Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 248: Malu e Samuel comemoram aniversário dele e passam a noite juntos


Após conversar com um grupinho de amigos, Samuel afasta-se para buscar alguma bebida. Todavia, no caminho ele cruza com Gabriel, que não esconde o desagrado de tê-lo encontrado. Diante da reação dele, Samuel pergunta parando em sua frente:
   — Se você não queria me ver, por que veio à minha festa de aniversário?
Gabriel cruza os braços e responde em tom de deboche:
   — Talvez porque a Malu tenha me convidado. 
   — Tinha que ser — resmunga Samuel revirando os olhos. O outro ri e fala:
   — Quem sabe ela não me queria por perto?
O aniversariante da semana também ri.
   — Você está brincando, né?
   — Nem um pouco. Esqueceu que a gente dançou juntos na festa junina? E eu vou te confessar uma coisa, a gente aproveitou bastante o tempo que passamos juntos.
Samuel ri com leveza, mas os seus olhos esfriam.
   — Pena que esse tempo acabou.
   — Talvez ela possa estar querendo um flash back. 
   — Eu te garanto que não — responde Samuel olhando com frieza para Gabriel.
   — Gente! — exclama Malu surgindo ao lado dos dois. — A festa está boa, né? — comenta tentando atenuar o clima entre eles. 
   — Está — responde Samuel ainda encarando Gabriel, que sorri de lado e olha para Malu.
   — Ele não está acreditando que foi você que me chamou, Maluzinha. 
Malu olha de relance para Samuel e dá um leve sorriso.
   — É, chamei — diz e se arrepende imediatamente por isso. — Vocês querem alguma bebida, comida? Olha, Gabriel, tem uns docinhos que são uma delícia.
   — É? — indaga o jovem olhando para ela. —Você não quer ir comigo pegar? 
Malu hesita em responder, pois não quer acompanhá-lo por causa de Samuel, mas também não pretende ser rude com ele, porque tem um carinho por ele.
   — Eu estava indo pro banheiro — mente. — Estou apertada. 
Gabriel assente.
   — Entendi. Então a gente se vê por aí.
   — Claro. 
   — Claro mesmo, né? — ele pergunta e Malu constata que é mais para provocar Samuel do que um real interesse por ela. Por isso dá um leve sorriso e responde:
   — É, Gabriel. 
No entanto, o sorriso dela, que é mais por achar cômica as provocações entre eles, é interpretado de outra forma por Samuel, que acredita que ela está dando espaço para Gabriel. 
   — Ok, então — diz Gabriel antes de dar um beijo bem demorado na bochecha dela e se distanciar deles. 
   — Por que diabos você foi chamar esse cara? — indaga Samuel. 
   — Sei lá, foi meio que automático, na maioria das festas que a galera vai, ele vai. Eu nem lembrei que vocês não se bicam. 
Samuel revira os olhos.
   — Ok, a gente se fala depois que você for ao banheiro.
Malu olha ao redor para ver se Gabriel realmente está longe e passa um braço pelo ombros do affair.
   — Eu não quero ir ao banheiro, só disse isso porque não queria ir com o Gabriel.
   — E por que você não deixou isso claro para ele? 
   — Porque eu gosto dele, Samuel.
   — Ah, gosta? — indaga o rapaz com as sobrancelhas erguidas.
Malu revira os olhos.
   — Como amigo — responde com a voz arrastada. — O Gabriel é legal, eu não sei como vocês não se bicam. Quer dizer, é assim com todo mundo, né? Porque pensa, você já foi amigo do Jonas e é do Pedro, dois babacas, agora com o Gabriel e com o Ben você quer distância.
Samuel ri.
   — É totalmente diferente.
   — Claro que não.
   — Tá, mas não vamos mais falar sobre isso — encerra o rapaz. — Eu estava indo buscar uma bebida. Você vem comigo?
Malu dá de ombros.
   — Pode ser. 
Os dois giram e começam a caminhar por entre a pista até o balcão do bar. Pelo caminho, eles passam por Victor, que voltou a se aproximar de Mayara. 
   — Ué — estranha a loira ao olhar para a cabeça dele. — Está com o boné da Yasmin?
   — Ela deixou comigo — ele se restringe a dizer. 
   — Entendi. 
A música Hereos do Alesso passa a tocar na pista e Mayara exclama:
   — Eu amo essa música! — Ela passa os braços pelos ombros de Victor e começa a dar passos no ritmo da música. O brasileiro/americano envolve a cintura dela com os braços e se deixa levar pelo balançar dela. No refrão da música eles pulam junto com as pessoas ao redor e quando essa parte termina, Victor segura no pulso de Mayara e a puxa para perto novamente. Ela joga todo o cabelo platinado para um lado e começa a rebolar com as pernas entrelaçadas nas dele.
   — Agora! — diz quando o refrão aproxima-se mais uma vez. Ela se afasta alguns centímetros dele, mas entrelaça seus dedos nos dele e começa a pular. Junto com Tove Lo, ela canta a música e desafina em algumas partes, o que provoca risos em Victor. — Para de rir — pede dando um tapinha nele.
   — Foi mal! — pede o loiro olhando nos olhos dela. 
Outside, Calvin Harris, é a próxima música e eles voltam a dançar, cada vez mais juntos. Os seus corpos mexem-se na mesma batida e os seus rostos estão praticamente pregados, sendo os refrões empolgantes os únicos momentos em que eles se distanciam um do outro. 
   Não muito longe dos dois, Marina e Isabela dançam juntas. A menor cutuca a outra e comenta:
   — Eu sou a única que não estou gostando disso? 
Marina segue o olhar dela e vê que ela também notou a aproximação do irmão com Mayara.
   — Eu também não gosto. O Victor bebeu algumas já, não está bêbado, mas eu tenho medo que ele faça alguma coisa que se arrependa. 
   — Eu também! — concorda Isabela. — Ainda mais agora que ele está de cabeça quente por causa da briga com a Yas.
   — É. 
   — Será que a gente deve intervir?
   — Não sei, será? 
As duas olham para os loiros, que permanecem dançando bem juntos.
   — Sim! — respondem em um uníssono. — Vamos lá — acrescenta Isabela e as duas encerram a distância que havia entre elas e Victor e Mayara.
   — E aí, gente! — cumprimenta Marina sorrindo. Os dois olham para elas e Victor encara Isabela, que devolve o olhar. 
   — Vieram fazer companhia para a gente? — pergunta Mayara dando um passo para trás.
   — Claro, a gente estava vendo a empolgação de vocês e resolvemos nos juntar — responde Marina sorrindo.
   — Oba! — vibra Mayara e passa a dançar com ela. 
Victor aproxima-se repentinamente de Isabela e passa um braço na cintura dela. Quem vê de longe pode acreditar que eles estão apenas dançando juntos, o que não é verdade.
   — Metendo o nariz novamente onde não foi chamada? — pergunta Victor no ouvido de Isabela. A voz gélida dele provoca arrepios em Isabela, contudo ela questiona com a voz firme:
   — Você seria louco o suficiente para ficar com a Mayara aqui? 
Victor ri mandando uma lufada de ar quente para a pele de Isabela.
   — Pelo menos a Yasmin teria motivos para ficar p*ta comigo. 
   — Então você acha que a Yas não tem motivos para ficar brava? — Isabela vira o rosto para olhar nos olhos dele, o que faz com que os seus narizes fiquem próximos, pois Victor está com a cabeça abaixada.
   — Eu não fiquei com a Mayara. 
   — Mas foi parar na cama dela!
   — A Yasmin já sabia disso! — exclama Victor apertando a cintura dela. 
   — Mas não sabia que era com a Mayara, a garota que convive com ela, com quem vocês dançaram juntos.
   — Que diferença faz?
   — Muita! O que você faria se descobrisse da noite para o dia que a Yasmin ficou com o Alexandre?
   — Ela já ficou com o Alexandre? — indaga Victor.
   — Que diferença faz? — devolve Isabela.
   — Nada justifica o fato dela ter jogado água na minha cara.
   — Você conhece o jeito da Yasmin, Victor.
Ele ri e vira a aba do boné para frente, o que faz com que o rosto de Isabela fique encoberto. 
   — Conheço mais do que gostaria.
   — Está arrependido de estar com ela?
   — Não ponha palavras na minha boca.
   — Não ponha ideias na minha mente — retorque a garota.
Danilo que está retornando com bebidas juntamente com Felipe, cutuca o amigo e diz:
   — Olha ali, não parece que a Isabela e o Victor estão se beijando? — Ele ri, mas Felipe apressa o passo até os dois.
   — Pode tirar as patas dela — brinca, mas fala sério com o loiro. Victor solta Isabela de imediato e diz ainda com o olhar nela:
   — Com o maior prazer. 
Isabela encara ele, que sai. Danilo está com a testa franzida ao perguntar:
   — Vocês estavam brigando?
   — E eu perderia o meu tempo brigando com o Victor? — indaga Isabela pegando uma garrafa d'água da mão dele e ele e Felipe entendem perfeitamente um "Sim".

