Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 232: Isabela e Marina aproximam-se, deixando Yasmin ressentida


Maria Luíza passa pela porta da sala com sua melhor expressão de mau-humor. Ela joga sua mochila de qualquer modo em sua carteira e olha para Samuel, que está sentado logo atrás com o olhar fixo nela.
   — Bom dia — ele fala dando um leve sorriso.
   — Bom dia para quem? — retruca Malu sentando na mesa dele. — Hoje é segunda-feira e eu nem aproveitei o meu final de semana direito.
   — Pobrezinha — ironiza Samuel rindo.
   — Cala a sua boca, Samuel!  
O rapaz continua rindo e faz um leve carinho na mão dela. Luciana, que observava os dois, cutuca Jaqueline e comenta:
   — Eles dois voltaram?
A loira segue o olhar da amiga e torce o nariz.
   — Credo! Pensei que o Sam tivesse superado essa fase.
   — Pelo jeito não é só uma fase — diz Luciana com a voz amarga.
   — Que nojo.
Yasmin joga sua mochila de maneira tão grosseira quanto Malu, chamando a atenção para si.
   — Pelo visto todos tiveram um péssimo final de semana — fala Luciana.
Isabela, Vinícius e Felipe entram logo depois da loirinha, mas ela não se junta a eles. Minutos depois, os gêmeos filhos de Lua e Arthur também chegam. Ao avistar a namorada sozinha no fundo da sala, Victor comenta para a irmã:
   — Isso não deve significar coisa boa.
Marina dá de ombros e segue até sua carteira em silêncio. Ela recebe um olhar carinhoso de Vinícius e fica aliviada ao ver que está tudo bem entre eles. 
   — Bom dia! — fala para Isabela e Felipe.
   — Bom dia — responde o casal. 
Marina para na frente do namorado e pega discretamente na mão dele.
   — Dormiu bem? — indaga olhando para o cabelo bagunçado dele.
   — Dormi e você?
   — Também. — Ela aproxima o rosto da orelha dele e sussurra: — Sonhei com você.
Vinícius sorri levemente e faz carinho na mão dela.
   — O que você sonhou?
   — Você estava dirigindo uma moto meio retro na Califórnia. 
Vinícius sorri. 
   — Uau, que sonho maluco. 
   — Sim, mas foi muito bom. — Ela admira o sorriso do namorado e seu coração acelera. Sem hesitar, dá um beijo nele, acariciando sua nuca durante o afeto. Vinícius desliza os braços pelas costas dela, trazendo o corpo dela para o seu. Eles param o beijo com selinhos e Marina sorri, passando a mão pelo cabelo dele.
   — Pentear o cabelo faz parte, sabia? 
Vinícius ri.
   — Palhacinha. 
Bem diferente dos dois, Yasmin não se encontra relaxada e aberta para conversas bem-humoradas. Victor chega no lugar dele e olha para ela, dizendo:
   — Oi. 
   — Oi. — Ela ergue o olhar para visualizar o rosto belo dele. 
   — O que aconteceu? — pergunta Victor sentando sobre a mesa dela.
   — Nada — mente Yasmin apoiando as costas no encosto de sua cadeira para aumentar o espaço entre eles.
   — Mente para outro — pede Victor revirando os olhos. Ele crava seu olhar nela e insiste: — O que aconteceu?
Yasmin respira fundo e conta de olhos fechados:
   — Eu discuti com o Vinícius. — Ela praticamente sente o loiro revirar os olhos de novo. — Vai em frente, faça a sua ladainha.
   — Eu não vou falar nada — surpreende Victor.
   — Como? — Yasmin abre os olhos.
   — O que adianta eu falar as coisas para você, se você continua fazendo merda?
   — Eu não estou fazendo merda! — retruca a loirinha com raiva.
   — Ah não? E se meter na vida dos outros, brigar com a cunhada e discutir com o melhor amigo é o quê? Pra mim é fazer merda!
Yasmin estreita os olhos e aproxima o rosto do dele, provocando:
   — Mandar o namorado tomar no c* é fazer merda também? 
Victor dá um leve sorriso e um selinho nela. 
   — Falando sério, só fica atenta no que você está fazendo. 
Ela respira fundo e assente. 
   — Ok, ok. 
Ao lado deles, Malu e Samuel conversam com Pedro. Embora este não goste muito de Malu, trata ela com educação e até simpatia. Jonas caminha rapidamente por entre as carteiras, aproximando-se do amigo. 
   — Cara — ele diz ao parar ao lado de Pedro, alto o suficiente para Samuel e Malu ouvirem —, ficar com a Maísa foi a melhor que poderia ter me acontecido na festa. 
Malu fica surpresa, mas consegue manter a expressão neutra, porém quando olha para Samuel seus olhos estreitam-se. O rapaz está com as sobrancelhas erguidas e o olhar assustado. A reação dele desperta raiva na morena, que pula da mesa dele e diz olhando para Jonas:
   — Vou beber água que o ar ficou poluído. 
Minutos depois a aula tem início e os alunos reúnem-se na sala. 

