Imagine ChaMel 4ª Temporada (Filhos) - Capítulo 205: Adolescentes saem na companhia de Brian


Uma das empregadas da mansão de Lua e Arthur abre a porta para Yasmin e a loirinha vê Lua sentada no sofá. 
   — Oi — fala educadamente. 
   — Oi, Yasmin — Lua responde dando um leve sorriso. 
   — O Victor está? Eu mandei uma mensagem pra ele, mas ele não me respondeu, então resolvi fazer uma visita surpresa. — Ela ri e para a sua surpresa, Lua também. 
   — Ele está dormindo lá no meu quarto. 
   — Ah! — Yasmin dá um passo para trás. — Então eu volto outra hora. 
   — Não, fica — pede Lua. — Ele está meio mole com a gripe, acho que você pode dar uma animada nele. Sem contar, que com sua presença ele pode "esquecer" um pouco da gripe. 
Yasmin assente, mas discorda com mais formalidade do que o momento pede. 
   — Só que eu não quero atrapalhar o sono dele, ainda mais que ele está no quarto de vocês. Não quero incomodar!
   — Que isso, Yasmin. Sobe logo lá!
A loirinha não consegue arrumar outros argumentos, então sorri e caminha para a escada. 

Quando Brian sai da área de desembarque, Marina caminha até ele. Os dois abrem os braços para se abraçarem, porém ficam atrapalhados e dão alguns desencontros até darem um abraço, que dura dois segundos, pois eles se afastam desconcertadamente. Eles olham para Arthur, que observa a cena com curiosidade e estranhamento.
   — Seja bem-vindo, Brian — fala e dá um abraço normal no adolescente. 
   — Please, speak in english — pede o garoto rindo. 
   — Ah, claro! — exclama Arthur no idioma natural de Brian. — Desculpa, é que eu já me acostumei a falar português de novo. 
Brian sorri, acenando a cabeça. 
   — Posso imaginar, mas eu não entendo quase nada em português.
   — Claro, a Marina evitava falar português lá nos Estados Unidos. Por isso sofreu tanto quando chegou aqui, né filha? 
Marina sorri levemente. 
   — É — também fala em inglês. 
Os três ficam em silêncio por alguns segundos e Marina e Brian evitam se olhar. 
   — Então — fala Arthur —, vamos para o carro? 
   — Ótima ideia — responde Brian arrastando seu carrinho para a saída. Eles começam a caminhar até uma das portas do aeroporto, porém Arthur é interrompido por algumas pessoas que pedem para tirar fotos com ele. Marina e Brian ficam longe e ela olha para ele e pergunta timidamente:
   — Como foi a viagem? 
Brian fita os olhos dela ao responder:
   — Foi mais longa do que eu gostaria. — Assim que termina de falar volta a olhar para o saguão do aeroporto. Marina assente e não fala mais nada até Arthur se aproximar deles. 
   — Pronto — diz o marido de Lua —, agora podemos ir. 
   — Vamos — fala a adolescente. 

Samuel caminha até uma mesa para pegar mais um copo de caipirinha, mas Jaqueline se coloca em seu caminho. 
   — Você não acha que já bebeu demais, não? — indaga a garota. 
   — Não — responde Samuel, porém sua voz mais elevada o desmente. 
   — Quantos copos de caipirinha você já bebeu? 
   — Não sei. — Ele ri. — Mas não estou bêbado. 
Jaqueline empurra ele e o rapaz cambaleia para trás e só não cai porque se apoia em uma parede. 
   — O seu equilíbrio é sempre assim, né? — ironiza a garota. 
   — Qual é, Jack? Deixa eu aproveitar a festa. 
A loira cruza os braços. 
   — Você já aproveitou até demais, daqui a pouco vai estar fazendo maluquices. 
   — Malu...? 
   Maluquices. É sério, Sam, é melhor você ir para casa. 
Samuel sorri. 
   — Você me deu uma ideia. 
   — Hã? — A garota franze a testa. 
   — Eu vou embora da festa mesmo, mas não vou para casa. — Ele dá meia volta, pega a mochila em que estão suas roupas e começa a caminhar para o corredor que dá acesso à área da frente do casarão. Jaqueline corre atrás dele e pergunta:
   — Como assim, Samuel? Você vai para onde? — Ele não responde e apressa o passo. — Acho que eu vou com você só pra me certificar que você vai chegar bem em casa. 
   — Não — fala o garoto abrindo o portão. — Para o que eu vou fazer é melhor você não estar junto. 
Ele se aproxima de seu carro, deixando Jaqueline parada no portão visivelmente confusa. 
   — Do que ele está falando? — se pergunta e assiste o motorista de Samuel partir com o garoto.

