Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 246 [Parte 2]: Yasmin fica sabendo que Victor já ficou com Mayara

O barzinho escolhido por Malu para realização da festa de Samuel é um local bem localizado e respeitado na cidade. O ambiente é mais casual e confortável, mas sem perder a sofisticação. Como foi fechado exclusivamente para a festa do herdeiro da rede de hotelaria Hamid, o barzinho contêm seguranças na porta e uma funcionária conferindo a lista de convidados.

   Quase todos os convidados já estão presentes, proporcionando um burburinho e agitação pelo interior. Samuel é chamado por diversos amigos e não consegue parar mais de cinco minutos em nenhum grupo, transitando pelas mesas, pelo bar propriamente dito, os espaços mais reservados e, é claro, a pista de dança. É lá que ele encontra com Malu. 

   — Olha quem está aqui! — exclama Malu sorrindo.

   — Esperava encontrar outra pessoa? — Samuel pergunta com uma das mãos na cintura dela.

   — Não, mas tem estado tão difícil ficar com você que eu pensei que fosse outra pessoa. 

Samuel ri e sussurra no ouvido dela:

   — Da próxima vez não chama os meus amigos para o meu aniversário.

Ela ri junto com ele e rouba um selinho seu.

   — Babaca. 

Samuel coloca as mãos duas mãos na cintura dela e puxa o seu corpo para mais perto.

   — Prometo que até o final dessa música, eu vou ficar só com você.

Malu atenta-se à batida eletrônica que toca e sacode a cabeça, rindo.

   — Já passou da metade, Samuel!

   — Por isso mesmo. 

Eles riem e começam a dançar juntos. 

Sentada em uma mesa ao lado de Isabela e Yasmin, Marina observa a região abaixo da escada, onde sofás foram colocados proporcionando um ambiente mais reservado. 
Em um deles, Jaqueline e Brian conversam com rostos colados. Marina não consegue controlar a feição de desagrado e revira os olhos sem disfarçar. Ignorando a reação da jovem, Isabela conversa com Yasmin e analisa a chegada de Mayara e Vanessa. 

   — Elas parecem bem mais do que amigas, né? — comenta a morena.

   — Elas são mais do que amigas — confirma Yasmin. — A Mayara não esconde de ninguém que gosta de pessoas, não importa o sexo.

   — É, isso é. — Isabela vira-se totalmente para a amiga. — Falando na Mayara gostar de pessoas, tanto meninas quanto meninos, você sabe se ela já teve alguma coisa com o Victor? 

Yasmin ri, quase deixando o refrigerante escapar de sua boca.

   — Como? 

   — É que na segunda o Felipe me falou uma coisa que me deixou intrigada.

   — Que coisa, Isa? 

Isabela conta o que aconteceu na saída do colégio e finaliza:

   — Quando eu perguntei o que ele quis dizer com aquilo, ele falou que é porque o Victor é um galinha. Faz um certo sentido, mas parecia que não era aquilo que o Felipe queria dizer. 

Yasmin assente e dá de ombros antes de tomar mais um gole de sua bebida. 

   — Acho que o Felipe falou isso porque ele é idiota mesmo. — Ela ri. — O Victor nunca comentou que teve alguma coisa com Mayara, e como ele poderia ter? Quando as aulas começaram, eu e ele já namorávamos. 

   — A Mayara estava nas festas na fazenda. Você não lembra?

A loirinha ergue as sobrancelhas.

   — Sério?

   — Sim — confirma Isabela.

   — Nossa, eu não sabia. 

   — Pois é, se for usar a lógica, eles poderiam ter se envolvido. 

Yasmin sorri novamente.

   — Não, acho que não. O Victor teria me contado, né? Ele não ficou com ninguém lá da sala, a não ser com a Jaqueline. Isso porque ela roubou um beijo dele!

Isabela ri e assente.

   — É verdade. Você deve estar certa, o Felipe é idiota mesmo.

As duas gargalham. 