Vinícius afaga o ombro de Yasmin e fala:
   — Tudo bem. Você está de cabeça quente agora, é melhor relaxar um pouco.
Yasmin dá um leve sorriso e sacode a cabeça, porém não abre a boca. Eles ficam em silêncio por alguns minutos e Vinícius permanece fazendo carinho no ombro dela, o que acaba deixando Yasmin reconfortada. 
   — Eu quero ir embora — ela diz erguendo o queixo.
   — Ok, vamos pegar um táxi. 
   — Vamos. 
Os dois levantam e caminham até um ponto de táxi que fica na quadra seguinte. 
   — Boa noite — cumprimenta Vinícius ao motorista. — O senhor está livre? 
O homem assente e Vinícius abre a porta do banco de trás para Yasmin. A loirinha entra e se afunda no banco, apoiando a cabeça no ombro do amigo quando ele se senta ao seu lado. 

Em um restaurante de classe média alta, Luíza degusta um prato enquanto Daniel lê uma mensagem em seu celular. 
   — Nós teremos companhia para a sobremesa. 
   — Como assim? — ela questiona tomando um gole de vinho.
   — O César — começa Daniel guardando o aparelho no bolso — me perguntou onde eu estava e eu disse que estava aqui jantando com você. Eu não sei o que houve, mas ele disse que precisa falar com a gente urgentemente. 
Luíza franze levemente a testa.
   — O que será que aconteceu para ele querer falar com a gente com tanta pressa? 
Daniel dá de ombros.
   — Saberemos daqui a pouco. 
   — Desculpa por atrapalhar o jantar de vocês — pede César, o homem de confiança de Daniel, ao se juntar ao casal minutos depois. 
   — Tudo bem, o que houve? — indaga Daniel com interesse.
   — Lembra que o senhor pediu para eu entrar em contato urgentemente caso descobrisse alguma coisa sobre o Augusto?
Luíza engole em seco ao ouvir o rumo que a conversa está tomando enquanto Daniel assente.
   — Lembro.
   — Pois então — continua César —, durante essa noite um dos homens que trabalham para mim me enviou isso. — Ele tira um envelope da pasta que carrega e coloca sobre a mesa. 
   Luíza e Daniel trocam um olhar e ele pega o envelope, abrindo-o com rapidez. Seu rosto empalidece e sua expressão fica visivelmente abalada.
   — O que tem aí, Daniel? — pergunta Luíza assustada. O arquiteto estica o braço e entrega o envelope para ela. Com os dedos gelados, ela pega e puxa uma fotografia de dentro do papel. 
   — Não pode ser! — exclama vendo na foto Augusto, pai de Daniel, entrar em um carro com uma senhora que ela viu recentemente. — É o Augusto e a Marisa — fala olhando para os dois homens com perplexidade. — Mas como pode? Ela está internada, não está? Eu mesma vi!
   Estava — corrige César. — Pelo o que eu fiquei sabendo, ela fugiu. Agora nós sabemos com quem ela está. 
   — Não pode ser! — Ela olha para o esposo. — Mas o Augusto abandonou ela aqui no Brasil, por que ele ajudaria ela a fugir da clínica? 
   — Não sei — responde Daniel com o olhar distante. — Por pena ou amor é que não foi, deve ter algum interesse por trás. Acontece que eu não faço a mínima ideia do que possa ser. 