Cansada e repleta de roupas e acessórios novos, Isabela chega em casa. 
   — Ai, preciso dormir — fala desabando no sofá ao lado do irmão. — Sério, fazer compras cansa muito. 
Vinícius ri. 
   — Você não sabe o quanto isso soa patricinha. 
   — Posso imaginar. — Ela também ri. — E aí, o Brian já chegou? 
   — Sim. 
   — Sério? Estou curiosa para conhecê-lo.
   — Eu também estou — assume Vinícius. — Mais tarde nós vamos ter essa honra — ele sorri e Isabela faz o mesmo. 

Ao passar pela porta do quarto de seus sogros, Yasmin vê Victor deitado na cama pingando um remédio conta-gotas no nariz. 
   — Oi! — fala indo até a cama. 
   — Oi — Victor responde com espanto. Yasmin senta ao lado dele e pega o remédio das mãos dele. 
   — Deixa eu te ajudar. — Victor vira a cabeça para cima e ela coloca o líquido no nariz. — Descongestionante nasal? — questiona olhando o rótulo. 
   — É, pra ver se desentope a coisa aqui, porque está complicado. 
Yasmin ri e dá um selinho nele. 
   — Sua mãe me contou que você está bem doente. 
   — É. Foi ela quem te atendeu? 
   — Aham, foi ela também quem falou para eu subir aqui, porque eu não queria.
Victor franze a testa. 
   — Ué, você veio aqui me ver e não queria subir? 
Yasmin sorri. 
   — Não, não é isso. É que quando a sua mãe disse que você estava dormindo aqui, no quarto deles, eu pensei em voltar outra hora, porque não queria entrar aqui e tal. 
   — Ah, entendi. Só que a minha mãe convenceu você a subir? 
   — Exato. Ela até que foi legal comigo. 
   — Como assim? Minha mãe não é legal com você? — Ele indaga e tosse ao final da frase. 
   — Ela é, mas... Ah, Victor, a gente não tem uma relação íntima. Por isso que eu não queria entrar aqui no quarto deles. 
   — Entendi. — Ele senta na cama e sente a cabeça pesar. — Se a minha mãe te conhecesse mais, ela iria gostar de você. 
   — Eu sei, é difícil as pessoas não gostarem de mim. 
Victor ri e sua risada se mistura com uma tossida. 
   — Porém as suas fotos sempre têm um comentário maldoso. 
   — Ah, isso é normal! Sempre vai ter um invejoso pra meter o pau. 
   — Meter o pau? — repete o garoto sorrindo.
Yasmin estreita os olhos e gargalha. 
   — Nem doente essa sua mente poluída dá um descanso?
   — Sempre alerta — fala o garoto e faz continência. Sua namorada ri e coloca uma mão na perna dele sobre o cobertor. 
   — Não gosto de ver você acamado assim. 
   — Nem eu. Sabe o que é pior? É que eu estou em uma cama com você e não posso nem te beijar. 
   — É, ainda bem que você tem a consciência de que não pode fazer isso, porque eu não quero me contaminar — ri Yasmin. 
   — Bobona. 
Ela se aproxima dele e dá um selinho em seus lábios corados. 
   — Só porque eu te amo. 
   — Como estou gripado ganho um "Eu te amo"? — indaga o garoto sorrindo. 
   — Mais ou menos isso. — Yasmin acaricia o rosto dele. — Você também pode usar a lógica de que o amor verdadeiro pode curar qualquer coisa. 
   — É, mas pra isso você teria que chamar a Angelina Jolie aqui pra me beijar e dizer que me ama, porque ela é o meu amor verdadeiro. 
Yasmin levanta da cama. 
   — Então fica sozinho. 
Victor estica o braço para pegar no pulso dela, falando:
   — Não, espera aí eu... — Sua frase é interrompida por um espirro. Yasmin volta a se sentar na cama e aperta as bochechas dele. 
   — Você gripado é tão engraçado. 
   — Porque não é com você. 
   — Exatamente — concorda a garota gargalhando. 
Victor puxa Yasmin e dá um abraço dela. 
   — Só por isso vou te passar gripe. 
   — Para, Victor — pede Yasmin. — Sério, me solta. 
O rapaz ri, mas liberta a namorada. 
   — Só porque te amo — fala imitando a voz dela. 

