Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 210: Victor admite que ficaria com Isabela

Mesmo com a boca seca Malu se esforça para responder à pergunta de sua mãe, porém é Ben quem fala primeiro.
   — Não — ele sorri. — Nós ainda não estamos namorando. 
Malu tem a sensação de que pedras de gelo escorregam por suas costas e se controla para não arregalar os olhos. Nathália, por sua vez, sorri e diz:
   — Ah, entendi. Bom, vou deixar vocês sozinhos. — Ela dá meia volta e mergulha no interior da mansão. Malu olha para Ben com o queixo caído. 
   — Ainda não estamos namorando? 

Ainda segurando o rosto de Isabela em suas mãos, Victor dá um beijinho na testa dela e fala:
   — Não se importe com isso, grande anã. Essas pessoas são ridículas!
Isabela sorri levemente. 
   — Você tem razão. 
   — Eu sempre tenho razão. 
Eles riem e Victor dá um abraço apertado na adolescente. 
   — Aqui! — fala Yasmin parando ao lado dos dois com o copo de água nas mãos. Ela entrega o objeto para Isabela, que se solta dos braços de Victor para beber o líquido. Enquanto ela bebe lentamente, tenta se tranquilizar. Victor olha intensamente para a namorada, que observa a piscina com o rosto neutro, e estica a mão em direção ao rosto dela. Yasmin desvia e Victor justifica:
   — Vou só tirar um pedacinho de folha que tem no seu cabelo. 
A loirinha se aproxima um pouco dele e Victor tira uma folhinha de seu cabelo. Em seguida acaricia discretamente sua bochecha e Yasmin fita o seu rosto. 

Deitado de bruços em sua cama, com fones nos ouvidos e ar-condicionado ligado, Samuel descansa. Ruth abre a porta e se aproxima da cama do filho, falando após cutucá-lo:
   — O seu pai veio ver você. 
   — Hã? — indaga Samuel tirando um dos lados do fone. 
   — O seu pai está lá embaixo querendo falar com você. 
   — Sério? 
   — Sim.
Samuel revira os olhos. 
   — Fala para ele que eu estou dormindo. 
   — Eu já disse que você tinha acordado. 
   — Então inventa outra desculpa. 
   — Samuel!? Ele só quer te ver. 
   — Mas eu não quero ver a cara dele. 
   — Ele é o seu pai. 
   — Eu não pedi. 
   — Eu pensei que vocês estavam se acertando — fala Ruth passando a mão pelo cabelo do filho. 
   — Eu nunca mais vou me acertar com ele depois que descobri tudo o que ele fez. 
   — Ele não vai deixar de ser seu pai por causa disso. 
   — Nós já conversamos sobre isso, mãe. 
   — E você continua sem entender. 
   — Não quero entender assim como não quero ver ele. Quer saber de uma coisa? Fala para ele que eu mandei ele ir visitar o outro filho dele. 
   — Samuel!?
O rapaz recoloca os fones de ouvido e esconde a cabeça sob o travesseiro. 

Ben gargalha e coloca as mãos na cintura de Malu. 
   — Relaxa, eu só disse isso para não pegar mal com a sua mãe. 
   — Como? 
   — Eu não queria que ela pensasse que eu sou qualquer um, mas também não queria mentir. 
Malu sente um alívio, pois por um instante achou que Ben estava realmente falando sério com relação ao namoro. 
   — Ah, entendi — fala exatamente no mesmo tom de Nathália. 
   — Então, vamos passear? 
   — Pra onde nós vamos? 
   — Tem um parque florestal aqui perto que eu adoro, a gente podia dar uma volta por lá. 
Malu sorri com animação. 
   — Excelente ideia. 

   — Então — fala Yasmin quando Isabela termina de beber água —, você vai fazer alguma coisa com relação a isso? 
   — Claro — responde a morena. — Eu não posso deixar isso passar barato. 
   — O que você vai fazer? 
Isabela dá de ombros. 
   — Ainda não decidi. Vou conversar com a minha mãe antes de qualquer coisa. 
   — Boa ideia! 
   — A única certeza que eu tenho — diz a menor com convicção — é que isso não vai ficar barato. 
   — Isa, cuidado — alerta Yasmin. — Tenta não dar mais ibope para esse povo, porque é exatamente isso o que eles querem. 
   — Pode deixar, eu vou fazer as coisas certinho. 
Yasmin respira fundo. 
   — Sendo assim, eu já vou indo pra casa. 
   — Ok. Obrigada por me contar, amiga. 
   — Imagina, eu não fiz nada além da minha obrigação. 
Isabela sorri e dá um abraço em Yasmin. Em seguida, ela olha para Victor. 
   — Obrigado pelo apoio. 
   — Não há de quê. 
Eles também se abraçam e o casal se loiro se despede. 

