Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 198: Adolescentes começam a planejar festa junina


Chay responde sem hesitação:
   — Eu e a Paola não temos nenhum envolvimento que não seja profissional. 
   — Você quer que eu acredite nisso? 
   — Quero, pois eu estou sendo sincero como você pediu. 
   — Então por que essa mulher está tão presente no seu dia a dia, Chay? — indaga Mel inconformada. 
   — Porque ela está trabalhando comigo. Mel, esse seu comportamento não faz sentido pra mim!
A empresária fica confusa. 
   — Como assim? 
   — Você fala como se estivesse com ciúmes de mim, mas pelo o que eu me lembre você falou que já tinha se envolvido com outro. 
Mel fica sem palavras por alguns segundos, até que diz:
   — Você não entende, Chay! — Ela não espera pela resposta dele e encerra a ligação. Após deixar o celular em um suporte, apoia a cabeça na banheira e fala em um sussurro: — Nem eu estou entendendo. 

Quando se recupera do susto, Yasmin recompõem sua expressão e pergunta em tom de ingenuidade:
   — Pai? O que o senhor está fazendo aqui? 
   — Eu estava saindo para comprar papel higiênico, que está acabando e passou despercebido nas compras — conta Micael analisando o rosto da filha. 
   — Nossa, como ninguém reparou? — indaga a adolescente rindo. 
   — E você, estava pensando em sair? — insiste o cantor e olha para o sapato de salto que ela usa. 
   — Claro que não, pai, eu estou de castigo, lembra? 
   — Então por que você está de salto alto e disse que "Deu tudo certo"? 
   — Eu estou de salto porque estou testando eles, já que são novos, e disse que deu tudo certo porque eles são macios e eu não vou precisar trocá-los. 
   — Hum, sei — fala Micael com um pé atrás. 
   — É, sério, pai — mente a garota, dando graças por ter escondido a bolsa entre a roupa enquanto descia as escadas. 
   — Ok, agora volta lá pra dentro. 
   — Sim, senhor. — Yasmin dá meia volta e vai para a sala de estar. Micael sacode a cabeça enquanto abre a porta principal da mansão. 
   — Ela acha que me engana. Vai precisar de um bom tempo de castigo para aprender a se comportar. 
   Victor vê pelo retrovisor o carro de Micael saindo da garagem da mansão. Ele fica aguardando o veículo se aproximar para ter certeza de que é o cantor e quando confirma suas expectativas aperta o botão para fechar a janela para que seu sogro não o veja.
   — O Micael saiu e nada da Yasmin — fala pegando o celular no bolso. — Alguma coisa deve ter dado errado. — Enquanto está desenhando o padrão de desbloqueio, ouve o som de notificação e o celular vibra. — Meu pai me pegou — lê a mensagem de Yasmin e vê que ela ainda está digitando. — P*ta que pariu. 
"Eu consegui enrolar ele, mas não sei se deu muito certo. De qualquer jeito, eu não vou poder sair. Que merda!"
   — Merda mesmo — concorda o garoto e digita: "Seria errado se eu fosse dar uma volta mesmo sem você?" "Você está falando sério?" indaga Yasmin. — Acho que seria — constata Victor diante da resposta dela. "Brincadeira kkk. Vou pra casa" manda. — É melhor mentir do que ficar brigando por besteira — fala e liga o motor do carro. 

Três semanas passam e maio se vai com elas. Em uma manhã de quarta-feira, Yasmin desperta na cama de Felipe. O casal de irmãos dormiu junto após assistirem a um filme de terror. 
   — Felipe? — chama cutucando a garoto. — Felipe, acorda!
O moreno coça os olhos. 
   — Bom dia. 
   — Não sei como. Já perdi as contas dos dias que estou de castigo — reclama colocando os pés para fora da cama. 
   — É, o pai realmente está pegando pesado com você — Felipe opina. 
   — Pesado? Está parecendo um fisiculturista de tão pesado que está pegando comigo. 
Felipe ri, mas Yasmin não acha a menor graça da própria piada. 
   — Vou me arrumar no meu quarto — se despede caminhando até a porta. 
Eles se aprontam e minutos depois partem rumo ao Otávio Mendes. 