No carro durante o trajeto para o condomínio, Marina e Brian trocam poucas palavras no banco de trás:
   — As pessoas são bem simpáticas aqui — comenta o garoto. 
   — É, são mesmo — Marina concorda. 
Eles voltam a ficar em silêncio. Arthur vai ficando cada vez mais intrigado com o comportamento deles e para suavizar o clima, pergunta:
   — Como foi a viagem? 
   — Foi mais longa do que eu gostaria — responde Brian e Marina sorri, olhando para ele, pois ele respondeu a mesma coisa para ela. Brian também olha para ela, mas quando os seus olhares se cruzam, eles desviam disfarçadamente. 

Em seu quarto, Malu ouve música. Uma das empregadas abre a porta, após bater e não ser atendida, e fala:
   — Dona Malu? 
Maria Luíza tira os fones. 
   — Oi? 
   — Tem um garoto lá embaixo querendo falar com a senhorita. Eu acho que ele está bêbado, mas ele insiste em falar com a senhorita. 
Malu enruga a testa. 
   — Ele disse o nome? 
   — Não. 
A adolescente pula da cama.
   — Quem será que é esse abusado? — Ela sai do quarto e resmunga: — Será que é o Ben? Eu mal dei liberdade pra ele e ele já faz isso? Não, não pode ser ele, eu não dei meu endereço. — Ao chegar ao térreo, seu queixo cai. — Samuel? 
O rapaz olha para ela e sorri. 
   — Malu! — Ele caminha até ela, que está estarrecida no último degrau da escada. 
   — Quer que eu chame alguém pra tirar ele daqui? — pergunta a empregada no degrau acima do de Malu. 
   — Não, não precisa. Deixa a gente a sós? Eu resolvo o problema. 
   — Tudo bem. — A emprega desce e desvia de Samuel com receio, como se ele pudesse pular em seu pescoço a qualquer momento. Assim que fica sozinha com ele, Malu pergunta com rispidez:
   — Como você conseguiu entrar no condomínio? 
   — Eu contei com a ajuda do Thiago — conta Samuel sorrindo. 
   — Como é? 
   — Eu liguei para ele e falei para ele autorizar a minha entrada, mas em vez de ir para a casa dele, vim para a sua. 
   — E o que você veio fazer aqui? 
   — Eu preciso falar com você!
   — Você precisa de um café forte! — Ela termina de descer a escada. — Eu posso providenciar isso. 
Samuel segura no braço de Malu, impedindo que ela se afaste. 
   — Malu, me ouve!
   — Você está bêbado, Samuel. 
   — Mas o que eu vou te falar é verdade. 
Malu liberta o seu braço do aperto dele sem dificuldade e pergunta:
   — O que você tem de tão importante pra me falar? 
   — Na verdade, eu quero conversar com você. 
   — Não vejo a hora de ouvir o que você tem pra me dizer — ironiza a garota, cruzando os braços. 
   — Por que você aceitou dançar com o Gabriel? 
   — Porque eu quis — Malu responde com obviedade. 
   — Você sabe que eu odeio aquele garoto. Ele tava na pool party da Luciana. 
   — Ah, por isso que você está usando esse modelito? — indaga a garota olhando para a bermuda de tactel e a regata cavada dele, ambas da cor preta. 
   — Eu deveria dançar com você! — exclama Samuel como se Malu não tivesse dito nada. Suas palavras fazem ela rir. 
   — O que te faz pensar isso? 
   — A gente devia dançar junto, porque a gente combina, porque a gente tem uma história. 