   — Tudo bem, eu entendo. Beijos, tchau! — Marina desliga o celular e olha para Felipe e Isabela que estão em sua frente trocando sussurros e carinhos. — O Vinícius foi embora com a Yasmin — ela conta.
   — Sério? — espanta-se Felipe.
   — É, ela queria ir para a casa de vocês, mas como os seus pais não sabem que ela esteve aqui, ela não podia chegar lá com aquela roupa de festa.
   — E a roupa dela está lá em casa — acrescenta Isabela.
   — Pois é, por isso eles foram para a casa da sua mãe.
Isabela e Felipe assentem. 
   — E vocês viram o Victor?
   — Não — respondem as duas. — Ele deve estar por aí, bebendo ou dançando. 
Felipe ri.
   — Só acho graça desses dois.
Marina dá um leve sorriso e estranha a ausência de Vinícius, mas depois acaba soltando-se novamente e curtindo a festa sem o namorado.

Assim que chegaram na mansão de Mel, Vinícius e Yasmin partiram para o quarto dele. Ela pegou sua mochila e foi se trocar e tirar a maquiagem pesada no banheiro enquanto ele trocou de roupa no quarto mesmo. Quando já estão com roupas mais simples, saem novamente e vão para a mansão dos pais dela. 
   — Estou entregue — ela fala parando no portão.
   — Eu te acompanho até lá dentro.
Yasmin dá um leve sorriso e entrelaça o seu braço no do amigo. Juntos, eles caminham até o hall de entrada da mansão.
   — Demorou o trabalho, né? — pergunta Sophia aparecendo.
   — Era um trabalho extenso — fala Yasmin com a voz cansada.
   — Cadê o seu irmão?
   — Ficou na casa da Isabela mais um pouco.
Vinícius dá um leve sorriso e assente atrás da loirinha, preferindo ficar de boca fechada a ter que mentir para a empresária.
   — Entendi — fala Sophia e Yasmin vira-se para Vinícius.
   — Você fica aqui comigo?
   — Claro — responde Vinícius ao mesmo tempo que Sophia diz:
   — Nem pensar!
Yasmin olha com rapidez para a mãe e sente um pouco de tontura.
   — Por quê?
   — Você está de castigo, esqueceu?
   — Sim, mas eu estou em casa. O que é que tem o Vini ficar aqui?
   — Se o Vinícius pode, o Victor também pode, a Isabela também pode, a Malu também pode e aí não é mais castigo, né?
   — Já não é mais castigo mesmo, se tornou uma prisão — retorque Yasmin.
   — Deixa eu ficar só alguns minutinhos, tia — pede Vinícius com a voz ainda mais suave.
A empresária sorri.
   — Só assim para você me chamar de tia depois de grande, né? — Vinícius dá um leve sorriso e ela acrescenta: — Mas não pode.
   — Por favor, mãe — pede Yasmin.
   — Não, Yasmin — Sophia insiste. — Agora é melhor você subir.
A adolescente revira os olhos e fala com a voz amargurada:
   — Eu posso pelo menos me despedir do Vinícius, a sós?
Sophia respira fundo e assente.
   — Tudo bem. — Ela olha para o garoto. — Tchau, Vini!
   — Tchau! 
A empresária dá meia volta e desaparece no interior da mansão. No segundo seguinte, Yasmin abraça Vinícius com força e começa a chorar no ombro dele.
   — Eu não aguento mais esse castigo!
   — Tenta se controlar — pede Vinícius sabiamente. 
   — Eu não consigo. — Ela enxuga as lágrimas e se recompõem com a mesma rapidez que começou a chorar. — Parece que eu estou em uma onda de azar, sabe? Tudo está dando errado. Começou aqui em casa e agora está expandindo para o meu namoro.
   — Olha, Yas, eu não estou querendo te julgar, você sabe que eu não sou desses. Acontece que a maneira como você se comporta diante dos problemas é muito importante para a solução desses problemas. — Os olhos dela continuam fixos nos dele, que prossegue: — Ficar enfrentando os seus pais não vai ajudar você a sair do castigo e gritar ou bater no Victor não vai fazer com que o que aconteceu mude.
   — Eu sei, mas acaba sendo a maneira que eu encontro para lidar com isso. Eu não consigo ficar calada diante dos meus pais e com o Victor é pior ainda. 
Vinícius coloca uma mecha do cabelo dela atrás da orelha com delicadeza.
   — Te entendo, mas você tem que controlar esse seu geniozinho.
Yasmin dá um leve sorriso e volta a abraçar o amigo.
   — Tudo bem. 
Vinícius aperta a cintura dela e beija seu ombro.
   — Te adoro, não fica agindo precipitadamente. 
   — Ok, prometo que vou tentar me controlar. 
   — Yasmin! — chama Sophia e a loirinha revira os olhos na frente de Vinícius.
   — Se controla — pede o rapaz fazendo um carinho no queixo dela. Eles trocam beijos e abraços e Vinícius vai embora. 

Horas mais tarde, ainda sem acreditar na foto que foi dada por César, Daniel e Luíza retornam para o edifício em que moram. Ele abre a porta e Luíza entra e desaba no sofá.
   — Ainda bem que o Nícolas não está em casa — ela fala tirando os sapatos de salto.
   — É, criança percebe quando as coisas não estão bem.
   — E a gente não poderia explicar nem a metade das coisas que estão acontecendo. 
Eles se olham e quando vão aprofundar no assunto ouvem a campainha tocar. 
   — Quem será? — pergunta Daniel ficando em pé.
   — Não sendo o Augusto e a Marisa em pessoa está bom — resmunga Luíza. Ao abrir a porta, Daniel constata que é o porteiro do prédio.
   — Boa noite — eles se cumprimentam.
   — Deixaram isso para o senhor — fala o homem entregando um envelope pardo para Daniel.
   — Certo. Muito obrigado!
O porteiro vai embora e Daniel fecha a porta.
   — O que é? — indaga Luíza olhando por sobre o ombro, quando vê o objeto nas mãos do marido, comenta: — Já não basta um envelope por noite? 
   — Esse está sem nome — fala Daniel sentando ao lado dela.
   — Abre. 
Os dedos dele rasgam o lacre e ele puxa de dentro do envelope fios de cabelo ruivos presos com um elástico.
   — Mas que merda é essa? — questiona Luíza.
   — Tem mais alguma coisa aqui — Daniel diz pegando um bilhete.
Tanto ele quanto Luíza ficam perplexos ao lerem: "Eu vou vingá-la!