Usando um short jeans e uma regata leve, Marina sai com Brian para uma visita pelos principais pontos turísticos do Rio de Janeiro. Eles pegam um táxi e partem rumo ao Corcovado. 
   — Estou ansioso para ver pessoalmente — fala Brian sorrindo. — Eu sempre vi por fotos. 
   — É muito lindo! Você vai se encantar. 
O loiro sorri e passa as mãos pela calça jeans. 

Samuel desce as escadas para pegar alguma coisa para comer e Ruth aproveita a oportunidade para perguntar:
   — Você vai passar o sábado todo em casa? 
   — Por quê? 
   — Porque você sempre sai, eu pensei que fosse se divertir hoje também. 
   — Quem sabe mais tarde? 
   — O que está acontecendo, Sam? 
Ele suspira e fala:
   — Estou com ressaca física e moral. 
   — Quer desabafar? 
   — Não. 
   — Isso pode ajudar, filho. 
   — Sabe o que iria ajudar? — indaga o rapaz. 
   — O quê? — Ruth pergunta prestativa. 
   — Aquele sanduíche que só a senhora sabe fazer. 
A mulher sorri e levanta do sofá. 
   — Então senta aí que eu vou prepará-lo pra você. 
Samuel sorri e faz o que a mãe pediu. No entanto, quando Ruth desaparece para a cozinha, ele se estica e pega as chaves do carro dela na mesinha de centro. Sem fazer algum barulho, ele passa pela porta e vai até a garagem. 

Assim que Yasmin e Victor foram embora, Isabela buscou os conselhos de Mel. As duas conversam no quarto da empresária, que diz após ouvir os relatos da filha:
   — Eu não acredito que fizeram isso com você, filha!
   — Mas fizeram e eu quero fazer algo de volta, mãe. Eles não podem brincar com a minha vida desse jeito!
Mel pega nas mãos da garota. 
   — O problema é que nós não podemos admitir que nos importamos com esse tipo de pessoa, porque é isso o que eles querem. 
   — Só que até quando eles vão ficar falando das pessoas assim? Eu não acho certo isso!
   — E não é. Ainda mais com vocês que nem escolheram essa vida. 
   — Pois é, mãe. Alguma atitude precisa ser tomada!
   — Você está pensando em alguma coisa?
Isabela inclina levemente a cabeça. 
   — Mais ou menos. 
   — Então me fala. 
   — Eu não queria fazer uma crítica ou algo do gênero diretamente voltado para esse site ridículo, e sim uma campanha que envolvesse tudo isso, sabe? Tipo, algo que não se relacione apenas com o meu caso. Eu quero que as pessoas se identifiquem com isso! Eu quero mudar esse comportamento!
Mel sorri com orgulho da filha. 
   — Eu acho genial a sua ideia, filha. — Ela sorri com um olhar esperto. — Eu acho que até sei como fazer isso se tornar realidade. 
   — Sério? — indaga Isabela se remexendo na cama. — Como? 

Com uma parte de seu cérebro focada no trânsito e outra em seu conflitos internos, Samuel dirige o carro de sua mãe por um bairro tranquilo. Ele aproveita que as ruas são desertas e pisa no acelerador, querendo deixar para trás também os seus problemas. Ao virar uma esquina, se espanta ao ver um garoto atravessando a rua a poucos metros de distância. Para evitar atropelá-lo, Samuel gira o volante para a direita e quase sobe na calçada, onde constata que tem uma garota. Ao pousar o seu olhar nela, seu coração dispara. Os olhos negros de Malu se estreitam ao ver quem é o motorista. 

Enquanto caminha para sua casa na companhia de Victor, Yasmin relembra do comportamento dele com Isabela, tentando não sentir nenhum sentimento negativo. Victor segura no pulso dela, a trazendo para a realidade. 
   — Vamos sentar aqui. 
   — Oi? 
   — Vamos sentar aqui um pouco — fala o garoto puxando Yasmin para o meio fio. Ele se sentam e Victor passa um braço pelas costas dela. — Eu queria só saber qual é a razão do interesse desse povo nas nossas vidas. A gente não faz nada demais, por que eles se importam tanto? Isso é tão cansativo!
Yasmin assente, sem ter prestado atenção no que ele disse. 
   — A gente leva uma vida normal, dentro dos padrões de adolescentes classe média alta, então por que eles se interessam? Só por que nós somos filhos de famosos? E daí? Quem são famosos são os nossos pais, não é a gente. Você não acha?
Yasmin assente novamente e Victor começa a desconfiar de que ela não está ouvindo o que ele diz. 
   — Qual é o problema com a gente? Só por que nós temos um rabo de dragão? — indaga. 
A loirinha confirma com a cabeça e Victor chama:
   — Yasmin!?
   — Hã? O que foi?
   — Você não prestou a atenção em nada do que eu falei, né? 
   — Claro que eu prestei. 
   — Então o que foi que eu disse?
Yasmin pensa por um instante. 
   — Palavras. — Victor revira os olhos e Yasmin indaga sem pensar: — Você ficaria com a Isabela? 
   — Hã? 
Como já disse, ela não volta atrás e repete:
   — Você ficaria com a Isabela?
Victor dá de ombros com indiferença. 
   — Dependendo da situação, ficaria. 
Yasmin não consegue esconder o espanto. 
   — C-como é? 