Com o cabelo preto brilhante e ondulado, Mel entra na lanchonete da sede da MelPhia e caminha até a mesa em que Reinaldo está. 
   — Oi! — fala sorrindo.
   — Oi, Mel! — responde o empresário retribuindo o sorriso.
   — Desculpa não ter respondido as suas mensagens — ela se apressa em dizer.
   — Imagina, eu deduzi que você estivesse ocupada. 
Mel solta um suspiro.
   — Quem dera fosse apenas isso.
Reinaldo franze levemente a testa, ficando preocupado.
   — Aconteceu alguma coisa? 
A morena assente e umedece os lábios antes de contar:
   — Um filho de uns amigos meus teve problema com bebida.
   — Que tipo de problema?
   — Coma alcoólico — responde Mel olhando para o cappuccino que Reinaldo pediu para ela.
   — Caramba! — O choque é visível nos olhos dele. — E como ele está agora?
   — Bem, graças a Deus! Mas todos nós nos preocupamos muito, ele é quase um filho para mim, sabe?
Reinaldo assente.
   — Sim. Ainda bem que tudo ocorreu bem. É horrível ver alguém passar por isso, ainda mais quando é alguém tão jovem. 
   — Exatamente! — Ela sacode a cabeça com o olhar entristecido. — Não tem sido fácil para nós. 
Reinaldo estica lentamente o braço por sobre a mesa e pega na mão dela com delicadeza.
   — Saiba que eu estou aqui para qualquer coisa que você precisar, tudo bem?
Um sorriso carinhoso surge no rosto de Mel, que aperta a mão dele e responde:
   — Obrigada. 

Durante o intervalo, os seis filhos dos ex-integrantes da banda Rebeldes sentam-se na mesa em que costumam lanchar. O clima entre eles é tão denso, que chega a ser quase palpável. 
   — Esqueci o meu celular lá na sala — diz Marina após apalpar os bolsos da calça jeans. — Vou lá pegar.
   — Quer que eu pegue para você? — prontifica-se Vinícius gentilmente.
Marina sorri e afaga o ombro dele antes de se levantar.
   — Não precisa, Vini. Fica aí comendo o seu salgado.
A morena deixa a lanchonete caminhando apressadamente. Isabela aguarda alguns segundos e arrasta sua cadeira para trás, dizendo:
   — Vou ao banheiro. 
   — Quer que eu vá por você? — Felipe imita o tom de voz tranquilo de Vinícius e todos caem na gargalhada. 
   — Panaca! — fala o irmão de Isabela. A garota sorri e também sai da lanchonete. No entanto, ela não segue em direção aos sanitários, vai para a sala de aula. 
Ao entrar no espaço, enxerga Marina remexendo na própria bolsa. 
   — Achei — informa Marina tirando o celular da bolsa.
   — Que bom! — exclama Isabela ao parar ao lado dela. 
   — Quase tive um infarto do coração agora. 
Isabela sorri e corrige:
   — Infarto só.
   — Hã? — questiona Marina guardando o iphone no bolso.
   — Se é infarto só pode ser do coração.
   — Ah, entendi. — Elas sorriem uma para a outra e Marina olha para porta, convidando silenciosamente Isabela para retornar para a lanchonete, porém a menor segura em seu braço e pergunta com suavidade:
   — Como você está?
Marina é pega totalmente de surpresa pela pergunta e fica sem reação.

