Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 221: Lua surpreende Yasmin e Vinícius e fica intrigada


No final do ensaio, os amigos de Ben se dispersam pela casa, deixando o rapaz e Malu sozinhos na garagem. Ela levanta do sofá e caminha até ele, que guarda as baquetas.
   — Não guarda, não — pede parando ao seu lado. 
   — Por quê? 
   — Eu quero tocar. 
Ben sorri. 
   — Desde quando você toca bateria? 
   — Eu não toco — responde Malu com simplicidade. — Por isso preciso de você pra me ensinar. 
   — Você precisa de mim? — provoca Ben. 
Malu sorri e aproxima os seus lábios dos dele. 
   — Só para isso — responde e senta na banqueta em que ele estava minutos antes. 
Ben sacode a cabeça, sorrindo, e entrega as baquetas para ela. 
   — Ok, vamos lá. — Ele passa algumas instruções para Malu e ela executa perfeitamente. — Até que você fez direitinho — fala em tom de surpresa.
Malu vira na direção dele. 
   — Eu tenho talento. 
Ben ri. 
   — Vai com calma, John Bonham. 
Malu levanta, mas Ben não se afasta, o que faz com que eles fiquem muitíssimo próximos. 
   — Vocês levam jeito — ela elogia em voz baixa. 
   — Isso é o seu jeito de falar que nós arrasamos? 
   — Menos, bem menos — ri a morena e Ben olha fixamente para a sua boca. — Já dá pra tocar em barzinhos. 
Ben sorri. 
   — Nós já tocamos para um público, tá? Aliás, você me lembrou de uma coisa. 
   — Do quê? — indaga Malu ficando intrigada. 
   — A banda que leva jeito vai tocar na festa junina do seu colégio. 
Malu dá um sorriso incrédulo. 
   — Você está falando sério? 
   — Sim!
   — Nossa, por essa eu não esperava. 
   — Pois é. — Ele coloca uma mão na nuca dela. — Já posso me preparar para te ver de caipira? 
   — Pode — responde Malu rindo. — E você vai me ver bastante, porque eu vou dançar três quadrilhas. 
   — Sério? Por quê? 
   — Porque vão ter três quadrilhas, a do terceiro A, a do terceiro B e a das duas salas juntas. Como o meu par é do outro terceiro ano, ele vai dançar a quadrilha da minha sala comigo e eu com ele a da sala dele. 
   — Nossa, que confusão! — Ben ri, descendo sua mão para a cintura dela. — Não seria mais fácil pegar um par da sua sala mesmo? 
   — Não tinha ninguém que valesse a pena. 
   — O garoto que quase me atropelou não é da sua sala? 
Ao pensar em Samuel, Malu sente o seu estômago agitar-se. 
   — Você quer mesmo falar dele? — indaga olhando para a boca de Ben. Ele sorri e envolve a cintura dela com os braços. 
   — Não mesmo. 
Malu ri e eles começam a se beijar. 

Sem chamar a atenção da mãe e do homem que a acompanha, Isabela corre por entre o jardim e entra na garagem. Evaldo, o motorista, não esconde o espanto por vê-la entrar abruptamente no espaço. 

   — Desculpa te assustar — pede a adolescente com a respiração ofegante. 
   — Tudo bem, Dona Isabela. — O senhor continua limpando o carro.
No portão da mansão, Mel despede-se de Reinaldo. 
   — Adorei o nosso almoço — fala a empresária. 
   — Eu também. É sempre agradável passar um tempo ao seu lado — Reinaldo diz pegando delicadamente na mão dela. Mel dá um leve sorriso e continua encarando o olhar charmoso de Reinaldo conforme ele se aproxima. 
   — A gente deveria se encontrar com mais frequência — ele opina. 
   — O problema é achar um horário em comum nas nossas agendas — comenta Mel sorrindo. 
Reinaldo ri. 
   — Isso é verdade. 
Ambos se calam. Aos poucos, Reinaldo vai aproximando seu rosto do de Mel, porém quando eles estão quase se beijando, Mel desvia e dá um beijo na bochecha dele. 
   — Foi um prazer almoçar com você. Tchau, Reinaldo!
O publicitário dá um leve sorriso e Mel consegue ver a frustração em seus olhos. Em parte ela fica comovida, mas não irá contra os seus instintos, e no momento não tem vontade de beijá-lo. 

