Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 218: Após briga, Isabela e Felipe reconciliam-se

A manhã de quarta-feira surge quente e seca, características divergentes do quarto de Felipe, que permanece escuro e gelado quando o despertador toca pela terceira vez. Diferente das vezes anteriores, ele desliga a função e senta na cama coçando os olhos.
   — Parece que eu nem dormi — reclama. Ele deita o tronco novamente e as palavras ditas por Isabela no dia anterior ecoam em sua mente: "Felipe, eu não quero o Jonas presente na minha vida. Eu apenas guardo isso, porque... não sei, talvez porque foi algo importante pra mim; Eu estou nervosa porque você está desconfiando do que eu sinto por você!; Eu estou com você, eu amo você!" — Eu também te amo — ele sussurra com sonolência. 

O banheiro do quarto de Thiago está abafado devido ao chuveiro elétrico que estava ligado. O adolescente sai molhado do box com uma toalha em torno do quadril. Ele sacode o cabelo, respingando água em Graziele que escova os dentes na pia. 
   — Obrigada pelo banho — ela agradece enxugando a boca minutos depois. 
Thiago sorri e caminha até ela, envolvendo sua cintura fina com seus braços. 
   — De nada — responde dando um beijo na nuca dela. 
   — Para, você está me molhando — reclama Graziele tentando empurrar os braços dele. 
   — É para despertar. 
   — Eu já estou bem desperta. 
Ele ri e vira a ruiva de frente para si. 
   — Você deveria dormir mais vezes aqui em casa. 
   — Mais vezes? — repete Graziele sorrindo. — Daqui a pouco eu vou trazer minhas malas para cá ou vice-versa. 
   — Nunca parece o suficiente — fala Thiago beijando o ombro dela. 
   — Você quer mais — pergunta a ruiva passando uma das mãos pelo cabelo molhado dele. 
   — De você? — indaga Thiago com os lábios na altura da clavícula dela. — Muito mais. 
Graziele sorri e ergue o rosto dele para beijá-lo. 

Na tentativa de não emitir um ruído sequer, Brian sobe descalço a escada da mansão de Lua e Arthur com uma rosa vermelha na mão. Ele entra no corredor e não segue para o quarto de hóspedes, e sim para o de Marina. Cuidadosamente, ele gira a maçaneta na torcida de que ela esteja dormino vestida. O cômodo está escuro, mas na penumbra ele consegue enxergar o corpo magro de Marina sob um pesado cobertor. Ele fecha a porta e se aproxima da cama. 
   Com suavidade, passa a rosa pelo rosto sereno de Marina. Ela torce o nariz, mas continua adormecida. Brian desce a rosa pelo pescoço da jovem e Marina acorda abruptamente. 
   — Ai, que susto! — ela exclama ao ver o rosto do ex-namorado entre a escuridão. Brian sorri adoravelmente e coloca a rosa sobre a barriga dela. 
   — Bom dia!
Marina sorri e tira uma das mãos de baixo da coberta para pegar a flor. 
   — Bom dia. Posso saber por que disso? 
   — Eu queria te acordar de uma maneira especial. 
O sorriso de Marina aumenta e ela senta na cama. 
   — Eu amei. 
   — Essa era a intenção — fala Brian e eles riem. — É melhor você se apressar, se não vai chegar atrasada no colégio. 
   — É verdade! — exclama a morena e pula da cama usando uma camisola preta. 

Durante o café da manhã, Isabela comenta com Mel:
   — Irei conversar com as meninas sobre a campanha hoje. 
   — Excelente!
   — Você ficou sabendo da Do Jeito Que Eu Sou, Vini? — pergunta a garota. 
   — Fiquei — responde Vinícius comendo uma torrada com geleia. — A mãe me contou depois. 
   — O que você achou? 
   — Maravilhosa! Tomará que tudo dê certo. 
   — Dará — garante Mel levantando-se da mesa. — É pra ter certeza de que tudo dê certo que eu estou todo dia naquela empresa. 
Os adolescentes sorriem e recebem um beijo da mãe. 
   — Já está indo? — pergunta Isabela. 
   — Estou. Tchau, meus amores!
   — Tchau, mãe. 

O cabelo loiro de Yasmin está preso em um rabo de cavalo alto e balança conforme ela caminha. A adolescente entra no quarto do irmão e abre as cortinas, trazendo luz para o cômodo. Felipe resmunga na sua cama e esconde a cabeça sob o travesseiro. 
   — Acorda — pede Yasmin sentando ao lado dele. 
   — Me deixa, Yasmin. 
   — Não! Levanta, Felipe, nós vamos nos atrasar. 
   — Eu não quero ir. 
   — Você não tem que querer. Levanta!
A loirinha tanto insiste que consegue, minutos depois, tirar Felipe da cama. 