Perto da porta da sala, encostada na parede, Malu conversa com Samuel.
   — O que você tem? — pergunta o rapaz analisando o rosto dela.
   — Isso interessa?
   — Claro que interessa, você está estranha. E quando eu digo estranha é mais do que o normal. — Ele ri sozinho, pois Malu não acha graça. — Ei — ele chama tocando no queixo dela —, o que foi?
   — Você.
   — Como?
   — Você ficou todo chocado quando soube que o Jonas e Maísa ficaram na festa. 
   — Ah, é isso?
Malu responde sem hesitação:
   — Sim, é isso. Por que você se abalou tanto com isso, Samuel? Parece até que se importa que a Maísa tenha ficado com o Jonas!
   — Mas eu me importo — ele responde para o espanto de Malu. 

   — Bem — responde Marina baixinho.
   — Bem de verdade ou da boca para fora? 
Marina suspira, sabendo que Isabela vê em seu olhar que ela não está bem. 
   — Da boca para fora — confessa sentando na mesa de Vinícius.
   — Por causa de quê? Do Brian, do Vini ou da Yas? 
   — De tudo. Sabe, Isabela, eu não gosto da Yasmin, mas eu não queria causar essa situação entre ela e o Vinícius.
   — Então você já está sabendo?
   — Estou, o Vini me contou. Eu entendo que eles são bastante amigos, mas eu não quero ninguém se metendo nessa assunto. — Ela passa a mão pelo cabelo. — Já é tão complicado, com as pessoas metendo o nariz fica pior ainda. Poxa, era para ser tudo perfeito! O Brian aqui, a gente se divertindo e aproveitando o Rio com todo mundo. Agora parece que virou um pesado! 
   — Está complicado, hein? Pelo menos você e o Vinícius estão bem. 
   — É, mas... — Marina sacode a cabeça. — Mas não é a mesma coisa, né? O Vini nunca esteve tão tenso. Eu sinto a energia dele carregada. Sem contar que agora o Brian está com a Jaqueline — ela revira os olhos.
   — Eles estão ficando realmente? Eu pensei que fosse apenas um lance da festa.
   — Quem dera fosse! E eu nem posso mostrar o meu desagrado, porque todo mundo acha que eu estou com ciúmes dele.
   — E você se importa com o que todo mundo acha? 
Marina sacode a cabeça e o seu olhar entristece-se.
   — Não, se todo mundo achasse isso, mas o Vini não, eu estava pouco me ferrando. 
   — Só que não é assim — observa Isabela com pesar na voz.
   — É. 
   — Olha, eu acho que você deve ignorar a opinião alheia, inclusive a da Yas. Só o que deve importar é você, o Vini e o Brian. É natural as pessoas quererem dar conselhos e meter o nariz, mas essa é uma relação só de vocês. 
   — Você tem razão. — Marina balança a cabeça. — Ai, em que confusão eu fui me meter? 
Isabela ri e se aproxima da cunhada.
   — Ei, pensa pelo lado positivo.
   — Tem lado positivo? — indaga Marina com as sobrancelhas arqueadas.
   — Sim, você está vivendo um triângulo amoroso com dois gatos, fofos e inteligentes. Um músico, cacheado e brasileiro, outro, esportista, loiro e americano. 
Marina começa a gargalhar.
   — Isso é verdade, tirando o fato que eu estou vivendo um triângulo amoroso. Eu sei muito bem quem eu quero — ela ri. 
   — Isso é o principal! 
Elas riem e Marina olha de maneira terna para a cunhada.
   — Obrigada por me ouvir.
   — Imagina, precisando, aqui estou. 
Marina gargalha e pula da mesa. 