Yasmin envolve as mãos de Vinícius com as suas mãos e segura firme em seus dedos. 
   — Vini, não fica assim. 
   — Como eu não vou ficar? Eu não sou de ferro, Yas!
   — Eu sei, ninguém é. Acontece que... Olha, o que eu vou dizer é bem raro, então... — Ela respira fundo e conclui: — A Marina não está te desrespeitando, eu vejo que sempre que está todos nós ela tenta integrar o Brian no grupo. Em momento algum ela se isolou com ele, Vini. 
   — A barriga dela estava vermelha das cócegas que ele fez!
Yasmin engole em seco. 
   — Ah, eles são amigos. 
Vinícius revira os olhos. 
   — Não sei se estou preparado para ver essa amizade da minha namorada com o ex dela. 
   — Ei, tenta ficar calmo — pede Yasmin apoiando a cabeça no ombro dele. — Quando ele for embora, tudo vai passar. 
   — O problema é que eu não sei se o meu namoro com a Marina vai durar até a ida do Brian. 
   — Você está falando da boca pra fora. 
   — Não, não estou. 
Yasmin revira os olhos e coloca o rosto no pescoço de Vinícius, dando um beijinho na região.
   — Fica calmo — sussurra contra a pele dele. 
   — O que está acontecendo aqui?
Os dois afastam-se um do outro e olham para Lua que está parada no final da escada. 
   — A gente só estava conversando — Yasmin responde ficando em pé. 
   — Hum. — Lua não consegue esconder a desconfiança. 
   — É que a separação dos meus pais ainda não é um assunto superado pra mim — mente Vinícius. 
   — Posso imaginar.
Yasmin olha de Lua para Vinícius e fala:
   — Vou pegar a água para o Arthur. 
   — Não precisa — corta Lua. — Eu mesma pego. 
A produtora musical vai em direção à cozinha, deixando o genro e a cunhada espantados.
   — Eu hein! — exclama Yasmin. — Vem, vamos subir antes que ela volte. 
Vinícius dá um leve sorriso e se encaminha para o primeiro andar com a amiga. 

Ao colocar a cabeça para fora da garagem e ver que tanto Mel quanto o carro do homem desapareceu, Isabela pula para fora da garagem e corre até o portão. Minutos depois ela chega à mansão de Sophia e Micael. 
   — Não conseguiu esperar até a noite? — pergunta Felipe sorrindo ao abrir a porta de seu quarto para ela. A adolescente não retribui o sorriso e entra rapidamente no cômodo.
   — A minha mãe está saindo com um outro cara! — conta jogando-se na cama dele. 
   — Como? — Felipe não esconde o choque e bate a porta. 
Isabela senta e conta o que viu e Felipe mantém-se neutro até ela terminar de falar. 
   — Sabe o que eu acho? — ele pergunta no final. — Que não foi nada demais.
   — Como não? — indaga Isabela de olhos arregalados. 
   — Ele poderia ser um colega de trabalho, um negociante, um amigo, qualquer um, amor. 
   — Não, Fê! Eu senti que não era isso. 
   — Nem sempre os sentimentos estão corretos. 
   — Mas dessa vez eu tenho quase certeza. 
   — Quase não é 100%.
   — Felipe!?
   — Eu estou tentando ver todos os lados, Isabela. A gente não pode julgar uma coisa que não temos certeza, entende? 
Isabela deita mais uma vez. 
   — Eu não sei se estou pronta para ver a minha mãe com outro. Como se já não bastasse o meu pai estar talvez com uma loira bonitona. 
   — Se você está tão em dúvida, porque não pergunta para ela? Questiona quem é esse cara, eu tenho certeza de que a Mel vai te responder com sinceridade.
   — Eu não vou perguntar! Quero ver até quando a minha mãe vai ficar escondendo isso da gente. 
   — Isa, isso não é certo. Você vai ficar se remoendo até quando? 
   — Eu preciso ver até quando a minha mãe vai ficar levando esse... mistério.
Felipe suspira e passa a mão no rosto. 
   — Tudo bem, se você quer isso. 
Isabela deita-se de costas e esconde o rosto no travesseiro. Felipe fica observando a namorada por alguns segundos e deita sobre ela. 
   — Não fica assim, Isa. — Ele beija sua nuca e começa a acariciar seu cabelo. 