Juntamente com Maísa, Laís e Alexandre, Graziele dança na pista. Ela sacode o cabelo ruivo no ritmo da música e toma um susto quando sente um cutucão nas costas. Ao se virar, vê uma funcionário do local.
   — Desculpa atrapalhar, mas tem um rapaz lá fora querendo entrar. Eu disse que só com o nome na lista, mas ele insiste em dizer que conhece a senhorita.
   — Eu? — indaga a garota.
   — Sim, você é Graziele Castro, não é?
   — Sou. 
   — Então é a senhorita mesmo. 
Graziele pensa de imediato em Thiago, mas não consegue acreditar que seja ele.
   — Eu devo mandar ele embora? — indaga a funcionária diante do silêncio dela.
   — Ah, não! — exclama Graziele retornando a realidade. — Eu vou lá ver quem é.
Ela segue a moça até a porta do barzinho e se assusta ao ver quem é o rapaz em questão.
   — Ruivinha, até que enfim você apareceu! — ele diz. — Esses caras não queriam me deixar entrar.
   — Douglas — pronuncia Graziele dando um meio sorriso. — O seu nome não está na lista, claro que eles não te deixariam entrar. 
   — Ainda bem que você apareceu para me salvar!
Graziele revira os olhos e olha para os seguranças, dizendo:
   — Pode liberar a entrada dele. 
Douglas olha para os seguranças de cima a baixo e passa por eles. 
   — O que te fez vir aqui? — indaga Graziele adentrando no barzinho com ele.
   — Eu estava em uma festa com uns parças, mas tava chato, daí eu resolvi bater aqui.
Graziele ri. 
   — Eu não deveria ter comentado sobre a festa com você.
   — Engraçadinha — fala o rapaz dando um risada irônica. No entanto, logo ele se torna sério. — O Thiago não veio, né?
   — Não, faz parte do processo de reabilitação dele — Graziele responde com brevidade, não querendo tocar no nome do ex-namorado.
   — Que droga, hein? — comenta Douglas passando um braço pelos ombros dela.
   — É, literalmente. 
Ele ri.
   — Então a gente tem que aproveitar por ele!
Graziele para onde está.
   — Douglas, por favor, não fala mais no Thiago. Eu não quero ficar lembrando dele. 
   — Eu pensei que vocês estivessem bem.
   — Estamos nos relacionando bem, o que não significa que nós estejamos bem.
   — Hã?
   — A nossa relação está bem, mas a gente não está bem. Eu não estou bem, muito menos ele. 
Douglas dá um sorriso entristecido e pega nas mãos dela.
   — Sabe do que você está precisando?
   — Hum? 
   — Bebidas. — Ele arrasta ela até o bar. — Vem!
A ruiva revira os olhos, mas não deixa de sorrir. 

Por coincidência, a primeira pessoa que Jonas encontra ao chegar na festa para Samuel é Maísa. A jovem dá um leve sorriso ao vê-lo e caminha em sua direção.
   — Você está linda — fala Jonas com sinceridade colocando uma mão na cintura dela e roubando um selinho seu.
   — Obrigada — Maísa responde sem se importar com o afeto na frente dos colegas. 
   — Como estão as coisas por aqui? — Ele pergunta olhando ao redor.
   — Bem animadas! — a loirinha conta sorrindo. — A Malu caprichou na escolha do lugar e os amigos do Samuel são bem pra cima.
   — É — concorda Jonas reconhecendo alguns conhecidos no local. — E onde está o anfitrião da noite?
   — O Samuel?
   — Sim.
   — Está lá pelo meio. Por quê? 
Pela primeira vez, Maísa vê o olhar de Jonas — que é sempre confiante e dissimulado — fraquejar. Ele desvia o olhar brevemente e pede após alguns segundos:
   — Você me levaria até ele?
   — Como? — Maísa não esconde o espanto. 
Minutos depois, os dois chegam perto de Samuel, que conversa com alguns amigos de fora do colégio. 
   — Samuel! — chama a garota e ao olhar para ela, Samuel fica surpreso ao ver Jonas ao seu lado. 
   — Oi, Maísa — ele diz aproximando-se dela. 
   — O Jonas quer falar com você — informa Maísa olhando para o seu companheiro. 
O espanto de Samuel é visível, mas dura pouquíssimos segundos, pois ele adota uma expressão de desdém imediatamente. 
   — O que é? 
Diante do comportamento de Samuel, Jonas fica retesado e um tanto quanto intimidado, percebe Maísa. 
   — Isso é pra você — diz Jonas entregando um pequeno embrulho para ele. 
Dessa vez o ficante de Malu não consegue esconder a surpresa.
   — O quê?
   — É pra você — insiste Jonas com o braço esticado e o presente na mão. 
Maísa olha com confusão de um para outro, não acreditando no que os seus olhos estão vendo. 
   — Obrigado — responde Samuel pegando o embrulho. 
   — De nada. 
Os dois ficam se olhando sem expressão e em silêncio, o que deixa o clima constrangedor. Maísa pigarreia e fala:
   — Vamos comer alguma, Jonas.
O rapaz pega na mão dela e eles se afastam, deixando Samuel parado sozinho no meio do barzinho juntamente com sua perplexidade. 

