Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 241: Marina e Vinícius ficam espantados com tentativa de assalto

   — E-eu cortei no iate — Yasmin responde ao questionamento dos pais com a voz tremula. 
   — Foi grave? — indaga Sophia ainda mais preocupada.
   — Não muito — conta a loirinha. — Foi um pouco fundo, mas nada muito sério. 
   — Você deveria ter tomado mais cuidado — diz Micael com a voz séria e Yasmin assente.
   — Sim, mas foi um acidente. 
   — Certos acidentes podem ser evitados.
   — Acidente é acidente, pai — Yasmin dá de ombros. — Foi no iate, mas poderia ter sido aqui em casa. 
   — O importante é que a sua mão está bem — Victor se apressa em cortá-la. 
   — Por sorte — diz Micael. — Poderia precisar de pontos. 
   — Sim, foi sorte mesmo — confirma Yasmin. — Acidentes são acidentes, né? — repete. 
   — É — Micael concorda e olha bruscamente na direção de Felipe e Isabela. — Já está tarde, é melhor você ir para casa, Isa.
Victor continua impassível ao lado de Yasmin, que olha em estado de alerta para o pai e em seguida fita Isabela, que está visivelmente espantada e constrangida. 
   — Pai? — Felipe fala e recebe os olhares de todos. — O que é que tem a Isa ficar? 
   — Já está tarde, Felipe. 
O moreno ri.
   — O condomínio é super seguro, pai, sem contar que ela não vai pra casa sozinha. Eu levo ela. 
Isabela, com as bochechas vermelhas, levanta do sofá dizendo com a voz suave:
   — Não tem problema, eu vou indo. 
   — Não! — discorda Felipe segurando no pulso dela enquanto também fica de pé. — O senhor nunca teve problemas com horários — acrescenta olhando para o pai.
   — Talvez devesse ter — resmunga Micael indo para o lado de Sophia.
   — O que ele quer dizer — fala a loira com a voz delicada —, é que é melhor pra Isa ir para casa, já que vocês passaram a tarde na praia, ela deve estar cansada. 
   — Ela está muito bem — retorque Felipe ainda sem compreender a atitude dos pais.
   — Felipe. — Isabela vira-se para o namorado e sussurra: — Eu vou, não tem problemas. 
   — Você pode fazer companhia para ela, Victor? — Sophia indaga para o loiro. — Acho que você também está cansado da mini viagem. 
O loiro assente.
   — É. — Ele olha para Yasmin. — Vê se não enfrenta os seus pais, é melhor pra você.
   — Olha quem está falando — retruca a loirinha em voz baixa.
   — Você não sou eu, ok? — Ele dá um beijo na testa dela. — Se cuida e não enfrenta os seus pais. 
Yasmin bufa e assente. Isabela e Felipe dão um selinho e ela caminha até Yasmin e Victor, que estão próximos ao hall de entrada.
   — Tchau! — despede-se dos sogros com um leve aceno com a mão.
   — Tchau — fala Victor.
   — Tchau! — responde o casal. Isabela e Victor trocam um breve olhar e caminham para a saída. 

   — Douglas! — chama Graziele. 
Marina, que pedia ajuda aos céus com os olhos fechados, abre os olhos e Vinícius gira a cabeça, ambos enxergando Graziele parada descalça na areia da praia. A ex-líder de torcida sente o aperto em seu pescoço afrouxar até que o homem tira o braço do corpo dela e fica em pé. Seu namorado fica surpreso ao vê-lo tirar a mão de dentro da camisa, pois os seus dedos estão vazios e nada indica que havia realmente uma arma ali. 
   — Quando você disse que ia dar um susto neles, não falou que ia fingir um assalto — reclama Graziele dando um soquinho no peito dele. 
Marina, ainda pálida, olha atordoada para Vinícius, que diz:
   — Você conhece ele? O que está acontecendo aqui? 
   — Esse é o Douglas, amigo do Thiago — apresenta a ruiva.
   — Oi — fala o rapaz, mas nem Vinícius nem Marina responde.
   — A gente viu vocês de longe — continua Graziele —, e eu falei que vocês são meus amigos, então decidimos pregar uma peça em vocês, mas eu não sabia que ele ia fingir um assalto. — Ela olha para Douglas. — Você queria matar os dois do coração?
   — Era só uma brincadeira — Douglas dá ombros.
   — Brincadeira muito séria — retruca Marina engatinhando até Vinícius, ainda desconfiada de Douglas.
   — Foi mal, galera. Eu não queria assustar tanto assim. 
   — Você não tem arma nenhuma? — indaga a morena.
   — Aqui não — responde Douglas erguendo a camisa. Tanto Graziele quanto Marina analisam o abdômen magro e definido dele, mas não esboçam reação. 
   — Aqui não? — Vinícius repete olhando diretamente para Graziele com um olhar que diz "Com quem você está andando?" 
A ruiva dá de ombros, sorrindo.
   — Esse aqui é palhaço sempre.
   — Percebi — diz Marina massageando o próprio pescoço.