Pouco depois do sinal tocar e os alunos se acomodarem nas salas de aula, uma das inspetoras começa a ir de sala em sala chamando os líderes. 
   — Com licença, professora — fala abrindo a porta. 
   — Toda — fala a professora de português. 
   — Quem é o líder de sala? 
Yasmin ergue o braço no fundo da sala. 
   — Eu. 
   — Me acompanhe, por favor. 
A loirinha levanta e caminha em passos lentos até a porta, recebendo olhares do público masculino. 
   — O que foi? — pergunta assim que sai. 
   — O diretor quer conversar com os líderes — conta a inspetora. 
   — Ah, sim. 
Yasmin se junta aos demais representantes de sala e eles vão para o auditório com a inspetora. 
   No decorrer da aula, Graziele vira para trás para conversar com Malu. 
   — E aí, Malu-Maluquinha? 
A morena sorri. 
   — E aí, Graziele... ele-ele.
As duas riem. 
   — Como está o seu braço agora que você tirou o curativo? — indaga Graziele. 
   — Bem melhor — responde Malu e ergue a manga do uniforme, expondo a cicatriz recente. — O meu pai deu a ideia de fazer uma cirurgia plástica para retirar a marca, mas eu não quero. 
   — Por que não? 
   — Ah, não sei. Eu já me operei uma vez e não quero passar por isso de novo. 
Graziele sorri. 
   — Compreensível. Falando nisso, o tempo é um santo remédio, né? 
   — Como assim? 
   — Nada como o tempo para fazer as coisas voltarem ao normal. O seu braço está praticamente cicatrizado, o Jonas e o Samuel estão prontos para uma nova briga e o Pedro... bom, pra saber como está a barriga do Pedro é melhor chamar a Dani. 
Elas riem. 
   — É verdade — concorda Malu. — O tempo é um santo remédio. A única coisa que não muda com o tempo é a insistência do... do Samuel — acrescenta em um sussurro. 
Graziele também abaixa o tom de voz. 
   — Ele continua tentando entrar em contato com você? 
   — Sim, por mais que eu corte ele em todas as vezes. 
   — Malu, eu te entendendo completamente e concordo com você em relação a tudo o que aconteceu, mas será que essa insistência do... dele, não quer dizer algo? 
   — Não — responde Malu de imediato. 
   — É sério, talvez se ele está insistindo tanto é porque realmente gosta de você e está arrependido do que fez. 
   — E só por isso eu tenho que perdoar ele? Não, Graziele! Fez merda? Então arque com as consequências. 
Graziele assente. 
   — Ok, se você quer continuar agindo assim. 
No segundo tempo Yasmin retorna. 
   — Professor? — fala se aproximando da mesa de Marcelo, professor de física. — Posso dar uma recadinho pra sala? 
   — Pode. 
Yasmin se posiciona em frente à sala, encostada na lousa, e olha para a turma: Maísa e Laís estão conversando, assim como Amanda e Talita e Danilo e Alexandre; Isabela, Felipe, Marina e Vinícius brincam de Pedra, Papel, Tesoura, Lagarto e Spock; Aline dorme; Iago lê; Graziele e Thiago cochicham; Malu dorme; Samuel observa o cabelo de Malu com o olhar distante; Daniela e Mayara riem; Lorenzo desenha; Jaqueline faz uma trança no cabelo de Luciana; Jonas e Pedro brincam de queda de braço e Victor dorme. 
   — Pessoal! — chama Yasmin e a maioria olha para ela, porém Victor continua dormindo e Daniela e Mayara rindo. — Gente, eu preciso dar um recado! — Assim que todos estão olhando para si, ela começa: — O diretor chamou os alunos líderes de sala para uma reunião a respeito da festa junina. Acho que a maioria lembra como funciona, mas como tem alunos novos vou explicar. A festa junina do colégio é tradicional, como a maioria das festas, tem as barraquinhas de comidas típicas, de brincadeiras e tudo mais. Além disso, os alunos dançam quadrilha. 