   — Sim, nós temos uma história, assim como você tem uma história com a Talita, com a Jaqueline, com Maísa, isso só da nossa sala. 
   — Você está dizendo que não vai dançar comigo porque eu fiquei com elas?
Malu abandona o ar de deboche e começa a falar sério.
   — Não, eu estou dizendo que eu não vou dançar com você, porque quero ficar longe de você. 
   — Por quê? O que eu te fiz? 
Ela ri. 
   — O que você me fez? Eu preciso mesmo dizer?
   — Se foi o lance da Maísa, eu já falei que foi um erro e eu sei que a gente pode superar isso. 
   — Não, eu não posso superar isso. Você ficou com uma das minhas colegas enquanto eu estava internada! 
   — Eu errei, eu sei, me desculpa. 
   — Não! Agora sai da minha casa. 
   — Malu — sussurra Samuel pegando nos braços dela. — Eu quero ter você na minha vida de novo. 
   — Querer não é poder. 
   — Mas eu sei que eu posso, basta você aceitar que mesmo depois de tudo o que aconteceu, o nosso sentimento ainda existe. Eu sei que você ainda gosta de mim. 
Malu ri. 
   — É muita petulância! — Ela tenta se soltar, mas dessa vez Samuel segura em seus braços com firmeza. 
   — É sério, eu sei que você ainda gosta de mim e só por isso aceitou o convite do Gabriel, só para me provocar. Foi por isso que eu chamei a Maísa também, só pra te irritar. 
   — Como é? 
   — É, eu não queria dançar com a Maísa, eu queria dançar com você. 
Malu volta a tentar se libertar. 
   — Só lamento. 
   — Malu, para de me afastar da sua vida. 
   — Me solta, Samuel. 
   — Eu quero voltar a sair com você, a me divertir ao seu lado, a trocar indicações de bandas. 
   — Não, me solta!
   — Não é possível que um beijo ridículo possa mudar tudo.
   — Samuel, me larga!
   — Se eu pudesse voltar no tempo, nem teria ido ao carnaval fora de época. Se eu soubesse que te perderia, não tinha beijado a Maísa. 
   — Sério que não passou pela sua cabeça quando beijou ela que isso aconteceria? — indaga a garota com sarcasmo, sem parar de se chacoalhar. 
   — Eu agi por instinto. O meu corpo quis o dela, então rolou. 
   — Nossa, que lindo! Agora me solta. 
   — Só que o meu corpo sempre quis o seu. Na verdade, desde que a gente se aproximou, porque antes eu te odiava, mas isso não vem ao caso. 
   — Não, não vem. Me solta!
   — Eu só estou te pedindo para me dar mais uma chance. 
   SAMUEL, ME SOLTA— berra Malu. Duas empregadas e o motorista chegam correndo até a sala. 
   — Tira as mãos dela — exige o motorista, pegando nos braços de Samuel. 
   — Não — fala o garoto sendo arrastado para longe de Malu. — Eu não quero me afastar dela. 
Malu massageia a área que ele apertou e fala:
   — Você mesmo provocou isso. 
   — Eu errei, eu sei! Só que eu me arrependi — ele fala tentando sair do aperto do motorista. — Eu não consigo mais ficar longe de você. Eu não aguento mais essa distância. Eu tentei aceitar que você não faz mais parte da minha vida, mas não consigo te tirar da cabeça. Você não sai dos meus pensamentos, Malu. Não há um dia sequer que eu não sinta sua falta. — Ele para de resistir e conclui em um sussurro: — Eu estou apaixonado por você. 
Malu, a frente das empregadas, fica perplexa ao ouvir a declaração de Samuel. 