Não muito distante dele, Victor, Felipe e Mayara dançam juntos. Eles riem e conversam entre si enquanto Vanessa foi buscar bebidas. A loira pula e balança a cabeça, jogando o cabelo platinados para os lados. Sem querer acerta o rosto de Victor com seus fios.
   — Obrigada, Mayara — ele ironiza no ouvido dela enquanto Felipe ri.
Mayara coloca uma mão sobre a dele, que está em sua cintura.
   — Foi mal, de verdade. — Ela também ri. 
A alguns metros de distância, Malu sorri ao comentar com Yasmin e Isabela:
   — É estranho ver o Victor tão perto da Mayara, né?
Yasmin engole um pouco da caipirinha que está tomando enquanto Isabela indaga:
   — Por quê?
Malu ri.
   — Ué, não é óbvio? Eles tão próximos assim é engraçado e estranho, porque não passa pela cabeça de ninguém que eles já ficaram. E eles já ficaram! — Ela gargalha, mas nem Yasmin nem Isabela acompanham ela.
   — O que você falou? — pergunta Yasmin segurando com força o seu copo com a bebida. 

Após o constrangedor encontro de Jonas com Samuel, Maísa resolveu seguir com o garoto para perto de seus amigos invés de comer algo. Agora ela conversa com Laís, Alexandre, Iago e Lorenzo. Saltitante, Graziele aproxima-se deles com Douglas.
   — Pessoal! — ela chama a atenção deles. — Para quem não conhece, esse é o Douglas.
   — Dodô — fala Douglas sorrindo. 
   — E aí? — cumprimenta Alexandre.
Maísa e Laís analisam o rapaz com o olhar enquanto Iago e Alexandre dão sorrisinhos tímidos. Sem pensar no que vai dizer, Jonas fala:
   — Trocou um drogado por outro, Graziele?
Iago e Lorenzo prendem o ar, Laís arregala os olhos, Alexandre não consegue controlar um riso e Maísa aperta a mão de Jonas. Graziele fuzila Jonas com o olhar com toda a sua fúria, mas é Douglas quem reage.
   — Você perdeu a noção, moleque? — Ele tenta avançar para cima de Jonas, mas Graziele coloca-se entre eles.
   — Douglas, não! 
Maísa puxa Jonas para trás enquanto o rapaz sorri.
   — Eu vou meter um murro na sua cara que vai quebrar todos esses dentinhos de porcelana, seu trouxa! — ameaça Douglas.
   — Para, Douglas! — insiste Graziele tentando empurrar ele para trás. — Para! Ele não vale a pena!
   — Ah, mas eu acho que vale — debocha Douglas. 
   — Chega, pessoal — pede Alexandre. — Estamos em uma festa, lembram?
   — F*da-se! — corta Douglas.
   — Vamos sair daqui — diz Maísa segurando firmemente no braço de Jonas. — Vamos, Jonas!
O ex-namorado de Isabela lança um sorriso debochado para Douglas e sai com a loira. Laís solta um suspiro de alívio enquanto Iago e Lorenzo trocam um olhar surpresa.