   "Aqui, a quadrilha é dividida por séries. Ou seja, há três quadrilhas: do primeiro ano, do segundo ano e do terceiro ano, e são sempre quadrilhas tradicionais, meninas dançando com meninos aquela musiquinha de sempre. No entanto, esse ano a direção resolveu dar uma inovada. Eles propuseram fazer cinco quadrilhas: as tradicionais das três séries e duas adicionais dos terceiros anos. Como assim? Vai ter uma quadrilha do terceirão, as duas salas juntas, e uma do terceiro A e outra do terceiro B. 
   "Como a gente vai dançar duas vezes, não faz sentido as duas quadrilhas serem tradicionais. Aí que o negócio fica bom! A gente vai fazer a quadrilha tradicional juntamente com o B e na nossa a gente vai poder fazer alterações para modernizar."
   — A gente poderia inverter — sugere Laís —, meninas dançando de meninos e vice-versa. 
Alguns riem em aprovação, inclusive Yasmin. 
   — Boa ideia. Todo mundo topa, gente? — "Sim", "Aham", "Tubo bem" respondem os estudantes. — Ok, então fechou, as músicas a gente escolhe depois. Os ensaios para a quadrilha vão começar daqui a uma semana e a gente vai ter um apoio da nossa madrinha pra ajudar a gente na coreografia. Serão três ensaios por semana, nas segundas, quartas e sextas, então evitem faltar nesses dias. Ah, outra coisa que o diretor falou! A gente vai ficar responsável por uma barraquinha na festa, que será na última seta-feira do mês. É isso, alguma dúvida, gente? 
   — Deixa eu ver se eu entendi — fala Mayara. — A gente vai dançar a quadrilha tradicional com o terceiro B e uma mais zoada só entre a gente. 
   — Exato — Yasmin responde. 
Danilo pergunta:
   — E a quadrilha do terceirão só pode dançar menina com menino? 
   — Sim. 
   — Por que, Danilo? — pergunta Pedro do fundo da sala. — Quer dançar com algum menino? 
   — Claro, com a Alexandra aqui — responde Danilo passando a mão pelo cabelo de Alexandre e a turma ri. 
   — Mais alguma pergunta, gente? — indaga Yasmin e todos ficam em silêncio. — Ok. — Ela caminha para o seu lugar, mas para no meu do caminho. — Ah, eu esqueci de uma coisa importantíssima para os alunos novos! Dançar é praticamente obrigatório, porque vale nota em educação física. Quem não dançar tem que fazer um trabalho chato pra caramba sobre folclore pra não ficar com zero na nota. Acho que agora acabou — ela ri e senta em sua carteira. 
Victor se vira para trás e fala:
   — O que é quadrilha? 
Yasmin ri e pega na mão do namorado. 
   — Relaxa, você vai se sair bem, vai ter a melhor professora. 
   — Você está falando da nossa madrinha? 
   — Não, Victor — responde Yasmin gargalhando. — Estou falando de mim. A gente vai dançar juntos, não vamos? Eu te explico, eu vou ser sua professora. 
   — Dança em dupla? 
   — Nossa, seus pais não te explicaram nada? 
   — Já comentaram, mas eu não prestei atenção. 
A loirinha sorri. 
   — Relaxa, você vai aprender. 
Marina dá tapinhas de empolgação nas costas do namorado, que se vira para ela. 
   — O que foi? — pergunta Vinícius sorrindo. 
   — Estou entusiasmada para a festa junina. Eu nunca participei de uma festa junina antes! Na verdade, nem sei como é, mas enfim. — Ela ri. 
   — Olha, para quem não queria nem pisar no Brasil você está me surpreendendo. 
Marina ri. 
   — É verdade. E sabe quem já vai ter chegado no dia da festa? 
O sorriso de Vinícius fraqueja, já imaginando a quem Marina se refere. 
   — Quem? — pergunta assim mesmo. 
   — O Brian! — Ela está tão alegre que não percebe a expressão de azia de Vinícius. — Ele vai ficar louco na festa, aposto. 
Marina continua falando descompassadamente até o professor começar a dar aula e Vinícius se virar para frente com a expressão fechada. 