Yasmin e Victor estão deitados na cama dele com um travesseiro entre eles. 
   — Assim é bem melhor — fala a garota olhando para o teto. 
   — Com um travesseiro no nosso meio? 
   — Não — ri Yasmin. — Aqui no seu quarto. Eu não me sinto confortável na cama dos seus pais. 
   — É, deve ser um pouco estranho mesmo pra você. 
   — Sim, muito. 
Victor espirra e assoa o nariz. Yasmin ouve passos no andar de baixo e um falatório alto. 
   — Acho que a Marina chegou com o Brian — fala Yasmin. 
   — É, deve ser isso. 
Yasmin sorri e fica mais energética, ao contrário de Victor que permanece tranquilo, quase adormecendo novamente. 
   — Brian! — exclama Lua no andar de baixo. — Que bom te ver de novo — ela fala em inglês. 
Os dois se abraçam. 
   — É bom ver a senhora também — diz o garoto. 
   — Vamos sentar, você deve estar cansado da viagem. 
   — É, estou um pouco. 
Todos eles se sentam no sofá. 
   — Qual foi a sua primeira impressão do Brasil? — indaga Lua. 
   — As pessoas são bem simpáticas e receptivas — responde Brian e olha de relance para Marina. 
   — Sim, o povo brasileiro é mais acolhedor. 
   — É, até as aeromoças são diferentes.
Eles gargalham. Arthur levanta do sofá, dizendo:
   — Vou chamar as empregadas para organizar suas coisas no quarto de hóspedes. 
   — Eu vou com você — fala Lua. — Acho que a Marina tem muita coisa para conversar com você, Brian. Ela não tem falado de outra coisa nos últimos dias. — Ela sorri, desconhecendo o silêncio que se instalou entre a filha e o ex-namorado. 
Arthur dá um sorriso amarelado e deixa a sala juntamente com a esposa. Ainda sorrindo, Brian olha para Marina. 
   — A gente tem mesmo muita coisa pra conversar. Não viemos fazendo outra coisa desde o aeroporto — fala com ironia. 
Marina ri e se vira para ele. 
   — É que... Eu não sei explicar, você não acha tudo isso estranho? 
   — Eu estar aqui? 
   — É. Uma coisa era conversar com você por celular, skype, porque você continuava lá nos Estados Unidos. Agora você está aqui no Brasil, no meu novo mundo. 
Brian sorri. 
   — Eu sei, pra mim também é estranho. Só que a parte mais estranha pra mim é que da última vez que a gente esteve frente a frente, a gente estava chorando e prometendo que o nosso amor seria pra sempre. 
   — Mas eu ainda te amo! — Brian arqueia as sobrancelhas e ela emenda: — Não da maneira que eu amava naquela época. 
   — É, eu também te amo. — Ele pega na mão dela e Marina se arrepia. — Não tem como apagar o que a gente viveu, né? 
   — Não, não tem, só que agora nós estamos vivendo novas histórias, né? — Ela afaga a mão dele. — Só que o passado sempre existirá. 
   — É, mas é passado. A gente não pode, nem quer, misturar o passado com o presente, concorda? 
   — Sim — responde Marina sem hesitar.
Brian sorri e fala:
   — Por isso eu sou a favor da gente parar de ficar sem graça na presença do outro e agir como a gente agia quando se falava à distância. 
   — Ótima ideia! — Marina sorri e levanta. — Eu estou muito feliz por você estar aqui, é como se fosse um sonho. 
Brian também fica em pé. 
   — Posso te abraçar? 
   — Brian? Acho que a gente já avançou esse nível, né? 
Ele ri e dá um abraço dela, tirando Marina do chão. 
   — Você não sabe o quanto senti saudades disso — fala afundando o rosto no pescoço dela. Marina fecha os olhos e deixa o seu corpo matar a saudade do toque de Brian. 

Assim que se recupera do choque, Malu fala como se nada tivesse ocorrido:
   — Eu vou levar você para casa. — Ela olha para o motorista, que continua segurando Samuel. — Vamos deixar ele em casa. 
O funcionário solta Samuel, que fala:
   — Malu, eu...
   — Você já disse tudo o que tinha pra dizer — corta a morena. — Não precisa falar mais nada. 
Ela passa por ele e caminha para a saída da mansão. Durante o caminho para casa, Samuel adormece e Malu fica observando o seu rosto sereno, recordando das palavras dele. Ela se aproxima lentamente dele e passa a mão por seu rosto, afastando o cabelo de seus olhos. Sem pensar muito, une seus lábios com os dele, dando um selinho demorado em Samuel. Em seguida, ela se afasta e relembra de tudo o que ele fez juntamente com Maísa. Também sem pensar, dá um tapa no rosto dele e se afasta. Nem com o beijo, nem com tapa Samuel desperta. 