Maria Luíza entreabre os lábios.
   — Ah, é Samuel?
   — Não, você me entendeu errado — ele diz analisando o olhar dela.
   — Entendi? — pergunta a morena em tom irônico, cruzando os braços.
   — É, eu não me importo porque tenho algum interesse na Maísa, longe disso. É que eu gosto dela, ela é legal, mas eu não quero que ela se envolva com o Jonas.
   — Por que não?
   — Porque o Jonas é um otário.
   — Ele era seu amigo — lembra Malu.
   — Sim, mas eu sempre soube que ele é um otário. Como amigo ele é muito bacana...
   — É ou era? — interrompe Malu.
Samuel fica sem palavras por alguns segundos, até que dá de ombros.
   — Tanto faz. O que importa é que como namorado, ficante, o que seja, ele não presta. Nós dois sabemos muito bem o que aconteceu com a Isabela.
   — A Maísa não é tão boa e inocente quanto a Isabela.
   — Mas caiu no papinho do Jonas do mesmo jeito.
   — Isso não é da sua conta, Samuel! — corta Malu. 
   — Ei, não fica brava comigo — pede o rapaz. — A gente mal voltou e já vamos ficar brigados? 
   — É que você também pede por isso, né? 
   — Peço? Você fica com ciúmes e eu que peço?
   — Eu não fiquei com ciúmes! — fala Malu com a voz alterada.
   — Ah não?
   — Nem um pouco.
Samuel ri. 
   — Vamos deixar isso pra lá? 
   — Tá, vamos. Eu não quero perder o meu tempo discutindo. 
Ele sorri e dá um selinho nela.
   — Casal mais inesperado do ano — comenta Yasmin ao passar por eles. 
Os dois morenos riem para ela, que entra na sala sorrindo.
   O sorriso de Yasmin desaparece e os pelos de sua nuca ficam eriçados ao ver Isabela e Marina abraçadas. Ela engole em seco e recua até sair da sala, tentando e conseguindo passar despercebida. 
   Quando senta na mesa mais um vez, juntando-se a Vinícius, Felipe e Victor, os três notam de imediato que alguma coisa aconteceu com ela. Vinícius e Felipe esperam Victor perguntar o que houve à ela, mas o loiro mantêm-se calado. Diante do silêncio do casal, Felipe pergunta:
   — Aconteceu alguma coisa, Yas? 
   — Não — ela responde e eles percebem que não há sinceridade em sua resposta. 
Vinícius não se mete e continua comendo silenciosamente enquanto Felipe assente e prefere conversar com a irmã a sós. No entanto, Victor toca no joelho dela com leveza e eles trocam um breve olhar. O sinal toca antes de Marina e Isabela retornarem e os quatro vão para a sala juntamente com os colegas. 

