo".
Marina revira os olhos.
   — Ai, que horror!
   — Nem vem — ri Brian. — Vocês eram parecidas. 
   — O quê? — Marina arregala os olhos.
   — Vocês eram parecidas na personalidade, agora que você está mais good vibes.
Ela balança a cabeça.
   — Você é impressionante.
Brian olha por sobre o ombro e volta a encarar a ex-namorada.
   — O Victor ficou bravo comigo?
   — Ficou — responde a morena sem hesitar. 
   — Eu tenho essa quedinha pela Yasmin, mas eu falei na brincadeira. É óbvio que eu não vou dar em cima dela. 
   — Sei — diz Marina com descrença.
   — É sério! — garante Brian. 
A morena levanta e diz:
   — Vem, vamos tomar café. 
Brian também fica em pé e passa um braço pela cintura dela, trazendo o seu corpo para si.
   — Você sabe que eu estou ficando com a Jaqueline, tenho uma quedinha pela Yasmin, mas a única que tem o meu coração é você, né? 
Marina sente as bochechas queimarem.
   — Brian... — Ela olha para ele.
   — Eu te amo, Mari, você sabe disso. Agora, como amigo, mas eu te amo. 
Ela fica aliviada ao ouvir o final da frase dele. 
   — Eu também te amo! — diz sorrindo. Eles dão um abraço apertado e Marina afunda o rosto no pescoço dele enquanto Brian aperta os braços em torno da cintura dela, colando os seus corpos. 

Assim que desperta, Vinícius estica o braço para pegar o seu celular na mesinha de cabeceira. Ele desbloqueia a tela e entra no Whatsapp, mandando primeiramente uma mensagem para Yasmin: "Bom dia, loirinha linda. Está melhor?"

Após sair do banheiro, Malu depara-se com Samuel sentado na cama. Ele levanta e passa por ela com rapidez, indo ao banheiro. A garota tira a camisa dele e começa a vestir as próprias roupas que encontra espalhadas pelo cômodo. Assim que fecha o zíper de sua calça, vira para trás e se depara com Samuel encostado no batente do banheiro. 
   — Você é linda — ele elogia com um sorriso abobado no rosto. 
Malu ri e desce o seu olhar para o peitoral nu dele, vendo diversos vergões de arranhões e marcas arroxeadas. 
   — Uau! — ela exclama e caminha até ele. — Você está um pouquinho marcado — acrescenta passando os dedos pelo abdômen dele. 
   — Você também — diz Samuel com os olhos no pescoço e braços dela.
   — Faz parte, não? — ela indaga olhando nos olhos dele.
Samuel passa um braço pelas costas dela e joga o seu corpo contra o batente.
   — Por mim a gente repetiria a dose agora mesmo. 
Malu sorri e dá um beijo nele, porém assim que o afeto termina ela sai dos braços dele e anda até sua bolsa.
   — Eu tenho que ir, ainda tenho que passar em casa pra me trocar e pegar meu material. 
Ele suspira e apoia a cabeça na parede.
   — Você vai ao colégio? 
   — Vou, você vai?
   — Acho que sim. Caso eu não vá, a gente se vê mais tarde?
   — Talvez.
   — Eu estava me referindo ao almoço com o Elias. 
   — Ah — exclama Malu colocando a alça da bolsa no ombro. — Eu disse que iria, não? Então eu vou. 
Samuel dá um leve sorriso.
   — Eu não queria ir. 
Malu fica encarando-o por alguns momentos.
   — Não quer ir, não vá. 
   — Não é bem assim e você sabe disso. 
   — Nós somos donos da nossa própria vida. Ninguém pode te obrigar a fazer algo que você não queira. 
   — Malu — ele suspira —, não é bem assim. 
   — Sabe o que acontece? Você se importa muito com a opinião da sua família. 
   — A minha família é importante pra mim. 
   — Eu sei, mas ninguém pode decidir a sua vida por você. 
   — Eu não quero estressar a minha mãe por causa do Elias, entende? 
Malu assente e morde um lábio.
   — Tudo bem. Quando você vai passar lá em casa? 
   — Uma hora, pode ser? 
   — Uma hora estarei te esperando. 
Samuel caminha até ela e segura em seu pulso.
   — Obrigada por estar comigo. 
   — Não precisa me agradecer por isso — fala Malu e dá um longo beijo nele. — Tchau!
   — Tchau. 
Malu sai do quarto e Samuel pega uma camisa para esconder as marcas da noite anterior. 