Lua entra no quarto de Victor e encontra o filho e a namorada separados por um travesseiro. Ela ri e fala:
   — O Brian chegou, acho que vocês deveriam ir recebê-lo. 
   — Eu não quero, não — fala Victor com a voz ainda mais rouca. Yasmin prefere apenas observá-los. 
   — Como não? Isso é falta de educação, filho. 
   — Ai, mãe, eu já conheço o Brian. Sem contar que estou doente. 
   — Victor, não estou falando pra você ficar abraçado nele conversando, basta cumprimentá-lo. 
   — Eu faço isso mais tarde. 
   — Não, o senhor vai fazer isso agora. Pode ir levantando!
   — Mãe!? 
   — Essa não foi a educação que eu te ensinei. Onde já se viu?
Contragosto, Victor levanta da cama. 
   — Vamos lá, Yasmin — chama e a loirinha sai do quarto com ele. 
   — E nada de ser grosso com o garoto — acrescenta Lua e Victor resmunga. Ele e Yasmin descem a escada juntos e Brian, que estava conversando com Marina, olha para eles. 
   — Victor! — exclama abrindo um sorriso. 
   — Oi! — Victor fala em inglês. Ele dá um abraço em Brian enquanto Yasmin sorri para o ex-namorado de Marina. — Que bom que você veio visitar a gente. 
Yasmin se pergunta se Victor não quer esconder a falsidade ou se a gripe está atrapalhando essa habilidade. Brian, por sua vez, age como se não tivesse notado o tom falso de Victor. 
   — Só conheci o aeroporto, mas já estou adorando aqui. — Ele olha diretamente para Yasmin e comenta para Marina e Victor: — Ela é mais linda pessoalmente do que nas fotos. 
Yasmin ri e Marina conta para Brian:
   — Ela fala inglês fluentemente. 
O americano fica visivelmente envergonhado. 
   — Ah. — Ele olha para Yasmin. — Desculpa.
   — Imagina — fala a loirinha adotando o idioma nativo dele. — É um prazer te conhecer. 
   — O prazer é meu. 
Eles dão um abraço um pouco desajeitado. 
   — Nossa, acho que a minha gripe até piorou depois dessa — fala Victor em português e Marina e Yasmin o fuzilam com o olhar. No entanto, Brian fica confuso e pergunta:
   — O que você disse? 
   — Falei que o meu nariz está cada vez mais trancado — mente Victor, respondendo em inglês. 
   — Ah, melhoras!
   — Obrigada!
Yasmin sorri, balançando cabeça, e olha para Brian, que retribui o sorriso.

As horas passam e por volta das nove e meia da noite, Samuel acorda em sua cama com a roupa amassada e a cabeça latejando. 
   — Meu Deus, o que aconteceu comigo? — Ele se esforça e consegue sentar na cama. — Parece que um caminhão me atropelou. 
Exigindo ainda mais de seu físico, ele levanta e se arrasta para o corredor. 
   — Filho! — exclama Ruth quando ele chega na sala. — Já acordou? Pensei que você fosse virar a noite. 
   — Mãe, como eu cheguei em casa? — indaga o adolescente desabando no sofá. 
   — Você não se lembra?
   — Não. Eu lembro de estar na festa da Luciana e só.
   — Ah, você bebeu muito e aquela sua amiga, Malu, te trouxe em casa. 
Samuel sorri levemente. 
   — A senhora deve estar se enganando. A Malu nem tava na festa e a gente não está se falando mais, lembra? 
   — Lembro, mas eu achei que vocês tivessem se acertado, porque foi ela quem te trouxe pra casa. 
Samuel senta na ponta do sofá e encara Ruth. 
   — Mãe, a senhora tem certeza do que está falando? 
   — Tenho, filho. 
   — Meu Deus! — exclama Samuel. — O que eu fiz? — Ele enxerga o seu celular e o alcança, sentindo a cabeça martelar. 