Minutos depois, Vinícius resolve ir embora. 
   — Queria que você ficasse mais um pouco — Marina fala segurando nas mãos dele. 
   — Eu tenho que ir, meu pai combinou de passar lá em casa daqui a pouco. — Mesmo não gostando de mentir, principalmente para a namorada, Vinícius prefere evitar prolongar o assunto com ela. 
   — Tudo bem. — Ela percebe que algo está incomodando Vinícius, mas, assim como ele, não fala nada. — Mais tarde a gente se vê? 
   — Não sei. Talvez amanhã. 
Marina assente e dá um beijo no namorado, que não retribui com o mesmo fervor de sempre. 

 Victor e Yasmin só param de jogar quando o jantar é anunciado. Ele tenta fazê-lá ficar para a refeição, mas Yasmin nega pois não quer rever Lua depois da situação embaraçosa durante a tarde, fato que não contou ao namorado. Assim que a namorada passa pela porta principal, Victor dirige-se à sala de jantar, onde já estão sua irmã e sua mãe. 
   — Eu queria dar uma palavrinha com vocês — Lua diz olhando para a porta do cômodo. — Antes que o Arthur chegue. 
   — Aconteceu alguma coisa, mãe? — Marina pergunta ficando preocupada. 
   — Não, quer dizer, que eu saiba não.
   — Do que a senhora está falando? — indaga Victor.
Lua entrelaça as mãos sobre a mesa e conta:
   — Hoje à tarde eu vi uma cena um tanto quanto... curiosa. 
Marina pergunta:
   — O que a senhora viu? 
   — Olha, eu sei que todos vocês são muito amigos, íntimos uns dos outros. Sei também que a Isabela, o Vinícius, o Felipe e a Yasmin foram criados praticamente como irmãos. Só que mesmo com essa criação, a Isabela e o Felipe começaram a namorar, então a Yasmin e o Vinícius também poderiam
   — Hã? — Marina franze a testa. — Do que a senhora está falando, mãe? 
   — Em que tudo isso que a senhora falou se relaciona com o que a senhora viu? — questiona Victor. 
   — Eu vi a Yasmin e o Vinícius conversando e... e eles estavam tão próximos que me espantou. 
   — O que a senhora quer dizer com próximos? — A curiosidade de Marina aflora. 
   — De mãos dadas e com os rostos bem perto. Olha, eu não quero me meter em nada de vocês, mas vocês são meus filhos, eu me preocupo com o bem-estar de vocês. Eu não acho que a Yasmin e o Vinícius ficariam um dia, mas como mãe eu me preocupo. Ainda mais que ela é bem... livre, né? 
   — Mãe, respeita a minha namorada, por favor? — pede Victor com seriedade. — Sem contar que nós já estamos seis meses juntos e nunca estivemos tão bem. 
   — Eu sei, filho! Eu só não quero que você se magoe. 
   — É mais fácil eu magoar ela do que ela me magoar. 
   — Também não é assim, ela não é essa flor que se cheire. 
   — Nem eu. A senhora mesmo vive falando que eu mudei desde que nós chegamos aqui no Brasil e eu comecei a namorar. Qual é, mãe? 
   — Gente! — pede Marina. — Vamos ficar calmos. Mãe, eu já senti ciúmes do Vini com a Yasmin, mas hoje percebo o quanto isso foi bobo. Eu tenho certeza de que eles jamais ficariam e que em hipótese alguma o Vinícius me trairia dessa forma. Nós nos amamos. 
   — Eu sei, mas...
   — Desculpe o atraso — fala Brian entrando na sala de jantar. 
Lua muda de assunto e começa a falar em inglês:
   — Estava tomando banho?
   — Sim, precisava depois da tarde agitada. — Ele olha para os gêmeos, fixando-se principalmente em Marina e pergunta: — Está tudo bem? 
   — Claro — responde Victor sorrindo gentilmente. 