Como sabe que a irmã começou a trabalhar na Melphia e que está neste momento cobrindo um editorial em um parque florestal, Chay decide ir visitá-la. Em meio à araras de roupas, tripés, acessórios de iluminação, cabos, fotógrafos, maquiadores, estilistas e outros profissionais, trabalha Anelise. Ela, juntamente com sua própria equipe, entrevista algumas modelos e grava os bastidores do editorial para o site da grife. 
   — Surpresa — fala Chay no ouvido dela. Ela se vira e se espanta ao ver o irmão. 
   — Chay? 
   — Em carne e osso. 
Anelise sorri e dá um abraço nele. 
   — Não esperava te ver aqui. 
   — Eu estava passando aqui perto e lembrei que você ia estar trabalhando aqui, então resolvi dar uma paradinha pra te ver. 
Anelise continua sorrindo e olha por cima do ombro, procurando algo, antes de voltar a encarar o irmão. 
   — Está uma loucura aqui e a minha função é registrar isso para as pessoas que acessarem o site — ela conta rindo. 
   — E qual é mais legal, trabalhar aqui ou pra empresa de antes? 
   — Olha, eu evito responder isso pra não ser antiética, mas pra você que é o meu irmão eu posso contar. — Ela ri. — Prefiro muito mais aqui! 
Chay sorri. 
   — Que bom que você está feliz. 
   — Estou muito. Faz uma semana que eu comecei a trabalhar efetivamente, mas já estou amando. 
Chay afaga a bochecha dela. 
   — Bacana, maninha. 
   — Chay? 
Anelise arregala os olhos ao ver por cima do ombro do irmão o que buscava segundos antes. Chay se vira e visualiza Mel. Ela está muito bela em um look mais despojado e o cabelo preso em um coque frouxo. 
   — Oi, Mel — fala o cantor. — Eu não sabia que você ia estar aqui. 
   — Estou, o que você está fazendo aqui? 
   — Vim ver a Ane. 
   — Ah, sim! — Ela aperta uma prancheta entre os dedos e avisa: — Só não demora muito, a Ane está trabalhando. 
   — Já estou voltando ao meu posto — fala Anelise colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha. — Depois a gente se fala — se despede do irmão e vai para perto de sua equipe. 
Chay volta a olhar para Mel, que continuou fitando-o. 
   — Com licença — ela fala e tenta passar por ele, mas Chay segura em seu pulso. 
   — Mel. 
   — Chay, eu estou trabalhando. 
   — Eu não sabia que iria te encontrar aqui — ele fala com o rosto próximo ao dela. 
Mel assente. 
   — Nem eu, agora eu preciso ir. — Ela se esforça para se desvencilhar do aperto de Chay, em vão. 
   — Por que você não retornou às minhas ligações? — indaga o cantor. 
   — Estava ocupada — mente Mel. 
   — Você não teve cinco minutos nesse quase um mês para me ligar? — Chay acusa.
Mel começa a ficar impaciente. 
   — A verdade é que eu estava te evitando mesmo, Chay. 
   — Por quê? 
   — Por quê? Porque nós estamos separados e eu não acho saudável mantermos uma relação. — Enquanto falava tentava puxar o braço. 
   — Nós estamos separados, mas não somos inimigos. 
   — Eu sei, mas eu acho melhor ficarmos longe. 
Chay dá um passo para mais perto dela. 
   — Por quê? 
Mel olha para os lados.
   — Chay, eu estou no meu ambiente de trabalho. Tem como você respeitar isso? 
Como não quer constrangê-la diante de seus funcionários, Chay cogita soltar o pulso dela. 
   — Eu te deixo ir com uma condição. 
Mel troca o peso do corpo para a outra perna, revirando os olhos. 
   — Você e suas condições. O que é? 
   — Eu te deixo ir só se você lanchar comigo quando acabar esse ensaio fotográfico. 
A empresária dá um leve sorriso e comenta:
   — Todas as propostas que você faz para mim envolve comida. 
Chay responde sem pensar:
   — É porque são duas coisas que eu amo. — Mel fica estupefata com a frase dele e até Chay se espanta. — Então — fala tentando acabar com o constrangimento que se instalou entre eles —, aceita? 
Como está ansiando se livrar dele para poder voltar ao trabalho, Mel responde:
   — Sim. 
Um sorriso surge nos lábios de Chay. 
   — Então eu vou te esperar no meu carro — fala soltando ela, porém Mel não se move e pergunta com os olhos arregalados:
   — Como? 
   — É pra ter certeza que você não vai fugir de mim. 
Mel sacode a cabeça. 
   — Você é louco — diz ao se afastar. Chay sorri e acompanha os passos dela até a empresária se misturar entre os maquiadores. 