O cabelo de Yasmin está preso em um rabo de cavalo alto e sacode conforme ela anda, saindo do quarto. No corredor, encontra com o irmão.
   — Bom dia! — fala Felipe.
   — Assim espero — Yasmin responde indo em direção à escada.
   — Dormiu bem?
   — Quase não dormi, né?
Felipe ri.
   — Você chegou antes de mim em casa. 
   — Porque eu estou de castigo e você não.
   — Não foi por isso — contesta Felipe. — Foi por causa do Victor, não foi?
   — Nem fala no nome desse garoto — pede Yasmin. 
   — Vocês estão realmente brigados? 
   — Claro! Ele me escondeu que a garota lá da fazenda é a Mayara. 
   — Não foi uma coisa tão séria. 
   — Pra mim foi. 
   — É porque você faz tempestade em copo d'água.
   — Claro que não. 
Felipe ri.
   — A única coisa que eu sei é que daqui a pouco vocês estão de bem já. 
Yasmin revira os olhos e anda até a sala de jantar para tomar café da manhã. 

Sentindo o pescoço reclamar de dor, Graziele desperta e constata que está deitada de maneira desajeitada com Thiago na cama dele. Ela retrocede a noite anterior e toma consciência que adormeceu na casa dele.
   — Eu vou me atrasar! — exclama pulando da cama. Sem ter visto Douglas, que dorme no chão, ela tropeça e cai por sobre ele.
   — Ai, ruivinha.
   — Sai, Douglas — ela pede empurrando ele para ficar em pé. 
   — Bom dia — diz Thiago sentando na cama.
   — Eu vou me atrasar pro colégio, Thiago!
   — Claro que não — ele discorda levantando. — Quantas vezes você já não dormiu aqui? 
   — Me poupem dos detalhes — pede Douglas rindo e levantando. 
Thiago sorri, mas Graziele revira os olhos.
   — Vocês podem parar de fazer graça e me ajudar a achar o meu sapato?
   — Serve esse? — indaga Thiago mostrando um par de rasteirinhas para ela.
   — Valeu! — A ruiva coloca suas rasteirinhas e corre até a porta. 
   — Também já vou indo! — despede-se Douglas e sai atrás dela. 
Graziele olha atentamente para os lados enquanto desce as escadas e agradece mentalmente por não ter encontrado ninguém. 
   — Ruivinha! — Douglas chama ela quando eles passam pela porta principal.
   — O que é? — ela pergunta olhando por sobre o ombro. 
   — Não vai me dar tchau?
   — Tchau! — Graziele vira e volta a caminhar com pressa até o portão. Douglas corre até ela e segura em seu braço.
   — Cadê o meu abraço?
   — Douglas, eu estou atrasada.
   — Para de reclamar. — Ele tenta abraçá-la, porém Graziele resiste e o empurra.
   — Eu não escovei os dentes ainda.
   — Olha que coincidência, eu também não. 
   — Eu estou falando sério.
Douglas sorri e aperta a ponta do nariz dela.
   — É só um abraço, nós não vamos nos beijar. A não ser que você queira me beijar — ele acrescenta rindo.
   — A pessoa que eu gostaria de beijar está lá dentro — diz Graziele sem pensar. 
   — Quer que eu chame o Thiago aqui?
Ela solta um suspiro de frustração.
   — Você sabe que isso não é possível. 
   — Chamar ele aqui? Claro que é — brinca Douglas e recebe um olhar de descrença de Graziele.
   — Você entendeu o que eu quis dizer.
O rapaz acaricia o pulso dela e fala:
   — Não fica assim, não, ruivinha. Eu sinto que já já o Thiago vai estar recuperado e vocês dois vão se acertar de novo. 
Graziele assente e acaba aceitando o abraço dele.
   — Assim espero. 
Os dois ficam abraçados por alguns minutos até que Graziele empurra Douglas e fala com rapidez:
   — Estou atrasada. Fui!

Minutos depois, após chegar ao colégio, Yasmin para ao lado da carteira do irmão, onde ele e Isabela conversam na companhia de Vinícius.
   — Deixa eu sentar aqui hoje? — pede a loirinha.
   — Por quê? 
   — Por qual motivo a Yasmin sentaria aqui? — questiona Isabela ao namorado. — Victor, óbvio.
   — Você gosta de falar de mim, né Isabela? 
A garota e Yasmin sobressaem-se ao ouvirem a voz de Victor enquanto Felipe e Vinícius, que viram a chegada dele com Marina, sorriem. Isabela, sentindo o rosto aquecido, ignora Victor e pede para Felipe:
   — Deixa ela sentar aqui.
Vinícius olha com despreocupação para Felipe enquanto Isabela fita o namorado intensamente e Yasmin observa com apreensão. Victor encara o amigo sem demonstrar emoção e Marina analisa a situação com curiosidade. 
   Felipe dá de ombros.
   — Ah, não sei. 
   — Felipe!? — pressiona Yasmin sentindo o olhar de Victor queimar em seu rosto. 
   — Tá, senta — Felipe cede o seu lugar à irmã. 
Marina caminha até sua carteira, dando um selinho no namorado e comentando:
   — A coisa já começou quente hoje.
Vinícius sorri e assente. O irmão dela também se encaminha ao seu lugar e é seguido por Felipe. 
   — Vocês dois vão mesmo ficar nessa frescura? — indaga Felipe colocando a mochila sobre a mesa de Yasmin, recebendo olhares curiosos de Luciana e Jaqueline.
   — Eu estou pouco me ferrando pra isso — responde Victor dando de ombros.
   — Não é possível — rebate Felipe com descrença.
   — Eu já disse pra Yasmin que não vou correr atrás dela. Não vou mesmo!
Felipe revira os olhos.
   — Vocês parecem crianças. 
   — Bom dia! — cumprimenta passando por Isabela, Yasmin, Marina e Vinícius.
   — Bom dia! — respondem os quatro e o tom de voz de Yasmin é visivelmente mais apático.
   — Está tudo bem? — indaga Mayara à loirinha. 
   — Está — responde Yasmin dando um leve sorriso.
Mayara sorri e caminha para o seu lugar.
   — Você está bolada com ela? — questiona Marina com curiosidade.
   — Não — responde Yasmin com sinceridade. — Ela não tem culpa de nada.
   — Pareceu que você está — analisa Vinícius.
   — É que eu estou irritada com todo mundo — Yasmin encerra o assunto.