Enquanto aguardam os motoristas virem buscá-los, Isabela, Felipe, Marina, Victor e Brian com Jaqueline espalham-se pela calçada em frente ao bar. Abraçados, Isabela e Felipe conversam:
   — Você também brigou com o Victor? — ele questiona.
   — A gente discutiu.
   — Por causa da Yasmin?
   — É, por causa dela, por causa dele, por causa dessa situação. 
Felipe assente.
   — Espero que não fique um clima estranho no grupo.
Ela ri.
   — Já está!
   — A gente não deve se meter nos problemas deles, Isa.
   — Eu não me meti! Agora eu não podia ficar calada ouvindo grosserias do Victor.
   — Ele foi grosso com você?
   — Ele sempre é!
   — Mas é uma grosseria de amigo — pondera Felipe. — Não eram vocês que viviam para cima e para baixo juntos? 
   — Não era bem assim.
   — Era sim, vocês conseguiram deixar até a Yasmin com ciúmes.
   — Não interessa — encerra Isabela. — Eu não quero mais ficar falando do Victor. Chega!
Felipe dá um sorriso de lado.
   — Ficou brava?
   — É que eu já falei muito dele por uma noite.
   — Entendi. Então vamos deixar isso pra lá.
   — É a melhor coisa a se fazer. — Isabela lança um olhar de ódio para Victor, que está de costas para ela conversando com a irmã. Felipe ri e direciona o olhar dela para o seu rosto ao pegar em seu queixo.
   — Você fica ainda mais linda quando fica brava, sabia? 
Isabela dá um leve sorriso e beija o namorado. Perto deles, Brian despede-se de Jaqueline com beijos e abraços demorados.
   — Por mim, você iria com a gente. 
   — Pela Marina eu iria no porta-malas, né? — ri Jaqueline.
   — Não é bem assim — Brian sorri e recebe um olhar de descrença dela. — Só que eu não quero ficar falando da Mari sendo que posso te encher de beijos.
Jaqueline sorri.
   — Então por que nós ainda estamos conversando? 
Brian aperta as mãos na cintura dela e volta a beijá-la. Marina vira a cabeça para outra direção, sentindo a garganta apertada. Seu irmão, Victor, olha para onde estava o olhar dela segundos antes e quando vê Brian aos beijos com Jaqueline, ele dá um leve sorriso e sacode a cabeça.
   — Marina, Marina.
   — Oi? — Ela olha para ele.
   — Nada não. 

No meio da madrugada, após o término da festa, Samuel e Malu chegam à casa dele. Ela já está sem os tênis pretos que usava e ele sem a jaqueta. Samuel puxa Malu ainda na entrada e dá um beijo nela na penumbra do cômodo.
   — A sua mãe não é daquelas que fica te esperando no sofá no completo escuro, né? — pergunta Malu rindo. 
   — Não, pode ficar tranquila. A essa hora ela deve estar no décimo sono. 
A garota sorri e dá um beijo nele. Os braços de Samuel rodeiam a cintura dela e ele puxa ainda mais o corpo dela para o seu. 
   — Vamos subir — chama pegando na mão dela. Eles caminham em direção à escada, porém Malu não vê o primeiro degrau e tropeça, caindo de joelhos na escada. Ela começa a rir e Samuel ajuda ela a se levantar. — Você é idiota mesmo — ele comenta sorrindo. 
   — Está escuro, a culpa não é minha — devolve Malu dando um selinho nele. Ali mesmo eles voltam a se beijar e conforme os segundos vão passando o beijo vai intensificando-se. Samuel tira os pés de Malu do chão e sobe as escadas. 
No corredor, eles se apoiam na parede e voltam a trocar carícias. Malu aperta os ombros de Samuel com um dos braços enquanto com o outro arranha as costas dele. O rapaz constata que os arranhões que recebeu dela no barzinho deixaram marcas, pois ao receber outros sente uma ardência mais forte, mas mesmo assim permite e acaba sentindo mais prazer. Ele entrelaça os seus dedos no cabelo de Malu e puxa a cabeça dela para trás, expondo a região de seu pescoço. Um leve sorriso aparece em seu rosto ao ver as marcas provocadas por seus chupões na pele dela e ele beija mais uma vez a região, arrancando suspiros de Malu. 
   Sentindo o seu corpo cada vez mais quente, a garota começa a erguer a blusa dele até conseguir tirá-la por completo do corpo dele. Quando vê vergões vermelhos na barriga dele, ela ri.
   — Uau!
   — Quer deixar sua assinatura na sua obra de arte? — indaga Samuel com os lábios roçando na boca dela.
   — Boa ideia! — ela exclama e passa suas unhas com toda a força na lateral do abdômen dele, o que faz Samuel soltar um urro. 
   — Isso dói pra car*lho!
Malu dá um sorriso provocador e morde o lábio dele.
   — Vai dizer que não é bom? 
Samuel pressiona as mãos na cintura dela e a joga contra a parede com força.
   — É uma delícia! — ele responde e volta a beijá-la no instante seguinte. Malu sorri entre o beijo e pula no colo dele, envolvendo o quadril de Samuel com suas pernas. O rapaz prende o corpo dela contra a parede ainda mais e segura firmemente em seus fios negros. 
   — Vamos pro seu quarto — pede Malu entre o beijo.
   — Só se for agora. 
A garota pula do colo dele e rapidamente caminha para o quarto que pertence a ele. Samuel dá um passo para segui-la, mas antes de fazer isso pega sua blusa do chão. Encostada no batente, Malu pergunta:
   — Você não quer demorar mais, não? 
Ele sorri e corre até ela, empurrando-a para dentro do quarto e batendo a porta com o pé. A batida faz um barulho e eles riem abraçados.
   — Sua mãe não pode acordar. 
   — Ela tem sono pesado — informa Samuel com as mãos dentro da blusa dela.
   — Bom saber — Malu responde e o joga contra a cama.