Durante o intervalo, o assunto principal entre a maioria das rodinhas de jovens é a festa junina. Na mesa de Graziele, Thiago e Malu não é diferente:
   — Aceita dançar quadrilha comigo? — pergunta Thiago pegando na mão da namorada, que gargalha. 
   — Aceito — responde a ruiva entre os risos. Thiago também ri e dá um beijo na mão dela antes de se levantar. 
   — Pastel pra você e coxinha pra Malu, confere? 
   — Sim — respondem as duas garotas. 
   — Ok. — Thiago se afasta e Graziele pergunta para a amiga:
   — E você, com quem vai dançar?
Malu dá de ombros. 
   — A tradicional, que tem que dançar menina com menino, eu não sei.
   — E a da nossa sala? 
   — Então — fala Malu coçando o cabelo. — Eu estava pensando em chamar a Mayara, mas não quero que ela leve isso para outro lado. 
   — Entendo. Eu acho que ela não vai levar, ela está com a Valéria, não está? 
   — Vanessa — corrige Malu. 
   — É, ela está, não está?
   — Aham. 
   — Então, acho que ela vai achar divertido dançar com você. Quem vai ser o homem? — Graziele indaga rindo. 
Malu também ri. 
   — Teremos que ver. — Ela olha distraidamente para o lado no exato momento em que Samuel passa. Ela o acompanha inconscientemente e vê o rapaz se sentar em uma mesa com Jaqueline e Luciana. 
   — E se ele te convidar? — pergunta a ruiva e Malu nota que ela viu os olhares dela. 
   — Ele não vai fazer isso. 
   — Quem garante? 
   — Eu, com certeza ele vai chamar a Jaqueline. 
   — E caso ele te chame? 
   — Eu vou dizer um não bem grande. 
Graziele dá um leve sorriso. 
   — Ai ai!
   Também na lanchonete, Laís espera o seu suco natural ficar pronto encostada no balcão. 
   — E aí? — fala Alexandre parando ao lado dela. 
   — Oi. 
   — Já sabe com quem vai dançar na festa junina? — Laís sorri e nega com a cabeça. — Dança comigo? 
O sorriso dela aumenta e uma funcionária da lanchonete coloca no balcão um copo de plástico com o suco de melancia que ela pediu. 
   — Danço — fala pegando o copo. Alexandre aproveita que ela está olhando para o suco e aproxima o seu rosto do dela para dar um beijo em sua bochecha, porém Laís vira o rosto para encará-lo e eles dão um selinho. A garota fica espantada e Alexandre sorri com a própria sorte. Ele acaricia a bochecha dela e se afasta. 
   Maísa está sentada em um banco no corredor, mexendo em seu celular. 
   — Você não sabe o que acabou de acontecer — fala Laís ao chegar perto dela. 
   — O quê? — indaga a loira olhando para a amiga. 
   — Eu e o Alexandre demos um selinho.
Maísa sorri. 
   — Sério? 
   — Sim! Ele me chamou para dançar com ele na festa junina e acabou acontecendo, foi sem querer. 
A loira gargalha. 
   — Que bom, né? 
   — Sim, muito bom! — Laís fica sorrindo por alguns segundos. — Enfim, com quem você vai dançar? 
   — Não faço a mínima ideia — responde Maísa com sinceridade. 