A manhã de quinta-feira surge um pouco mais amena do que a do dia anterior. Logo no primeiro tempo, os alunos ouvem as últimos informações a respeito da festa junina do dia seguinte. 
   — Como foi combinado com o diretor — fala Yasmin parada em frente ao quadro com Laís —, nós ficaremos responsáveis pela barraca dos jogos e o terceiro B pelo correio elegante. Eu queria agradecer ao pai do Danilo, que foi o responsável pelos prêmios da nossa barraca. 
   — Arrasou, Danilo! — exclama Malu do fundo da sala. 
   — Vocês não sabem, mas a casa do Danilo é igual ao clipe de California Gurls — brinca Alexandre. 
   — Você conhece bem o clipe, hein? — zoa Maísa e a turma cai na gargalhada. 
   — Eu não, mas a Jaqueline sim — Aexandre fala fazendo referência ao dia anterior. 
A loira ri e retorque:
   — Ah, você viu, né?
   — Quem não?
Eles riem e Jaqueline olha de relance para Victor, que sorri olhando para ela. A loira sente o seu rosto se aquecer e ao olhar diretamente para ele, desaponta-se, pois Victor já está olhando para Yasmin que voltou a falar. 
   — E como a festa junina é um evento grandioso, amanhã não terá aula.
A sala vibra e o professor pede silêncio. 
   — A gente conta com a colaboração de vocês amanhã, gente — fala Laís. — Não faltem, tragam suas roupas para as quadrilhas e venham bem animados. 
   — Pode deixar, Laisinha! — sorri Felipe. 

Quando o sinal toca para o intervalo, os jovens saem. Graziele olha para Malu e diz:
   — Vou indo antes que o sanduíche de peito de peru acabe. 
Malu sorri e assente. 
   — Ok. — Ela fica sozinha e arruma sua mesa. 
   — A festa junina é amanhã — fala Samuel parando ao lado. 
   — Eu tenho calendário, mas obrigada por avisar — corta Malu rispidamente. 
   — O que eu quis dizer é que ainda dá tempo de você trocar de par. 
Malu ri. 
   — Eu trocaria o Gabriel por quem, você? 
   — Exatamente. 
Ela levanta. 
   — Faça mil favor, né? 
   — Seria uma boa troca. 
   — Na sua opinião. 
   — Na sua também.
   — Desde quando você sabe o meu gosto, moleque? 
   — Eu tenho te observado tanto ultimamente que estou me sentindo expert em você. 
Malu revira os olhos. 
   — Cruz credo! — Ela empurra Samuel e caminha rapidamente para a porta. 

No segundo andar, que é a área mais deserta do colégio, Laís e Alexandre se beijam em um corredor. Durante o afeto, ele passa a mão com delicadeza pelas costas dela e Laís acaricia seu cabelo. Eles param o beijo com selinhos e Alexandre diz:
   — Parece que amanhã vai ser bem legal. 
Laís se apoia nele. 
   — Sim, mas os preparativos têm sido tão cansativo.
Alexandre faz carinho nos braços dela. 
   — Eu sei que você é capaz. 
Laís sorri e dá mais um beijo nele. 
   — Vou lá conversar com as meninas, antes que elas morram de saudades. 
Alexandre ri. 
   — Beleza.
Eles dão um último beijo e Laís desce. 

No grupo do whatsapp o qual faz parte, Thiago fica sabendo da super festa que terá no mesmo galpão que teve dias anteriores. 
   — Não vai dar para eu ir — ele fala gravando um áudio. — Amanhã é a festa junina do colégio, lembram? 
"Putz, então você vai perder" digita Douglas. "Essa vai ser a festa mais f*da do ano!" 
Seu comentário deixa Thiago ainda mais desejoso para ir a festa, mas sabe que não pode. 

