Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 242: Yasmin recebe castigo dos pais

Embora esteja com um pouco de medo do olhar de seu pai, Yasmin permanece com o queixo erguido e com a voz firme ao dizer:

   — Não. Eu só queria que vocês vissem que eu estou fazendo a minha parte, mas parece que vocês não estão vendo. 

   — O que eu estou vendo bem são as suas notas abaixo do esperado, Yasmin — Micael corta.

   — Vocês só estão se preocupando com números, mas o que eu realmente aprendi? Isso não importa? Vocês nem sabem como é o meu desempenho em sala de aula, só estão interessados nos números. — Mesmo com o olhar furioso de Sophia, ela prossegue: — Agora, vocês não sabem como eu me saio, porque vocês não perguntam, sempre estão mais focados nos próprios trabalhos.

   — Chega! — interrompe Sophia. Ela morde um dos lábios para controlar a raiva e não perder ainda mais a cabeça. — Sobe para o seu quarto. Agora! — exige apontando para a escada.

A loirinha levanta e começa a caminhar para a escada sob o olhar abismado do irmão. 

   — E fique sabendo que você está de castigo — acrescenta Micael e Yasmin para exatamente onde está e se vira para eles.

   — O quê? 

   — Espero que você tenha aproveitado bastante essa mini viagem, porque você vai ficar de castigo por tempo indeterminado.

   — Vocês não podem estar falando sério! — exclama Yasmin revoltada.

   — Estamos — responde Sophia. — Agora some daqui, Yasmin. Vai pro seu quarto!

A loirinha morde o lábio exatamente com a mãe e sobe correndo a escada, furiosa com os pais. 

O carro de Doulas para em frente à casa de Graziele e a ruiva prepara-se para descer, porém ele segura em seu braço com firmeza. 

   — O que foi? — indaga a adolescente olhando para os olhos profundos e intensos dele.

   — Eu estou indo lá na casa do Thiago agora, por que você não vem comigo? 

   — Você já não foi na casa do Thiago hoje? — Graziele foge da pergunta.

   — Fui, mas vou dar uma passadinha lá pra zoar com ele mais um pouco. E aí, topa vir comigo? 

   — Não, estou cansada. 

   — Ah, ruivinha, só um pouco. 

   — Não. 

   — Pelo Thiago.

   — Se eu fosse, é óbvio que seria pelo Thiago. — Ela ri. — Por você que não seria.

O olhar de Douglas não oscila.

   — Então, vamos!

   — Não, Dodô, eu estou cansada e com dor de cabeça. Você me fez passar muito estresse hoje.

   — Eu? Eu só queria te ver relaxada.

   — Daí você teve a brilhante ideia de fingir um assalto com os meus amigos? Muito bom esse método, hein? — ela ironiza.

   — Ah, qual é? Eu já falei que foi só uma brincadeira.

   — Ok, beleza. Não vamos discutir por causa da merda que você fez. Quer ir visitar o Thi? Vai, eu não estou te impedindo, mas eu não vou.

   — Vai ser assim? Ok, beleza, ruivinha. Até a próxima então!

Ele solta o braço dela e Graziele desce do carro. No entanto, ela não se afasta e diz após se inclinar na altura da janela.

   — Vê se não se mete em nenhuma furada, tá? Você viu o que aconteceu com o Thiago.

Douglas arqueia uma sobrancelha em tom de provocação.

   — Preocupada comigo, ruivinha? 

   — Você é um dos melhores amigos do Thiago.

   — Do Thiago ou seu? 

Graziele ri.

   — Nem meu amigo você é, Douglas. Menos. 

O rapaz ri e liga o motor do carro.

   — Se eu fosse você, me afastaria. 

A ruiva vê em seu olhar que ele não está brincando e dá um passo para trás, um segundo antes de Douglas sair em alta velocidade. Ela sacode a cabeça e entra em sua casa, encontrando com Malu na sala de estar.

   — Até que enfim a senhorita chegou! — exclama a morena com um balde de pipoca na mão, os pés sobre a mesinha de centro e Phil, o cachorro da família de Graziele, deitado em seu colo. 

   — Que folga é essa na minha casa? — indaga Graziele tirando as sandálias.

   — Estou assistindo um filme com a sua mãe. 

A ruiva olha para a tela da televisão e vê Noivas em Guerra pausado.

   — Cadê a minha mãe? — pergunta.

   — Foi ao banheiro. Você saiu com o Dodô, aquele amigo traficante do Thiago? 

Graziele olha rapidamente para os lados, certificando-se de que sua mãe não está se aproximando. Ela senta ao lado de Malu e sussurra:

   — Ficou maluca de falar isso aqui em casa?

Malu ri.

   — Não é a verdade? Os amigos do Thiago não são todos traficantes de luxo? — Ela provoca só para ver a amiga ainda mais desesperada. 