Com o cabelo comprido preso em um coque e uma bandana na testa, Anelise coloca pratos, talheres e copos na mesa da cozinha. Ao ouvir o barulho da porta, sorri e corre para a sala, jogando-se contra o corpo do marido. Bernardo dá um passo para trás para recuperar o equilíbrio e acaricia as costas dela com delicadeza. 
   — Oi, meu amor! — diz Anelise sorridente dando um beijo nele. Ao encostar os seus lábios nos dele, a blogueira percebe que algo está fora do lugar no médico. Achando que é apenas cansaço após plantão, continua entusiasmada ao dizer: — Eu preparei um almoço para nós. — Arrastando ele para a cozinha, repete com mais ênfase: Eu preparei! — Ela ri e olha de soslaio para ele. — Não é demais?
Bernardo dá um leve sorriso, solta a mão dela e caminha até a geladeira, onde pegar uma garrafa d'água. 
   — Tem uma saladinha, porque salada não pode faltar — fala Anelise olhando para as panelas. — Arroz integral, feijão preto que você gosta, carne de panela. — Ela para e olha intensamente para o esposo. — Eu tentei fazer a receita da sua mãe, assumo, mas não ficou parecido. Nem um pouco. — Uma risada surge de seu íntimo, mas Bernardo não a acompanha. — Bê! — chama a atenção dele parando em sua frente. — Bê, o que foi? 
Bernardo segura o copo de vidro em suas mãos, com o olhar vazio. 
   — Um garotinho de dez anos morreu segurando na minha mão — conta com a voz fraca. 
A animação de Anelise murcha como um balão. 
   — Como?
Bernardo permanece olhando para o nada.
   — Ele levou um tiro durante um confronto da polícia com os traficantes do morro que ele morava, chegou em um estado bastante debilitado, mas se ele aguentasse até a cirurgia, as chances dele ficar bem aumentariam. Ele não aguentou — acrescenta um pouco acima de um sussurro.
   — Nossa, Bê. — As bochechas de Anelise perderam a cor. 
   — Eu estava segurando na mão dele enquanto preparavam a sala de cirurgia. Ele estava querendo a mãe, mas ela ainda não tinha chegado. — Os olhos dele enchem de lágrimas. — Ele se foi sem falar com ela.
Anelise também se emociona e acaricia o braço dele.
   — Ei, não fica assim. 
   — Eu não costumo ficar assim, você sabe disso. Eu já trabalho a um tempo considerável, já vi muitas mortes, mas a desse menino mexeu muito comigo. — Seus olhos fixam-se nos de Anelise. — Ele poderia ser nosso filho. Ali. Uma criança tão indefesa, vítima da violência desse país. 
Anelise sente a garganta quente e apertada e não consegue dizer mais nada, apenas joga os braços ao redor de Bernardo e abraça ele com força. 

Horas mais tarde, os adolescentes são liberados e se acumulam na calçada. Com um braço em torno da cintura de Yasmin, Victor diz para Felipe:
   — Avisa para a Sophia e pro Micael que a Yas vai almoçar comigo hoje.
Todos ficam espantados, inclusive Yasmin.
   — Ok, né? — sorri Felipe olhando para a irmã, ainda querendo saber o que houve com ela na hora do intervalo. 
Isabela sorri, alheia dos acontecimentos.
   — Almoço romântico?
Yasmin finge não ouvir o que ela diz e continua olhando para a rua. Victor responde com gentileza:
   — Almoço apenas.
Eles sorriem um para o outro e um táxi vira a esquina.
   — O táxi que eu pedi chegou. Tchau, galera!
   — Tchau, gente — despede-se Yasmin. 
   — Tchau! — respondem os quatro.
   — Passa lá em casa mais tarde, Yas — pede Isabela.
A loirinha abre a porta do carro e olha por sobre o ombro para Isabela, assentindo. Ela entra e Victor segue o seu movimento.
   — Está tudo bem com ela? — pergunta Isabela para Felipe.
   — Não, aconteceu alguma coisa — diz o moreno sem fazer ideia do que pode ter sido. — Só que ela não quis falar.
   — Eu, hein! — Isabela franze a testa, mas logo dá de ombros. — Mais tarde eu converso com ela. 