Em uma rodinha perto da lanchonete, Isabela, Marina, Laís e Maísa conversam.
   — Ontem eu vi o seu ex-namorado na hora da saída — Laís conta para Marina.
   — É, ele passou aqui. 
   — Como ele é lindo! — exclama a morena. 
   — Eu nem vi — comenta Maísa.
   — Perdeu, amiga — ri Laís e acrescenta para Marina: — Foi uma troca complicada, hein? 
Elas riem. 
   — Foi, mas eu não me arrependo. O Vinícius é tudo o que eu sempre quis e mais um pouco. 
   — Ai, como o amor é lindo!
   — Você que o diga, né amiga? — provoca Maísa. 
   — Como assim? — indaga Isabela com curiosidade. Laís sorri com timidez, porém acaba contando para as outras duas que ficou e continua ficando com Alexandre. 

Horas mais tarde, um pouco depois do almoço, Isabela recebe a visita da costureira responsável pelas roupas do sexteto para as quadrilhas. 
   — Eu fiz todos os ajustes que a senhorita pediu — informa a senhora entregando as diversas sacolas para a adolescente. 
   — Vera! — chama Isabela por sobre o ombro. — Vem me ajudar aqui. 
A governanta entra na sala e por pouco não pisa em Nina, que está parada atrás da dona. Isabela entrega metade das sacolas para ela e fica com as demais. 
   — Muito obrigada! — agradece para a costureira. — Com essas suas mãos você faz ouro.
A senhora sorri. 
   — Imagina. 
   — A minha mãe já mandou o pagamento, né? 
   — Sim. 
   — Então está tudo certo? 
   — Certíssimo. 
A garota sorri. 
   — Ótimo! Espero ver a senhora lá, hein? 
A costureira sorri timidamente. 
   — Eu não vou, não. 
   — Ué, por quê? 
   — Os ingressos são muito salgados — responde sem olhar nos olhos de Isabela. 
   — Ah, compreendo. — Uma ideia vem à sua mente. — Espera só um instante. 
Ela dá meia volta e corre até as escadas com as sacolas nas mãos, sendo seguida por Nina. Minutos depois retorna trazendo três envelopes nas mãos. 
   — Aqui — diz entregando para a senhora. — Três convites para a nossa festa.
   — Ah, não. Eu não posso aceitar, Dona Isabela. 
   — Aceite — insiste a adolescente. — Olha, faz parte do pagamento. 
   — Não, a sua mãe já foi bem generosa com a quantia. 
   — Eu faço questão. — Ela encara a senhora com um sorriso sincero no rosto. — Por favor. A senhora pode levar o seu marido, ou os seus filhos, seus netos.
A senhora analisa os convites e acaba pegando-os das mãos de Isabela. 
   — Muito obrigada!
   — Imagina. Então a gente se vê amanhã — despede-se sorrindo.
Quando a senhora afasta-se, Vera comenta:
   — Generosidade e bondade reinam nessa família. 
Isabela sorri e passa um braço pelos ombros dela. 
   — Vamos ver o resultado final das roupas? 
Rindo, as duas sobem para o primeiro andar seguidas por Nina. 