Reunidos em uma sorveteria, Iago e Aline batem papo sobre os seus boletins.
   — As minhas notas foram boas — diz Iago olhando para ela, que sorri.
   — Conta uma novidade, Iago. 
   — E as suas? — ele indaga sorrindo.
   — Bom — Aline dá de ombros —, eu estou aqui, viva, então não foram tão ruins como costumavam ser. — Eles riem. — Falando sério, não estão maravilhosas, mas estão razoáveis. 
   — Nada que você não melhore com o tempo — incentiva Iago pegando na mão dela. Eles trocam um olhar carinhoso e continuam tomando seus sorvetes. 

Caminhando na noite, Isabela conversa com Victor.
   — A reação do Micael foi muito esquisita. 
   — Foi mesmo — concorda Victor. — Eu imaginava que ele fosse ficar um pouco bravo por causa da mão da Yas, mas parece que ele levou a coisa a sério mesmo. Sobrou até para você e o Felipe — ele ri.
   — É. O pior é que os dois não conseguem ouvir ele falar e acatar, querem sempre debater.
   — Eu sei como é difícil. 
   — É porque vocês são todos iguais! Poxa, eles são nossos pais. Eu não vou ficar discutindo com a minha mãe enquanto ela briga comigo.
   — Não é discutir — discorda Victor —, é debater.
   — Neste contexto, dá na mesma. Certas vezes é melhor acatar o que eles dizem e pronto. Se não quem se ferra é a gente mesmo.
   — É, isso é verdade. Eu falei para a Yasmin ficar de boca calada, mas não sei se ela vai me ouvir.
Isabela ri.
   — Parece até que você não conhece a namorada que tem. 
Victor dá um leve sorriso.
   — Agora eu posso dizer que conheço cada partezinha dela. 
A garota olha para ele e também sorri.
   — Como foi o final de semana de vocês? — indaga com a voz mais relaxada.
   — Foi maravilhoso! Eu e Yasmin curtimos muito.
   — Eu sei que rolou.
   — Eu sei que você sabe — ri Victor. — A Yasmin não deixaria de contar uma coisa dessas pra você. 
   — É, mas eu só sei que rolou, os detalhes não deu pra eu ficar sabendo ainda porque o Micael me mandou embora — ri Isabela e Victor passa um braço pelos ombros dela.
   — Se você quiser eu te conto.
   — Não! — recusa Isabela empurrando o braço dele. — Não, não. Os seus detalhes, eu abro mão.
   — Poxa, mas eu ia contar tanta delicadeza — ri Victor. — Foi a primeira vez que eu fiz amor — ele diz em tom de brincadeira, mas falando a verdade.
   — Oh, que lindo. Mesmo assim eu não quero ouvir!
Victor ri.
   — Não sei porque tanto segredo, eu sei de tantas coisas de você.
   — C-como é? — questiona a garota.
   — Ah, assim como vocês, meninas, conversam, nós também falamos.
   — O que vocês andam falando da gente? 
   — Ah — Victor dá de ombros —, nada demais.
   — Nada demais, tipo?
   — Tipo, eu sei que você fez uma dança sensual para o Felipe uma vez. — Victor conta e ri.
   — Não acredito que o Felipe te contou uma coisa dessas.
   — O que é que tem? — ri o loiro. — Ele não quis entrar em detalhes mesmo. E olha que eu pedi, hein? Mas como o Vinícius não queria ouvir e ele não queria contar, eles venceram.
   — Por que você queria saber da minha intimidade? — questiona Isabela com curiosidade.
   — Ué, não é óbvio? Você toda certinha, tem um lado sensual? É de deixar qualquer um curioso.
Eles riem e Isabela sacode a cabeça.
   — Fica quieto, Victor, essa é a melhor coisa que você pode fazer. 