Ao ver a expressão enfurecida de Yasmin e a chocada de Isabela, uma ideia surge na mente de Maria Luíza.
   — Você não sabia, né? 
   — Não — responde Yasmin com sinceridade. Ela empurra o seu copo com força para um garçom que está passando no momento. O homem olha confuso para ela e indaga:
   — A senhorita quer mais?
Yasmin permanece olhando fixamente para Victor, por isso é Isabela quem responde:
   — Ela está satisfeita. Obrigada!
O homem assente e se afasta com a testa franzida. Malu gagueja:
   — E-eu não fazia... ideia. Eu pensei que a essa altura do campeonato você já soubesse, Yas.
Yasmin recoloca seu boné.
   — Está tudo bem.
   — Está mesmo? — questiona Isabela olhando atentamente para o rosto da amiga.
   — Está — garante Yasmin transparecendo calma. — Eu vou resolver esse assunto sozinha.
   — Yas — começa Malu, mas a loirinha interrompe ela.
   — Malu, eu já disse que está tudo bem — fala sem dar aberturas para ser contestada. 
Isabela e Malu trocam um olhar de preocupação, mas não falam mais nada. 

Depois que também se afastaram de Laís, Alexandre, Iago e Lorenzo, Graziele e Douglas caminharam até um sofá que estava vazio e sentaram.
   — Você não pode cair no papinho daquele babaca — aconselha Graziele. — Ele é assim mesmo.
   — É assim porque não encontrou ninguém que fizesse ele mudar.
   — Não — a ruiva discorda. — Ele já encontrou várias pessoas assim, acredite. 
Douglas dá um soco no sofá.
   — Que ódio daquele merda!
   — Dodô — chama Graziele pegando no braço dele. — Não vale a pena ficar se estressando por causa do Jonas. Sério, eu também fiquei p*ta, mas é melhor a gente esquecer. 
   — Se até o final da noite aquele trouxa cruzar o meu caminho, eu arrebento ele. Estou falando sério!
   — Não, não está. Você não vai fazer nada, entendeu?
Douglas encara Graziele.
   — Quem vai me impedir? 
A ruiva não enfraquece diante do olhar dele e rebate:
   — Eu. 
Ele ri.
   — Mal posso esperar por isso — ironiza.
   — Olha aqui — Graziele aperta o braço dele com força —, você está nessa festa por minha causa. Então eu acho bom você se comportar como gente, porque se você está aqui é graças a mim. 
Douglas respira fundo e dá de ombros.
   — Que seja.
   — Que seja o car*lho, você não vai fazer nada. Fui clara? 
   — Tão clara quanto a sua pele — ele responde de má vontade e Graziele afaga o seu braço.
   — Vamos curtir a festa, ok? 
   — Ok. 
Ela sorri ao tomar consciência de uma coisa.
   — Eu já fui a tantas festas do seu jeito, agora você está em uma das minhas.
Douglas, mesmo estando bastante chateado ainda, sorri.
   — É verdade.
   — Então vamos aproveitar. — Ela levanta e pega na mão dele, arrastando-o até a pista de dança. 