Disposto a comprar alguns presentes para os seus familiares, Brian decidiu ir a outro shopping, dessa vez sozinho. Ele entra e olha algumas vitrines até decidir entrar em uma loja. Após observar detalhadamente cada peça, ele resolve chamar uma vendedora para ajudá-lo a escolher melhor um vestido para a sua irmã. 
   — Por favor — fala em inglês — qual desses dois vestidos você recomenda para a minha irmã— Ao ver o olhar confuso da vendedora, ele indaga: — Você fala inglês? 
A moça olha para trás, observando as outras vendedoras, se vira para Brian e sussurra:
   — Me desculpa, mas eu não estou te entendendo. 
Brian fica analisando o rosto dela e tenta através de sua expressão entender o que ela falou, mas não obtém êxito. Ele força ao máximo seu cérebro e fala depois de alguns minutos em português:
   — Você no falar englesh? 
   — Não. 
   — Hum, você... — Ele não consegue mais lembrar de nenhuma palavra que ouviu recentemente para usá-la, por isso aponta para as outras funcionárias. A vendedora reage diferentemente da reação que o americano esperava, arregalando os olhos e sacudindo a cabeça freneticamente. 
   — Espera aí! — pede fazendo sinais com a mão. Brian entende e assente. 
   — Ok. — Com o olhar, acompanha a moça aproximar-se de uma outra cliente, uma adolescente de cabelos compridos e loiros. 
   — Com licença — diz a vendedora —, você pode me ajudar com ele? 
A garota olha espantada para ela. 
   — Oi?
   — Você sabe falar inglês? 
   — Sei — responde a adolescente em um tom de desconfiança. 
O alívio é aparente no rosto da moça diante da resposta dela. 
   — Você pode me ajudar com ele? — pergunta. — Ele está pedindo alguma coisa, mas eu não entendendo e não posso pedir ajuda para as outras funcionárias, porque é minha primeira semana e... você sabe, eu quero causar uma boa impressão. 
A loira assente, compreendendo a situação. 
   — Entendi. Tudo bem, eu te ajudo. 
   — Então vem comigo. — As duas caminham até Brian. — Pergunta para ele o que ele quer. 
   — Oi! — a menina fala em inglês primeiramente.
   — Oi! — responde Brian. 
   — Ela quer saber pra quê você precisa de ajuda.  
   — Eu quero a opinião dela para escolher um vestido — conta Brian. 
   — Ah. — A garota traduz para a vendedora. 
   — Entre quais vestidos ele está em dúvida? 
A loira faz a pergunta para Brian e ele pega dois vestidos: um verde musgo na altura dos joelhos com as costas nuas e outro branco rendado. 
   — Eu prefiro o rendado — a vendedora opina. 
   — Ela prefere o rendado — a menina conta para Brian. 
   — O rendado? — Ele analisa o vestido com ainda mais atenção. 
   — É, mas eu prefiro o verde. É mais sofisticado. 
   — Você acha? 
   — Não tenho dúvidas. Sem contar que a modelagem dele é mais bonita. 
Brian sorri. 
   — Eu não entendo muito disso. 
   — Então siga a sua intuição. 
   — Sabe o que a minha intuição está dizendo? — ele indaga enquanto a vendedora permanece olhando confusa para eles. 
   — O quê? — pergunta a garota loira. 
   — Que é para eu levar os dois. 
Eles riem.
   — Espertinha a sua intuição — comenta a garota. 
   — Fala para ela embrulhá-los, por favor? 
A garota assente. 
   — Ele vai levar os dois — diz para a moça. 
   — Ok, vou embrulhar para ele. — Ela pega os vestidos das mãos de Brian e se afasta. 
   — Então — diz a loira —, você veio dos Estados Unidos? 
   — Sim, estou passando férias aqui. 
   — Entendi. Está sendo complicado se virar aqui? — pergunta com interesse. 
   — Quando eu saio com os meus amigos brasileiros, não. Sozinho fica complicado. 
Eles riem. 
   — Por que você não chamou eles para vir com você? 
   — Eu não queria incomodá-los demais. 
Ela assente.
   — Faz sentido. 
   — Você fala perfeitamente inglês, já foi para algum país que fala a língua? 
   — Sim, para alguns. 
   — Quais? 
A garota passa a mão nos fios loiros.
   — Estados Unidos, Inglaterra, Irlanda e Austrália. 
   — Uau, bastante para uma garota tão jovem. 
Ela sorri. 
   — Eu adoro viajar nas férias. 
   — Eu também!
Eles riem e a vendedora volta. 
   — Aqui. — Ela entrega as sacolas para Brian. 
   — Você aceita comer alguma coisa comigo para a gente conversar um pouco sobre as suas viagens? — ele convida a garota. — Eu me interesso muito por isso.
   — Eu adoraria, mas eu estou no meu horário. 
   — Puxa, que pena!
   — Fica para uma próxima vez, quem sabe. 
   — Sim, tomara que você apareça quando eu estiver perdido com o português. — Eles sorriem um para o outro, despedem-se e Brian vai pagar sua compra enquanto a loira continua analisando as peças da loja. 
Ao sentar-se, minutos depois, em uma café, Brian constata:
   — Puxa, eu nem perguntei o nome dela. 