O som da voz de Bernardo começa a se ouvido por Anelise como um ruído distante, porém conforme ela começa a despertar o timbre dele fica mais claro e sua fala passa a fazer sentido:
   — Fica calma! Eu sei, eu sei, mas respira. 
Anelise abre os olhos e vê, graças ao abajur ligado, Bernardo falando ao celular com alguém. Ainda sonolenta, ela busca ver as horas no relógio de parede e constata que ainda é de madrugada.
   — O que foi, Bê? — pergunta olhando para o esposo. 
Bernardo sinaliza para ela aguardar e continua conversando com a pessoa do outro lado da ligação:
   — Sim, eu lembro. Tá, tá bom. Fica tranquila, eu vou sim. Ok, daqui a pouco estou chegando aí. 
Ele desliga e Anelise questiona:
   — O que foi? Aconteceu alguma coisa com a minha mãe? — Ela estranha o fato de Hérica ter ligado para Bernardo e não para ela, mas cogita o pensamento. 
   — Não, não era a Hérica — Bernardo responde levantando com rapidez e alcançando uma calça jeans que estava jogada sobre uma poltrona. 
   — Então quem era? — indaga Anelise vendo o esposo trocar a samba-canção pela calça e vestir uma camisa preta. 
   — Era a Maristela.
   — Mari... Ah, a sua colega de trabalho. — Com a testa franzida de curiosidade, ela pergunta:  O que ela queria?  
   — Ela chegou no apartamento dela e encontrou a porta arrombada e a sala revirada. Ela está com medo do bandido ou quem quer que seja ainda estar lá. 
   — E por que ela não liga pra polícia ou chama algum vizinho? 
   — Não sei, Ane, não sei — responde Bernardo com pressa pegando a carteira e saindo do quarto. 
   — Você vai mesmo lá? — Anelise joga as cobertas para o lado e pula da cama, seguindo o esposo.
   — Hã? — Bernardo indaga abrindo a porta do apartamento deles.
   — Você vai lá?
   — Ela pediu minha ajuda, está desesperada. 
Anelise assente, atônita e sonolenta. Bernardo dá um selinho nela e se despede:
   — Te amo. — Ele sai e Anelise permanece imóvel por alguns segundos.
   — Também te amo — responde em um sussurro e tranca a porta. Ela arrasta os pés pelo corredor e espia o quarto de hóspedes, certificando-se se Nícolas continua dormindo. Em seguida retorna para o seu quarto e tenta dormir, porém o espaço deixado por Bernardo na cama parece ser maior do que o de costume, quando ele está de plantão. 

O quarto de Samuel está com todas as luzes apagadas e as cortinas fechadas, o que faz com que o cômodo mergulhe em uma vastidão negra, e a temperatura é bem elevada, não em virtude de estar tudo fechado, e sim por causa de Malu e Samuel que se beijam e trocam carícias íntimas na cama, unidos como se fossem um único ser. A garota também está sem blusa, mas permanece com sutiã e as peças inferiores. Samuel beija o pescoço dela e desce para a região do colo, deixando Malu arrepiada.
   — Samuel — ela chama e ele ergue a cabeça. Devido à ausência de luz, ela percebe que ele está olhando para ela por causa do hálito quente que ele sopra em seu rosto. — Feliz aniversário. 
O rapaz sorri e tenta dar um selinho nela, porém beija o seu queixo. Na segunda tentativa, acerta os seus lábios e dá um longo beijo.
   — Obrigado. 
   — Esse não foi o presente — conta Malu e empurra ele contra as almofadas. — Eu sou o seu presente.
   — Convencida — ri Samuel sob ela com as mãos em seus quadris.
   — Você não quer? — provoca Malu.
   — Você sabe a resposta — diz o rapaz acariciando a pele dela por sobre a calça.
Malu inclina-se e fica com o tronco em contato com o dele.
   — Quero ouvir da sua boca — sussurra no ouvido do aniversariante.
Samuel puxa o cabelo dela, obrigando Malu a olhar para o teto, e morde o queixo dela antes de responder em seu ouvido:
   — Eu quero você. O meu corpo clama pelo seu. — Ele a joga na cama ao seu lado e cruza suas pernas com as dela. — Eu preciso de você. Agora. — Depois de beijá-la intensamente, pergunta em um sussurro: — Está bom pra você? 
   — Não sei se foi o suficiente — ri Malu, abrindo o zíper da calça dele. 
Samuel retira a peça e pergunta sorrindo:
   — O que eu devo fazer para ser o suficiente?
Malu deita de barriga para cima na cama e responde olhando para o teto:
   — Eu não sei, por que você não usa sua criatividade para me provar que você realmente precisa de mim? 
Eles sorriem, divertindo-se com a situação. Malu sente Samuel mexer-se na cama e em seguida sente os dedos dele abrindo o zíper de sua calça.
   — Ei! — ela censura colocando as mãos sobre os dedos dele. Samuel empurra as mãos dela, dizendo:
   — Isso faz parte da minha prova. 
Malu ri.
   — Não estou vendo criatividade nisso. — Ela é pega de surpresa e solta um gemido seco ao sentir os lábios de Samuel em seu umbigo, tracejando uma linha de beijos até o cós de sua calça. Sua respiração fica ofegante e ela não se move enquanto ele retira a peça de roupa. Após isso, sente as mãos dele se fecharem em seus tornozelos e apertarem a região com força, subindo, em seguida, para suas canelas, joelhos, coxas e se fixando em seu quadril. 
As mesmas mãos habilidosas passam a fazer uma massagem lenta por sua cintura e barriga, subindo aos poucos, passando por suas costelas, seios, colo e pescoço, onde elas param novamente. Ele aperta a região como se pretendesse asfixiá-la, porém sem a força necessária para isso. Com os polegares, inclina a cabeça de Malu cima. Ela fecha os olhos e suspira ao sentir a língua macia dele em contato com sua pele, subindo por seu pescoço e parando em seu queixo. Os dentes dele mordem a região com força e Malu impulsiona a cabeça para baixo, querendo os lábios dele nos seus. Samuel alivia a pressão no pescoço dela e permite que os seus lábios encontrem-se. 
Eles se beijam ainda mais intensamente do que antes e só se separam quando começam a ficar sem ar. Mesmo assim, Samuel continua a percorrer o corpo dela distribuindo beijos em todas as regiões, deixando Malu arrepiada e cada vez mais excitada. Ela ergue uma das mãos e a passa pelo próprio cabelo, apertando o travesseiro, em seguida, quando Samuel dá um selinho em sua virilha. Ela segura no cabelo dele e o puxa para cima, dando uma mordida em seu pescoço antes de jogá-lo contra a cama mais uma vez e sentar em seu quadril. Samuel sorri e é pego de surpresa ao receber um tapa de Malu no rosto.
   — Isso é por todos os anos que passei te odiando — ela diz e segura com uma mão o rosto dele. — E saiba que eu sempre vou te odiar. 
Samuel segura nos pulsos dela com firmeza.
   — Você acha que eu não te odeio? — ele indaga sentando na cama, o que faz com que os seus rostos fiquem a centímetros um do outro. — Eu te odeio muito. Odeio o seu cheiro — diz passando nariz pelo pescoço dela —, odeio a sua pele — acrescenta apertando ainda mais os pulsos dela — e odeio o seu gosto — completa mordendo o ombro dela, o que faz Malu revirar os olhos de prazer. — E é por te odiar que eu estou cada vez mais apaixonado por você. 
Malu sorri e fala no ouvido dele:
   — É a primeira vez que você fala isso sóbrio. — Ela morde o lóbulo dele e puxa sem piedade, o que faz Samuel fechar os olhos com força, mas ele logo os reabre e arrasta suas mãos para cima, parando nos braços dela.
   — É como se fosse a primeira vez para mim. 
Malu sorri e beija ele, deitando sobre o seu corpo. Eles se abraçam e permitem que suas mãos retirem o restante de roupa que permanecem em seus corpos, o que deixa suas mãos livres para deslizar, descobrir e saborear cada parte do corpo do outro.