   — É melhor a gente ir — diz Graziele pegando no braço de Douglas. — Você já fez merda demais hoje. 
   — Eu não fiz nada — ele ri e olha de relance para Marina e Vinícius.
   — Vamos, Douglas. Tchau, pessoal! 
   — Tchau — respondem o casal. Douglas acena para eles e é arrastado por Graziele para longe. 
   — Esse cara é maluco! — exclama Marina ao ficar sozinha com Vinícius novamente.
   — Realmente, onde já se viu fazer esse tipo de brincadeira? 
Ela apoia o seu corpo no dele.
   — Nossa, eu pensei que ia morrer.
   — Pensei que nós dóis fôssemos morrer.
   — Não era você que tinha uma "arma" apontada para você. — Os olhos dela se arregalam repentinamente. — Vini!? Eu conheço aquele cara. 
   — Hã? 
   — Douglas, é o Dodô. Ele é amigo do Thiago!
   — É — concorda Vinícius em tom de obviedade. — A Grazi contou pra gente, lembra?
   — Sim, mas eu já conhecia ele. Ele estava naquela festa que eu fui com o Thiago. 
   — Ah, aquela festa? — indaga Vinícius recordando a inquietação que ele ficou ao sentir que a namorada estava em perigo.
   — É. Nossa, eu nem reconheci ele de imediato.
   — É porque você estava nervosa e assustada — pondera Vinícius.
   — É, deve ter sido isso mesmo. — Ela esconde o rosto no pescoço dele. — Ai, eu fiquei com tanto medo!
Vinícius passa os braços pelos ombros dela, envolvendo-a em seu abraço quente e protetor.
   — Ei, fica calma. Já passou! Tudo não passou de uma brincadeira de péssimo gosto.
Marina assente e tenta acalmar-se. 
   Graziele bate a porta do carro e olha imediatamente para Douglas.
   — Um assalto? — indaga. — Você ficou maluco, Douglas?
Ele ri.
   — Era só uma brincadeira, ruivinha.
   — Brincadeira muito sem graça. Não sei se você sabe, mas a Marina quase foi estuprada uma vez no banheiro do colégio, e agora você vem querer assaltar ela? 
   — Eu não sabia disso — diz Douglas dando partida no carro.
Graziele respira fundo.
   — Uma coisa eu aprendi, nunca mais vou fazer brincadeiras com você. Nossa Senhora!
Douglas ri e coloca uma mão no joelho dela.
   — Fica suça, ruivinha. Fica suça!

De mãos dadas com o seu filho, Luíza aguarda Daniel em frente a um restaurante de luxo. O arquiteto foi até uma confeitaria ao lado para comprar um doce para Nícolas enquanto a psicóloga permanecia na calçada em frente ao local em que eles jantaram. Os pelos da nuca dela ficam repentinamente eriçados e a sensação de que está sendo observada toma conta de seu peito. Apertando ainda mais a mão do filho, olha ao redor mas não vê nem encontra nada que desperte sua suspeita. Mesmo assim fica em estado de alerta e segura a mão do filho com firmeza. 
   — Ai, mãe — reclama Nícolas tentando puxar a mão do aperto dela. — Está doendo.
Luíza pisca rapidamente.
   — Oi? 
   — A minha mão estão doendo. 
A psicóloga então, relaxa o aperto da mão dele, dando um leve sorriso. 
   — Desculpa, meu amor — sorri agachando para ficar com o rosto na altura do dele. — É que você é tão fofo que eu não consigo parar de te apertar. 
Nícolas sorri e é abraçado por sua mãe. Durante o abraço, Luíza relaxa e a sensação de estar sendo observada acaba. No entanto, segundos depois ela tem a mesma sensação porém com ainda mais intensidade. Sem pensar duas vezes, fica em pé e gira com rapidez, dando de encontro com Daniel. 
   — Ia assustar você — ele sorri colocando uma mão na cintura dela. Luíza não devolve o sorriso e indaga:
   — Era você que estava olhando a gente? 
   — Como? — Daniel franze a testa.
   — Você estava observando a gente? 
   — Não — responde o pai de Nícolas com a expressão confusa. Ele olha de relance para o filho, que permanece de mãos dadas com a mãe, e indaga: — O que está aconteceu, Lu?
   — Eu estava com a sensação de estar sendo observada, sabe? 
   — É? — Daniel olha ao redor. — Deve ter sido só uma sensação, amor. 
   — Uma sensação muito forte. 
Ele assente e faz um carinho na bochecha dela.
   — Fica tranquila. Vem, vamos pegar o carro.
   — Vamos. 
Daniel pega Nícolas no colo.
   — O que você quer brincar quando chegar em casa, hein? 
   — Videogame!
   — Videogame? — indaga Daniel entrando no estacionamento seguido por Luíza. — Acho mais legal a gente brincar de quebra-cabeça, o que acha?
   — Não, pai! — choraminga o garotinho. Daniel destrava o carro e Luíza escorrega para o banco do passageiro enquanto ele coloca o filho do casal na cadeirinha. 
   — Ei — Daniel chama a atenção dela após sentar no banco do motorista. — Foi só uma sensação, amor. 
   — Não parecia só uma sensação, Daniel. 
Ele aperta a coxa dela e diz com seriedade:
   — Você está segura, Luíza. Nós todos estamos seguros. 
A psicóloga assente e faz um carinho na mão dele. 