Quando os ponteiros estão quase indicando sete horas da manhã, Marina e Victor passam pelo portão do Otávio Mendes. Eles cruzam o pátio central e sobem as escadas, passando por Malu e Mayara, que conversam sentadas nos degraus. 
   — Você tem que manter a calma — aconselha a morena. 
   — Como eu vou manter a calma com a família da Vanessa tentando separar a gente? — Mayara retorque. 
   — Eu sei que é difícil, mas bater de frente com eles não vai adiantar nada. Aliás, eu pensei que a família dela aceitassem vocês. 
   — Os pais dela aceitam, acontece que a avó materna dela está tentando fazer a cabeça da mãe dela contra o nosso namoro. 
   — E parece que está conseguindo — observa Malu. 
   — Exatamente! Ai, que raiva daquela velha. 
   — O que vocês vão fazer? 
   — Eu não sei, mas nos separarmos está fora de cogitação. 
Malu sorri. 
   — Que bom que vocês estão felizes.
   — Estávamos, né? Agora estamos furiosas!
Uma gargalhada surge entre elas e Mayara pega nas mãos de Malu. 
   — Obrigada por me ouvir. 
   — Mayara? Eu sou sua amiga, faz parte. Embora eu esteja em falta com você, né? 
   — Nada disso. 
Elas sorriem e se olham. Samuel também passa por elas e Mayara sorri, falando:
   — Acho que ele ficou com ciúmes. 
   — Como? 
   — Ah, nós duas de mãos dadas. 
Malu puxa as mãos suavemente e responde:
   — Não, ele não ficou com ciúmes. O Samuel não sabe que a gente... — ela deixa a frase no ar. 
   — Não? 
   — Não. 
   — Ah, então ele deve ter ficado com inveja porque eu posso segurar nas suas mãos e ele não — brinca Mayara esquecendo-se dos seus próprios problemas. 
   — Bobona!

Reunida com os amigos no meio da sala, Yasmin fala energeticamente:
   — O Joaquim está negociando com uma bandinha para ela tocar na nossa festa junina. 
   — É? — indaga Victor. — Que banda? 
   — Eu ainda não sei, mas parece que eles são bons.
   — Assim espero — fala Felipe. 
Isabela e Vinícius entram na sala de aula e se aproximam dos amigos. 
   — Bom dia! — eles falam ao mesmo tempo e os outros quatro respondem. Isabela coloca sua mochila em seu lugar e evita olhar para o namorado. Assim como não olha para ela, Felipe também evita trocar olhares com Victor, que parece não fazer questão disso. 
   Ao contrário deles, Marina e Vinícius se abraçam e trocam um beijo rápido. 
   — Eu tenho uma ótima notícia! — ela conta com animação. 
   — É? Qual? 
   — Meu pai vai receber alta ainda essa manhã.
Vinícius coloca uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. 
   — Sério, Mari? Que notícia boa!
   — Sim — ela responde apoiando o corpo no dele. — Eu estou imensamente feliz e aliviada por isso. 
   — Viu como não precisava surtar? 
Marina sorri e dá um selinho no namorado. 

O sinal toca e durante o primeiro e segundo tempo os estudantes do 3ºA ensaiam para a quadrilha dos Terceiros e a da sala deles. Quando os ensaios encerram, eles saem do ginásio e regressam para a sala. Durante o caminho, Isabela puxa Felipe para um canto no jardim que cerca o ginásio.
   — Eu sei que a gente não se falou durante todo o ensaio — começa —, mas nós precisamos conversar. 
Felipe encara intensamente o olhar dela e diz:
   — Pode falar. 

Em seu lugar, enquanto se prepara para a sua terceira quadrilha, Malu bebe água e lê uma mensagem de Ben: "Hoje a tarde vai ter um ensaio com os meus amigos... Quer assistir?"
   — Quero — fala enquanto digita sua resposta. 
Na carteira ao lado da sua, Victor descansa sozinho. Seu olhar está em Jaqueline, que faz a coreografia da música California Gurls da Katy Perry. Luciana canta a música e a loira diverte-se tentando seguir os passos. Ele analisa minuciosamente cada detalhe do corpo dela, desde dos pés calçados com um tênis amarelo, subindo para as compridas e torneadas pernas, a cintura bem marcada pelo uniforme acinturado, os fios dourados que balançam conforme ela se move, o rosto delicado, o queixo arredondado, nariz empinado, olhos brilhantes e sorriso encantador. 
   O olhar de Jaqueline encontra com o dele um segundo antes de Marcelo chamá-la para o ensaio juntamente com Luciana e Maria Luíza. O trio deixa a sala e Victor permanece com o olhar distante. 