Assim que acabou a sessão de fotos da grife, Mel foi em direção ao seu carro. Por coincidência o carro de Chay estava estacionado ao lado do dela e ela não teve como escapar do lanche com ele. 
   — Vamos no meu carro, depois eu te trago aqui e você pega o seu — falou o cantor. 
   — Pra que tanto trabalho? — indagou Mel. — Eu te sigo no meu carro. 
   — Olha lá, hein? Vou ficar checando se você realmente está atrás — brincou Chay abrindo a porta do seu automóvel. 
   — Você está parecendo um maníaco. 
Eles riram e minutos depois estavam deixando o parque rumo à um restaurante. 
   — Acho que eu já vim aqui antes — fala Mel sentando em uma mesa com Chay. 
   — É o melhor restaurante rústico que eu já fui — Chay elogia. 
   — Uau! — Eles sorriem e recebem o cardápio do garçom.

Sentados em degraus de uma das escadas do colégio, Pedro e Jonas conversam. 
   — Todo mundo só está falando da festa junina — comenta Pedro. 
   — É, você já chamou a Daniela pra dançar com você? — indaga Jonas. 
   — Como você pode ter certeza de que eu vou dançar com ela? — Pedro retorque.
Jonas arqueia a sobrancelha. 
   — Você vai dançar com quem? 
Pedro ri e conta:
   — Com a Daniela. 
Jonas acaba rindo com o amigo e fala:
   — Eu chamei a Lu. 
   — Luciana? 
   — Não, Luíza, Maria Luíza — ironiza Jonas, porém Pedro não entende. 
   — Sério? 
   — Claro que não, seu trouxa. É a Luciana mesmo. 
   — Ah. 
   — Eu fiquei em dúvida se chamava ela ou a Jaqueline, porque eu gosto das duas e as duas são gostosas. 
    Como decidiu que ia chamar a Luciana? 
   — Pelo simples fato que eu quero ver quem o Samuel vai chamar. 
Pedro ri. 
   — Você acha que ele está em dúvida entre a Jaqueline e a Maria Luíza? 
   — E a Maísa também. 
Pedro ri ainda mais. 
   — Você acha mesmo que ele chamaria a Maísa? 
   — Ah, sei lá, eles estão se falando de boa. 
   — É, mas entre falar com ela e chamar ela pra dançar quadrilha é bem diferente. 
   — É só uma dança, Pedro, isso não quer dizer que ele vai se casar com ela. 
   — Eu sei, mas se o Samuel chamar a Maísa, pode desistir de vez da Maria Luíza, porque seria muita sacanagem com a menina, né? 
   — Eu não acho. Ele ficou com a Jaqueline, com a Talita e assim mesmo a Malu estava dando bola pra ele. 
   — Eu sei, mas com a Maísa foi diferente — argumenta Pedro. — Rolou toda uma história em torno disso. 
   — Isso é verdade — concorda Jonas. — Ai, pra mim tanto faz, eu só quero ver o circo pegar fogo. 
Pedro ri e pergunta com curiosidade:
   — E se ele chamasse mesmo a Maísa, você se incomodaria? 
Jonas coça o queixo. 
   — Sei lá. 