   — Malu, para! — pede Graziele. — O Douglas não é traficante — ela volta a sussurrar. — E eu saí com ele mesmo.

   — Desde quando você sai sozinha com os amigos do Thiago? Eu lembro que você não queria nem ir nas festas deles. 

   — Primeiro, eu conheço melhor o Douglas agora, e segundo, eu só fui na praia. 

   — O Thiago está sabendo disso?

   — O quê? — indaga Graziele rindo. — Eu não preciso da autorização do Thiago para nada. 

   — Eu sei que não, mas você é a ex dele e o Douglas ou Dodô, que seja, é amigo dele.

   — E daí? Amiga, eu não estou me envolvendo com o Douglas. Longe disso! Você acha mesmo que eu me relacionaria com alguém do estilo dele?

Malu dá de ombros.

   — Você namorava o Thiago.

   — É totalmente diferente! — Ela ouve passos aproximando-se e baixa o tom de voz: — Olha, o Douglas é apenas um colega, para de ficar falando essas coisas, ainda mais aqui em casa.

   — Oi, filha! — cumprimenta Larissa ao entrar na sala.

   — Oi, mãe — sorri Graziele olhando para a empresária. 

Isabela e Victor param em frente ao portão da mansão da mãe dela.

   — Agora você está entregue — fala Victor.

   — A minha mãe foi jantar na casa da assessora dela e o Vinícius saiu com a Marina, eu pretendia jantar com o Fê, mas fui expulsa da mansão dos Borges — ela ri. — Então, janta comigo?

Victor leva uma mão ao peito.

   — Você está me chamando para jantar, little girl? 

   — Little girl? — repete Isabela. — Você não é o Felipe para me chamar de little girl. 

   — Você acabou de me chamar para jantar, acho que tenho essa liberdade. 

Isabela revira os olhos e abre o portão, entrando sem Victor.

   — Ei! — indaga Victor seguindo ela. — Vamos jantar, little girl.

   — Para de me chamar de little girl! — exclama a morena olhando com raiva para ele.

   — Ok, ok! — exclama o loiro erguendo as mãos na altura dos ombros. — Little Isa, pode? 

   — Victor!?

Ele ri e passa um braço pelo ombros dela.

   — Tá bom, parei. 

O celular de Marina está entre as mãos dela, que aguarda Vinícius retornar para a mesa que eles dividem em um quiosque na praia. Os olhos da morena erguem-se e estreitam-se ao ver Vinícius conversando com uma moça de cabelos loiros e cacheados no balcão do quiosque. Ela observa os dois e fica incomodada ao ver o sorriso gentil e olhar meigo que ele lança para a moça. 

   — Vou ver que palhaçada é essa — diz levantando da mesa. Ela caminha até os dois e para ao lado do namorado. — Oi. 

   — Oi, Mari — diz Vinícius olhando para ela.

   — Olá! — diz a loira com sotaque espanhol. 

   — Você não é brasileira? — indaga Marina com curiosidade.

   — Não, sou argentina — diz a moça em espanhol. Marina assente e olha para o namorado, buscando por respostas.

   — Ela está de passagem por aqui, estou dando algumas dicas do Rio enquanto o nosso pedido não fica pronto.

Marina ergue as sobrancelhas e assente.

   — Entendi. — Ela olha de relance para a argentina, que tem uma pele brilhante e um sorriso simpático. — O que te fez vir para o Brasil? 

Como Marina tem um sotaque americano bem acentuado, a argentina tem dificuldade de entender o que ela diz.

   — Como? 

   — Ela perguntou por que você veio para o Brasil — traduz Vinícius falando um portunhol. 

   — Ah, eu sou viajante. 

   — É, interessante! — exclama Marina sem a mínima sinceridade e Vinícius constata.

   — Vocês são namorados? — indaga a argentina.

   — Somos — responde Marina com rapidez, querendo deixar esse fato bem claro para a argentina.

Vinícius dá um leve sorriso, percebendo que a namorada está com ciúmes dele.

   — Você tem namorado? — ele pergunta para a argentina.

   — Não, eu tinha mas ele não quis sair de viagem comigo, então aqui estou. — A argentina ri para Vinícius e Marina, mas a morena não retribui pois não entendeu quase nada do que ela falou. — Você também não é brasileira? — indaga para Marina.

   — Sou, mas fui criada nos Estados Unidos.

   — Ah, entendi o sotaque.

   — É. 

   — Legal! Um brasileiro namorando uma americana. 

   — Sim — sorri Vinícius.

   — É sua primeira namorada gringa? — questiona a argentina sem tirar o sorriso agradável do rosto.

   — É a minha primeira namorada.

   — Sério? — surpreende-se a argentina. — Vocês são do time que acreditam que o primeiro namoro dura para sempre? 

   — Somos.