Nas horas seguintes, a Lua abre espaço para o Sol resplandecer no céu, trazendo luz e energia para mais um dia. Assim que desperta, Luíza enxerga o esposo imóvel na sacada do quarto. Ela fica assim, deitada e em silêncio, por mais alguns minutos, apenas admirando a beleza estonteante de Daniel. Quando toma consciência dos fatos da noite anterior, seu corpo automaticamente fica tenso e ela passa a sentir a tensão que emana de Daniel. Em uma fração de segundos, fica em pé e caminha até ele, passando os seus braços por sua cintura. Daniel segura em suas mãos e acaricia os seus dedos. Eles não precisam trocar nenhuma palavra para saber o que o outro está pensando e sentindo, por isso permanecem nessa posição por mais alguns minutos.

Com os olhos fundos e cansados, Bernardo gira a maçaneta da porta principal de seu apartamento com Anelise e encontra a esposa agachada na sala diante de Nícolas, que chora sentado no sofá. Ele franze levemente a testa enquanto fecha a porta e caminha até eles.
   — Não foi nada, meu amorzinho — repete Anelise para o garoto. 
   — O que aconteceu? — pergunta Bernardo olhando de um para o outro. 
   — Não foi nada, não foi nada — Anelise fala com suavidade para Nícolas, tentando acalmá-lo e ignorando Bernardo. O clínico geral senta ao lado de Nícolas e pergunta para ele:
   — O que foi com você, campeão?
   — E-eu caí d-da cama — conta Nícolas entre soluços. 
   — Foi? Machucou? — ele pergunta analisando o corpo do garoto com o olhar.
   — A minha cabeça e o meu joelho. 
   — Aonde foi que machucou na cabeça? — indaga Bernardo com a voz carinhosa. 
   — Aqui — informa Nícolas pousando a mão na lateral da testa. Ele continua chorando de soluçar e Anelise seca suas lágrimas com os dedos. 
   — Deixa eu ver — fala Bernardo passando os dedos pela pele dele. — Onde foi que machucou o joelho? — indaga depois de um instante. 
   — Aqui — aponta Nícolas para o joelho direito. Bernardo vê que a região está avermelhada e pergunta olhando para Anelise:
   — A gente tem uma pomada para hematoma aqui em casa, né? 
   — O médico aqui é você — ela responde sem desviar o olhar do rosto de Nícolas. Bernardo continua olhando para ela por mais alguns segundos e levanta do sofá. — Para de chorar, meu amor — pede Anelise com a voz bem mais delicada.
   — Tá doendo, tia — chora Nícolas.
   — Vai passar, vai passar. 
Bernardo logo retorna com uma pomada e aplica na testa e no joelho de Nícolas.
   — Pronto, já já você vai estar pulando de novo — ele diz dando um leve sorriso para o garotinho. 
Nícolas boceja e seca as lágrimas. 
   — Quer voltar a dormir? — indaga Anelise e ele assente. — Vem, eu vou com você. — Ela estica a mão para Nícolas e ele aceita, pulando do sofá.
   — Não chora mais não, campeão — pede Bernardo e em seguida olha para a esposa, que não devolve o olhar e caminha para o corredor com Nícolas. 
   Quando fica sozinho na sala, Bernardo apoia a cabeça no encosto do sofá e fecha os olhos. Ele só vai abri-los novamente quando ouve passos pela sala.
   — O Nícolas já dormiu? — pergunta para Anelise.
   — Já — ela responde e vai para a cozinha. Bernardo olha para o relógio na estante e vê que se passaram trinta minutos desde que ele fechou os olhos no sofá. Ele levanta e segue Anelise.
   — Está tudo bem, Ane?
   — Não — ela responde sem rodeios enquanto bebe um copo d'água.
   — É por causa do Nícolas?
   — Também. 
   — Qual é o outro motivo? — ele pergunta apoiando-se na geladeira.
   — Eu estou irritada, porque fui acordada de repente com o Ni chorando e quando cheguei para ver o que tinha acontecido, ele estava no chão com o joelho machucado reclamando que a cabeça estava doendo. Eu fiquei sem saber o que fazer, afinal não estou acostumada com isso. E justamente no momento em que eu mais precisava do meu marido médico, onde ele estava? Bancando uma de herói para cima da colega de trabalho — desabafa Anelise. 
Bernardo respira fundo e diz com calma:
   — Eu não estava bancando de herói para cima de ninguém. A Maristela me ligou desesperada, pedindo ajuda, o que você queria que eu fizesse? Deixasse ela lá? Eu não podia fazer isso!
   — E o que a donzela em perigo tinha afinal? 
   — O apartamento dela foi revirado por um ex-namorado dela, as câmeras de segurança do prédio registraram. O porteiro deixou ele entrar, porque ele era conhecido e tinha a chave, deu no que deu. 
   — Ah, então ela tinha um namorado?
   — Ex — corrige Bernardo. — Pelo o que eu fiquei sabendo, eles terminaram há quase um ano. Ela me ligou, porque não tem nenhum parente aqui e eu fui a primeira pessoa que passou pela cabeça dela.
   — Nossa, então vocês devem ser bem próximos, né? — observa Anelise. — Porque eu lembro da quantidade de amigos que tinha na festinha dela que a gente foi aquela vez e você foi a primeira pessoa pra quem ela foi pedir ajuda? 
   — Ciúmes agora não, né Anelise? — pede Bernardo indo até a pia para lavar as mãos.
   — Eu não estou com ciúmes, estou chateada mesmo. 
   — Chateada com o quê? Eu não tinha outra opção a não ser ir.
   — Mas exatamente quando eu mais precisei de você, você estava socorrendo outra!
   — Não tinha como eu prever que você ia precisar da minha ajuda! 
   — Eu sei! — grita Anelise e logo se arrepende, pois receia ter acordado Nícolas. — Eu sei — repete baixinho e se apoia na mesa. — Acontece que eu estou estressada, com sono e preocupada.
   — Preocupada com o quê? — pergunta Bernardo recobrando a calma.
   — Ontem a Luíza deixou o Ni aqui em casa bem, né? Agora eu vou devolver ele machucado? 
Bernardo dá um leve sorriso e se aproxima da esposa.
   — A Luíza vai entender completamente o que aconteceu, Ane. Não precisa se preocupar com isso. 
Ela suspira e abaixa a cabeça.
   — Mas eu me preocupo. 
Bernardo ergue a cabeça dela com uma mão e dá um beijo lento e carinhoso em seus lábios.
   — Não fica brava comigo. 
   — Não vou ficar. É que juntou o fato de eu não gostar dessa tal Maristela com tudo o que aconteceu e deu nisso. 
   — Não entendo por que você não gosta dela, ela é tão legal. 
Anelise revira os olhos e dá meia volta, indo para a sala.
   — Tudo o que eu não preciso ouvir é elogios à ela. 
Bernardo ri e segue a mulher.
   — Ela pode ser incrível, mas nunca vai se comparar à minha esposa — diz abraçando Anelise por trás. — Eu te amo mais do que tudo, Ane — fala ao virar ela de frente para si. — Não há motivos para você ter ciúmes.
   — Eu sei, mas eu tenho — ela confessa baixinho. Bernardo sorri e dá um beijo nela. A troca de carinho entre eles é interrompida por Nícolas, que chega na sala, dizendo:
   — Tia, eu não estou conseguindo dormir!
Anelise e Bernardo soltam-se imediatamente e olham para ele.
   — O que você falou, meu amor? — ela pergunta.
   — Eu não estou conseguindo dormir — repete Nícolas com a voz dengosa. 
O casal troca um olhar e um sorriso e caminha até a criança.
   — Vem que a gente vai te ajudar a pegar no sono — fala Bernardo pegando Nícolas no colo. 