Os minutos passam-se e a festa de Samuel continua a todo o vapor. Diversos jovens dançam, pulam e gritam na pista enquanto outros conversam espalhados pelo o espaço, provocando um grande falatório. Depois de ter dançado um período com Aline e Laís, Yasmin foi para o barzinho e tomou algumas caipirinhas. É lá que ela se encontra quando Victor aproxima-se.
   — Até que enfim te encontrei, Yas.
   — Estava me procurando? — ela indaga.
   — Sim. — Victor dá um selinho nela. — A gente está dançando lá na pista, todo o pessoal. Vamos lá!
   — Estou um pouco cansada.
O rapaz ri.
   — Você, cansada, já? 
A loirinha olha ao redor, dá um leve sorriso e volta olhar para o namorado.
   — Você está certo. Vamos dançar! — Ela pula da banqueta em que está e caminha para a pista de mãos dadas com ele. No trajeto, passa por Iago, Lorenzo e Aline. — Vamos dançar, gente! — Mesmo chamando todos, ela segura apenas no pulso de Lorenzo e leva o garoto consigo, fazendo Victor revirar os olhos discretamente. 
   Ao chegar no meio da pista, Yasmin vê Vinícius, Marina, Isabela, Felipe, Brian e Jaqueline dançando juntos. Ela se vira para Lorenzo e passa a dançar com ele.
   — Ânimo, Lorenzo! — Ela o incentiva e pega em seus braços, erguendo-os acima da cabeça dele. O garoto dá um leve sorriso e quase não se move. Yasmin coloca as mãos nos ombros dele e começa a balançá-los conforme vai dançando. Lorenzo não desvia o olhar do rosto dela e fica cada vez mais encantado com a beleza dela quando as luzes passam por seu rosto. A loirinha dança balançando a cabeça e remexendo o quadril. Quando o seu olhar fixa-se no rosto de Lorenzo, ela vê que ele desvia o olhar com timidez. Sorrindo, tira o seu boné da própria cabeça e coloca na dele.
   — Nossa! — Ela exclama rindo e tira o acessório dele. — Não fica bem você. 
   — Posso imaginar — fala Lorenzo baixinho.
Mesmo que não houvesse a música alta Yasmin não entenderia o que ele falou. Tendo consciência de que Victor deve estar por perto, ela aproxima o rosto do de Lorenzo e indaga:
   — O que você falou?
O garoto fica espantado com a aproximação repentina e inebriado com o cheiro doce dela.
   — Posso imaginar — ele repete e Yasmin sorri.
   — Não combina com o seu jeito. 
Lorenzo dá um leve sorriso. Yasmin não se afasta dele e continua dançando. Ela coloca uma das mãos dele em sua cintura e rebola, sorrindo. 
   Victor vira o rosto para o outro lado e precisa ser cutucado por Marina para voltar a dançar.
   — Ei, ela só está dançando com ele — diz no ouvido dele.
   — Sabe qual é a minha vontade nesse momento? — pergunta Victor com os lábios perto do rosto dela, o que permite a Marina identificar uma mistura de bebidas no hálito dele.
   — Qual? — ela indaga. 
Victor sacode a cabeça.
   — É melhor deixar pra lá. 
Marina sorri e dança abraçada no irmão. 

Encostados em uma parede, Samuel e Malu conversam. Eles trocam beijos entre as palavras e Samuel conta em um certo momento:
   — O Jonas me deu um presente. 
Os olhos de Malu arregalam-se.
   — Sério?
   — Sim. 
   — Caramba! O que é?
   — Não sei, não abri nenhum presente ainda, mas eu acho que é um CD.
   — Bom, deve te agradar, ele conhece os seus gostos. — Malu dá um selinho nele. — Será que isso significa alguma coisa?
O rapaz coloca uma das mãos por baixo da blusa dela, acariciando a pele acima do cós da calça dela. 
   — Não sei. 
   — Talvez esse presente seja uma bandeira branca — sugere Malu olhando intensamente para os olhos dele.
   — Duvido muito. Você não viu a cara dele quando me entregou — sorri Samuel ainda acariciando a barriga dela distraidamente. 
   — Vocês deveriam parar com essa frescurinha. Nós dois já estamos juntos de novo. Eu acho que uma amizade vale mais do que um relacionamento. 
   — O que você quer dizer com isso? — Samuel pergunta dando um beijinho no queixo dela.
   — Que se a gente já voltou, porque você também não "volta" com ele. 
   — Não sabia que você se importava com a minha amizade com o Jonas. 
   — É que vocês tinham uma amizade forte. Eu sei reconhecer isso! — Samuel não fala nada e se aproxima mais dela, colando o seu corpo na parede. — Samuel, eu tô falando com você.
   — Eu estou ouvindo. 
Malu puxa o cabelo dele com força e dá um beijo em seus lábios. O rapaz sorri entre o beijo e passa os braços pela cintura dela. 