Samuel abre a porta do carro de sua mãe e desce para ver se tudo está bem com o garoto que quase atropelou e Malu. 
   — Você se machucou? — ele pergunta para Ben. 
   — Não, mas foi por pouco.
   — Foi mal, eu não te vi. 
   — A gente notou! — fala Malu cruzando os braços. 
Samuel olha para ela e pede:
   — A gente pode conversar a sós?
   — Vocês se conhecem? — indaga Ben. 
   — Infelizmente — Malu responde e Samuel bufa. 
   — Podemos ou não? 
Malu dá de ombros e caminha até uma árvore, ficando alguns metros de distância de Ben. Samuel segue ela e pergunta:
   — Quem é esse garoto?
Malu estreita os olhos. 
   — Isso se interessa desde...? Ah, não te interessa!
   — Malu. 
   — Falei alguma mentira? 
   — Eu só queria saber. 
   — E eu só não quero responder. 
   — Se você não quer responder significa que ele é alguma coisa pra você. 
   — O que te faz pensar isso?
Samuel dá de ombros. 
   — Sei lá, só acho. 
   — Esse é o seu problema, você acha coisas que não deveriam achar. Os seus sentimentos também. 
   — Hã? Do que você está falando? 
Malu dá de ombros igual a ele. 
   — Sei lá. 
   — Isso tem alguma coisa a ver com o que aconteceu ontem? — indaga Samuel astuciosamente. 
   — Óbvio que não — mente Malu com naturalidade. — Eu já te disse tudo o que aconteceu ontem, seu beberrão. 
   — Eu sei, mas... mas algo parece fora do lugar. 
   — Você está fora do lugar, porque eu estava muito bem aqui sem a sua presença. 
   — Você não vai me contar mesmo quem é esse? — insiste Samuel apontando para trás, onde está Ben. 
   — Não! Eu não tenho absolutamente nada com você, não te devo satisfações. — Ela tenta retornar para perto de Ben, mas Samuel segura em seu braço e sente uma eletricidade se espalhar por sua pele. 
   — Malu, eu... eu queria que você estivesse comigo. 

Na fila do Corcovado, Marina se afasta por um momento de Brian para atender a um telefonema de Lua. O americano começa a conversar com uma mulher na fila, que arranha um inglês. Ela joga o cabelo para o lado, visivelmente flertando com ele. Ao desligar, Marina se vira para ele e se assusta ao vê-lo sorrir charmosamente para a mulher. Sem pensar duas vezes, ela se reaproxima dele e passa o seu braço pelo dele. 
   — Voltei, amor! — exclama sorridente em inglês. — Quem é ela? 
   — Nós acabamos de nos conhecer — Brian responde espantado pelo "amor". 
   — Ah! — Marina olha para a mulher. — Nós estamos adorando conhecer o seu pai. É muito lindo!
   — Vocês estão juntos? — pergunta a mulher com um quê de decepção na voz. 
   — Sim, desde adolescentes — Marina responde sorrindo excessivamente. — Eu e o meu amorzinho estamos de lua de mel. 
   — Vocês são casados? — A surpresa é evidente na mulher e em Brian. 
   — Sim! Há alguns dias. — Ao ver que a mulher está procurando alianças em suas mãos, Marina explica: — Não gostamos de alianças, preferimos a ligação interna. — Ela olha para Brian. — A ligação dos nossos corações. Ou das nossas línguas — acrescenta sorrindo maliciosamente. Ela dá um beijinho na bochecha de Brian, mais próximo da boca dele do que gostaria. 
   — Já entendi! — exclama a mulher. — Boa lua de mel para vocês. — Ela se vira para frente e minutos depois sai da fila. 
   — O que foi isso, Marina? — Brian pergunta confuso. 
   — Eu não queria que você ficasse com ela. Onde já se viu? 
   — Ué, você não queria que eu esquecesse a Yasmin? 
   — Sim, mas não com qualquer uma. 
   — Ela não era qualquer uma, parecia uma mulher bem interessante. 
   — Ela era velha pra você! — retorque Marina. 
   — Ah, eu só posso ficar com garotas? 
   — Não, é que... ai, você tem que escolher melhor. Só isso!
Brian sorri e passa a mão pelo rosto dela. 
   — Sabe o que isso está me parecendo? 
   — O quê? 
   — Ciúmes. 

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