Um crepe é divido por Chay e Mel no restaurante rústico enquanto eles conversam e tomam cappuccino. 
   — Sério, ela falou que tinha escurecido o cabelo só para ficar comigo — conta Chay. 
Mel ri, se divertindo com o fato narrado por ele.
   — Deixa eu ver se entendi, uma fã invadiu o seu quarto e falou que tinha escurecido o cabelo pra ficar com você? Qual é a lógica disso? 
Chay coloca uma mão no braço dela, pedindo:
   — Calma, você vai entender. Então, continuando, eu falei pra ela que estava tarde, que eu estava cansado do show e que ela não podia entrar ali. Daí ela começou a falar alto, dizendo que era loira natural, mas tinha pintado o cabelo de preto por minha causa. Eu fiquei espantado e um pouco curioso — ele ri. — Quando eu perguntei por que ela achou que se pintasse o cabelo de preto eu iria ficar com ela, sabe qual foi a resposta? 
   — Não — responde Mel bebericando o seu café. — É isso que eu quero descobrir. — Chay começa a rir. — Fala, Chay! — pede Mel sacudindo a mão dele que está em seu braço. Eles nem percebem que estão agindo como nos velhos tempos, quando ainda eram casados e viviam uma história de amor. — Chay Suede, fala logo. 
Chay continua rindo e lágrimas começam a se formar em seus olhos. 
   — Peraí, peraí, preciso de ar. — Ele começa a respirar fundo, tentando controlar a risada. Mel permanece olhando fixamente para ele, curiosa pelo desfecho da história. 
   — Tá até chorando de rir — ela observa sorrindo e leva uma mão ao rosto dele para enxugar o cantinho do olho. 
Assim que se recupera, Chay termina de contar:
   — Ela virou pra mim e disse que tinha pintado o cabelo pra ficar parecida com você.
Mel começa a rir. 
   — Sério? 
   — Pior que sim. 
   — E ficou parecida? 
Chay sorri. 
   — Óbvio que não, né Mel? Como você nunca existirá. 
   — Ai, que bonitinho! — ela fala e aperta a bochecha dele. — Como você também nunca existirá, você é único. 
O cantor acaricia o braço dela. 
   — Sou? — pergunta mais sério. 
Mel percebe o que falou e o pequeno espaço entre eles, porém não consegue e nem quer se afastar. 