Se aprontando para a noite, Marina faz uma maquiagem em seu closet sendo assistida por Brian. 
   — Quem vai sair com a gente? — pergunta o garoto. 
   — O Vinícius, a Isabela, o Felipe, a Yasmin e talvez o Victor. 
   — Vinícius é o seu namorado — fala Brian —, Isabela é a irmã do seu namorado, Felipe é... é o irmão da Yasmin? 
   — Isso. 
   — Yasmin é a namorada do Victor e o Victor é o Victor — ele fala rindo. 
   — Exatamente — fala Marina sorrindo. 
Brian remexe em uma caixa de brincos dela, enquanto comenta:
   — A Yasmin é...
   — É engraçado o jeito que você pronuncia o nome dela — interrompe Marina rindo. 
   — Por quê? 
   — É diferente, mas enfim, continua. 
   — Então, ela é tão linda! — Marina revira os olhos, mas ele não vê pois está analisando um par de pérolas. — Nas fotos ela já era linda, mas pessoalmente é uma coisa de louco. Ela e o Victor estão namorando sério? 
Marina sorri e responde com a voz arrastada:
   — Estão, Brian.
   — Ah, é uma pena, porque eu adoraria conhecer ela melhor. 
A morena apoia o pincel que estava utilizando para passar base e se vira para ele. 
   — Brian, vou te falar uma verdade. 
   — Fale. 
   — Eu e a Yasmin já tivemos muitas desavenças e atualmente estamos brigadas, você sabe disso. Então, se deduz que a minha opinião sobre ela seja negativa, mas o que eu vou te dizer não tem nada a ver comigo e ela. Entendeu? 
   — Sim — fala Brian e olha para atentamente para Marina. — O que é? 
   — A Yasmin e Victor estão juntos desde que a gente chegou no Brasil e embora eles não demonstrem, se amam muito. Mesmo que seja difícil de eu admitir isso, a Yasmin faz bem para o meu irmão e ele sabe disso. O Victor já fez coisas erradas por ela e vice-versa, então, eu te peço, por favor, fique longe deles. Eu não quero em hipótese alguma ter que ficar entre você e o meu irmão por causa dela. 
Pela seriedade com que ela fala Brian percebe que é melhor seguir o seu conselho. 
   — Entendi. Pode deixar, eu vou ficar bem longe da Yasmin para evitar problemas pra todo mundo. 
   — É, você vai conhecer várias brasileiras, pode ficar tranquilo. 
Eles sorriem e ela continua se maquiando.

 Enrolada em uma toalha, Malu sai do banheiro e ouve o seu celular tocar sobre a mesinha de cabeceira. Ela olha no identificador de chamadas: Samuel. 
   — Alô — fala ao atender. 
   — Malu? 
   — É. 
   — Oi. 
   — Oi — ela responde secamente. 
   — É... a minha mãe me contou que você me trouxe aqui em casa, eu queria saber como você me encontrou? 
   — Eu não te encontrei, você veio até a minha casa. 
   — Sério?  
   — Aham. 
   — E o que eu fiz aí? 
   — Conversou comigo. 
O estômago de Samuel se agita. 
   — O que eu falei? — ele pergunta com medo da resposta.
   — Nada demais — mente Malu. 
   — Nada demais? 
   — É, apenas palavras sem nexo. Então, eu resolvi te levar para casa e fim da história. Tchau. 
   — Malu, espera! 
A morena respira fundo. 
   — O que foi? 
   — Você tem certeza que eu não disse nada demais? Tipo, quando nós estamos bêbados acabamos falando algumas verdades que não temos coragem de dizer sóbrios. 
   — É, eu sei como é. Só que você não falou nada. 
   — Ah!
Antes que ele possa falar mais alguma coisa, Malu desliga e senta na cama, soltando um suspiro. 
   — É melhor eu fingir que nada disso aconteceu. 