   — Tomara que vocês tenham sorte, porque vocês formam um casal muito bonito!

   — Também acho! — fala Marina colocando as mãos unidas em um dos ombros de Vinícius. O rapaz sorri e passa um braço em torno da cintura dela.

   — Obrigada. 

Marina não se afasta de Vinícius mesmo não entendendo a maior parte da conversa dos dois. 

De mãos dadas, Jaqueline e Brian saem do cinema e caminham pelo shopping. 

   — Vamos na livraria! — ele chama.

   — Vamos — Jaqueline dá de ombros —, eu não costumo ler muito, mas vamos.

   — A gente pode ouvir alguns CDs. 

   — Boa ideia!

Os dois entram em uma livraria e se encaminham ao setor de CDs e DVDs.

   — Escolhe um CD que você gosta — pede Brian. — Quero conhecer um pouco do seu gosto.

Jaqueline sorri e começa a procurar um CD de seu gosto, entregando um da Anitta para ele. 

   — Anitta? Não conheço.

   — A Marina não gosta? — indaga Jaqueline.

   — Não — Brian responde olhando o encarte do CD. — É pop, né? A Marina curte mais indie. 

   — Ah, entendi. Vem, vamos ouvir.

Minutos depois, Jaqueline dança e canta Anitta tentando fazer Brian dançar no ritmo certo. Eles gargalham e trocam beijinhos entre as músicas que ouvem em fones de ouvido. 

Depois de chegarem em casa, Luíza e Daniel separam-se. Ele começou a brincar com Nícolas no tapete da sala enquanto Luíza tentou esfriar a cabeça na sacada da sala. Ela observa o céu estrelado, inspirando e expirando lentamente. Sua mente vai ficando leve, seus músculos relaxados e os seus pensamentos vazios. No entanto, os pelos de sua nuca ficam eriçados e ela olha rapidamente para a rua, em busca de algum carro ou pessoa suspeita, porém o ambiente permanece na mais perfeita tranquilidade. Luíza aperta os músculos da nuca, tentando relaxar, mas ao não conseguir o efeito desejado, dá meia volta e bate a porta da sacada com força, chamando a atenção do marido e do filho.

   — Desculpa — pede Luíza sorrindo levemente, tentando transparecer tranquilidade para Nícolas. 

   — Está tudo bem, mãe? — pergunta o garotinho sentindo a energia tensa da mãe.

   — Claro, meu amor — garante Luíza passando a mão pelo cabelo do filho. Ela e o esposo trocam um brevíssimo, mas significativo olhar, e Luíza senta no sofá mais próximo aos dois e fica olhando para eles brincarem, tentando esquecer as sensações esquisitas que teve durante a noite. 

   — Claro que eu não fiquei com ciúmes! — Marina mente entrando na mansão de Mel com o namorado.

   — Ficou estampado na sua cara, amor — Vinícius ri. — Admite que é menos feio. 

   — Não tem nada para eu admitir. 

Ele ri e passa os braços em torno da cintura dela, caminhando rumo à cozinha.

   — Você fica linda com ciúmes, sabia? 

   — Fica quieto, Vinícius! 

Eles riem e dão um selinho. 

   — Acho que tem gente na sala de jantar — fala Marina ouvindo risadas vindo do cômodo.

   — Ué, a Isa falou que ia jantar com o Felipe.

Os dois caminham e entram na sala de jantar, ficando surpresos ao verem Isabela e Victor sentados à mesa de mãos dadas.

   — O que você está fazendo aqui, Victor? — indaga Marina.

   — Está acontecendo alguma coisa? — Vinícius pergunta com curiosidade. 

   — Bernardo! Bernardo! — Anelise sai correndo de seu quarto indo para a sala, onde o marido assiste televisão.

   — O que foi, Ane? — pergunta o médico assustado com a gritaria.

   — Bernardo, Bernardo — diz a blogueira com a respiração ofegante. — Nós precisamos ir ao hospital. 

   — Como assim? O que está acontecendo? — Ele fica preocupado ao ver que a esposa está tremendo.

   — Bê, Bê, a minha mãe, a minha mãe...

   — O que aconteceu com a sua mãe, Anelise? 

Ela passa a mão no cabelo, tentando controlar a respiração para poder falar.

   — Eu não sei direito. O-o meu pai me ligou falando, falando que ela sofreu um acidente doméstico. Nós precisamos ir ao hospital, Bernardo. Agora!

O médico fica em pé em um pulo.

   — Como assim a Hérica sofreu um acidente doméstico?

   — Eu não sei! — diz Anelise com a voz aguda. — Eu não sei! Por favor, vamos logo.

Bernardo pega as chaves do carro e carteira e sai do apartamento com a esposa. 

   — É melhor você ligar para o Chay — diz chamando o elevador. Com os dedos trêmulos, Anelise pega o celular no bolso para ligar para o irmão. 

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