Na mesa deles, os filhos dos ex-integrantes dos Rebeldes fazem um acordo para a quadrilha do terceiro A. 
   — Ok — fala Yasmin —, a gente inverte os pares. Eu fico com o Vini. 
   — Eu quero a grande anã — Victor diz e sorri maliciosamente para Isabela. 
   — Quem disse que eu te quero? — indaga Isabela rindo. 
   — Você não tem que querer — retorque Victor. — A Yasmin e o Vinícius vão dançar juntos, então fica só eu como opção, queridinha. 
   — É verdade — concorda Felipe rindo. — Peraí! Se vai ficar Yasmin e Vinícius, Isabela e Victor, eu vou ter que dançar com a Marina? 
   — Exato — responde Vinícius. 
   — Ah, não! — Felipe joga o guardanapo na mesa.  Eu não quero dançar com ela, eu não gosto dela — fala olhando para Marina, que ri. 
   — E você acha que eu gosto de você? 
   — Você me ama, todos me amam. 
   — Nossa, é bem irmão da Yasmin mesmo. 
   — Tem que me colocar no meio — diz Yasmin sorrindo. 
   — Não começa — pede Victor dando uma leve cotovelada nela. 
Felipe ri e aproveita que está sentado ao lado de Marina para abraçá-la. 
   — Estou zoando, Marizinha. Eu gosto um pouco de você. 
Marina ri e retribui o abraço. 
   — Eu não estava zoando — fala ainda na brincadeira. 
   — Eu sei que você gosta de mim, até fingiu ser minha namorada uma vez. 
   — Que história é essa? — questiona Isabela. 
   — Ih, f*deu! — exclama Victor gargalhando. 
   — Nada demais — responde Felipe piscando para a namorada. 
   — Estou de olho em vocês — fala Isabela sorrindo. 
   — Se quiser se vingar deles, grande anã, saiba que eu estou aqui — brinca Victor e todos riem. 
   — Se continuar assim não por muito tempo — acrescenta Yasmin e mais gargalhadas surgem. 
   — Ah — fala Marina se soltando de Felipe. — Acho que vocês não sabem, o Brian já vai ter chegado quando acontecer a festa junina. 
   — Sério? — indaga Isabela. — Estou ansiosa para conhecer o famoso Brian. 
   — Até eu estou — assume Felipe. 
Marina ri e fala:
   — Estou doida para rir das furadas que ele vai dar com o português. 
   — Olha quem fala! — exclama Victor rindo. — Esse final de semana a gente foi no banco com o meu pai, daí estava escrito na porta "Puxe" e a Marina empurrou. 
Todos gargalham e Marina se defende:
   — É que eu ainda confundo "Puxe" com "Push". 
   — E quer zoar o pobre do Brian.
Yasmin ri com os amigos, olha para Vinícius e percebe que os seus olhos não estão rindo como a boca. 
   — Ei — ela fala cutucando Victor. — O Vinícius deve estar odiando a vinda do Brian, olha o sorriso falso dele.
O loiro observa Vinícius discretamente. 
   — É verdade. Eu também não estou muito empolgado com a vinda dele. 
   — Por quê? Acha que ele pode dar em cima da Marina? 
   — Dela não, mas de você sim. 
Yasmin ri. 
   — Como? 
   — A Marina me contou uma vez que o Brian contou para ela que tinha visto uma foto nossa que eu postei e que tinha achado você gata. 
Yasmin sorri com surpresa. 
   — Sério? 
   — Aham, e teve uma vez que ele tava conversando comigo por Whats e falou que eu tinha demorado pra começar a namorar, mas que tinha valido a pena porque você era muito linda. 
   — Nossa, que legal isso! — fala Yasmin orgulhosa de si. 
   — Muito legal — ironiza Victor. 
   — Ei, não tem motivo pra você ficar assim. 
   — Sei lá, ele é loiro, americano, bonito, coisas que fizeram você ficar atraída por mim. 
Yasmin sorri e acaricia o cabelo dele. 
   — Você acha que eu trocaria você que mora aqui por ele que estará apenas de passagem?
   — É só por isso? 
   — Sim — responde a loira gargalhando. — Falando sério, não precisa se preocupar, o Brian não vai mexer com a minha cabeça. 
   — Quem garante? 
   — Eu garanto. 
   — Você nem conhece ele, como pode garantir? 
   — Victor!? Eu gosto de você, não é porque um novo boy-american vai chegar que eu vou esquecer o que eu sinto por você. Essa insegurança não combina com você. 
Victor assente. 
   — É verdade, a gente está junto e ninguém vai mudar isso. 
   — Menos, né? Porque se eu quiser te troco pelo Brian em um estalar de dedos — Yasmin brinca rindo. 
   — E eu te troco pela Jaqueline.
Yasmin fica séria. 
   — Ok, chega de zoeira. 
   — Ah, viu como é bom brincar com os outros? — provoca Victor rindo. 
   — Trouxão. — Ela passa um braço pelos ombros dele e fala em seu ouvido: — Não precisa se preocupar, eu já escolhi o meu boy-american e estou muito satisfeita com ele. Não vai ser um Brian da vida que vai me fazer mudar de ideia.


Comentários

  1. Pelo visto o Brian vai causar.
    Ansiosa.

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  2. Ai mds!!! Quero beijo Chamel logooo. Imagine cada dia mais perfeito, parabens

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  3. Ansiosa para o próximo capítulo.... Continua looogo por favor....

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  4. podia rolar pelo menos um beijo de ChaMel, quero samuel e a malu juntos de novo

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  5. Chamel ❤❤❤❤❤❤❤❤ continua amo os dois

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