A aula tem início e passa rapidamente. Quando o sinal toca e eles são liberados, Graziele questiona à amiga enquanto desce as escadas:
   — Você não tem um almoço com o Samuel hoje?
   — Tenho — Malu responde. — Ele vai passar lá em casa mais tarde.
   — É com o pai dele, né?
   — É — responde a morena com a voz arrastada. — Eu vou ter que me controlar pra ficar na minha.
   — É, por favor — pede a ruiva sorrindo. — Não faça barraco no dia do aniversário do seu boy. 
Malu ri.
   — Meu boy? Essa é boa!
   — Até agora você não me contou sobre essas marcas de chupões no seu pescoço — observa Graziele parando à sombra de uma árvore com Malu.
   — Que marcas? — indaga Malu fingindo-se de desentendida.
   — Essas que você tentou disfarçar com corretivo, mas não funcionou. 
Malu ri.
   — Dá pra perceber? 
   — Caro! Está super roxo, foi de ontem? 
   — Sim — sorri Malu. — Ontem, depois da festa, eu e o Samuel fomos pra casa dele.
   — O quê? — Graziele quase grita. — Rolou?
   — Sim!
A ruiva tampa a boca com as mãos.
   — Não acredito! Quero detalhes. 
   — Isso está bom? — indaga a morena exibindo os braços e erguendo um pouco o uniforme para mostrar manchas avermelhadas em sua pele. 
   — Isso foi de ontem?
   — Foi.
   — Uau! — surpreende-se Graziele. — Que selvagem!
Malu ri.
   — Essa é a palavra exata para descrever a noite de ontem. Selvagem. Maravilhosamente selvagem. 
Graziele gargalha.
   — Quero detalhes, quero detalhes.
As duas engatam um papo sobre a noite anterior de Maria Luíza. 

Em uma calçada, os seis filhos dos ex-rebeldes aguardam os veículos que os levaram para casa. Isabela come quieta um saco de pipoca enquanto Yasmin, Felipe, Marina e Vinícius debatem sobre filmes que estão em cartaz enquanto Victor mexe em seu celular. Em certo momento, ele começa a pegar pipoca do saquinho dela.
   — Você não quer comprar um pra você, não? — questiona Isabela para ele.
   — Não, eu quero o seu — Victor responde sorrindo com os olhos.
   — Vai se ferrar, garoto!
Isabela traz o saquinho para mais perto de si, porém Victor permanece comendo.
   — Para! — ela pede sussurrando para ele.
   — Larga de ser mal-educada, grande anã.
   — Isabela.
   — Grande anã — Victor pronuncia lentamente.
   — Qual é o seu problema, hein?
   — Atualmente é ficar sem falar com você. 
   — Me deixa em paz — pede Isabela.
   — Você ainda não percebeu que eu não quero isso?
   — Cala a boca, Victor!
   — Só se você voltar a falar comigo.
   — Por que você tem que ser tão babaca comigo? — ela questiona.
   — Não — discorda Victor. — Eu posso ser babaca, às vezes, com a Yasmin, agora com você não. 
   — Fica quieto, então.
   — Só se você voltar a falar comigo — ele repete.
Isabela revira os olhos.
   — Você vai me deixar em paz?
   — Você sabe que não — ele responde acariciando o queixo dela. — Eu adoro de zoar. 
   — Então eu não vou voltar a falar com você.
   — Se você não voltar a falar comigo, eu vou te zoar ainda mais.
Isabela revira os olhos.
   — Que droga você é, hein? — Ela reclama, mas sorri.
Victor sorri de volta e puxa ela para um abraço, dizendo em tom mais alto:
   — Eu sei que você me ama, grande anã.
Yasmin ouve o comentário e olha espantada para os dois. 

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