Os olhos de Graziele saltam das órbitas ao ver um rapaz  sentado no capô de um carro de luxo preto do outro lado da rua. Ele usa um boné de aba reta cinza, uma camisa branca comprida e calça jeans larga com tênis Nike. Seus braços completamente tatuados contrastam com o relógio Rolex em seu pulso esquerdo. 
   — Eu conheço aquele cara ali de algum lugar — diz Malu atrás da amiga.
Com um sorriso incrédulo, Graziele pronuncia:
   — Douglas. 
   — Ah é, Dodô, né?
   — Sim. O que ele veio fazer aqui? 
   — Só há um jeito de descobrir. Vai lá!
Graziele assente e ajeita a mochila sobre o ombro antes de atravessar a rua.
   — Te espero no carro! — avisa Malu. 
   — Douglas — Graziele diz ao se aproximar. 
   — Oi, ruivinha — sorri o rapaz. 
   — O que você está fazendo aqui?
Ele ri.
   — É assim que você me recebe? 
   — Fala sério — pede Graziele dando um soquinho no ombro dele.
   — Vim ver como você está. 
   — Sério? — A surpresa é evidente no tom de voz da ruiva. 
   — Sim, você estava muito abalada aquele dia que a gente se viu no hospital.
   — É. 
   — Melhorou? — indaga descendo do carro.
   — Sim, o Thiago também.
   — Estou sabendo, fui visitar ele hoje. 
   — É? — pergunta Graziele. — Como ele está?
   — Nunca vi o Thiago tão mal — responde Douglas com tanta sinceridade que choca Graziele.
   — Nem eu — concorda baixinho.
   — Entra — convida após abrir a porta do passageiro.
   — Não. — Graziele dá um passo para trás. — A minha amiga está me esperando.
   — A branquela de cabelo preto? Bem gata.
Graziele ri e assente.
   — Ela mesma.
   — Não importa — fala Douglas colocando uma mão nas costas dela. Diante da resistência dela, ele suaviza a voz e pede: — Deixa eu te levar para casa.
   — Direto para a minha casa, ok? 
   — Sim, senhora. 
Ela sorri e entra no automóvel, tirando o celular da mochila para enviar uma mensagem para Maria Luíza. 
   — É a primeira vez que nós ficamos sozinhos assim, né ruiva? — indaga Douglas batendo a porta do carro ao entrar.
   — Sim. 
   — Com medo? — ele pergunta ligando o motor.
   — Confesso que se fosse um tempo atrás eu estaria me cagando de medo — assume Graziele sorrindo.
   — E agora?
Ela coloca o cinto de segurança.
   — Nem um pouco.
Douglas sorri e diz:
   — É porque você ainda não me viu dirigindo. — Ele termina a frase e pisa no acelerador. 

Após se comodarem em um restaurante rústico e fazerem o pedido, Victor encara Yasmin com firmeza e pergunta:
   — O que aconteceu com você?
A loirinha solta um suspiro de frustração, não querendo nem conseguindo esconder a verdade do namorado.
   — Eu vi uma coisa que fez a minha ficha cair.
   — Do que você está falando? 
   — Na hora do intervalo, eu entrei na sala e me deparei com a Isabela e a Marina abraçadas. 
   — E? 
Ela coloca as mãos sobre a mesa e desabafa:
   — Sei lá, eu senti algo muito ruim. Eu briguei com a Marina ontem, hoje estressei com o Vinícius, você acha que eu fiz merda e o Felipe parece concordar e agora... e agora eu vejo a Isabela abraçando a Marina? Eu sinto como se todo mundo tivesse contra mim!


Comentários

  1. Minha cabeça esta ruim ou faz um tempo que não tem Luiza e Daniel? Saudades ❤

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  2. Tadinha da Yas...
    Amando seu imagine!

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  3. Ameeeeei! Será que a minha loirinha linda está com ciúmes da Isabela e Marina se aproximando? Cadê a primeira vez de YasVic? E o aniversário das meninas mais lindas de imagine? Sem Vácuo! <3 Beiiiijos <3

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  4. Bem tenso o clima!!
    Tadinha da yasmim ela deve está péssima :(

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