Assim que acorda, Mel pega o seu iPad sobre a mesinha de cabeceira e começa a ler as notícias do dia. Entre elas, encontra uma referente a Chay.
   — Cantor Chay Suede terá documentário no Netflix — ela lê o título da matéria em voz alta e clica para ler o conteúdo:
No auge de sua carreira solo, o cantor Chay Suede alcançará mais uma conquista para a sua lista de vitórias. Em seu mais recente show, no Rio de Janeiro, foi divulgado um vídeo que anunciava o seu novo projeto: um documentário no Netflix. 
O público presente foi ao delírio ao ver trechos que representavam períodos da vida do cantor e ao final do vídeo apareceu o logo da TV online, o que despertou o interesse e a curiosidade de todos os presentes. No dia seguinte, foi anunciado no site do cantor que na próxima quinzena será lançado no Netflix um documentário sobre os bastidores da sua turnê. 
Muito se especulou se este documentário seria apenas sobre a turnê ou também biográfico, o que implicaria a participação de muitos famosos que foram marcantes na vida dele, incluindo os seus ex-parceiros de banda Sophia Abrahão, Micael Borges, Lua Blanco, Arthur Aguiar e sua ex-mulher Mel Fronckowiak. Falando na empresária, ela estava no show no Rio com os filhos, Isabela e Vinícius, juntamente com os genros, Marina Aguiar (filha de Lua Blanco e Arthur Aguiar) e Felipe Borges (filho de Sophia Abrahão e Micael Borges) e se emocionou em alguns momentos, mas evitou dar entrevistas e autógrafos, o que acabou tornando-se inevitável ao final do show. 
Retornando a falar do documentário de Chay, a nossa equipe entrou em contato com a assessoria dele para ter mais informações e saber se teria trechos biográficos ou não. Os assessores dele disseram que o documentário tratá principalmente imagens dos bastidores dos shows da turnê e algumas informações sobre a trajetória musical de Chay, mas desmentiu os boatos de que haveria depoimentos de amigos, familiares e principalmente, dos filhos e da ex-mulher. Uma pena, pois seria incrível ver o que Mel Fronckowiak, Isabela e Vinícius Rocha têm a falar sobre o maravilhoso cantor Chay Suede. Quem sabe em uma próxima, não é? 
Mel fica olhando para a foto de Chay que encerra a matéria por um tempinho e desliga a tela do iPad. Um sorriso de orgulho e satisfação surge no rosto dela e ela pula da cama. 

