Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 230: Victor e Yasmin trocam provocações em parquinho

Mesmo com o sorriso encantador de Chay, aquele que deixava seu coração descompassado, as pupilas dilatadas e o estômago agitado, Mel permanece imóvel e controlada.

   — O que você está fazendo aqui? — indaga com um sorriso gentil nos lábios.

   — Acho que o mesmo que você — Chay responde sem tirar o sorriso do rosto.

   — Então você perdeu o seu tempo.

   — Como?

   — As visitas já foram encerradas — informa a empresária. — Você não vai conseguir visitar o Thiago. Eu também não consegui — lamenta.

   — Poxa. Eu lutei tanto para abrir um espaço na minha agenda para vir aqui. — Ele ergue uma mão e passa os dedos pelo cabelo castanho, provocando um leve alvoroço no íntimo de Mel. — Eu estou tão preocupado com ele. 

Ela assente e concorda:

   — Eu também estou preocupada. O Thiago é como se fosse um filho para mim. Na verdade todos eles são. 

   — Temos dois filhos biológicos, mas é como se fossem dez.

Mel ri.

   — Nove, para ser mais precisa. 

Chay sorri e olha para o corredor atrás dela.

   — A Fernanda e o Mateus estão aqui?

   — Sim, na sala de visitas. Os dois estão bem fragilizados. Você está sabendo de toda a história, né?

Chay confirma com a cabeça.

   — Ainda estou surpreso. 

   — É, ninguém esperava isso. Eu falei para eles que a Luíza pode encaminhar o Thiago para um especialista, mas ainda é cedo para pensar nisso. 

   — É, mas o Thiago vai precisar de muito apoio quando sair daqui. Não vai ser fácil para ele.

   — Nem pra ninguém.

   — Verdade. — Chay respira fundo e olha novamente para o corredor. — Vou conversar com eles. 

   — Tudo bem. A gente se vê depois!

Chay surpreende Mel e dá um beijo na bochecha de Mel, provocando um formigamento na região. 

   — Mel! — Ele segura no braço dela após se afastar. 

   — O que foi? — indaga a morena espantada.

O cantor dá mais um de seus sorrisos meigos e pergunta baixinho:

   — Você vai ao show no final de semana?

Mel não consegue controlar um sorriso.

   — Sim, eu vou. A Isabela e o Vinícius também.

   — Deixa eu adivinhar — fala Chay soltando o braço dela. — O Felipe e a Marina também irão?

   — E a Yasmin e o Victor também.

Os dois riem.

   — Seis dos nove — fala Chay e eles gargalham. 

   — Até o final de semana! — despede-se Mel.

   — Até!

Eles voltam a caminhar em direções opostas no corredor.

Com o coração acelerado, os olhos ardentes e lagrimejantes, as mãos frias e suadas e os joelhos fracos, Graziele apoia-se na parede do corredor fora da UTI. A imagem do rosto abatido de Thiago forma-se em sua mente e ela se sente ainda mais frágil. Com a mão na boca e nariz, chora silenciosamente por alguns minutos até se recuperar e seguir rumo à sala de visitas.

Os dedos habilidosos de Malu percorrem uma estante do quarto de Samuel. Ela analisa com minuciosidade cada objeto que encontra enquanto ele permanece deitado na cama, com os olhos fixos nela. Malu observa diversas miniaturas de vários aviões e isto chama a sua atenção.

   — Vocês gosta de aviões, né? — comenta em tom de brincadeira.

Ela olha por sobre o ombro e vê Samuel responder:

   — Eu quero trabalhar com aviação.

   — Sério? — Ela se surpreende.

   — Sim — responde o rapaz com tranquilidade.

Malu pega um mini avião e fala olhando para ele:

   — Por essa eu não esperava. 

Samuel dá um leve sorriso e ela continua bisbilhotando as coisas dele. Em um certo momento, encontra uma caixinha de óculos e exclama:

   — Não! — Ela abre e se vira para ele. — Você usa óculos, Sam? — indaga vendo um óculos de grau com armação quadrada e preta dentro da caixa. 

   — Não, uso lentes. 

   — Quer dizer que você precisa? — ela pergunta bastante surpresa.

   — Não, uso lentes para esconder os meus olhos azuis — ironiza Samuel rindo.

   — Idiota. É que... caramba, por essa eu não esperava mesmo. — Malu caminha de volta para a cama e senta ao lado de suas coisas com a caixa dos óculos nas mãos. — Desde quando?

   — Acho que desde os meus dez anos.

O queixo dela cai.

   — Isso quer dizer que desde que a gente se conhece você usa lentes? Como eu nunca soube? 