De mãos dadas, Yasmin e Victor entram em uma das maiores lojas da Melphia da cidade. O rapaz não esconde o seu desagrado por estar ali, ao contrário de Yasmin que está com um sorriso de orelha a orelha. 
   — Dá para tirar essa cara de c* sujo? — ela pergunta sorrindo para o namorado. 
   — É a cara que eu tenho. 
   — Ai, Victor, ontem a gente jogou até tarde, custa você vir fazer compras comigo? 
   — A gente jogou até tarde porque era um interesse dos dois, agora fazer compras é um interesse só seu. 
Yasmin solta da mão dele. 
   — Não quer me acompanhar, não me acompanha. 
   — Por que você não falou isso lá no condomínio? — indaga o loiro e ela revira os olhos. 
   — Fala sério! — diz distanciando-se. 
Victor senta em uma das poltronas que estão ao redor de uma mesinha de centro com champanhe e quitutes. O local é reservado aos clientes que fazem grandes compras, mas ao verem que trata-se do filho de Lua Blanco e Arthur Aguiar, as vendedoras não se opõem por ele estar ali. 
   Yasmin é recebida por uma vendedora que é extremamente simpática com ela, porém a loirinha logo se livra dela, pois prefere fazer suas compras sozinha. 
   — Eu conheço muito bem tudo o que está aqui, obrigada mesmo assim — diz despachando a moça. Ela começa a caminhar pela loja e mesmo estando chateado com ela, Victor não deixa de observar e cobiçar o seu corpo quando este aparece em seu campo de visão. Seu olhar esfria e sua expressão endurece ao ver Breno entrar na loja. 
   — Quando a gente acha que não pode piorar — resmunga consigo mesmo. Ele acompanha todos os passos até o rapaz ver e se aproximar de Yasmin. 
   Os dois conversam e riem por longos minutos. Yasmin entrelaça um de seus braços no de Breno e caminha até Victor. 
   — Olha quem apareceu! — exclama sorridente. 
   — Oi, Victor — cumprimenta Breno com educação. 
   — Oi, Breno — o loiro retribui. 
   — Ele veio comprar um agrado para a mãe dele — conta Yasmin. — Não é fofo? 
Mesmo Yasmin comportando-se com sua empolgação costumeira, Victor enxerga a provocação em seus olhos e torce para que ela também veja a raiva escondida em seu olhar. 
   — Muito — responde sorrindo. 
   — Adivinha aonde ela vai usar a roupa que ele vai comprar? — indaga Yasmin com o mesmo sorriso no rosto. 
   — Aonde? — Victor questiona em uma perfeita encenação de interesse. 
   — Conta pra ele — pede Yasmin para Breno. 
O rapaz, que está alheio das provocações e sentimentos escondidos nos olhares dos dois, fala sorrindo:
   — Ela me convenceu a ir com a minha mãe na festa junina do colégio de vocês.
Dessa vez, Victor tem que se esforçar ao máximo para não transparecer o incomodo. 
   — Sério? — questiona forçando um sorriso agradável de surpresa. 
   — Não é demais? — Yasmin sorri provocadoramente para o namorado, querendo irritá-lo ainda mais. 


Comentários

  1. MEU DEUS!!! Como eu amo isso!!!
    Lua viajando na maionese!!
    Yasmim provocando Victor amo, meu casal favorito... Agora espera até terça!!!

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  2. será que Mel ainda alguma coisa por Chay? pra ter virado o rosto quando Reinaldo o beijou

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  3. Brian conheceu uma loira. Hummmmm

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  4. Uma ideia... Eu amo o Lorenzo! Acho que podia entrar uma menina linda no colégio, e ela ficar com ele!!

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  5. Eu preciso de mais capítulos!!!
    Passo o dia imaginando como vai ser o próximo capítulo! Estou pirando!

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  6. Ai assim você me deixa louuuuuuuuquinh.I Love BeLipe ♡ Bjus Tifanny

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  7. Imagine perfeito mais sera que pode ter mais partes chay e mel

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  8. Perfeito. Mais pode ter mais partes chay e mel

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