Lado a lado, Yasmin e Felipe estão sentados no sofá defronte a Sophia e Micael. 
   — A gente recebeu um e-mail do colégio ontem a noite — conta Sophia. 
   — Um e-mail? — repete Yasmin. — Um e-mail do quê?
   — Um e-mail com os boletins de vocês. 
Os dois irmãos engolem em seco e Felipe acredita que o seu desempenho não foi o esperado. 
   — Nós ficamos muito decepcionados com a sua nota, Yasmin. — O rapaz fica surpreso por não ser o motivo da decepção. 
   — Eu? — A loirinha também não esperava por isso, pois suas notas não são excelentes mas também não são péssimas.
   — O seu desempenho caiu consideravelmente — diz Micael. 
   — É?
   — E a gente queria conversar com você, pra saber qual foi o motivo disso.
Yasmin dá de ombros.
   — Não sei, porque eu tenho estudado da mesma forma. 
   — Você não acha que por estar no terceiro ano, tão perto do ENEM, você não deve estudar um pouco mais? — pressiona Sophia.
   — Acho, mas não tenho tempo pra ficar me matando de estudar, mãe. Eu estou fazendo o meu melhor. 
   — Acho que você deve se esforçar um pouco mais, Yasmin — fala Micael. — Você está dando muita prioridade para alguns assuntos e pouca para outros.
   — Pai!? 
   — É sério, filha. Não tem como você namorar, fotografar para a grife, se envolver no afazeres da formatura e estudar ao mesmo tempo? Você é só uma e tem que enumerar suas prioridades. 
   — Sim, mas tudo isso é prioridade para mim e eu não estou deixando os meus estudos de lado. O fato de eu ter me saído mal nesse semestre, não quer dizer que eu vou me sair mal no resto da vida? 
   — Só que o ENEM está chegando e você precisa estar preparada. É isso o que você quer, não é? — indaga Sophia. 
   — Sim! Eu estarei preparada. 
   — Eu e o seu pai conversamos — continua a empresária —, não seria melhor você passar um pouco menos de tempo com o Victor para estudar mais?
   — Como? — Yasmin não esconde o espanto e Felipe também não.
   — Ele pode tentar algo tanto aqui no Brasil quanto nos Estados Unidos, filha, você só tem aqui. Você tem que pensar em você, somente em você.
   — Eu penso em mim! — exclama Yasmin. — Eu penso no meu futuro! 
   — Pensar é uma coisa, por em prática é outra. 
   — O que vocês querem que eu faça? — Yasmin indaga. — Termine com o Victor? Abandone o meu lugar na MelPhia? Deixe de ser líder de sala? Não é fazendo isso que eu vou me sair bem no ENEM, gente! 
   — Controla o seu tom de voz — pede Micael com seriedade. — Se você continuar falando desse jeito com a gente, nós vamos cancelar todos esses seus compromissos. Quero ver você não estudar.
Felipe olha com tensão dos pais para a irmã.
   — Vocês falam como se eu estivesse cagando para os estudos! — retruca Yasmin com indignação e o moreno morde o lábio receando a reação dos pais.
   — O que você disse, Yasmin? — indaga Sophia com os olhos estreitos.
   — Você está duvidando da nossa autoridade? — Micael questiona com a voz grave e controlada, olhando intensamente para a filha. O efeito do olhar dele em Yasmin é pior do que se estivesse gritando com ela. — Às vezes você se esquece de que nós somos os responsáveis aqui, não você. Será que a gente vai ter que tomar medidas para você lembrar isso? 

Próximo capítulo | Capítulo anterior