Samuel dá de ombros com naturalidade.

   — Sei lá, você nunca dormiu ou acordou comigo, se não saberia.

Maria Luíza sente seu rosto aquecer-se ao imaginar dormir com ele, porém limpa a garganta e fala:

   — Caramba! Tem mais alguma coisa que eu não saiba sobre você?

Ele ri.

   — Uma lista enorme.

   — Eu quero saber tudo — provoca Malu. Samuel aproxima-se dela, coloca uma mão em sua nuca e sussurra:

   — Você não prefere descobrir aos poucos?

   — Se eu disser que não? 

   — Vai perder seu tempo.

Eles sorriem e Samuel olha descaradamente para os lábios dela. Malu acompanha a direção do olhar dele e sorri.

   — Você é muito grosso.

   — Você não é muito diferente — ele retruca olhando para os olhos dela. Os dois voltam a sorrir e chegam mais perto um do outro. Malu morde o lábio dele, que sorri. Ela, roendo os próprios lábios, olha provocativamente para ele. Samuel sorri, sacudindo levemente a cabeça, e beija os lábios dela com volúpia. A morena sorri e retribui o beijo de imediato, deitando na cama com o corpo dele sobre o seu.

Cansada e ofegante, Jaqueline chega correndo ao topo de uma pedra na praia. Brian, que vem logo atrás, envolve a cintura dela com seus braços.

   — Te peguei — diz com os lábios roçando na nuca dela. Jaqueline sorri e sente a boca dele tracejar beijos em sua pele, gerando uma onda de calor por todo o seu corpo. Sorrindo, ela se vira e busca os lábios dele com os seus. Eles começam a se beijar envolvidos pelo ar praiano.

Yasmin só para de saltitar quando bate de propósito nas costas do namorado, que está parado no centro da pracinha do condomínio.

   — Ai, sua louca — reclama Victor virando-se para ela. — Quer me derrubar?

   — Só se eu ficar por cima de você — provoca a loirinha e ele ri.

   — Você gosta de atiçar.

   — Adoooro. 

Victor ri e passa os braços pela cintura dela.

   — Você provoca porque sabe que eu não vou fazer nada.

   — Sabe o que nós vamos fazer agora? — pergunta Yasmin após dar um selinho nele.

   — O quê?

   — Brincar no parquinho! — Ela pega na mão dele e começa a correr até o espaço de terra cercada reservado às crianças. 

   — Acho que eu namoro uma criança e não sei — ri o loiro. 

Yasmin gargalha e solta a mão dele para correr até o escorregador. Ela sobe os degraus da escada e quando chega lá em cima, grita para ele que continua embaixo:

   — Duvido você subir aqui.

Victor sacode a cabeça e caminha até a escada. Quando ele chega ao topo, começa a rir com incredulidade, pois Yasmin já escorregou e está no solo.

   — Não é a toa que você é loiro — ela zoa. 

   — Você é uma otária! — Victor retorque e escorrega pela barra metálica. 

   — Vem — diz Yasmin pegando na mão dele novamente. — Eu quero ir na gangorra.

   — E se eu não quiser? — pergunta Victor fincando os pés no chão.

   — Você quer — Yasmin responde tentando puxar ele em direção ao brinquedo.

   — Você não pode falar por mim.

Ela vira para trás, joga todo o cabelo loiro para um lado e umedece os lábios de maneira sensual. 

   — Mas posso te convencer.

Victor cruza os braços.

   — Acho difícil.

Yasmin sorri, com um ar completamente diferente da garota que saltitava angelicalmente até o escorregador. Ela fica bem perto dele, mas não toca em nenhuma parte de seu corpo, exceto por seus dentes que mordicam o lóbulo da orelha dele. Em seguida, morde o queixo dele e puxa lentamente o seu lábio superior, olhando intensamente em seus olhos. Victor esboça um sorriso, mas também não toca nela nem fala nada. Yasmin leva uma das mãos até o cós da calça dele e puxa ele para mais perto antes de colocar uma mão por dentro da camisa dele. 

Suas unhas arranham o abdômen dele e Victor solta um suspiro involuntário. Eles buscam o olhar um do outro e sorriem com os olhos. A loirinha desce a mão até embaixo do umbigo dele e arranha a região. Em seguida, ela tira a mão do corpo dele e rodeia seu corpo, parando nas costas. Seu olhar cai nas nádegas dele, que ela olha sem pudor. Sua boca chega perto da nuca dele, onde começa a dar selinhos, seguidos de mordiscadas até uma mordida forte. Ela sente o corpo de Victor arrepiar-se e praticamente vê um sorrisinho no rosto dele. Depois disso, arranha suas costas com força e desce as mãos até seus glúteos, que aperta sem hesitar. O loiro joga a cabeça para trás, gargalhando. Yasmin também ri e sussurra no ouvido dele:

   — Te convenci? 