Espalhados pelos sofás da sala de estar, Marina, Victor e Brian aguardam as empregadas colocarem à mesa para o café da manhã. Eles conversam, em inglês, sobre a noite passada:
   — Você não desgrudou da Jaqueline em um só momento, né? — fala Victor dando um leve sorriso.
Brian ri.
   — Não foi bem assim.
   — Não foi bem assim o car*lho, eu vi — ele ri. 
Querendo mudar de assunto, Marina diz:
   — E você e a Yasmin? 
   — O que é que tem? — Victor faz-se de desentendido.
   — Vocês não se falaram depois que chegaram em casa?
   — Não. 
   — Ela estava de castigo, né? — indaga Brian. — Será que os pais dela não ficaram sabendo que ela foi à festa? 
   — Não sei — Victor responde com sinceridade e Marina esclarece:
   — Não, ela passou na casa do Vini para trocar de roupa e ir para a dela. 
Brian assente.
   — Ah, que bom! 
Marina concorda com a cabeça e olha para o irmão, perguntando:
   — Vocês vão mesmo ficar brigados?
   — Eu não vou ficar mais correndo atrás dela — responde Victor.
   — Você já correu algum dia? 
   — A Yasmin faz muita tempestade em copo d'água — Victor desvia da pergunta.
Os irmãos ficam em silêncio e Brian comenta sorrindo:
   — Quem sabe assim eu tenho uma chance com ela? 
Marina arregala os olhos para o ex-namorado e olha imediatamente para Victor para ver a reação dele.


Comentários

  1. Por mais que eu gosto do Brian, queria ver o Victor bravinho, com ciúmes da Yas!!!
    Primeira vez de Samuel e Malu 😍😍😍😍
    Bernardo e Ane!! Só eu que não gosto dessa Maristela!
    O inferno da Marisa está de volta!!
    Amo o Nick, muito fofo!!!

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    1. Então, será que o Victor vai ficar enciumado?
      Você não é a única que não gosta da Maristela, a Anelise também não kkk
      Marisa: A volta dos que não foram.
      Nícolas causou na hospedagem na casa do Bernardo e da Anelise kkk

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  2. Esse comentário do brian foi bom pro victor perceber que se ele vacila tem uma fila querendo a yas. Não quero eles terminem, continua logo pfv

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  3. Perfeito como sempre!👏A volta de Marisa, dá pra fazer um filme de quantas vez ela já aprontou com a Luiza e o Daniel.#BelipeTudoDeBom❤.YasVic cada vez mas afastados pela May 😢.Nada a declarar sobre Jaqueline e Brian,não gosto da Jaqueline. Quem sabe por ela o Brian fica no Brasil? É ChaMel,Bebê hahahah 💏<-BeLipe

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    1. Obrigada!
      A Marisa é terrível mesmo, o que será que ela vai aprontar agora?
      Será que o distanciamento da Yasmin e do Victor foi causado mesmo pela Mayara ou por causa de atitudes deles? O Brian encantou-se mesmo pela Jaqueline kk

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  4. Respostas
    1. :o :o Yasmin e Felipe não curtiram esse comentário HAHAHAHA *-*

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    2. Tadiiiinhos hahaha #EuAmoOsIrmãosAbrahãoBorges <3

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  5. Esse Brian é um idiota msm ein? Já não basta ficar com a Jaqueline na cara de pau,e ainda vem falar q talvez tenha uma chance com a Yas? Meu Jesus ....kkkkkkk !!
    Amei a Malu e o Sam! super shippo!
    Acho q sou a unica pessoa da terra que shippa a Yas e o Vini néh? Mas mesmo sabendo q a possibilidade deles ficarem é menos de 2%, eu shippo forte!kkkkk
    Amei!

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    1. O Brian não tem uma cadinha pela Yasmin, tem um desfiladeiro kkkk
      Malu e Samuel concretizaram o que mais desejavam.
      Yasmin e Vinícius são melhores assim amigos, assim como Felipe e Isabela eram... Foi só uma comparação kkkkkkk

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    2. E só pra acrescentar, eu quero q a yas suba pelas paredes pra ter o victor de volta. Pra mim ele Tá super certo! E já chega de só o victor correr atrás dela! Ele tem q se dar mais o valor! Kkkkkkk

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  6. Se toca Victor a Yas é desejada por vários toma conta meu filho!
    ChaMel dando índices de volta
    Maristela tá arrumando confusão com a Ane, ela precisa tomar cuidado a Ane tbm é uma Suede.

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    1. \o/ Será que a Anelise vai mostrar as garras de Suede? kkkk

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  7. OMG Que Capítulo É Esse? Victor Não Vacila Não Em, Afffff Marisa Não, Não Gosto Da Jaqueline Nem Da Maristela, Quero Mais BeLipe ❤ :/ (Repare Na Quantidade De "Nãos" kkkk)

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    1. Sim, o Victor não pode bobear. A Marisa está a solta novamente sim kkk Terá mais Belipe sim, pode deixar kkk (Repare na quantidade de "Sins" kkkkk)

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  8. Esee capítulo ficou muito perfeito vc podia bem fazer um especial como trocas de casal ex: isabela e Victor ,marina e felipe e Vinicius e yasmim ...... e so uma idéia pfv posta mais eu amei esse capítulo

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  9. Eu amei esse capítulo bem que vc podia fazer um especial tipo como trocas de casal ex : isabela e Victor, marina e Felipe e yasmim e Vinicius..... eu amei o capítulo de hoje posta mais

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  10. Bem que vc podia fazer um especial tipo trocar de casal ex : isabela e Victor, marina e Felipe e yasmim e Vinicius. ....... Esse capítulo foi demais

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  11. Simplesmente perfeito!!! A Marisa e o Augusto juntos de novo, tomara que eles não façam nada com a Luíza, o Daniel e o Nícolas. Faz o Victor ficar muito ciúmes da Yasmin??

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    1. Daniel e Luíza abalaram-se com a união do Augusto e da Marísa, você viu? Eles não vão deixar esses dois tocarem no filho deles, isso eles garantem!

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  12. Pelo o amor de Deus
    Continua
    To amando
    IsaTor <3

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  13. malu e Samuel <3 amuhhhhhhh amo eles

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  14. continua aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

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  15. Por favor posta, estou louca para ver como o Victor vai reagir, espero que com ciúmes... YasVic meu casal preferido!!!

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  16. O mocinha vc pode colocar logo o próximo capitulo pq eu tô tendo um treco aqui pq tô curiosa
    espero que o Victor e a Yasmin não termine se não vou chorar

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  17. Oi!vc poderia me falar qual capitulo o felipe canta "cuida bem dela" sozinho no quarto do vinicius e a isa ouve?pf!e de extrema importância!ja agradeço muito!bj!:)

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