Farto de ver Yasmin dançar com Lorenzo, Victor sai da pista de dança e pede mais uma bebida no bar. Enquanto aguarda, sente uma mão se fechar em seu braço, mas de imediato sabe que não é Yasmin, porque os dedos em contato com sua pele são menores do que os da loirinha.
   — Sua cara está péssima — informa Isabela sentando ao seu lado.
   — Problema é meu. 
   — O que foi, Victor? — ela indaga ignorando a grosseria dele.
   — Nada, ué.
   — E por que você está com essa tromba? 
   — É a minha cara.
   — É por causa da Yasmin com o Lorenzo, não é? — adivinha Isabela.
   — Se você sabia desde o começo, então por que perguntou? — Ele indaga olhando para ela pela primeira vez durante a conversa.
   — Porque queria ter certeza. — Victor revira os olhos. — Ela só está dançando, Victor. 
   — Com o Lorenzo.
   — E daí? Ela gosta dele. Você estava dançando com a Mayara! — exclama Isabela ficando com raiva.
   — É totalmente diferente.
A morena controla-se para não deixar escapar o que já sabe.
   — Não vejo diferença. 
   — A Yasmin sabe que eu não gosto dele, parece que faz para provocar.
Isabela, que acredita que é por isso mesmo que Yasmin está dançando com Lorenzo, diz:
   — Pelo visto está funcionando, né? Qual é o problema? Deixa ela dançar.
   — Eu odeio esse moleque!
   — Não é porque você odeia que a Yasmin tem que odiar também!
   — Ok, Isabela, quando o Felipe dançar com a Jaqueline, eu vou falar pra você que é só uma dança.
   — Larga de ser criança, Victor!
   — Eu estou sendo criança? — ele indaga indignado. — Eu não tenho direito de ficar chateado? Esse garoto desenha ela, Isabela, de-se-nha. Como se já não bastasse ter me obrigado a ensinar matemática pra ele, agora ela fica me obrigando a ver ela se esfregar nele?
   — Ela não está se esfregando em ninguém! Menos, Victor, bem menos.
   — Ok, Isabela, eu estou exagerando.
   — Está mesmo. Você está falando e agindo como se a Yasmin estivesse fazendo alguma coisa errada e você nem tem a ficha tão limpa assim pra falar dela.
   — Do que você está falando?
   — Ah, eu preciso dizer? Você sabe as coisas que faz!
   — Por que eu estou discutindo com você? — pergunta Victor.
   — Porque você é babaca.
   — Estou começando a achar isso mesmo, só assim perderia o meu tempo discutindo isso com você. 
Ele pula da banqueta e tenta se afastar, mas Isabela faz o mesmo e segura no braço dele.
   — Não venha ser ignorante comigo, ok? Você está estressado, mas nada justifica isso.
   — Você que vem meter o nariz onde não foi chamada!
   — Eu estava tentando te ajudar.
   — Em algum momento eu pedi a sua ajuda? — pergunta Victor e Isabela solta o seu braço, atônita.
   — Você é tão ridículo que eu não sei como a Yasmin te aguenta. — Ela dá meia volta e retorna para o balcão enquanto Victor afasta-se. 
   — Ué, e a bebida dele? — pergunta o barman colocando um copo de vidro no balcão.
   — Pode deixar comigo — diz Isabela e quando o rapaz afasta-se, ela beberica a bebida e torce o nariz. — Eca!
   — Isso que dá tentar beber coisas que não está acostumada. 
O corpo de Isabela fica mais relaxado somente de ouvir a voz de Felipe em seu ouvido. Ela se vira para o namorado e ele vê a raiva em seu rosto.
   — O que aconteceu?
   — Eu não quero ficar entre um duelo de cruéis, Felipe. Não quero!
   — Do que você está falando, Isa? 
Ela responde com brevidade e sem rodeios:
   — Yasmin e Victor. 

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