Já produzida para cair na noite, Yasmin tenta convencer o namorado a acompanhá-los. 
   — Vamos, Victor! Vai ser legal — fala sentada ao lado dele na cama. 
   — Eu estou doente, Yasmin. 
   — Para de mentir! Você melhorou bastante desde a tarde — ela argumenta sabiamente. 
   — Mas...
   — Não tem mas, vamos? 
   — Eu não estou com disposição. 
   — Mas a gente vai se divertir, conhecer o Brian, vai ser legal. 
   — Eu não estou em clima de diversão e já conheço o Brian, ou seja, não vai ser legal — retruca Victor. 
   — E por isso você vai me deixar ir sozinha? 
   — Você não vai estar sozinha, o resto do pessoal também vai. 
   — Eu sei, mas vão ficar Isabela e Felipe, Marina e Vinícius e eu com quem? Ah, eu posso ficar com o Brian. É, você tem razão, eu não vou ficar sozinha. 
Victor ri com ironia. 
   — Muito engraçada. 
   — É sério, a combinação dos casais não vai se alterar: morena alta com moreno cacheado, morena pequena com moreno alto e loira bonita com loiro bonito. 
Victor revira os olhos. 
   — Que lindo!
Yasmin sacode o braço dele. 
   — Vai, Victor, colabora comigo!
   — Colabora você comigo. 
A loirinha respira fundo tentando manter a calma. 
   — Olha, vai ser uma noite agradável para todo mundo, você poderia colaborar com isso, não acha? 
Farto da insistência dela, Victor responde:
   — Ok, eu vou. 
Yasmin sorri e levanta da cama. 
   — Oba! Troca logo de roupa. 
Se demorando propositalmente, Victor levanta da cama e vai escolher a roupa que usará. 

Encostado no portão de ferro, Felipe aguarda Isabela e Vinícius saírem. O casal de irmãos caminha por entre o jardim até a saída. Ao se encontrar com o namorado, Isabela sorri e eles se beijam. Vinícius se pergunta se quando encontrar Marina poderá fazer o mesmo ou terá que evitar devido a presença de Brian. 
   — E aí — fala Felipe pegando na mão de Isabela. — Estão empolgados para a noite? 
   — Eu estou! — responde a garota sorrindo. 
   — E você? — indaga o moreno à Vinícius. 
   — Eu não tenho outra opção, tenho? — indaga o garoto sorrindo. 
Felipe ri e fala:
   — Então vamos!
Eles entram no carro dirigido por Evaldo e partem rumo à mansão de Lua e Arthur, onde se encontrarão com os outros quatro e partirão rumo à uma casa noturna. 
   — Estou louca para ver o que vai rolar essa noite — comenta Isabela com entusiasmo.
   — Espero que só coisas boas — completa Vinícius do banco da frente. 


Comentários

  1. Que capítulo perfeito, necessito saber o que vai acontecer no encontro de Vinicius, Marina e Brian urgentemente.
    Quase morri com a parte de Samuel e Malu, pena que ele não se lembre de nada. No entanto o capítulo e perfeito, e como falei anteriormente estou bastante ansiosa para o próximo capítulo.

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    1. Obrigado! O capítulo 206 sairá hoje para matar a sua ansiedade rsrs

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  2. Posta mais rê, imagine perfect ,amei eu fiquei até 1:47 acordada mais acabei dormindo

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  3. Re,eu queria falar com VC pela alguma rede social,mas eu fico mesmo é no whatzapp então se VC puder me add e tbm todos q ainda lêem ,leitores do imagine
    Add as redes:
    Twitter:milly_Salles
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    Gente ,quem add e seguir eu sigo e add de volta
    Rê por favor me add urgente ou manda numero e eu add
    Obrigado pela atenção
    :)

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    1. Se quiser entrar em contato comigo, mande uma dm lá no tt: @AdooroRebelde =)

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  4. Pena q o samuel tava bêbado, queria que eles voltassem logo,continua

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  5. Reeeee amei o capítulo, você como sempre arrasou, aaaah e claro que não precisa o Brian ficar tão afastado assim da Yasmin eu adoraria ver o Victor com ciúmes dela, e pfv junta logo o Samuel e a Malu <3 beijooos

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