Sentados de frente um para o outro em um banco, Isabela e Felipe conversam com seriedade. 
   — Eu queria pedir desculpas por ter gritado com você ontem — ela fala olhando para as mãos dele. — É que eu me estressei por causa daquela foto, porque eu não sabia da onde tinha saído aquilo. Na verdade, eu sabia, mas não esperava. Quando eu disse que fazia um tempão que não via aquela caixa, era verdade! — Seu olhar sobe até o rosto dele. — O Jonas não representa nada no meu presente, muito menos no meu futuro. Eu quero continuar com você, Fê, hoje, amanhã, depois de amanhã, sempre. 
Felipe dá um leve sorriso e pega nas mãos dela. 
   — Eu também queria te pedir desculpas. Eu fui insensível com você, por mais que eu estivesse chateado por ter encontrado aquela foto, não deveria ter duvidado dos seus sentimentos. 
   — Isso quer dizer que agora estamos de bem? 
Felipe sorri e faz carinho no rosto dela. 
   — Mesmo que eu quisesse, não conseguiria ficar por muito tempo brigado com você. 
Isabela também sorri e aproxima o seu rosto do dele. Eles se beijam por algum tempo, até que Isabela interrompe e fala:
   — Eu fiquei sabendo que você e o Victor se desentenderam. 
   — É? 
   — Felipe, vocês são amigos. 
   — E daí? 
   — E daí que vocês não podem ficar sem se falar por um motivo tão banal. 
Felipe dá um selinho nela. 
   — Eu sei, pretendo conversar com ele mais tarde. 
Isabela surpreende-se. 
   — Sério? 
   — Eu não sou tão otário assim, tá? 
Ela ri e beija ele mais uma vez. 

O rosto fino de Yasmin entra em foco na visão de Victor quando ela para em sua frente. 
   — Que cara é essa? — ele pergunta analisando a expressão dela. 
   — Essa festa junina vai me deixar louca — ela fala apoiando as mãos nos joelhos dele. 
   — Ainda mais, né? — o loiro brinca e Yasmin sorri levemente, abaixando a cabeça. Ela fica observando os próprios pés por alguns minutos, tempo que Victor leva para observar o corpo dela assim como fez com Jaqueline. A comparação entre os corpos delas é inevitável e ele nota que embora tenham tamanhos próximos, Yasmin é mais magra e tem as pernas mais finas. Com uma de suas mãos ele aperta a cintura dela e com a outra ergue o seu queixo. 
   — Eu sei que você vai tirar de letra essa festa. 
Yasmin dá um leve sorriso e ele dá um selinho nela. A loirinha passa os braços pelos ombros dele e se afunda em seu peito. Victor esconde o rosto no pescoço dela e aperta o corpo dela contra o seu. 

Horas depois, após o sinal tocar, Samuel conversa com Pedro perto da porta da sala. 
   — Até agora você não me explicou aquela briga com o Jonas no banheiro — fala  o affair de Daniela. 
   — Nem me lembre disso — pede Samuel. 
   — Me explica que eu deixo isso pra lá.
Sem saber que Malu está dentro da sala, ouvindo atentamente cada palavra deles, Samuel conta:
   — Eu me estressei porque ele falou da Malu e resolvi mexer no calo dele. 
   — Você acha que a Maísa é o calo dele? 
Samuel olha com descrença para o amigo. 
   — Pedro, sério que você não percebeu? — Ele ri. — Não importa o que ele diga ou faça, a Maísa sempre vai fazer ele perder a cabeça. 
   — Assim como a Maria Luíza te faz perder a cabeça? 
Samuel ri novamente. 
   — Ai, ai. 
   — Isso foi um sim? 
   — Entenda como quiser.
   — Se eu quiser entender como um "Eu sou louco pela Maria Luíza", posso? 
O rapaz demora para responder, deixando Malu ansiosa. 
   — Pode. 
Ela não consegue controlar o sorriso e quase grita quando Graziele entra na sala e trompa nela. 
   — Ainda bem que te encontrei! — exclama a ruiva em voz alta. — Por que você demorou tanto para sair?
Malu sente um arrepio na nuca, pois sabe que do mesmo modo que ouviu a conversa de Samuel e Pedro, eles podem ouvir a conversa dela com Graziele. 
   — Eu estava arrumando o meu material — responde. 
   — E demorou tanto assim? Ah, deixa pra lá. Vamos!
Graziele fecha os dedos no pulso dela e arrasta ela da sala. Malu sente o rosto aquecer ao passar por Samuel e Pedro. O último ri e olha para o amigo, indagando:
   — Você acha que ela ouviu a nossa conversa? 
Samuel sorri e se afasta. Ele faz questão de se aproximar de Malu na escada e fala bem próximo ao ouvido dela:
   — Ouvir a conversa alheia é feio. 
Malu morde a própria língua e sente sua dignidade escorrer ralo adentro. Quando Samuel está suficientemente longe para não escutar, olha feio para Graziele e diz:
   — Por que você tinha que me dedurar? 
   — Foi mal, eu não sabia que você estava ouvindo a conversa deles. 
Malu sacode a cabeça.

Do lado de fora do colégio, na calçada, Isabela fala para Yasmin:
   — Eu deixei para convidar as meninas para a campanha amanhã, porque hoje você passou o intervalo todo vendo os negócios para a festa junina. 
   — Ah tá, que bom. Amanhã a gente acerta isso direitinho. — Ela sorri. — Nós vamos sambar na cara das inimigas. 
   — E do preconceito também — completa Isabela sorrindo. 
Um táxi para na porta do colégio e Brian desce para o espanto dos seis. Ele se aproxima do grupo e Marina corre para abraçá-lo. Mesmo ignorando todos os ocorridos desde a chegada dele, Vinícius não consegue esconder o desagrado pela aparição surpresa. 

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