   — Talvez.

   — Talvez? — ela repete e Victor vira-se de frente para ela.

   — Estou indeciso. 

   — É?

   — Sim. Só vou confirmar minha opinião se você deixar eu retribuir. 

   — Retribuir? Retribuir o quê?

Victor olha tão intensamente para ela, que Yasmin passa a se sentir transparente. 

   — Isso. 

Ela sorri e provoca:

   — Agora você pede permissão?

O loiro entende a resposta como um "sim". Ele dá um passo em direção à ela, porém não encosta em absolutamente nenhuma parte de seu corpo, fica apenas olhando profundamente em seus olhos claros. A intensidade do olhar é tão forte, que Yasmin não consegue desviar e começa a sentir um calor subir por seu pescoço. Depois de alguns segundos, o olhar fica tão ardente que ela passa a desejar as mãos dele em seu corpo, os lábios dele nos seus, a língua dele na sua, o aroma dele em sua narina, o toque dele em sua pele, o calor dele no seu corpo. 

Um sorriso desabrocha em seu rosto e vai aumentando, tornando-se uma gargalhada saborosa. Victor pisca rapidamente e sorri antes de envolver a cintura dela e puxar ela para perto de si. 

   — Te amo — sussurra em seu ouvido. 

Yasmin enxuga as lágrimas que se formam nos cantos de seus olhos e fala olhando no rosto dele:

   — Acho que te convenci.

Victor começa a rir e puxa ela até a gangorra. 

Durante a tarde, Marina lê um livro na sala. Brian chega sujo de areia, bem vermelho e com um sorriso radiante no rosto.

   — Onde você estava? — pergunta Marina fechando o livro. — Desde de manhã eu não te vejo.

O americano sorri e se aproxima do sofá em que ela está.

   — Fui na praia com a Jaqueline — conta. A ex-líder de torcida não consegue esconder seu desagrado e revira os olhos.

   — Que bom! — fala tentando consertar a situação.

   — Eu sei que você não acha nada bom — fala Brian. — Só que eu estou muito feliz, então acho que você está feliz por mim, não é?

   — Claro. O que eu posso fazer a não ser ficar feliz? Não tem como eu impedir você de sair com uma garota tão... Jaqueline. 

A campainha toca antes da resposta de Brian e os dois olham para a porta.

   — Vinícius — fala Marina ao ver o namorado entrar pela porta que foi aberta pela empregada. Logo que olha para a namorada, Vinícius constata que ela não está em seu melhor humor, porém age normalmente. 

   — Oi — fala em inglês para Brian entender.

   — Oi! — respondem os dois.

   — Bom, eu vou subir para tomar um banho — diz Brian. — Acho que vai ser dolorido me secar depois, mas é uma punição, quem mandou eu não passar protetor suficiente? — Ele ri, mas Marina não o acompanha. Para não deixar o americano sem graça, Vinícius ri. 

   Assim que Brian sobe, o irmão de Isabela indaga para Marina:

   — Aconteceu alguma coisa? 

   — O Brian passou a manhã com a Jaqueline na praia — conta Marina com a cara fechada. 

   — Ah! — exclama Vinícius sentando ao lado dela. — Por isso você está com essa tromba?

   — Sim, mas nem pense que é ciúmes — pede Marina com rispidez. — É que eu não consigo aceitar que ele se interesse por uma garota tão babaca como a Jaqueline.

   — A minha opinião você já sabe.

   — É, sei — ela retruca irritada. — Todo mundo acha normal ele se relacionar com ela.

   — Você está se importando muito com isso, Mari — diz Vinícius tentando manter a voz em um tom tranquilo.

   — Ai, Vinícius, agora você vai criticar até o meu comportamento? — indaga a garota sem paciência. 

   — Claro que não! Eu só não quero que você fique se estressando por uma coisa que nem está sob o seu controle.

   — Infelizmente — resmunga Marina mais para si mesma do que para Vinícius. — Porque se eu tivesse o controle, explodiria a cabeça da Jaqueline. Boom!

A paciência de Vinícius começa a se dissipar e ele revira os olhos.

   — Eu volto depois — diz levantando-se, querendo manter o pouco de calma que lhe resta.

   — Não! — pede Marina segurando no braço dele, o que faz o rapaz sentar novamente. — Fica, você veio me ver.

   — Só que eu acho que você precisa de um tempo sozinha — confessa Vinícius com a voz neutra. 

Próximo capítulo | Capítulo anterior